Coreia do Norte

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Re: Coreia do Norte
« Responder #90 em: Janeiro 15, 2012, 01:40:23 pm »
Citar
Coreia do Norte estaria punindo quem não chorou por ditador

http://www.forte.jor.br/2012/01/14/core ... r-ditador/
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #91 em: Janeiro 17, 2012, 07:17:49 pm »
Fim do regime da Coreia do Norte está próximo, diz filho mais velho de Kim Jong-il


Kim Jong-nam, irmão mais velho do novo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, considerou que as reformas necessárias para evitar o colapso da economia norte-coreana vão acabar por derrubar o regime, num livro a publicar esta semana. Kim Jong-Nam - meio irmão de Kim Jung-un, que tomou as rédeas da única  ditadura comunista do mundo após a morte do pai, Kim Jong-il, no mês passado  - afirmou no livro que o poder das Forças Armadas norte-coreanas é tão forte que estas acabarão por tomar o poder.  

Kim Jong-Nam fez estes comentários no livro "O Meu Pai Kim Jong-il e Eu", a lançar na sexta-feira, escrito por Yoji Gomi, jornalista e antigo  correspondente do jornal Tokyo Shimbun em Seul e Pequim, com base em entrevistas  e trocas de correio eletrónico com o filho mais velho de Kim Jong-il, que vive em Macau.  

"A Coreia do Norte é muito instável. O meu pai governou o país com a ajuda dos militares, mas o poder dos militares tornou-se demasiado forte", disse Kim Jong-nam, numa entrevista para o livro, em coreano. "Se a sucessão acabar em falhanço, os militares irão com certeza exercer o verdadeiro poder", acrescentou.  

Kim Jong-nam alertou ainda que a economia norte-coreana, totalmente  controlada pelo Estado e que não consegue alimentar a população, vai acabar por apresentar um dilema ao regime.  

"É óbvio que a economia vai ruir sem reformas, mas as reformas vão levar à crise e ao colapso do regime", disse Kim Jong-nam, numa entrevista feita antes da morte de Kim Jong-il, a 17 de dezembro do ano passado.  

Kim considerou ainda que o irmão mais novo, Kim Jong-un, nunca deverá passar de um símbolo que as elites do regime vão utilizar para se manterem no poder.  

"Para quem pense de forma racional, será difícil tolerar três gerações  de sucessão hereditária. Questiono-me como um jovem herdeiro com dois anos  de treino para a sucessão será capaz de herdar o poder absoluto", disse  Kim, num e-mail que Gomi garantiu ter sido enviado a 03 de janeiro.  

Kim Jong-nam viveu muitos anos no exílio na China, afastado por Kim Jong-il que, por sua vez, já tinha herdado o poder do pai, Kim Il-sung.

No livro, Yoji Gomi afirmou que Kim Jong-nam pode ainda assumir o poder  na Coreia do Norte, como apoio de Pequim, o único aliado internacioanl de  peso do regime norte-coreano.  

"Se o regime de Kim Jong-un ruir, a China, aparentemente, está planear enviar Kim Jong-nam para Pyongyang e fazer dele o novo líder", considerou.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #92 em: Março 11, 2012, 05:57:57 pm »
Coreia do Norte, de novo no “negócio” de obtenção de ajudas
Alexandre Reis Rodrigues


A história repete-se. A Coreia do Norte vai receber 265.000 toneladas de ajuda alimentar (sob a forma de suplementos nutritivos) contra o compromisso de observar uma moratória na realização de testes nucleares e de mísseis de longo alcance e de suspender as atividades de enriquecimento de urânio na central de Yongbyon, sob supervisão da AIEA. Não é a primeira vez, nem a segunda, que recebe incentivos para dar passos concretos no caminho da desnuclearização que depois não cumpre, abandonando as negociações. A última vez que isto sucedeu foi em abril de 2009, para logo a seguir fazer um teste de lançamento de um míssil e o segundo teste nuclear.
 
Para o Congresso americano, em face do ocorrido em 2009, não deveria voltar a haver ajuda sem avanços específicos no prosseguimento das conversações a seis tendo em vista o abandono do programa nuclear, o que, de facto, a Coreia do Norte nunca chegou a admitir. Malgrado nada estar garantido, a administração americana decidiu considerar que a disponibilidade da Coreia do Norte para os dois compromissos atrás referidos era um passo suficientemente importante, embora modesto, para prosseguir com o acordo.
 
