O casamento de Isabel de Castela e Fernando, foi obviamente de mais beneficio para Aragão que para Castela, creio que ninguém negará isso.
Mas isso não altera nada do que foi anteriormente dito.
Aliás até reforça, porque quando Isabel a Católica morreu, Fernando era chamado de «Velho Catalão» e os castelhanos recusavam-se a aceita-lo como Rei, o que na realidade nunca foi, pois ficou apenas como regente.
O importante de frisar, é que essas diferenças mantiveram sempre os reinos separados.
Quanto a Afonso V, tinha as mesmas pretensões que Fernando relativamente a Castela.
Fernando teve mais apoios entre a nobreza castelhana exactamente por isso.
Para Castela, não havia problema com a União Dinástica entre Castela e Aragão, porque Castela era muito mais forte. Já com Portugal a situação não era a mesma.
A nobreza castelhana temia a nobreza portuguesa e acima de tudo, temia o facto de Portugal ser militarmente muito mais forte que a Coroa de Aragão e temia o facto de ao contrario desta, Portugal não ser uma federação constituida por catalães, valencianos, aragoneses e outros povos entre os quais muitos de origem muçulmana, mas sim um país unificado e por isso forte, que tinha meio século antes infligido a Castela uma derrota esmagadora em Aljubarrota. (e é aqui que este assunto está relacionado com o tópico)
As necessidades geopolíticas levaram à União Dinástica de Isabel e Fernando.
A união de Castela com Aragão, não foi uma união destinada a criar a Espanha, foi uma junção de medos da nobreza aragonesa, que temia a França, e da nobreza castelhana, que temia Portugal.