Catalunha começa a querer independencia?

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Lusitano89

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #45 em: Março 10, 2014, 06:28:30 pm »
Catalunha independente seria excluída da UE para sempre


O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Garcia-Margallo, advertiu hoje que uma declaração unilateral de independência na Catalunha "condená-la-ia a errar pelo espaço sem reconhecimento e a ser excluída da União Europeia para sempre".

O governante falava durante um encontro com o vice-primeiro-ministro e ministro da Economia e Desenvolvimento Sustentável da Georgia, Giorgi Kvirikashvili, organizado pelo Fórum Nova Economia, em que foi questionado pelo direito a decidir. "O direito a decidir exerce-se sempre dentro da lei", disse Garcia-Margallo.

O chefe da diplomacia espanhola evocou o caso das regiões separatistas georgianas da Abkházia e Ossétia do Sul, cuja independência foi reconhecida em 2008 pela Rússia. Estas regiões "só contam com o reconhecimento internacional da Rússia, Venezuela, Nicarágua e de três micropaíses do Pacífico", adiantou. "Aqueles dois territórios, de um ponto de vista de reconhecimento internacional, estão num limbo jurídico", insistiu.

Garcia-Margallo assinalou que uma declaração unilateral da independência na Catalunha - "já que outra coisa não é possível, de acordo com a Constituição" - condenaria a Catalunha "a errar pelo espaço sem reconhecimento e a ser excluída da União Europeia para sempre". Os "altíssimos riscos" da decisão devem ser conhecidos pela população da Catalunha, defendeu.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #46 em: Abril 08, 2014, 07:14:21 pm »
Rajoy contra Catalunha «fora de Espanha e da Europa»


O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, declarou hoje que não concebe «uma Catalunha fora de Espanha e da Europa», no debate acerca do referendo sobre a independência daquela região, que os deputados se preparavam para rejeitar maciçamente.

«Juntos, todos ganhamos, e separados, todos perdemos», acrescentou Rajoy, reiterando a sua oposição ao referendo que o Presidente nacionalista catalão, Artur Mas, sob forte pressão da opinião pública, quer realizar a 09 de novembro. «Eu defendo uma Catalunha que permaneça em Espanha, porque não posso conceber uma Espanha sem Catalunha, nem uma Catalunha fora de Espanha e da Europa», sublinhou.

O chefe do executivo espanhol respondeu também aos representantes catalães que deram conta de uma certa «frustração» naquela rica região do noroeste do país.
«Não é verdade que a Catalunha sofra de uma opressão insuportável, não é verdade que nós asfixiemos a língua [o catalão], que destruamos o bem-estar social. E também não é verdade que não ajudemos nas dificuldades», afirmou.

«E também não é verdade que nos países civilizados, quando uma região se quer separar, se lhe abra a porta para que saia», acrescentou, referindo-se à Escócia, onde um referendo sobre a autodeterminação está igualmente previsto.

Esta consulta, se se realizar, representará o ponto alto de um forte movimento nacionalista naquela região de 7,5 milhões de habitantes, orgulhosa da sua língua e da sua cultura, onde os rancores em relação a Madrid foram alimentados pela crise económica.

Lusa
 

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #47 em: Abril 23, 2014, 06:27:59 pm »
Catalunha insiste no referendo sobre a independência


O presidente do governo da Catalunha, Artur Mas, prometeu hoje insistir na realização de um referendo sobre a independência da região a 09 de novembro, apesar de o parlamento espanhol ter rejeitado a iniciativa. O parlamento espanhol rejeitou, a 08 de abril, por larga maioria a proposta de referendo sobre a independência da Catalunha que o governo regional pretende realizar, mas hoje Mas garantiu que pretende avançar com a votação.

«O referendo será realizado, de certeza, e o povo catalão será chamado às urnas no dia 09 de novembro», afirmou o governante regional, num encontro com jornalistas correspondentes estrangeiros, no dia em que a região celebra o dia do seu patrono, Sant Jordi. «Pode o governo central querer cancelá-lo? Não sei. Isso não depende de mim», disse Mas.