Até que ponto pode esta situação ser um sinal de que algo vai mudar na Coreia do Norte é o que interessaria saber. Não obstante a imprevisibilidade inerente à extrema opacidade do regime, as expectativas, em qualquer caso, são baixas. Continuam em aberto diversos pontos importantes.

Por exemplo, não se sabe se a Coreia do Norte está também disponível para retomar as negociações a seis, que tem procurado substituir por conversações bilaterais com os EUA, o que estes não têm aceitado. Não existe qualquer indicação de que a Coreia do Norte se disponha a pôr de lado a retórica extremamente agressiva de que tem feito uso ultimamente contra a Coreia do Sul, para além de continuar a não reconhecer as agressões que cometeu no passado recente (o afundamento da corveta Cheonam e o bombardeamento da ilha Yeonpyeong). Não se sabe se a liderança de Kim Jong Un vai introduzir alguma nova orientação ao relacionamento internacional, uma vez que o atual acordo vem de negociações empreendidas ainda no tempo de seu pai, Kim Jong Il, e como tal não pode ser interpretado como da iniciativa do novo líder. Este, preocupado em tornar clara a sua autoridade e satisfazer os velhos generais do regime pode optar por manter uma postura agressiva de provocações que o Sul não quererá continuar a ignorar.
 
Kim Jong Il ficou conhecido como o “único líder mundial capaz de fazer tremer os chineses” aproveitando-se dos receios de Pequim quanto ao impacto de um eventual colapso da Coreia do Norte (êxodo da população para o território chinês e perda do efeito de tampão que a Coreia do Norte proporciona em relação à presença americana na Coreia do Sul). Não é provável que esta estratégia venha a ser mudada pelo novo líder. Dito por outras palavras, a Coreia do Norte vai continuar, nos tempos mais próximos, a ser uma ameaça á paz e estabilidade no mundo e uma evidência da incapacidade da comunidade internacional se entender para pôr fim a um regime desumano e indecente; mais uma vez sob a responsabilidade quase exclusiva da China.

Jornal Defesa
 

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Lusitano89

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Re: Coreia do Norte
« Responder #93 em: Abril 10, 2012, 06:47:12 pm »
Rússia abaterá foguetão norte-coreano se sair da trajetória


O Sistema de Controlo do Espaço da Rússia irá acompanhar o lançamento do foguetão norte-coreano que será abatido se se afastar da trajetória, na direção do território russo, declarou fonte militar oficial citada pela agência Interfax.

"O sistema de prevenção de ataques de mísseis e o sistema de controlo do Espaço irão acompanhar e seguir o lançamento do foguetão Via Látea-3 durante todo o voo, até se separar do aparelho espacial (satélite)", precisou o Estado Maior das Forças Armadas da Rússia.

Segundo a fonte, o lançamento está a provocar a atenção máxima dos militares russos porque a trajetória do voo do foguetão pode passar perto do território da Rússia e, em caso de desvio, poderá cair nas Ilhas Curilhas.

"Os meios técnicos que estão à disposição do Sistema de Controlo do Espaço permitem determinar os parâmetros da órbita do aparelho espacial e, por conseguinte, as suas características e tarefas", concluiu a fonte da Interfax.

A Coreia do Norte anunciou, no mês passado, que iria lançar um satélite de comunicações usando um foguete de três fases, durante as celebrações do 100.º aniversário do fundador da nação, Kim Il-sung. O lançamento deverá ter lugar entre 12 e 16 de Abril.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #94 em: Abril 13, 2012, 07:00:51 pm »
Foguetão norte-coreano explode um minuto depois do lançamento


O controverso foguetão norte-coreano lançado esta manhã a partir da capital foi um tremendo fracasso. Um minuto depois de ser lançado, ficou desfeito em pedaços que caíram sobre o mar Amarelo. A notícia já foi confirmada pelo governo de Pyongyang. De acordo com o governo norte-coreano, o amplamente falado foguetão seria lançado em jeito de comemoração dos 100 anos do nascimento de Kim il-Sung, a 15 de Abril, fundador do actual estado da Coreia do Norte e avô do actual líder, e serviria igualmente para colocar um novo satélite em órbita para estudar os padrões climáticos.

