Jogo do Reconhecimento das Personagens ForumDefesa.com

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PereiraMarques

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« Responder #30 em: Novembro 21, 2007, 04:37:56 pm »
Certo...

Citar
Chamava-se Aníbal Augusto Milhais; ficaria, porém, na História sob o nome de Soldado Milhões.
O rapaz embarcou para França a 23 de Maio de 1917. Não sabia, evidentemente, que embarcava para um destino histórico — e lendário, já que os relatos das suas proezas divergem em vários pontos. Do que não há dúvida é que Aníbal Milhais entrou na galeria dos heróis portugueses durante a batalha de La Lys, a 9 de Abril de 1918.
Com este nome designa-se o combate do primeiro dia da grande ofensiva alemã contra a 2ª Divisão do CEP, como parte da «Operação Georgette», lançada pelo 6º Exército alemão do general Ludendorff. Foi nesse combate que Milhais ganhou o seu nome de honra: a bravura que mostrou foi tal que o seu comandante, o major João Ferreira do Amaral, o abraçou e lhe disse: «Chamas-te Milhais, mas vales milhões!». E o «Milhões» ficou.
Três meses depois, em Julho, o Soldado Milhões tornava-se definitivamente célebre: no campo de Isberg, sozinho, empunhando a sua metralhadora Lewis, cobriu e protegeu a retirada dos seus camaradas portugueses e de soldados escoceses. Consta que se houve de tal forma que os alemães pensaram estarem a enfrentar toda uma unidade inimiga. Em consequência - coisa muito rara - recebeu a Torre e Espada no próprio campo de batalha, das mãos do general Gomes da Costa. A esta distinção seguir-se-ia a Cruz de Guerra, a Cruz de Leopoldo da Bélgica e muitas outras.

Nada disto impediu que mais tarde, em 1928, o herói emigrasse para o Brasil, para ver se conseguia sustentar os filhos: uma pátria agradecida NÃO velava por ele… porém, os portugueses residentes no Brasil abriram uma subscrição a seu favor, para que pudesse viver dignamente no seu país. E Milhões regressou a Portugal. Dedicou-se uma vez mais à lavoura, o seu ofício de sempre; e veio a falecer em 1970.
 

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Lancero

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« Responder #31 em: Novembro 21, 2007, 04:42:55 pm »
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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PereiraMarques

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« Responder #32 em: Novembro 21, 2007, 04:51:11 pm »
General Adalberto Gastão de Sousa Dias
 

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Lancero

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« Responder #33 em: Novembro 21, 2007, 04:54:18 pm »
Certo.

Como grande republicano (o Luso que não nos oiça) teria que saber  c34x

Citar
Adalberto Gastão de Sousa Dias nasce em Chaves a 31 de Dezembro de 1865. Estuda no liceu da sua cidade natal e mais tarde ingressa na Escola do Exército, tendo sido colocado no Regimento de Infantaria de Pinhel. Casou com Ana Augusta Abrantes, natural de Manteigas e as suas ligações à Guarda têm a ver com a colocação e o casamento.

Este HOMEM conhece os horrores da I grande Guerra, chega a coronel em 1918 comandando o Regimento de Infantaria 18 no Porto e é aí aquando da tentativa da restauração da monarquia pela auto-denominada "Junta Governativa do Reino de Portugal" que colabora com as forças republicanas.

De profunda convicção republicana, foi deputado pelo Porto de 1921 a 1924 e em 1925 é promovido a general. Foi, no entanto, em 28 de Maio de 1926 que Sousa Dias assumiu a chefia da resistência contra o golpe que haveria de instituir a ditadura em Portugal.

A partir daí começou o longo sacrifício, a vida difícil e o degredo para o primeiro general sem medo do nosso País. Em Fevereiro de 1927 chefia o Comité Militar Revolucionário, apoia o partido democrático e subscreve o manifesto que, entre outras coisas, diz isto "os oficiais revoltosos decidem reintegrar o País dentro do regime democrático constitucional com a formação de um governo nacional que afirme a supremacia do poder civil".

