Sistema de segurança português

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TOMKAT

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Sistema de segurança português
« em: Junho 23, 2006, 07:03:15 pm »
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Sistema de segurança desajustado  

Estudo considera sistema português pouco ajustado às novas ameaças do terrorismo

O sistema de segurança português não está ajustado às novas ameaças do terrorismo e do crime organizado. É uma das conclusões de um estudo apresentado, esta quinta-feira, que também aponta o excesso de tutelas e falta de coordenação entre as várias polícias em Portugal.
 
 
Uma legislação desadequada às novas ameaças como o terrorismo e a dispersão e sobreposição de competências das forças de segurança são críticas apontadas num estudo sobre segurança interna encomendado pelo Ministério da Administração Interna (MAI).

A primeira parte do estudo, realizado pelo Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, foi esta quinta-feira, apresentada e aponta vários erros ao actual sistema de segurança interna.

Segundo o relatório, coordenado por Nuno Severiano Teixeira, antigo ministro da Administração Interna no Governo de António Guterres, o conceito de segurança está em transformação e a legislação portuguesa, datada de 1987, não tem acompanhado as mudanças.

Forças de segurança a mais vs sobreposição de competências

Em Portugal, a segurança interna é exercida por "um vasto e extravagante conjunto", de forças e serviços de segurança como a GNR, PSP, PJ, SEF e SIS e "órgãos dos sistemas de autoridade marítima e aeronáutica", com "sobreposição das atribuições e competências".

O estudo critica também o facto de as diversas forças de segurança estarem "dispersas pela tutela do primeiro-ministro e de quatro ministros: o da Administração Interna, o da Justiça, o da Defesa Nacional e o das Obras Públicas, Transportes e Comunicações", o que acarreta "ineficiências na utilização dos instrumentos de cooperação policial europeus".

Ministro defende alterações no sistema após debate profundo

Segundo o ministro da Administração Intena o Governo concorda que o sistema de segurança interna deve ser alterado. Ao mesmo tempo António Costa diz que ainda vai reflectir sobre o diagnóstico feito pelo estudo apresentado.

"A lei de segurança interna tem quase 20 anos (1987) e está na altura de se fazer uma reflexão do exterior do sistema, para que haja liberdade e capacidade de análise critica sobre o mesmo", afirmou o ministro.

Segurança a braços com terrorismo e crime organizado

Segundo o governante, o estudo demonstra a necessidade de o sistema sofrer uma intervenção para se adaptar melhor à actual realidade da segurança, a braços com novas ameaças e riscos, como o terrorismo, pandemias e o crime organizado.

As decisões governamentais foram remetidas para depois das recomendações que deverão chegarão ao MAI no final do ano.

Dirigentes sindicais reconhecem falta de cooperação no sector

Dirigentes de estruturas sindicais e associativas da PJ, PSP e da GNR concordam que há falta de cooperação entre forças e serviços de segurança, como indica o relatório mencionado.

"Concordo com a análise feita no documento em cerca de 90 por cento. Grande parte do estudo é pacífico, é verdade que existe falta de coordenação entre órgãos de polícia criminal e que muitas vezes se faz trabalho em duplicado", disse  o presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária, Carlos Anjos.

Por sua vez, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, Paulo Rodrigues, concordou com o estudo, no sentido de que "a reestruturação das forças e serviços de segurança tem que ser feita. Mas salvaguardando os direitos dos profissionais das forças de segurança, nomeadamente da Polícia de Segurança Pública", ressalvou.

"Há questões que têm de ser corrigidas para bem da segurança do país e dos cidadãos", frisou José Manageiro, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda, defendendo que "os interesses corporativos devem ser abandonados em favor da eficácia da actuação das forças e serviços de segurança".

Com Lusa


fonte:http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/20060622sistemadeseguran%C3%A7aportuguesdesasjustado.htm

Tantos anos para descobrir o óbvio...
Vamos ver se não se muda para pior, com os do costume a defenderem as suas capelinhas... :roll:
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #1 em: Junho 24, 2006, 11:16:56 am »
Amen!  :wink:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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lecavo