Poucos minutos depois do lançamento e consequente queda, a imprensa estatal norte-coreana confirmava que o satélite Kwanggmyongsong-3 «falhou a sua entrada na órbita», apressando-se a dizer que «cientistas, técnicos e especialistas na matéria estão a tentar perceber o que esteve na origem da falha».

Mas a comunidade internacional sempre olhou com medo para o gesto, desconfiando da possibilidade de Pyongyang estar a testar tecnologia para mísseis de longo alcance

A notícia da explosão do foguetão marca assim um final embaraçoso para a Coreia do Norte, depois de semanas de investimento na promoção do lançamento, rodeando-o de orgulho nacional de celebrações políticas.

SOL
 

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urso bêbado

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Re: Coreia do Norte
« Responder #95 em: Abril 13, 2012, 08:11:14 pm »
Citação de: "Lusitano89"
Foguetão norte-coreano explode um minuto depois do lançamento


O controverso foguetão norte-coreano lançado esta manhã a partir da capital foi um tremendo fracasso. Um minuto depois de ser lançado, ficou desfeito em pedaços que caíram sobre o mar Amarelo. A notícia já foi confirmada pelo governo de Pyongyang. De acordo com o governo norte-coreano, o amplamente falado foguetão seria lançado em jeito de comemoração dos 100 anos do nascimento de Kim il-Sung, a 15 de Abril, fundador do actual estado da Coreia do Norte e avô do actual líder, e serviria igualmente para colocar um novo satélite em órbita para estudar os padrões climáticos.

Poucos minutos depois do lançamento e consequente queda, a imprensa estatal norte-coreana confirmava que o satélite Kwanggmyongsong-3 «falhou a sua entrada na órbita», apressando-se a dizer que «cientistas, técnicos e especialistas na matéria estão a tentar perceber o que esteve na origem da falha».

Mas a comunidade internacional sempre olhou com medo para o gesto, desconfiando da possibilidade de Pyongyang estar a testar tecnologia para mísseis de longo alcance

A notícia da explosão do foguetão marca assim um final embaraçoso para a Coreia do Norte, depois de semanas de investimento na promoção do lançamento, rodeando-o de orgulho nacional de celebrações políticas.

SOL

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Re: Coreia do Norte
« Responder #96 em: Abril 13, 2012, 08:34:32 pm »
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Re: Coreia do Norte
« Responder #97 em: Abril 15, 2012, 02:00:49 pm »
Novo míssil exibido em parada militar




A Coreia do Norte exibiu hoje um novo míssil durante uma parada militar em Pyongyang para assinalar o centenário do nascimento do seu fundador, Kim Il-Sung. Analistas militares do Japão e Coreia do Sul disseram que o míssil hoje exibido parece tratar-se de algo novo e possivelmente maior do que a Coreia do Norte tem vindo a exibir em eventos semelhantes, ressalvando que é ainda necessário uma maior análise para perceber se se trata de um míssil balístico intercontinental.

Analistas especulam há meses sobre a possibilidade de a Coreia do Norte estar a desenvolver um míssil maior e mais potente do que o que foi lançado na sexta-feira, sem sucesso, e que poderia chegar a território norte-americano.

Nesta que foi a primeira vez que um discurso de Jong-Un teve transmissão televisiva, o líder homenageou o pai e o avô: «Ofereço o mais puro respeito e a maior honra aos grandes camaradas Kim Il-Sung e Kim Jong-Il.»

Antes, uma parada de milhares de soldados com bandeiras vermelhas marchou junto à praça Kim Il-sung, a praça de Pyongyang, local onde se concentrou uma multidão para assistir pessoalmente ao discurso.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #98 em: Abril 17, 2012, 06:17:28 pm »
Como sairá a Coreia do Norte da humilhação por que passou?
Alexandre Reis Rodrigues


As expectativas de melhoria do relacionamento entre os EUA e a Coreia do Norte, na sequência do acordo que assinaram a 29 de fevereiro, não duraram mais do que duas semanas. Foi o período que Pyongyang deixou passar para anunciar que lançaria um satélite de observação em meados de abril, retomando a postura de desafio com que encara o seu relacionamento internacional. Nem os apelos do secretário-geral da ONU lembrando as restrições que o regime deve observar nessa área, em função de anteriores Resoluções do Conselho de Segurança, nem as pressões que a comunidade internacional exerceu, tiveram qualquer efeito.

