"Profissionalização" da Saúde Militar

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Lancero

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"Profissionalização" da Saúde Militar
« em: Setembro 22, 2006, 07:55:35 pm »
Lusa (22) - Um especialista do Ministério da Defesa defendeu hoje uma "profissionalização cada vez maior" do Serviço de Saúde Militar para responder a uma maior imprevisibilidade das situações de crise a nível mundial.

      O coronel médico Abílio Gomes preconizou, neste contexto, "um serviço de santida aos profissionais, médicos e enfermeiros, uma preparação militar e académica que não era exigida até aos anos 90.

      É o caso da formação especializada nas áreas do terrorismo e armas de destruição maciça (nucleares, radiológicas, biológicas e químicas, NRBQ), medicina ambiental, medicina tropical e emergência e trauma.

      "Após a queda do Muro de Berlim e o fim de um mundo bipolar (dominado pelas duas superpotências da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética), percebeu-se que o risco era muito maior", declarou o cardiologista.

      Abílio Gomes, que é assessor de saúde militar da Direcção- Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa, falava à agência Lusa, em Coimbra, à margem do encontro Psiquiatria de Catástrofe e Intervenção na Crise, no qual participou como orador.

      Na opinião de Abílio Gomes, "há hoje uma imprevisibilidade e uma falta de controlo" sobre a deflagração das crises que não existia no mundo bipolar que emergiu após a II Guerra Mundial.

      O Serviço de Saúde Militar tem actualmente "uma acção mais abrangente", não estritamente dirigida aos conflitos bélicos, frisou o médico.

      Em 2005, por exemplo, Portugal enviou para o Paquistão, dois médicos e duas médicas militares, uma das quais ginecologista, com a missão de intervirem na ajuda às vítimas do violento sismo que sacudiu aquele país asiático.

      "Esta foi uma missão puramente humanitária no âmbito da NATO", sublinhou.

      Nos últimos anos, Abílio Gomes, professor do Instituto de Estudos Superiores Militares, integrou missões internacionais de paz em Angola, Bósnia, Timor-Leste e Afeganistão.

      Sobre este assunto, o major Pinto Silva, que esteve no Afeganistão, disse que "as missões de paz nos diferentes teatros implicam geralmente um risco pós-traumático tendencialmente baixo e um elevado custo pessoal".

      Pinto Silva, do Centro de Psicologia Aplicada do Exército, interveio na mesa "Antes da crise", em que também participaram o psiquiatra Manuel Louzã Henriques e a professora universitária Ângela Maia.

      Segundo Louzã Henriques, "quem sabe o quer" está mais apto a "ter uma perspectiva optimista dos sacrifícios" e melhor enfrentar a crise.

      Preso várias vezes pela PIDE, como opositor da ditadura de Salazar, o médico de Coimbra dissertou sobre o tema "Como sobreviveram emocionalmente os presos políticos em Portugal? Que factores de protecção?".

      A mesa, que teve a psiquiatra Fernanda Mendes como relatora, foi presidida pelo major-general médico Ribeiro da Silva.

      Organizado pelo Hospital Militar de Coimbra, o encontro Psiquiatria de Catástrofe e Intervenção na Crise termina sábado, às 12:00.
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