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Reestroturação das forças de segurança
« Responder #2 em: Julho 14, 2006, 11:12:22 am »
Viva! Quanto a este assunto, que muito me interessa, há que dizer, que o nosso modelo actual - "sistema" - de segurança interna - vulgo polícias - data de mil novecentos e troca o passo, quando o então chefe do Estado Novo assim o construiu, à sua imagem e de acordo com as suas necessidades - claro!
Hoje, 32 anos após o 25 de Abril, este modelo não faz sentido. Tanto mais, que sendo nós um país tão pequeno e com tanta falta de recursos financeiros, manter um sistema tão extenso de forças policias, com tudo de mau que isso tem, nomeadamente a falta de cooperação e coordenação, a dispersão de informação, a sobreposição de competências e não menos importante, a enorme dispêndio financeiro. Reparem que em cada sede de Distrito temos 3 e nalguns casos 4 instalações (sedes - edifícios) policiais (PSP; GNR; PJ; SEF e PM). Cada uma destas forças policiais, tem um comandante/director, 2º. Comandante/subdirector, etc., com as respectivas viaturas distribuídas.
A Áustria; a Bélgica e a Grécia uniram recentemente todos os seus corpos policiais num só!!!!! A Áustria fê-lo em 2004, juntou a Polizei (policia urbana), a PolizeiKriminal (equivalente à PJ) e a Gendarmerie (policia rural - GNR) num único corpo nacional de policia. Claro está que este corpo policial é de carácter civil. Na Bélgica e na Grécia aconteceu o mesmo.
Na minha opinião, deveriam ser extintos todos os corpos policiais existentes (a Guarda Prisional ficava de fora, a sua função é tão especifica e não sendo um órgão de policia criminal, julgo que se deveria manter. Mas teria de ter um estatuto exactamente igual ao da policia nacional) e criar um corpo único - POLÍCIA. Com um estatuto civil. Os militares (com todo o respeito que me merecem) devem ficar dentro dos quartéis, já que a sua função não deve ser a de segurança interna. Essa fica exclusivamente entregue a um corpo nacional de polícia civil (é o que acontece em todos os países do norte da Europa, não é nada de novo).
Mas não creio que isso alguma vez se venha a fazer em Portugal. Há demasiados interesses instalados. Como não há dinheiro, não se poderia elevar o "estatuto" dos "outros" para o nível da PJ. Estes também não aceitavam (e muito bem) baixar o deles. Os oficiais da GNR também não estariam pelos ajustes, iam perder muitas das regalias (algumas de carácter feudal -que me desculpem o termo, mas não compreendo a existência de uma força policial como a GNR, num estado democrático) que têm. O mesmo se passava com os oficiais da PSP. Vivemos num país, onde os elementos policiais melhor formados (pelo menos são os que têm mais formação), que são os oficiais de polícia e da GNR, não fazem serviço de segurança efectiva, estão apenas a fazer trabalho burocrático - secretaria. Na PSP os Subcomissários ainda comandam uma esquadra, mas assim que são promovidos, passam a fazer apenas serviço burocrático. Tanto quanto sei, na GNR ainda é pior, os oficiais não comandam postos, os postos são comandados por sargentos.
Temos uma infinidade de postos de oficial. Na PSP são 6. Na GNR 7!!!!!! Para quê? Apenas para satisfazer o seu interesse pessoal, porque ao cidadão isso nada interessa. Na minha opinião, 4 postos de oficial chegavam bem. Na PSP as esquadras passariam a ser comandadas por Comissários e os subcomissários seriam seus adjuntos (ganhavam experiência para depois de promovidos a comissário, poderem comandar uma esquadra com experiência adquirida). Acima de comissário teríamos dois postos de chefia. Na GNR teria de ser semelhante, embora compreenda que certos postos são tão pequenos que possivelmente não se justificaria um capitão a comandá-los, mas então seriam comandados por um tenente.
Estas medidas aliadas a uma desburocratização efectiva, acabar com serviços tais como baristas, cozinheiros, empregados de mesa, mecânicos, electricistas e etc., teríamos certamente muitos mais policias na rua e poderíamos baixar a enorme conta que todos pagamos com a segurança interna, pois não seriam necessários 50 mil polícias (que é o numero actual – a Áustria com uma população semelhante à nossa, tem apenas 21 mil agentes policiais, mais 3 mil funcionários civis a fazer serviços burocráticos!!!!!! É obra não é!!!!! Cerca de 50 mil em Portugal!!!!! Alguém os vê na rua?????
Um abraço.