Em fevereiro, Pyongyang tinha-se comprometido a autorizar o regresso dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atómica e suspender todos os testes de nucleares e de lançamento de mísseis em troca de 265 mil toneladas de ajuda alimentar a fornecer pelos EUA. Na sua perspetiva, não violou o compromisso porque a moratória sobre o lançamento de mísseis não abrange a colocação de satélites em órbita, para fins pacíficos. No entanto, nunca foi esse o entendimento internacional, muito menos dos EUA que sempre o deixaram claro. Aliás, a Resolução 1874 (2009) do Conselho de Segurança proíbe qualquer lançamento usando tecnologia de mísseis balísticos («Demands that the DPRK not conduct any further nuclear test or any
launch using ballistic missile technology»). Compreende-se porquê; não existem diferenças relevantes entre as tecnologias usadas em mísseis para colocação de satélites em órbita e mísseis balísticos para transporte de armas.

A administração americana deixou-se enganar de novo, malgrado o historial de promessas não cumpridas. Sabia-se que as expectativas de progresso eram baixas e estava à vista que os passos dados pelo regime norte-coreano eram não só modestos como também pouco transparentes. Mesmo assim, o Presidente Obama decidiu dar luz verde para avançar com o acordo; talvez a mudança de líder tivesse alterado a postura. Não alterou literalmente nada. Agora, não resta aos EUA senão suspender a ajuda que começariam a fornecer dentro em breve, segundo calendário que se encontrava já desenhado, e preparar-se para uma agudização das relações.
 
Tornou-se claro que algo falhou na avaliação de eventuais mudanças na atitude do regime norte-coreano. Não foram tidas em devida conta as ambições do regime para comemorar “em grande estilo” o centésimo aniversário do nascimento do fundador da atual Coreia do Norte, Kin Il Sung, avô do jovem Presidente que tem hoje a liderança do País. As comemorações, que vinham sendo preparadas há talvez mais de dois anos, deveriam ter uma vertente interna, com iniciativas de melhoria das condições de vida da população, onde se inseria a obtenção de ajuda alimentar que quebrasse as fomes sucessivas por que têm passado. A vertente externa incluiria um evento que projetasse a Coreia do Norte internacionalmente, algo ao nível das potências tecnologicamente mais avançadas. O lançamento de um satélite “encaixaria” perfeitamente nessa estratégia, como um ato não essencialmente agressivo; serviria também para mostrar que a Coreia do Norte conservava o essencial da sua autonomia, apesar de algumas cedências para obter ajuda alimentar.
 
Pyongyang acabou por falhar nas duas frentes. Já não vai conseguir a ajuda alimentar de que precisava e, em vez, da “glória”, que o lançamento de um satélite lhe proporcionaria, o que tem pela frente é a tarefa impossível de sair airosamente da humilhação por que passou ao não conseguir, mais uma vez ter sucesso no lançamento de um míssil de longo alcance. Calcula-se que a Coreia do Norte tenha desta forma desperdiçado quase mil milhões de dólares num investimento falhado (450 milhões no míssil e satélite e 400 milhões na renovação/modernização das infraestruturas de lançamento), tanto quanto o necessário, segundo alguns peritos, para alimentar a sua população esfomeada, durante um ano.
 
Já tinha falhado em 1998, 2006 e 2009, embora o regime, contra todas as evidências, tivesse reclamado sucesso. Desta vez, o míssil voou apenas dois minutos e não atingiu sequer um terço da altitude requerida para colocar o satélite em órbita (94 milhas em vez de 310). A diferença para as anteriores situações é que desta vez, o falhanço foi assumido. Pode parecer uma mudança de atitude, mas não é. Depois de ter convidado órgãos de comunicação social internacionais e observadores internacionais para o lançamento e para uma visita ao centro de comando, seria negar o óbvio.
 
Falhanços técnicos são um acidente de percurso relativamente normal; os EUA que o digam. No entanto, este caso da Coreia do Norte é diferente; não se tratava de fazer um ensaio de lançamento mas sim da colocação de um satélite em órbita, o que pressupõe que a tecnologia do míssil de lançamento esteja dominada. Pelos vistos não está, nem nunca esteve, conforme nos dizem as anteriores tentativas. Isto mostra que afinal a Coreia do Norte não tem as capacidades que reclama ter. Perdeu, assim, o benefício da ambiguidade de que desfrutava até então sobre a consistência dos seus programas de mísseis balísticos.