O referendo pretende questionar os eleitores sobre se consideram que a Catalunha deverá ser um Estado e, em caso afirmativo, se esse estado deve ser independente. Muitos catalães tomam como exemplo o caso da Escócia, cujos líderes convocaram um referendo para setembro sobre a independência, um ato autorizado pelo governo britânico.

Em Espanha, no entanto, o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, prometeu bloquear o referendo. Com o governo central e principais partidos -- Partido Popular, no poder, e o Partido Socialista, o principal partido da oposição - contra a realização da auscultação popular, o parlamento espanhol rejeitou a pretensão da Catalunha com 299 votos contra e apenas 47 a favor.

Apesar disso, o governo catalão prometeu procurar outros «quadros legais» para organizar a consulta, nomeadamente aprovando uma lei regional autorizando-o a conduzir um referendo consultivo. Mas apelou ao governo espanhol para que não bloqueie a iniciativa, que prometeu realizar desde que venceu as eleições regionais em novembro de 2012. «Pedimos que não obstrua um processo que será estritamente catalão, com uma lei catalã aprovada pelo parlamento catalão», acrescentou.

Lusa
 

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #48 em: Julho 30, 2014, 04:07:13 pm »
Catalunha insiste na independência que Governo diz ser «ilegal»


O presidente do governo regional da Catalunha, Artur Mas, reafirmou hoje a determinação em realizar um referendo para a independência da Catalunha no próximo dia 09 de novembro, mas o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, considerou a iniciativa como «ilegal».

Os dois políticos mantiveram hoje um encontro de mais de duas horas, o primeiro em 11 meses, durante o qual foram abordados 23 temas, incluindo a questão das aspirações independentistas da Catalunha.

«Eu disse a ele que estamos absolutamente determinados, como eu disse a ele há um ano, em realizar a consulta», disse Artur Mas no final à imprensa, sublinhando que existe um «clima de diálogo aberto», apesar da falta de acordo sobre as negociações sobre a soberania daquela região da Espanha. No entanto, o primeiro-ministro espanhol afirmou que a consulta popular visando a soberania da Catalunha «não pode ser realizada», mas afirmou aos jornalistas que demonstrou a Artur Mas a sua disponibilidade para continuar a trabalhar de forma «franca e leal» em tudo o que beneficia os cidadãos da Catalunha a partir do reconhecimento da sua contribuição para o progresso geral da Espanha.

O presidente do governo regional da Catalunha assegurou que, embora seja «difícil», vai continuar a obter um acordo de concertação com o Estado, porque há uma «base legal» sobre a questão do referendo. Artur Mas lamentou o fato de as autoridades espanholas não terem «nenhuma proposta alternativa (as aspirações independentistas da Catalunha) além de dizer que é ilegal».

Todavia, o líder catalão assinalou que um eventual acordo será feito sempre «dentro de um quadro jurídico». Sondagens recentes feitas sobre a matéria indicam que 80 por cento dos catalães querem ter direito a votar sobre o seu futuro político, e 52 por cento defendem a independência, enquanto 24 por cento são contra e 15,9 por cento se declaram indecisos.

Lusa
 

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #49 em: Setembro 10, 2014, 09:36:01 pm »
É impossível impedir referendo sobre independência da Catalunha, diz Artur Mas



O presidente catalão, Artur Mas, considerou hoje «praticamente impossível» impedir eternamente a Catalunha de votar sobre o seu futuro, como pretende o governo espanhol.

«Se a população catalã quer votar sobre o seu futuro, é praticamente impossível impedir isso sempre (...). Penso que que é absurdo pretendê-lo e creio que o governo espanhol deve chegar a essa conclusão», declarou Mas, em entrevista à AFP, na véspera de uma grande manifestação em Barcelona pela independência da Catalunha. O presidente do governo nacionalista catalão empenhou-se em organizar, em 09 de novembro próximo, um referendo sobre a independência desta região do nordeste de Espanha. O governo de Madrid quer impedir esta consulta, que considera inconstitucional. As associações independentistas organizam na quinta-feira uma manifestação em favor do referendo que já conta com meio milhão de inscritos.

