Só para dizer que também me parece que o programa em causa se começava a tornar repetitivo, ainda que eu assistisse sempre que possível.
O problema é que a mensagem de Medina Carreira, se torna repetitiva. Ele diz sempre o mesmo e já sabemos o que ele diz de cor:
Estamos numa crise economica.
Uma familiar dele gostava da ditadura de 1926, porque a partir daí passou a receber a pensão a tempo e horas.
A dimensão do estado nunca foi tão grande quanto agora e por isso nem que voltasse o Salazar e aplicasse as politicas que aplicou nos anos 30 seria possível resolver o problema.
Os gráficos, sobre o problema da despesa do estado dá sempre no mesmo e diz sempre a mesma coisa: São os beneficios sociais que fizeram disparar o deficit. As restantes questões (falências de bancos, compra de submarinos, salários dos politicos e dos administradores de empresas do estado) pouco ou nada representam quando comparadas com o problema das pensões, subsidios e sistema de saúde.
O problema é que a mensagem chegou a quem a compreende.
Mas não consegue chegar a uma parte consideravel da população que não a entende nem vai entender nunca porque não vê o programa, porque à mesma hora deve dar uma telenovela, um programa desportivo ou um concurso muito mais importante.
Essas pessoas que não vêm o programa do Mario Crespo com o Medina Carreira, só se vão aperceber do problema quando o estado lhes cortar a pensão, o subsidio ou quando deixar de haver médico no hospital.
E a verdade é a que é.
Os governos tentam manter-se no poder distribuindo benesses e subsidios.
A oposição ataca sempre os governos, utilizando todo o tipo de expediente, mesmo que agindo de forma absolutamente irresponsável.
Quando vemos o discurso do Bloco de Esquerda ou do PCP, tudo, absolutamente T-U-D-O implica mais gastos e mais dinheiro. Toda a gente quer que se apoie isto e aquilo, mas absolutamente ninguém explica de onde vem o dinheiro.
O presidente ou S.Geral da CGTP disse uma vez uma coisa interessante num programa de TV:
O dinheiro aparece sempre.
É esta mentalidade que não pode continuar. A ideia de que o estado acabará por parecer com uma solução.
O estado não tem uma solução milagrosa. Já sabemos qual é o problema, e a solução indirectamente sugerida pelo Medina Carreira é simples:
- Instauração de uma Ditadura
- Como o problema é mais grava que no tempo do Salazar, será necessário ser mais vigoroso na repressão aos protestos.
- Os programas de apoio social têm que acabar e ser drasticamente reduzidos.
- O Salário Mínimo não deve ser superior a 200 Euros e todos os salários devem ser reduzidos, porque de outra forma não temos capacidade para produzir bens transaccionáveis.
Esta foi a mensagem. Quem viu o programa ao longo dos últimos meses, sabe que esta foi a mensagem e que praticamente mais nada foi ali dito.
O programa tem no entanto interesse. Eventualmente a frontalidade do Medina Carreira tornou-se chata, porque se tornou repetitiva.
Resta aos cidadãos ouvir, e decidir o que fazer quando chega a altura de votar.
Mas se sabemos qual é a situação e continuamos a votar por gozo, ou a não votar, então temos o que merecemos e não nos podemos queixar.