É um revés importante que o regime procurará minimizar. Alguns dos passos que estavam previstos para a comemoração do sucesso que, acabou por não acontecer, não deixaram nem por isso de ser dados. Ainda no próprio dia da tentativa de lançamento, malgrado o desfecho desastroso, Kim Jong Un fez 70 promoções ao posto de oficial general e foi nomeado, pelo Parlamento, Presidente da poderosa Comissão de Defesa, cargo que estava entregue a um seu tio, por decisão de Kim Yong Il, durante o processo de preparação da sua sucessão. É uma forma de tentar dizer ao mundo que afinal está tudo bem na frente interna.

Muitos receiam, no entanto, que o regime queira ir mais longe e tomar outras iniciativas que compensem a perda de afirmação internacional por que acaba de passar e o que ocorre, neste contexto, é um teste nuclear. É uma possibilidade que se alinha com os indícios que vêm sendo recolhidos de remoções de terra que sugerem a preparação de um túnel para um ensaio nuclear subterrâneo. Se for para a frente, a explosão não deixará de ser registada e avaliada através da rede de sensores sísmicos que cobrem o mundo, alguns dos quais são específicos do International Moratorium System for the Comprhensive Test Ban Treaty. O mundo ficará a saber um pouco melhor afinal em que ponto está o programa nuclear coreano - o que é um novo risco que o regime vai correr - mas não conseguirá ficar a saber tudo.

Nos dois ensaios anteriores mostrou capacidades modestas; uma explosão equivalente a 900 toneladas de explosivo em 2006 e a 4600 em 2009. No primeiro ensaio dos EUA, em 1945, a explosão teve uma dimensão equivalente a 21000 toneladas. No entanto, a menor dimensão dos testes feitos não é necessariamente uma boa notícia. A Coreia do Norte pode visar precisamente a construção de engenhos de menor potência que são mais fáceis de colocar num míssil embora mais difíceis de construir. Vai permanecer pelo menos esta preocupante dúvida. Isto, junto com a perícia que o regime demonstra em seguir, apesar de tudo, uma bem-sucedida estratégia de sobrevivência, não vai permitir abrandar os motivos de preocupação que a Coreia do Norte representa para todo o mundo.


Jornal Defesa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #99 em: Maio 31, 2012, 12:57:03 pm »
Nova constituição destaca estatuto de potência nuclear


A nova Constituição da Coreia do Norte afirma pela primeira vez o estatuto de potência nuclear, segundo um texto oficial, o que complica ainda mais os esforços da comunidade internacional para convencer Pyongyang a abandonar o programa de armamento atómico.
 
O texto da nova Constituição, revisto na sessão parlamentar de 13 de abril, acaba de ser disponibilizado no site norte-coreano Naenara (Minha nação).

«O presidente da Comissão de Defesa Nacional, Kim Jong-Il, fez do nosso país um Estado invencível em termos de ideologia política, um Estado dotado da arma nuclear e uma potência militar indomável, abrindo assim o caminho para construção de uma nação forte e próspera», afirma o texto.

A Constituição anterior, revista a 9 de abril de 2010, não incluía o termo «Estado dotado de arma nuclear».

A Comissão de Defesa Nacional, um dos principais órgãos do regime norte-coreano, foi presidida por Kim Jong-Il até à morte, em dezembro de 2011. O país agora é comandado pelo seu filho Kim Jong-Un.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #100 em: Julho 16, 2012, 07:31:09 pm »
Chefe do exército da Coreia do Norte afastado por motivos de doença


O chefe do exército Norte Coreano, Ri Yong-Ho, foi afastado de todos os seus cargos por motivos de doença, informou a agência de notícias oficial do Estado comunista. Uma reunião do órgão executivo do partido no poder decidiu hoje «libertar Ri Yong-Ho de todos os seus cargos... devido à sua doença», disse a agência.

Os seus cargos incluíam ser «membro da junta governativa da comissão política, membro do comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia e vice-presidente da comissão militar central» do partido, informou.