--Lecavo
 

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Lightning

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« Responder #3 em: Julho 14, 2006, 12:03:05 pm »
Eu percebo que para um pais com o tamanho de Portugal era melhor ter uma única força de segurança mas se algum dia acontecer não me parece que seja a PSP a ficar, a maior parte territorial do pais está sob a responsabilidade da GNR, além disso a GNR comanda unidades muito especificas como a Brigada de Transito, Brigada Fiscal e recentemente ficou acordado que seria só a GNR a ter capacidade de Operações Especiais e Anti-Motim (percebo com isso a extincão do GOE e CI) além de a Policia Maritima ser transferida da Marinha para a GNR, a componente portuguesa da EUROGENFOR vão ser da GNR, a GNR enviou forças para o Iraque e Timor, penso que a GNR tem actualmente dentro do Estado um estatuto muito superior ao da PSP, e só tem aumentado ultimamente...
 

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Yosy

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« Responder #4 em: Julho 15, 2006, 12:43:00 pm »
Citação de: "Hélder"
e recentemente ficou acordado que seria só a GNR a ter capacidade de Operações Especiais e Anti-Motim (percebo com isso a extincão do GOE e CI)


 :shock:

Não sabia disso, mas aprovo a ideia. O GOE e o CI serem transferidos para a GNR - não extintos.
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #5 em: Julho 15, 2006, 04:24:01 pm »
Foi apenas um estudo, ainda não foi nada aprovado.  :wink:
Na verdade os responsáveis politicos já desmentiram que isso fosse acontecer.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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lecavo

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« Responder #6 em: Julho 21, 2006, 12:58:46 am »
Continuamos no mesmo disparate. Nada de PSP, nada de GNR, nada de PJ e nada de outras quaisquer. Eram todas extintas e formava-se um corpo único. Olhem para os países mais desenvolvidos da Europa e vejam que eles têm apenas um corpo de polícia e os que têm mais de um, estão a unir todos num só! Faz todo o sentido. Torna o serviço mais eficiente e mais barato. Será que neste país os interesses pessoais de alguns conseguem afectar tantos!!! Li algures aqui neste forum a opinião de alguém, que defendia a existência da GNR e da PSP, porque assim se mantinha o equilíbrio de forças!!!! Fiquei parvo com tal afirmação. Equilíbrio para quê? Mas alguém está em guerra? Há alguma necessidade de haver equilíbrio entre forças de segurança? Mas que disparate é este! a população necessita é de uma força de segurança motivada, equipada convenientemente, organizada e capaz de responder às suas necessidades. Isso hoje não acontece, há informação que não corre entre todas as forças de segurança e quando corre, corre lentamente. Tem de passar por muitos canais, quando chega ao destina, geralmente já vai tarde.
Claro que o equilíbrio que este alguém falava, fazia sentido no tempo da outra senhora, estava-se em ditadura, havia o risco de alguém se revoltar (o que veio a acontecer) e nesse caso era necessário haver outra força que pode-se equilibrar as "espingardas". Hoje, em plena democracia, integrados na União Europeia, não há qualquer possibilidade de golpes de qualquer espécie, então para quê este modelo, caro e tão pouco eficiente? Eu só vejo uma razão: Regalias de uns poucos de oficiais e funcionários superiores das diversas forças de segurança, que fazendo lobby vão conseguindo travar esta mudança. Estas pessoas entram para os quadros e é-lhes garantida uma carreira como mais nenhum funcionário público tem. Têm direito a viatura e a motorista!!!! Para quê o motorista, mas então estes senhores não sabem conduzir? Para quê esta mordomia? Reparem nos professores, não são promovidos de 4 em 4 anos! Os funcionários das finanças, tb não são promovidos de 4 em 4 anos!!!!, os funcionários dos tribunais, etc.
Que ninguém pense que eu tenho alguma coisa contra os oficiais ou funcionários superiores das forças e serviços de segurança, nada disso. Apenas exprimo a minha opinião, no sentido de garantir um serviço de segurança mais eficiente. Não é possível haver organização sem hierarquia. Agora pode é haver organização com hierarquia sem privilégios desnecessários e com eficiência.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Lightning

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« Responder #7 em: Julho 21, 2006, 01:04:26 am »
Deve ser para quando uma fizer greve existir sempre uma alternativa.
 :toto:
 