Mas estimou que a Catalunha vai beneficiar de um voto da Escócia pela sua independência face ao Reino Unido, em caso da vitória do "sim" no referendo de 18 de setembro, e manifestou-se convencido de que a União Europeia iria querer manter a Escócia independente no seu seio. "Se o 'sim' ganhar, estou absolutamente seguro de que vai haver negociações muito rápidas, mesmo imediatas, para procurar manter a Escócia na União europeia", declarou.

A Comissão Europeia tem repetido que, segundo os tratados, um Estado que nasça de uma cisão de um Estado-membro sairá automaticamente da União Europeia e deve seguir um longo processo de adesão. "Não é pragmático tratar estas questões políticas apenas do ponto de vista estritamente legal", estimou Mas.

Lusa
 

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Lusitano89

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #50 em: Setembro 16, 2014, 02:23:16 pm »
Madrid admite possibilidade de suspender autonomia catalã


O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel García-Margallo, disse que «o Governo vai usar todos os meios à sua disposição, absolutamente todos, incluindo tudo o que haja a incluir» para que «não se realize» o referendo sobre a soberania previsto para 9 de Novembro na Catalunha.

Em conferência de imprensa organizada pelo Fórum Europa Press, o ministro se referia-se claramente à aplicação do artigo 155º da Constituição, que prevê a possibilidade de suspender a autonomia catalã «quando ocorra ou ameace ocorrer uma insurreição ou acto de força contra a soberania ou independência de Espanha». «A única coisa que o governo pode fazer é usar todos os meios à sua disposição, toda a lei, só a lei, mas toda a lei, para evitar um referendo sobre a secessão contrária à lei espanhola, rejeitável pela comunidade internacional e que produziria terríveis efeitos na Catalunha, Espanha e na União Europeia», disse Margallo, segundo o El Mundo.

O presidente do Governo regional catalão anunciou segunda-feira que vai convocar formalmente a consulta sobre o futuro da Catalunha para 9 de Novembro depois da aprovação da nova lei de consultas pelo parlamento catalão, na sexta-feira.

«A consulta de 9 de Novembro não é juridicamente vinculante. Tem cariz consultivo, de acordo com a lei que a apoiará. É evidente que tem consequências políticas e não são menores. Mas as consequências são basicamente políticas e é tarefa dos bons políticos soldar a legitimidade com a legalidade», afirmou Artur Mas.
Na sua intervenção, Mas dirigiu fortes críticas ao Governo central espanhol, apesar de reiterar a sua oferta para procurar consensos, caso haja alguém no executivo em Madrid que queira escutar, negociar e dialogar.

Para Mas, a Catalunha e os catalães estão cansados do tratamento de Espanha que nos últimos anos, através do Governo central, disse «não a tudo», desde o Estatuto de autonomia ao pacto fiscal e à consulta sobre a soberania, disse o presidente do Governo regional.

Lusa
 

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #51 em: Setembro 19, 2014, 05:17:27 pm »
Governo catalão diz que via escocesa é o único caminho para resolver conflitos


O presidente do Governo da Catalunha, Artur Mas, afirmou hoje que o exemplo do referendo da Escócia é o «único caminho» que há para "resolver conflitos", porque na sua opinião «votar une e não separa».

Mas referiu-se ao plebiscito realizado quinta-feira na Escócia no qual, com 55% dos votos, os cidadãos recusaram tornar-se independentes do Reino Unido.
O presidente do Governo catalão, numa declaração para avaliar o resultado escocês, afirmou que o processo defensor da soberania catalã «continua» porque se sente «reforçado» após a experiência da Escócia.