O Partido dos Trabalhadores da Coreia é o partido no poder na Coreia do Norte.

Ri Yong-Ho, uma figura central no regime que se tornou chefe do exército em 2009, foi visto recentemente a acompanhar o novo líder do país Kim Jong-Un, quando este prestou homenagem ao seu avô, Kim Il-Sung, no aniversário da sua morte.

Kim Jong-Un assumiu o poder após a morte do seu pai, Kim Jong-Il, em Dezembro.

Alguns analistas consideram que o novo ditador poderá levar o país por um novo caminho, mas outros apontam a recente tentativa falhada de lançamento de um foguetão como uma prova de que irá manter o país isolado do resto do mundo.

A Coreia do Norte está há anos a desenvolver armas nucleares, argumentando que precisa delas para se defender de uma ameaça nuclear norte-americana, mas afirmando-se disponível em princípio para se desfazer do seu arsenal, desde que seja alcançado um acordo internacional.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #101 em: Julho 17, 2012, 07:50:05 pm »
Líder norte-coreano afasta aliados do pai e reforça marca no poder


O jovem líder da Coreia do Norte promoveu um militar do Exército a vice-marechal, depois de demitir o chefe do Estado-Maior, numa manobra vista pela rival Coreia do Sul como uma tentativa de impor a sua autoridade sobre as Forças Armadas, que há décadas sustentam o regime comunista da família Kim no país asiático.  Analistas consideram que as mudanças, sete meses após a ascensão de Kim Jong-un ao poder, não alteram as políticas que foram implementadas pelo seu pai e avô, com prioridade para a estrutura militar do país.

A imprensa estatal norte-coreana noticiou hoje a promoção do relativamente desconhecido militar Hyon Yong-chol à patente de vice-marechal. Hyon, que supostamente tem pouco mais de 60 anos, começou a ascender na estrutura do regime em 2007, e a sua posição na elite governante foi confirmada pelo facto de ter participado na delegação oficial que acompanhou o funeral do ex-líder Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, que morreu em dezembro.

Generais sexagenários são considerados jovens na Coreia do Norte, onde remanescentes da luta contra o Japão empreendida pelo fundador do regime, Kim Il-sung, continuam no activo após os 80 anos de idade.

Não ficou claro se Hyon vai substituir Ri Yong-ho como chefe do Exército norte-coreano, um dos maiores do mundo.

A agência Reuters teve acesso a uma avaliação do governo sul-coreano segundo a qual cerca de 20 oficiais de alto escalão foram «expurgados» desde a ascensão de Kim Jong-un ao poder.

 «O expurgo de Ri poderia ser uma mensagem para os novos militares, já que (as Forças Armadas) continuam a ser uma ameaça ao regime de Kim Jong-un, embora tenham servido um propósito importante ao ajudar Kim a ascender ao trono», lê-se no relatório sobre a demissão de Ri.

Kim, que estudou na Suíça e supostamente tem menos de 30 anos, tem adoptado uma imagem mais descontraída do que os seus antecessores, e já foi mostrado pela imprensa estatal visitando feiras de variedades, falando em público e aplaudindo um show de rock no fim de semana.

No entanto, não parece ter feito praticamente nada para resolver os graves problemas económicos do país, onde segundo a ONU um terço das crianças está desnutrida.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #102 em: Julho 20, 2012, 06:45:54 pm »
Tiroteio em Pyongyang provoca a morte de trinta soldados norte-coreanos


Um tiroteio em Pyongyang terá provocado a morte de trinta soldados norte-coreanos, noticia esta sexta-feira a imprensa sul-coreana. O incidente ocorre na mesma semana em que Kim Jong-Un foi nomeado marechal do Exécito, um cargo anteriormente apenas ostentado pelo seu avô, Kim Il-Sung, e pelo seu pai, Kim Jong-Il, e foram afastados algumas figuras de topo da hierarquia militar.

Os detalhes sobre o tiroteio não são conhecidos, uma vez que o regime norte-coreano mantém-se extremamente fechado. No entanto, as notícias indicam que Ri Yong-Ho, considerado uma das figuras chave do regime, poderá ter sido ferido ou morto no tiroteio, que terá sido originado pelos seus guarda-costas, descontentes com a sua exoneração.