O fracasso foi total e o general foi preso e exilado em S. Tomé. Enviado para os Açores foi julgado em Elvas e condenado a prisão tendo posteriormente sido transferido para o Funchal.

Em Abril de 1931 inicia-se o chamado "cerco à ditadura" e Sousa Dias chefia a "revolta da Madeira" que rapidamente se alastra aos Açores, à Guiné e S. Tomé e Príncipe, onde era reclamado o restabelecimento das liberdades públicas e o regresso à normalidade constitucional.

O General é novamente derrotado, tendo sido privado de todas as honras e direitos inerentes à função militar. O seu defensor foi Adelino da Palma Carlos, o mesmo que logo após o 25 de Abril haveria de ser 1º Ministro de Portugal.

Deportado para o campo de concentração de presos políticos de S. Nicolau em Cabo Verde, saltitou de prisão em prisão até ficar definitivamente detido na ilha de S. Vicente. Para que conste foi professor de Matemática no Liceu de Cabo Verde e para sobreviver o Estado dava-lhe 10$00 como pensão de sobrevivência.

Sousa Dias deixa o mundo dos vivos em 27 de Abril de 1934.


editado: biografia mais curta
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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PereiraMarques

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« Responder #34 em: Novembro 21, 2007, 05:01:47 pm »
Quem é o bigodaças c34x

 

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PereiraMarques

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« Responder #35 em: Novembro 22, 2007, 02:59:12 pm »

 

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ShadIntel

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« Responder #36 em: Novembro 22, 2007, 03:12:50 pm »
Henrique Mitchell de Paiva Couceiro
 

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PereiraMarques

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« Responder #37 em: Novembro 22, 2007, 03:16:50 pm »
Citação de: "ShadIntel"
Henrique Mitchell de Paiva Couceiro

Certo,

Citar
Henrique Mitchell de Paiva Couceiro (Lisboa, 30 de Dezembro de 1861 — Lisboa, 11 de Fevereiro de 1944) foi um militar, administrador colonial e político português. Cobriu-se de glória nas campanhas de ocupação colonial em Moçambique e em Angola e notabilizou-se como inspirador das chamadas incursões monárquicas contra a Primeira República Portuguesa em 1911, 1912 e 1919. Presidiu ao governo da chamada Monarquia do Norte, de 19 de Janeiro a 13 de Fevereiro de 1919, na qual colaboraram activamente os integralistas lusitanos Luís de Almeida Braga (seu secretário) e António Sardinha, bem como Pequito Rebelo e Hipólito Raposo na tentativa do Monsanto, em Lisboa. A dedicação monárquica e a sua proximidade aos princípios do Integralismo Lusitano, conduziu-o diversas vezes ao exílio, antes e depois da instituição do Estado Novo.

Henrique Mitchell de Paiva Couceiro nasceu em Lisboa, a 30 de Dezembro de 1861, filho de José Joaquim de Paiva Cabral Couceiro, oficial de engenharia militar do Exército Português, e de Helena Isabel Teresa Mitchell, uma protestante irlandesa convertida ao catolicismo. Destinado a fazer a carreira das armas, fez estudos preparatórios em Lisboa, tendo ingressado na Escola do Exército, onde concluiu o curso de Cavalaria.

Foi apoiante de João Franco.

Oficial de cavalaria, em 1889 cobriu-se de glória em Hampata, Angola, e em 1890 foi agraciado com a Ordem da Torre e Espada.

Ajudante de campo do comissário régio em Moçambique, António Enes, teve acção notável nos combates de Marracuene e Magul contra as forças angunes do régulo Gungunhana, sendo em 1896 por isso proclamado benemérito da Pátria.

Nomeado Governador de Angola em 1907, manteve-se no cargo até 1909, realizando um vasto plano de obras de fomento. Comandou as campanhas militares de pacificação das regiões de Cuamato e dos Dembos.

