-De facto não sabia!? (E gostava de saber)...
- Mas desde já penso que o Leopard está muito à frente das nossas capacidades tecnológicas (Até o I quanto mais o II)... Consegue imaginar, em termos de manutenção, quantos elementos são precisos para manter este tipo de carro, operacional e fazer as manutenções periódicas???
Bem, neste caso devo discordar.
O M-60A3TTS, é tecnologicamente equivalente ao Leopard-I. Além disso, é igualmente equivalente em termos de peça principal. Em alguns aspectos eo M-60A3TTS é superior, nomeadamente no que respeita a blindagem.
Os M-60 que estão em Portugal foram construidos em 1979 e a versão TTS, é a mais moderna que foi produzida.
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Relativamente ao SMO, eu infelizmente não tenho a mesma opinião. Se é verdade que quem vai para a tropa não é o pessoal mais qualificado, desengane-se se acha que a tropa estava muito capacitada, com o pessoal do SMO. A nível de oficiais (aspirantes) e sargentos (furrieis) a diferença não é tão significativa, mas no que respeita a praças, meu amigo, quando estive na tropa, havia uns individuos de infantaria, que estavam destacados para fazer guardas. O seu nível de instrução era de aproximadamente 6 anos de escola.
Lembro-me que tive dificuldade o que me disse um soldado "pronto" com formação em armas anti-atanque, que não sabia sequer pronunciar a palavra TOW. Lá me explicou atabalhoadamente o funcionamento da tal coisa, confessou que nunca tinha disparado nenhum, porque aquela M###### era cara comó ######. E disse ainda que nunca tinha visto nenhum ser disparado.
Esta era a realidade do SMO. Os homens recebiam formação teórica na recruta de 3 meses, e depois andavam a fazer guardas durante os restantes 9 meses, até passarem à disponibilidade.
Como este havia milhares.
O que é que você acha melhor?
Ter um recruta e depois soldado que tem que aprender, e que vai estar de quatro a oito anos na tropa, e vai de certeza disparar, ou pelo menos ver disparar misseis TOW durante o seu serviço militar?
Ou um individuo, que tem uma formação básica, e que uns meses depois já não sabe sequer pronunciar o nome da arma que lhe colocaram nas mãos?
Além disto, cada vez mais, o soldado no campo de batalha será uma pessoa com formação cada vez mais elevada. O desenrascanço do Zé portuga, decorre muitas vezes da falta de formação académica minima.
Se o mesmo Zé Portuga tiver formação, e juntar ao "desenrascanço" conhecimento técnico, será uma arma temível.
O SMO devia ter começado a acabar logo a seguir ao 25 de Abril. Só serviu para justificar a continuação de unidades militares mortas, caducas e comandos total e absolutamente inuteis.
O SMO, servia para alguns senhores do Quadro Permanente, quando percebiam que havia soldados com jeito para mercenaria, ou serralharia ou contrução civil, lhes pagarem mais uns tostões para pintar ou construir paredes, consertar móveis e por aí fora, porque os praças não recebiam nada.
Sabe o que me diziam, quando eu apontava o problema?
"-Eles até gostam, porque assim ganham uns cobres..."
Que conveniente, não?
A isto chama-se "Paz Podre". Toda a gente sabe que está mal, mas como se vai ganhando e beneficiando alguma coisa com o sistema, fecha-se os olhos e olha-se para o lado.
E quando estive na tropa, eu só vi da missa a metade, porque estava numa unidade pequena.
Mas, por todas as razões, eu continuo, também, a achar que não estamos em nenhum "fim de linha".
Cumprimentos