Hoje o Parlamento autónomo da Catalunha vota uma lei para convocar uma consulta defensora da soberania, que o executivo dessa região quer que seja realizado a 9 de Novembro, e à qual o governo espanhol se opõe, por considerá-la inconstitucional.

Mas afirmou que «votar une e não separa» e pediu ao governo espanhol que «entenda» que «o que separa é não poder votar». Acrescentou também que o exemplo escocês evidenciou que «quando se deixa votar também se pode ganhar», mas que «deve-se ganhar democraticamente», assegurando que a cada dia que passa é maior o «erro de tentar bloquear um processo político só pela arquitectura legal e pelas leis», quando o «conflito é político». «Cada vez que há um ´não` em Madrid cria-se mais animosidade», disse Mas, dirigindo-se ao governo do Estado, lembrando que «um democrata autêntico não bloqueia um plebiscito».

Segundo Mas, após a «lição britânica e escocesa», o processo defensor da soberania catalã «continua em frente».

Portanto, a aposta do presidente do Governo da Catalunha é realizar agora uma «opção parecida» com o referendo escocês com a consulta defensora da soberania do dia 9 de novembro, já que é «a maneira europeia, a maneira do século XXI» de enfrentar a resolução de «conflitos» como o catalão, assegurou. Por seu turno, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, fez hoje um apelo à reflexão para «unir e não dividir», lembrando a quem defende o processo de soberania na Catalunha que «todos somos obrigados a respeitar as leis» e a Constituição.

Lusa
 

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #52 em: Setembro 30, 2014, 12:55:37 am »
Artur Mas considera Governo espanhol "hostil"


O presidente catalão Artur Mas considerou hoje "hostil" a atitude do Governo espanhol, por apresentar recursos judiciais contra a consulta independentista, criticando também a "velocidade supersónica" do Tribunal Constitucional (TC) para a travar.

Mas falava na apresentação no Palau da Generalitat, sede do Governo regional, do Livro Branco da Transição Nacional da Catalunha, documento que reúne os 18 relatórios do Conselho Assessor para a Transição Nacional (CATN), produzidos nos últimos meses.

Os comentários de Mas, em Barcelona, foram feitos depois de, em Madrid, o Tribunal Constitucional, reunido num plenário extraordinário, ter admitido a entrada dos dois recursos de inconstitucionalidade contra a consulta independentista aprovados hoje pelo Governo, uma decisão que suspende aquela iniciativa catalã.
O TC, que recebeu os recursos ao início da tarde, convocou de imediato um plenário extraordinário que decorreu em Madrid e seus os 12 elementos do tribunal admitiram a tramitação dos recursos.

Artur Mas rejeitou o argumento do Governo, garantindo que a consulta de 9 de novembro "não é um referendo encoberto" e, como tal, não pode ser considerada ilegal.
Para Mas, em vez de ser um Estado de "convicção democrática plena" que já estaria, neste momento, a debater o voto 'sim' ou 'não', o Governo espanhol prefere adotar a postura de "nem perguntar, nem deixar perguntar" aos cidadãos.

O presidente catalão instou o TC a exercer verdadeiramente o papel de árbitro que lhe confere a lei, procurando ser um tribunal "de todos" e não unicamente de uma parte interessada, a do Governo central.

A suspensão cautelar tem uma vigência de cinco meses, um prazo findo o qual se o TC ainda não ditou sentença, deve decidir se prorroga a medida cautelar ou a levanta.
Especialistas antecipam que não deverá haver uma decisão final antes da data prevista da consulta, a 9 de novembro.

Ainda assim, durante o período de suspensão, a Generalitat, o Governo regional catalão, não poderá levar a cabo qualquer ação relacionada com a consulta, incluindo a campanha que começou no sábado e os preparativos logísticos.

Lusa
 

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #53 em: Novembro 12, 2014, 04:12:59 pm »
Espanha processa presidente da Catalunha por desobediência e desonestidade

Tribunal Constitucional chumbou a realização da consulta popular, mas o presidente da Catalunha decidiu avançar com a iniciativa.