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lecavo

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« Responder #8 em: Julho 21, 2006, 01:29:44 am »
Ainda há mais a dizer. Alguns tb defendem a não junção das forças, porque umas são civis, outras militares e outras assim assim e etc. Mas qual é o problema? Então as pessoas não são capazes de se adaptar a uma nova realidade? Mas então os austríacos, belgas, gregos e suecos são mais espertos ou mais adaptáveis que nós? Este argumento tb não me convence. Quando as pessoas vêm da tropa para a PSP ou PJ, adaptam-se perfeitamente, nunca ouvi ninguém a dizer que tinha sentido dificuldade e passaram de uma "organização" militar para uma civil!!!! Então será que todos os militares da GNR e da Polícia Marítima também não seriam capazes de se adaptar a uma organização de carácter civil. Quando digo organização de carácter civil, não quero dizer que os GNR e os Outros fossem integrados na PSP, porque também temos a PJ que sendo civil, tem uma filosofia própria. O que eu defendo é a criação de um corpo nacional de polícia, criado de novo, com uma mística que teria de ser criada por todos e onde todos teriam um lugar a ocupar.
Podem crer que se estes países ricos, onde a segurança funcionava bem o estão a fazer, é porque vêm nisso uma grande mais valia. Caso contrário nunca o fariam. O caso da Áustria, é dos países mais seguros no mundo. Então se o sistema funcionava, porque o haveriam de alterar? Certamente porque chegaram à conclusão que o sistema era caro e que é possível poupar dinheiro e aumentar a eficiência unindo todos num só. Até porque o tipo de ameaças que os países ocidentais, têm de enfrentar hoje, não se coadunam com uma dispersão de informação por diversos departamentos, que numa lógica de capelinhas não a fazem circular, vulnerabilizando-se, aumentando os riscos e consumindo meios, no mesmo esforço. Quem vive por dentro deste meio, conhece imensas histórias de pessoas e organizações a ser investigadas por mais de uma polícia ao mesmo tempo, sem que a outra saiba. Aconteceu-me há uns anos, ir fazer uma busca a casa de um traficante e por feliz/infeliz coincidência encontramo-nos lá com pessoal da GNR que tb ia fazer uma busca aquela casa por tráfico, mas no âmbito de outro processo. Reparem que até no tribunal (que era o mesmo) ninguém se deu conta do que estava a acontecer!!!!! Podia contar aqui inúmeras histórias destas que já aconteceram e vão continuar a acontecer..... mas enfim, é o país que temos e possivelmente vamos continuar a ter!!!!! porque estou em crer, que não vai haver coragem para avançar para uma solução destas. Vão arranjar uma qualquer trapalhada, para tapar o sol com a peneira e vai continuar tudo na mesma.
Um abraço.

--Lecavo
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #9 em: Julho 21, 2006, 01:35:30 am »
Fundir a PSP com a GNR é algo que eu apoio totalmente, no entanto tenho algumas questões a colocar. A GNR é uma instituição de natureza militar, já enviamos para Timor-Leste e para o Iraque miliatres do RI. Numa possível fusão de certeza ia resultar uma nova instituição com cariz mais civil. Será que iamos a ter unidades capazes de serem enviadas lá para fora?
Outra coisa, a PJ é uma instituição com caracteristicas e missões bastante diferentes da PSP e da GNR, como tal sou contra qualquer tentativa de acabar-se com esta instituição. Prefiro mantê-la como ela está...bem talvez com um orçamento de jeito (que já dava jeito)!
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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lecavo

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« Responder #10 em: Julho 21, 2006, 01:46:21 am »
Antes da GNR mandar pessoal para fora, já a PSP os lá tinha!!!! Antes dos militares da GNR chegarem a Timor já lá estavam PSP e outros polícias de Forças policias civis de todo o mundo. Portugal mandou a GNR para o Iraque, porque o governo daaltura não conseguiu enviar os militares (politiquices).
Quanto à PJ. Não vejo porque há-de ser diferente. Cada macaco no seu galho. Os conhecimentos deles não eram desaproveitados, bem pelo contrário. Eram uma mais valia para a nova polícia nacional. Onde é que eles  são diferentes dos Austríacos; Belgas; Suecos; Finlandeses; Gregos e etc? francamente não vejo problema nenhum na junção de todos num só. Claro que acho que todos deveriam ter um lugar próprio no novo corpo nacional. Ninguém sairia desprestigiado com isso.
Não sei onde é que nós podemos ser diferentes dos outros! seremos menos inteligentes? menos adaptáveis? menos empenhados? menos profissionais? francamente não vejo qualquer razão para termos mais de um corpo de policia.
Um abraço.

