Major Alvega: Os navios que refere são todos navios muito interessantes, e capazes, sem dúvida.
Classe OPV TENIX:
Quantidade: 3
É uma proposta de Projecto: Eventualmente para 3 OPV’s TENIX – Uma das propostas diz que serão parcialmente fabricados na Holanda, e depois enviados para serem acabados na Nova Zelândia. Se o contrato fosse assinado hoje, , o primeiro TENIX sería entregue em Abril de 2007. O projecto mais parecido ao NPO-2000, tanto quanto consegui entender, é para fornecer desarmado.
A classe Comandante C. Fulgosi
Quantidade: 4
2 unidades adicionais vão ser fornecidas, ao ministério dos transportes, armados com duas metralhadoras 12.7mm, podendo ser equipadas com armamento mais pesado se necessário.
Os quatro navios são classificadas pelos italianos como “Unidades Menores de Combate”. Talvez isso explique o canhão de 76mm, que aliás é de fabrico Italiano. Se calhar se a Oto Melara fosse portuguesa, também tínhamos canhões deles nos NPO-2000.
É engraçado como a marinha da Itália, faz um OPV, ou um NPO, Navio de Patrulha Oceânico, que, pelas suas características nunca irá para o oceano, porque foi pensado para patrulhar as costas italianas. Mas claro, eles devem saber melhor que nós o que é o Oceano…
O desenho do navio, por isso mesmo, pode obedecer a outras exigências, e provavelmente por isso pode ser tão bonito, tão estilizado e tão STEALTH. Se aguentaria três meses de serviço no mar dos Açores, isso é outra coisa.
Outra curiosidade seria saber quantos NPO-2000 se podem construir com o preço de um P-490 (Com. Fulgosi). Eu pelo preço global, diria, considerando a inflação, que esses navios ficam entre 70 a 80 milhões de Euros cada um.
(Outra curiosidade: a autonomia a 14 nós desses navios é de 6.300 Km contra 9.000 do NPO 2000 a 15 nós)
Eu acho que a verdade, é que nenhum país tem as exigências e os problemas de Portugal, e por isso as nossas respostas são diferentes.
A Italia é muito mais rica, vai construir 4 barcos, que nem sequer vão para o Atlântico. A Nova Zelandia vai adquirir três (talvez), mas não os vai fabricar, compra-os fora.
O MEKO-100 OPV, segundo já li num fórum, é tão caro que provavelmente venderá pouco ou nada.
Os navios Mexicanos têm uma tripulação que é o DOBRO da do NPO-2000 (66 tripulantes), o que dá uma ideia da sua sofisticação. São navios de patrulha, que na marinha Mexicana terão muito mais de corveta.
O que é que será mais eficaz e decisivo para salvar vidas humanas em risco ou localizar/identificar/abordar navios suspeitos no alto mar? É enviar um heli que está a 100 ou 200 milhas do objectivo ou comunicar para terra a 600 ou 700 e pedir para mandarem um heli?
Eu não sei se entendi muito bem a questão, no entanto o que me dizem é o seguinte:
Mesmo para um Lynx a bordo de uma Vasco da Gama, com mar picado, há muitas manobras que são complicadas. Muitos pilotos de Puma, não seriam capazes sem bastante treino de aterrar numa fragata com mar picado.
Num navio com metade do deslocamento das Vasco da Gama, como o NPO-2000, o problema é muitíssimo maior.
Em condições atmosféricas complicadas, o helicóptero Lynx, é muito menos estável que um PUMA ou um EH-101, que será num futuro próximo o principal helicóptero da marinha para estas operações.
Um salvamento que necessite de um helicóptero, será mais bem feito feito por um EH-101 baseado em terra que por qualquer helicóptero pequeno a bordo de um NPO. Que pode mesmo ver-se impossibilitado de descolar. Além do mais, há como já aqui foi referido, o problema dos custos. Tudo quanto é fabricante de NPO, Fala da capacidade de transporte de helicópteros, (O NPO-2000 também o pode transportar), mas isso não implica automaticamente que se vão utilizar, por causa dos elevados custos que implicam manter um helicóptero num navio, e ainda por cima, em situações de Mar-Oceano, a sério.
Eu podia continuar a dar várias explicações e a dizer que o NPO-2000, provavelmente não é o melhor em nenhum quesito, mas em termos gerais, quando balanceamos as coisas, parece um projecto extremamente interessante e equilibrado. Parece uma traineira, está bem, mas foi feito para as condições do Atlântico que exigem navios com características que provavelmente os aproximam de traineiras.
Acima de tudo, eu, que gosto de ser tão racional quanto possível, afirmo que, os NPO-2000 são navios de patrulha oceânica. E podem-me dizer o que quiserem, mas poucas marinhas têm noção das necessidades de operar no Atlântico Norte - um dos oceanos mais violentos do mundo - como a marinha portuguesa. Não são os estaleiros de Singapura, do México, da Nova Zelândia ou da Itália que nos vão ensinar a nós, o que é que é necessário para as condições que nós, sempre conhecemos melhor que eles.
Se calhar, somos nós que estamos enganados, mas, se calhar, talvez não.
Cumprimentos.