 :arrow: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.as ... did=168499
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #54 em: Maio 23, 2017, 12:45:12 am »
Independência da Catalunha debatida em Madrid


 

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Túlio

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #55 em: Julho 25, 2017, 07:27:03 pm »
Catalunha quer votar, de novo, sua independência. Qual o status da demanda

Rafael Iandoli 12 Jun 2017 (atualizado 12/Jun 22h13)

Governo regional catalão anunciou que o pleito está marcado para outubro, mas primeiro-ministro da Espanha não deve permitir que isso aconteça

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/06/12/Catalunha-quer-votar-de-novo-sua-independ%C3%AAncia.-Qual-o-status-da-demanda

!!!DO NOT FEED THE TROLLS!!!
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Catalunha começa a querer independencia?
« Responder #56 em: Dezembro 22, 2017, 03:35:57 pm »
Catalunha: a clara incerteza

A maravilhosa democracia tem destas coisas. Depois dos meses de alta tensão na Catalunha, as eleições locais clarificaram muita coisa mas também deixaram quase tudo por decidir sobre o futuro.

21 de Dezembro de 2017

A primeira nota que é importante destacar é a imensa mobilização política: uma abstenção na casa dos 18% é um valor histórico em termos europeus, que confirma a intensidade com que a política domina a vida na Catalunha. O segundo ponto fundamental é que os catalães recusaram as vozes mais extremadas: penalizaram o Partido Popular de Mariano Rajoy com a irrelevância nas urnas, recusando a intransigência e a violência com que as autoridades reagiram. Nada que as mais sensatas cabeças dos Populares de Madrid não esperassem, mas a verdade é que, perdendo, Rajoy também ganhou: a convocação do artigo 155.º visava repor a normalidade constitucional e essa ocorreu numa eleição absolutamente tranquila. Os extremistas da CUP tiveram uma derrota com dimensão inesperada, trazendo um dado novo: o bloco independentista já não precisa dos radicais que passaram os últimos meses a forçar o confronto — e que tinham mesmo boas razões para recusar as urnas, onde sabiam não ter hipóteses, procurando a força da rua à boa medida da extrema-esquerda populista.

A vitória (à hora da escrita) dos Cidadãos deve-se em grande medida à sensatez de Inés Arrimadas e também à sua capacidade de reunir os consensos de quem não quer ser independente mas também não se revê na intolerância do Partido Popular. Puigdemont, esse sempre-em-pé, confirmou que deu os passos certos para se manter bem vivo. Mesmo a partir de Bruxelas, manteve a sua voz bem audível e consegue mesmo ser o líder do bloco independentista. Ganhou — mas também perdeu, porque a fuga para a Bélgica procurava dar um palco internacional à questão catalã e essa não ocorreu nunca. Nem um único flamengo ou escocês apoiou a declaração unilateral de independência proclamada por Puigdemont, o que não é de somenos numa Europa em que os problemas nacionais estão muito mal resolvidos. Quando quiser voltar a falar com Madrid, terá a voz reforçada pela votação (e pela possível liderança de um novo governo regional), mas também fragilizada pela falta de apoios europeus e por não ter vencido as eleições. A táctica e a estratégia serão determinantes nos próximos tempos, mas será preciso ter enormes doses de bom senso. Puigdemont deverá tentar regressar, mas só se o Estado espanhol abdicar de o prender — o que exigirá alguma ginástica diplomática e retórica. Aliás, caso a lógica impere, Madrid estará obrigada a deixar de tomar decisões em nome dos catalães. Mas a lógica não tem sido a regra e será preciso cedências de parte a parte. Importa recordar que o Governo central só quer negociar os termos da autonomia e que quem agora tem maioria no parlamento catalão só quer negociar os detalhes da... independência.

https://www.publico.pt/2017/12/21/mundo/editorial/catalunha-a-clara-incerteza-1796915?page=/&pos=1&b=stories_cover__breaking_a
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.