Comandou a incursão monárquica de 1911, participou na de 1912 e em 1919 proclamou a Monarquia do Norte, de curta duração. Pelas incursões feitas e pela sua fidelidade monárquica ficou conhecido O Paladino.

Foi exilado pelo salazarismo, depois de criticar publicamente a política colonial do regime.


Ver também,
 

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ShadIntel

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« Responder #38 em: Novembro 22, 2007, 04:56:07 pm »
 

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ShadIntel

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« Responder #39 em: Novembro 23, 2007, 01:35:47 pm »
Talvez uma pequena ajuda...

   
 

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PereiraMarques

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« Responder #40 em: Novembro 23, 2007, 02:00:43 pm »
Manuel Pinto de Morais Bacelar, Visconde de Montalegre
 

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ShadIntel

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« Responder #41 em: Novembro 23, 2007, 02:18:21 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Manuel Pinto de Morais Bacelar, Visconde de Montalegre

Certo, siga.

Citar
Manuel Pinto de Morais Bacelar, 1.º visconde de Montalegre

n.  4 de Setembro de 1741.
f.   1 de Maio de 1816.

Grã-cruz da ordem da Torre e Espada, senhor do morgado de N. Sr.ª da Assunção de Vilar de Ossos e do de S. Miguel de Freixo; tenente-general, governador das armas da Beira Alta desde 1808 até 1816, etc. N. a 4 de Setembro de 1741, e fal. a 1 de Maio de 1816.

Era filho do mestre de campo de infantaria auxiliar da guarnição de Bragança, Lázaro Pinto de Morais Bacelar, e descendente dos antigos senhores da Torre de Bacelar. Em 1756 alistou-se no regimento de cavalaria, de ligeiros de Chaves, e por ocasião da guerra de 1762 levantou à sua custa uma companhia de cavalaria, para a qual obteve por decreto de 19 de Junho o posto de capitão. Com o regimento tomou parte nas operações militares marchando para a província do Minho, que então foi ameaçada pelos lados de Valença, e depois, por proposta do brigadeiro Smith. que comandava o corpo, passou a exercer interinamente as funções de major. Promovido à efectividade deste posto em Julho de 1782, subiu a tenente-coronel em Março de 1789, e por fim a coronel em Novembro de 1796 com o comando do regimento em que sempre servira. Na malograda empresa que durante a guerra de 1801 o marechal de campo Gomes Freire de Andrade empreendeu com as tropas do comando do tenente-general D. Manuel José Lobo contra Monte Rei cobriu Manuel Pinto Bacelar com grande bravura e acerto a retirada das nossas tropas contribuindo poderosamente para salvar as forças empenhadas naquele cometimento, e para manter os créditos e honra das nossas armas. Concluída a guerra foi promovido a brigadeiro, ficando sempre à frente do regimento, até que este se refundiu com a denominação de cavalaria n.º 6, e o seu chefe passou a agregado à primeira plana da corte.