--Lecavo
 

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lecavo

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« Responder #11 em: Julho 21, 2006, 12:23:58 pm »
A GNR foi para o Iraque, foi feita uma grande algazarra à volta disso (felizmente voltaram todos) e todos sabemos porque é que eles foram e não foram os militares.
Foram preparados durantes meses, compraram-se viaturas blindadas e quipamentos vários, necessários aquela missão, etc. Tudo bem, pois se queriam que eles fossem, que fossem bem equipados, até aqui.... nada a dizer.
Mas vamos analizar isto com calma. Todos sabemos que os agentes policiais andam na rua com pistola velhas, algumas com 60 (sessenta) anos. Viaturas? estão velhas e as novas que vão chegando, não chegam para as encomendas. Meios de comunicação? nem vale a pena falar. Meios informáticos? julgo que também não é necessário dizer nada (neste momento apenas a PSP está devidamente modernizada).
Bem, o armamento e os outros equipamentos que foram comprados para o pessoal que foi para o Iraque, tb podem ser usados em Portugal. Mas e as viaturas blindadas? o que dizer da sua compra! não foram baratas! não sei quanto custaram, mas deve ter sido uma furtuna! Claro que fica bem nos noticiários: GNR aqui!; GNR acolá!, etc. Mas para o cidadão nacional comum, que circula a pé ou de carro pelas artérias deste cantinho à beira mar plantado, ou que se encontra a trabalhar ou a descançar num qualquer edificio e necessita da ajuda da polícia, qual é a utilidade das viaturas blindadas? Nenhuma! vão ser usadas para patrulhar a Cova da Moura? será que nós queremos a Cova da Moura patrulhada por "Chaimites"? Isto é tudo um disparate destes politicos que se "governam" neste pobre país. O que é que nós fomos fazer ao Iraque? gastar dinheiro! aquilo está na mesma, cada dia aumenta mais a violência. Reparem que os ingleses e americanos não manmdaram para lá polícia. Nunca me preocupei em saber qual foi o custo total da missão da GNR no Iraque, mas deve ter  sido uma furtuna. Esse dinheiro tinha dado para comprar todos o equipamentos e armamento necessário à modernização das nossas forças de segurança. Mas claro que isso não interessa nada aos dirigentes da Guarda e muito menos aos politicos. Interessa-lhes muitos mais aparecer na TV, todos bonitos (para a fotografia). Nós todos (policia e cidadãos) que se amolem.
A GNR foi para Timor e todos bateram palmas, mas quem paga a conta somos nós! mas será que temos de ter sempre esta actitude paternalista para com os timorenses? quer dizer, eles armam lá confusão e nós, ala para lá, tipo paisinho daquela gente toda, acalmar a coisa. Mais uns milhões para pagar a conta. Depois aqui, falta dinheiro para as forças de segurança.
Muitos policias estão no estranjeiro em missões. Concordo plenamente, são voluntários, querem ir, que vão. Mas quem lhes paga o ordenado é a ONU. Assim concordo, agora sermos nós a pagar a conta, como no Iraque e agora em Timor, desculpem, mas eu não concordo. Quando foram para o Iraque, dizia-se que se estava a investir no futuro, para quando aquilo fosse reconstruido, também lá irmos "mamar" alguma coisa! será que alguém ainda acredita nisso? Se esse dinheiro tivesse sido investido na aquisição do que faz falta para equipar as forças de segurança.....
Um abraço.

--Lecavo
 

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Marauder

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« Responder #12 em: Julho 26, 2006, 12:29:29 pm »
Citação de: "lecavo"
Bem, o armamento e os outros equipamentos que foram comprados para o pessoal que foi para o Iraque, tb podem ser usados em Portugal. Mas e as viaturas blindadas? o que dizer da sua compra! não foram baratas! não sei quanto custaram, mas deve ter sido uma furtuna! Claro que fica bem nos noticiários: GNR aqui!; GNR acolá!, etc. Mas para o cidadão nacional comum, que circula a pé ou de carro pelas artérias deste cantinho à beira mar plantado, ou que se encontra a trabalhar ou a descançar num qualquer edificio e necessita da ajuda da polícia, qual é a utilidade das viaturas blindadas? Nenhuma! vão ser usadas para patrulhar a Cova da Moura? será que nós queremos a Cova da Moura patrulhada por "Chaimites"?


Mais ou menos..."do futuro ninguém sabe.."..

Está um video interessante acerca do BOPE...que utiliza um veiculo (caveirão) que bem que poderia ser uma Iveco blindada.
http://www.forumdefesa.com/forum/viewto ... c&start=15

Mas claro que a Cova da Moura não é tipo Favela...mas por vezes...

