Ora bem
Os UAV a sério não se vendem nos super-mercados.
Por exemplo, a FAP tem um UAV "Silver Fox" utilizado pelos Marines no Golfo e no Afeganistão (reconhecimento do campo de batalha) que, embora quem olhe para aquilo não dê nada por ele, demorou muitos, muitos meses a chegar, porque teve de passar uma série de filtros USA, para eles verem se podiam ou não vender o aparelho a este velho aliado.
O Silver Fox foi usado como elemento de investigação para desenvolver o ANTEX. Aparentemente será superado pelo filho!!!
A coisa funciona como comprar um míssil de ultima geração. Nós nunca teremos o último grito de tecnologia do país fabricante, porque é segredo de Estado.
Desenvolver um aparelho deste em portugal tem a vantagem de ser-mos autónomos no assunto, sem ter de pedir aos outros (e pagar muito por isso).
Quando à carga util, é o que menos importa!
25 quilos de sensores, actualmente, é muito material de reconhecimento video e fotográfico (estas coisas hoje em dia pesam gramas!). Recorde-se que o ANTEX maior) tem 15 horas de autonomia para além destes 25 quilos de carga!
De novo, ninguém está a pensar meter armas naquilo, mas se essa fosse a vontade, só temos de aumentar as dimensões do avião, a quantidade de combustivel e comprar outro motor. Esta é a parte fácil do projecto, ..., aqui sim estamos quase na área do aeromodelismo ou da construção caseira de aviões desportivos (muito em voga lá fora!).
Depois vem uma das partes mais complicadas. A VALIDAÇÃO e reconhecimento internacional de que se está a falar de um verdadeiro UAV. Isto porque, quando estas coisas vão para o ar, partilham o mesmo espaço aéreo que os outros aviões. A versão maiorzinha do ANTEX tem sete (7) metros de envergadura! Ninguém gosta (e não será autorizado) voar num local onde anda uma "Coisa" que não se sabe muito bem como é controlada!
É aqui que todo os projectos que não tiverem o apoio da FAP caiem.Para voarem terão de começar a fazê-lo em espaço aéreo restrito de controlo militar, terão de voar muito (mas mesmo muito!) até serem certificados e autorizados a partilhar o espaço aéreo civil com as aeronaves civis...
Por fim, a FAP deve de saber muito bem para que quer ter um UAV (nós é que não temos acesso a toda a informação!).
Aquilo de que estamos a falar aqui, é um aproveitamento civil de um projecto de investigação, desenvolvido na Academia pelos engenheiros e não aquilo que militarmente a nossa aviação de combate pretende ter no futuro.
(acho eu...)