Apesar de afastado assim do serviço activo, quando em 1807 se projectou resistir à invasão francesa, o brigadeiro Bacelar prontificou‑se a obedecer ás ordens do tenente general Sepúlveda, aceitando o comando de uma planeada linha de defesa das províncias do norte que o governo mandara formar, mas não chegou a entrar no exercício desse cargo porque, como é sabido, todos esses preparativos para a luta foram mandados suspender, e as tropas de Napoleão puderam entrar em Portugal sem encontrar na sua frente quem lhes tomasse o passo. Voltando novamente para a casa de Vilar de Ossos aí viveu retirado até que, convocado pela voz patriótica de Sepúlveda em Junho de 1808, recebeu a nomeação de comandante interino das tropas do distrito do Douro, nomeação que foi confirmada pela junta do governo estabelecida no Porto. No desempenho desses deveres patenteou toda a habilidade e energia de que era dotado, cuidando activamente de reorganizar as tropas da província, principalmente as de cavalaria, até que, rebentando em Viseu a revolução contra os francesa, foi o brigadeiro Bacelar encarregado interinamente do governe das armas da província da Beira pela necessidade de colocar nesse posto, segundo diz a portaria que o nomeou, um oficial general de confiança. Determinada a reorganização total do exército em 22 de Julho, e mandados então constituir um corpo de operações na Estremadura, outro de observações na Beira e Trás-os­Montes, e ainda um de reserva em Coimbra, foi a Bacelar entregue o comando do segundo com o qual marchou das proximidades da Guarda em direcção a Castelo Branco regulando os seus movimentos pelos do exército de operações (que obedecia a Bernardim Freire de Andrade) de combinação com os do exercito inglês de Wellesley. Continuando a marcha fez importantes tomadias ao inimigo em Constância e Santarém, e depois seguiu para Santo António do Tojal, afim de se unir ao exército de operações estacionado em Mafra. Chamado depois a Lisboa com os outros generais para se apresentar ao governo, foi promovido a marechal de campo, e logo em seguida mandado para o Porto coadjuvar o general Bernardim Freire nas importantes comissões de que fora incumbido. Nos fins de 1808 foi mandato tomar o comando do corpo de observação destinado às províncias da Beira e Trás-os-Montes, com o qual marchou para a cidade da Guarda e foi ocupar as posições entre essa cidade e a de Castelo Branco, donde conseguiu iludir as tentativas do general francês Lapisse que diligenciava entrar na Beira Baixa, enquanto Soult invadia Portugal pelo norte. Nas operações de Wellington para recuperar a cidade do Porto, foi Bacelar encarregado de vários movimentos na direita do exército anglo-luso, e tendo, segundo as instruções que recebera, passado o Douro na Régua, dirigiu se sobre Mesão Frio, e daí foi mandado marchar para Chaves, através da serra do Marão por Mondim de Basto e Pernalves.  

Depois de expulsos os franceses, voltou o general Bacelar para o seu comando da Beira, e tendo sido promovido a tenente-general, em Viseu se conservou até que, sendo lhe dado, em junho de 1810, o comando superior dos corpos de milícias e ordenanças das três províncias do norte e partido do Porto, foi estabelecer o seu quartel general em Lamego. Nesta situação cuidou atentamente em organizar as tropas auxiliares do exército da província, e quando Massena invadiu o território português, Bacelar manteve por muito tempo livres dos inimigos as províncias do norte do reino, e em seguida operando contra Drouet sobre o Alva e contra Claperéde, que havia ocupado Lamego, conseguiu por fim, quando as tropas imperiais retiravam, limitar o flanco esquerdo destas ao Mondego e preservar os povos da margem direita desse rio dos horrores e catástrofes que acompanhavam a passagem dos soldados franceses. Os serviços que então prestou e nosso general tiveram por prémio uma carta de louvor do marechal Wellington, a qual foi publicada, na ordem do dia, e mais tarde o título de visconde de Monte Alegre, que o soberano lhe conferiu no dia 17 de Dezembro de 1811. Ainda no ano seguinte tomou parte nas operações militares, quando Marmont e Brenier devastaram algumas terras nossas próximas da fronteira, e daí por diante continuou tranquilamente no seu comando da Beira até falecer em Viseu.

O visconde de Monte Alegre casou a 16 de Julho de 1776 com D. Joana Delfina Vanzeler Teixeira de Andrade Pinto, filha de Pedro Francisco Vanzeler, coronel de dragões e governador do forte de S. Noutel em Chaves, e de sua mulher, D. Maria Josefa Barbosa da Silva Teixeira de Andrade Pinto.
 

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PereiraMarques

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« Responder #42 em: Novembro 23, 2007, 06:26:10 pm »

 

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Luso

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« Responder #43 em: Novembro 23, 2007, 07:41:57 pm »
Ena: tantos heróis republicanos, Pereira Marques!
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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PereiraMarques

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« Responder #44 em: Novembro 23, 2007, 07:48:28 pm »
Em 700 anos é normal que haja mais heróis do que em 100 anos, é apenas uma questão de Probabilidades e Estatística. c34x