Carros blindados a GNR sempre teve...penso que à uns anos atrás tinha uns que faziam lembrar os Daimler da 2ª guerra mundial.
 

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othelo

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« Responder #13 em: Julho 27, 2006, 10:22:04 am »
Já concordei com tudo o que aqui é dito a 100%, passados uns tempos e tendo conhecimento de algumas politicas propostas e de outros dados, passei a concordar a 50% e actualmente, tendo conhecimento de dados divulgados por alguns jornais e autoridades internacionais na matéria, já não sei se será assim tão boa ideia.
Na maioria dos paises europeus, onde se procedeu à agregação de todas as forças policiais, numa só força e comando, a mesma não correu da melhor forma, tanto que em alguns deles, tais como na Bélgica e na Austria, já se equaciona a profunda restruturação não só do comando, como da própria Policia.

No caso Português, temos que contar com a profunda divergência de mentalidades (que só convergem no "secretismo" e vontade de preservar a "quintinha"), formas de actuar existente entre a PSP, GNR e PJ.
Não estou a acreditar que a PSP (generalidade dos elementos), aceite um (ainda maior) endurecimento do RD/PSP e passar a a ser ou a actuar como uma força militar, nem de igual forma a GNR (seus comandos e alguns Sargentos) abdicarem do estatuto e regime militar, assim como não vejo a PJ, aceitar o "convivio" com as outras forças policiais e a perder os previlegios de corpo superior de Policia e dados pela permanência no Ministério da Justiça.

Isto é uma matéria ampla de discussão e que dada a intransigência de todos os envolvidos, não acredito que venha a ser levada a bom porto.
Olho por Olho, Dente por Dente
 

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Marauder

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« Responder #14 em: Julho 27, 2006, 10:47:40 am »
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Forças policiais: ASFIC apresenta argumentos anti-unificação
A Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) da Polícia Judiciária (PJ) vai apresentar, esta quinta-feira, em Lisboa, um livro intitulado Modelos de Polícia e Investigação Criminal, com vários depoimentos de ex-governantes e investigadores criminais, oriundos de nove países diferentes, nos quais é colocada em causa a unificação das várias polícias criminais.

A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do jornal Público, que, citando declarações de Carlos Anjos, presidente da ASFIC, revela que «o livro em causa reúne intervenções de responsáveis das polícias inglesa, canadiana, belga, espanhola, francesa, portuguesa, alemã, italiana e austríaca», sendo que, «comum a todos eles, é o reconhecimento da falência dos sistemas de investigação criminal que resultaram, nesses mesmos países, da unificação, numa só força, de todas as polícias».

Para o sindicalista, o teor das intervenções dos diversos responsáveis policiais, cujos depoimentos foram compilados após a realização, em Março, no Porto, do I Congresso de Investigação Criminal, «contraria quase totalmente o que foi preconizado por Nuno Severiano Teixeira [actual ministro da Defesa e ex-ministro da Administração Interna]».

«O estudo de Severiano Teixeira tem virtudes, porque compara modelos, mas tem igualmente evidentes lacunas, uma vez que nunca se pronuncia acerca da qualidade desses mesmos modelos», refere ainda Carlos Anjos, a propósito do trabalho supervisionado pelo antigo titular do MAI e cuja elaboração custou ao ministério cerca de 75 mil euros.

As intervenções dos especialistas europeus que colaboraram na feitura do livro contrariam uma eventual sugestão de Severiano Teixeira em unificar as diversas forças policiais portuguesas, com o belga Lode van Outrive, por exemplo, a lembrar que no seu país, após cinco anos de unificação das forças policiais, todo o sistema está a ser revisto, tendo sido demitida, em Março deste ano, toda a estrutura dirigente então nomeada.

Para o director do Centro de Estudos de Segurança de Barcelona e director do Centro de Formação na Área da Segurança da ONU, o espanhol Amadeu Recasens et Brunet, é incompreensível a intenção das autoridades nacionais de avançarem para novos e diferentes modelos securitários, atendendo a que, por exemplo, as forças policiais portuguesas foram as únicas na Europa a desmantelar totalmente uma organização terrorista (FP 25 de Abril).

O mesmo responsável defende ainda o actual modelo português, dando como exemplo de eficácia na segurança a realização de eventos como a Expo-98 e o Euro 2004, refere o Público.

27-07-2006 8:30:23


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=237666