Na segunda-feira, Pyongyang anunciou a saída de Ri Yong-Ho, considerado uma das figuras chave do regime e que nos últimos meses surgiu frequentemente junto ao novo líder.

Ri foi afastado de todas as suas funções, entre elas a de comandante das forças armadas, «por razões de saúde», de acordo com as explicações oficiais.

Na terça-feira, foi anunciada a promoção a vice-marechal de uma pessoa próxima ao regime, Hyon Yong-Chol, que deverá substituir Ri.

O jovem líder destituiu vários militares de topo da geração do seu pai, incluindo o ex-ministro das Forças Armadas Kim Yong-Chun e o chefe dos serviços secretos, U Dong-Chuk.

Sob a liderança de Kim Jong-Il, que promovia a doutrina de "Songun" ("o exército primeiro"), os militares aumentaram ainda mais o seu poder. O exército está presente na agricultura, na pesca, nos projectos de construção, e controla, sobretudo, a maioria do comércio norte-coreano.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #103 em: Agosto 17, 2012, 10:45:27 pm »
Hu Jintao reuniu-se com tio do líder norte-coreano


O tio do líder norte-coreano Kim Jong-un reuniu-se hoje com o Presidente chinês, Hu Jintao, depois de Pequim ter aceitado ajudar a Coreia do Norte a desenvolver duas zonas económicas especiais junto à fronteira com a China.

A rádio oficial chinesa informou que o encontro teve lugar no final de uma visita de seis dias à China de Jang Song Thaek, vice-presidente da Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte.

No encontro, Hu Jintao elogiou Jang pelo seu "trabalho em prol das relações de amizade entre a China e a Coreia do Norte enquanto dois países vizinhos", avançou a estação.

De acordo com a imprensa oficial, Jang reuniu-se também com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que salientou a importância da visita do responsável norte-coreano a Pequim para "aprofundar as relações entre as duas nações".

A China e a Coreia do Norte assinaram esta semana acordos de cooperação para desenvolver duas zonas económicas especiais: Rason, no norte da península coreana, e Hwanggumphyong, uma ilha no rio Yalu, na fronteira entre os dois países.

Rason será transformada numa base de produção, centro de logística e 'hub' turístico, enquanto Hwanggumphyong estará focada nas tecnologias de informação, turismo, agricultura e fabrico de produtos têxteis.

De acordo com a imprensa oficial chinesa, esta visita de Jang poderá preparar uma deslocação de Kim Jong-un à China, o mais importante aliado da Coreia do Norte.

Lusa
 

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Re: Coreia do Norte
« Responder #104 em: Setembro 13, 2012, 07:11:13 pm »
Adotada lei para aumentar a segurança nuclear


A Coreia do Norte adotou uma lei para melhorar a gestão das instalações nucleares numa tentativa de reforçar a sua segurança, revelou hoje a agência noticiosa sul-coreana Yonhap, que cita uma cópia do diploma a que teve acesso.

De acordo com a Yonhap, a lei foi aprovada a 29 de agosto e diz respeito essencialmente à gestão segura de substâncias radioativas e das instalações nucleares.

O diploma, com seis capítulos e 50 artigos, pretende "prevenir a contaminação e ajudar a proteger a vida e saúde das pessoas e do meio ambiente", indicou a Yonhap que cita o documento.

Em termos práticos, a nova lei de segurança nuclear da Coreia do Norte impõe uma avaliação prévia da segurança e dos eventuais efeitos sobre o ambiente antes da construção de qualquer instalação nuclear.

No caso de contaminação, o diploma prevê a intervenção de uma equipa especial para que sejam excluídos produtos agrícolas e marinhos contaminados e a realização de testes periódicos ao ar, água e solo junto das instalações nucleares.

Julga-se que a Coreia do Norte tem no seu território um reator de investigação nuclear de cinco megawatts e outras instalações de processamento e reprocessamento e outro reator de água em Yongbyon que está em construção.

Especialistas já alertaram várias vezes para a possibilidade de ocorrer um acidente nuclear na Coreia do Norte.

A comunidade internacional alega que o programa nuclear norte-coreano não tem só fins pacíficos e que Pyongyang pretende fabricar armas nucleares.

A Coreia do Norte realizou testes nucleares em 2006 e 2009, que levaram à aplicação de sanções pelo Conselho de Segurança da ONU.

Lusa