Brexit

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Pedro E.

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Re: Brexit
« Responder #105 em: Julho 14, 2016, 08:34:30 pm »
O plano do ministro do brexit

David Davis: Trade deals. Tax cuts. And taking time before triggering Article 50. A Brexit economic strategy for Britain
http://www.conservativehome.com/platform/2016/07/david-davis-trade-deals-tax-cuts-and-taking-time-before-triggering-article-50-a-brexit-economic-strategy-for-britain.html
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Brexit
« Responder #106 em: Julho 15, 2016, 11:13:30 am »
Ministro francês diz que o novo homólogo Boris Johnson é um “mentiroso encurralado”

14.07.2016 às 15h50

A nomeação do polémico ex-autarca londrino como ministro dos Negócios Estrangeiros gerou fortes reações dentro e fora do Reino Unido  Alexandre Costa
Jornalista
A escolha da nova primeira-ministra britânica Theresa May do polémico ex-autarca londrino e ex-jornalista, Boris Johnson, como o seu ministro dos Negócios Estrangeiros gerou fortes criticas. Teme-se que as posições que assumiu durante o referendo irão condicioná-lo na execução do novo cargo.

“Durante a campanha, vocês sabem que ele disse uma data de mentiras ao povo britânico e agora ele está encurralado. Ele tem isso contra si na defesa do seu país e também na relação com a Europa”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, em declarações a uma rádio francesa, comentando a nomeação de Boris Johnson para chefe da diplomacia britânica.

O ministro francês, que interagiu com o seu novo homólogo britânico na altura em que eram ambos autarcas, declarou que “conhece muito bem o estilo e os métodos” de atuação, frisando não estar preocupado com a sua nomeação, considerando-a no entanto “um sinal da crise política que saiu da votação no referendo”. Ayrault acrescentou que a França precisa de um parceiro negocial “claro, credível e em quem se possa confiar”.

Johnson acabou por ser uma das figuras que mais se destacou no seio do Partido Conservador na campanha pelo ‘Brexit’, indo contra a posição tanto do ex-líder do partido e ex-primeiro-ministro britânico, David Cameron, como da sua sucessora Theresa May.

Entretanto, o líder do Partido Liberal Democrata britânico considerou que, com a nomeação de Johnson, Theresa May “perdeu a sua credibilidade apenas 90 minutos depois de se ter tornado primeira-ministra”. Tim Farron declarou mesmo que a decisão indica que May não está a encarar “com seriedade” as negociações para os acordos com a Europa e com o resto do mundo.

O comunicado do partido recordou as declarações de Johnson fez durante a campanha para o referendo, nas quais comparou os líderes da União Europeia aos nazis, ao mesmo tempo que se referiu ao Presidente Barack Obama como “parcialmente queniano”. “Eu não acredito que Boris Johnson vai agora ser a pessoa a representar a Grã-Bretanha no estrangeiro (…) Presumivelmente, o primeiro ato de Boris Johnson como ministro dos Negócios Estrangeiros será pedir desculpas ao Presidente dos Estados Unidos, e depois aos líderes dos nossos parceiros europeus”, referiu Farron.

http://expresso.sapo.pt/internacional/2016-07-14-Ministro-frances-diz-que-o-novo-homologo-Boris-Johnson-e-um-mentiroso-encurralado
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: Brexit
« Responder #107 em: Julho 21, 2016, 10:20:11 am »
Reino Unido só deve formalizar pedido de saída da UE em 2017 - Theresa May

A chanceler alemã Angela Merkel afirmou hoje disponibilidade para dar tempo ao Reino Unido para formalizar a sua saída da União Europeia, enquanto a primeira-ministra britânica Theresa May disse que o pedido só deverá ser feito em 2017.

Reino Unido só deve formalizar pedido de saída da UE em 2017 - Theresa May

"É do interesse de todos que o Reino Unido formalize a saída quando tiver posições de negociação bem definidas", disse Angela Merkel, em conferência de imprensa conjunta, com Theresa May.

A primeira-ministra britânica realizou hoje a sua primeira visita oficial, desde que assumiu o cargo, à Alemanha.

"Uma boa preparação é importante e, portanto, nós também esperamos pelo momento" em que Londres vai decidir formalizar o seu pedido de saída da União Europeia, depois de os cidadãos britânicos o terem assim decidido, em referendo realizado em junho, salientou Angela Merkel.

Theresa May reafirmou que o Reino Unido vai fazer o pedido final no início de 2017 e "nunca antes do final deste ano".

"Isto vai levar algum tempo é preciso realizar um trabalho muito específico para definir a posição do Reino Unido nas relações com a União Europeia", afirmou Theresa May.

Assim que o Reino Unido invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que permite a saída de um estado-membro da União Europeia, ambas as partes têm até dois anos para concluir o processo.


MSE // SB

Lusa/Fim
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Cabeça de Martelo

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Re: Brexit
« Responder #108 em: Julho 21, 2016, 12:04:12 pm »
A dama de pés de tigre e os três brexiteiros

José Couto Nogueira


A guerra entre a Inglaterra e a Escócia, uma tradição que remonta à alta Idade Média, está de volta. E não é somente por causa do Brexit e dos submarinos; é porque de facto a diferença entre Sturgeon, uma liberal de esquerda (só em Portugal é que o termo liberal se aplica à direita) e a ultra conservadora Theresa May não só tem um conceito imperial da Grã Bretanha como escolheu um Gabinete dos tempos pré-União Europeia. Se havia políticos contemporâneos no Partido, da linha de Cameron, evaporaram-se. Long Live Britania.

A dama de pés de tigre e os três brexiteiros






Nicola Sturgeon, a pespineta primeira-ministra da Escócia, não hesitou nas palavras: "A escolha de Theresa May é a tomada do poder pela ala mais conservadora do partido conservador". Sturgeon está furiosa com o Brexit, como toda a gente sabe, e tem a seu favor a derrota completa da proposta na Escócia. Já depois do referendo, esta semana, houve uma votação sobre gastar 31 mil milhões de libras na renovação da frota de submarinos nucleares, estacionada em Clyde, na Escócia. Todos os parlamentares escoceses – menos um – votaram contra o projecto, apesar de representar milhares de empregos. Disse Sturgeon, numa manifestação londrina que a juntou a Jeremy Corbyn, o (ainda) líder dos Trabalhistas: "Estas armas têm um inenarrável poder e brutalidade, e são capazes de provocar terror e sofrimento numa escala fora da nossa compreensão".

Isto, quando Teresa May afirma, peremptoriamente, que se preciso fosse não hesitaria um minuto em carregar no botão vermelho.

Na área da moda e das modas, onde também há um fosso cheio de crocodilos entre Ralph Lauren e Vivienne Westwood, os especialistas não deixaram de notar a preferência de May pelos sapatos de pele de tigre e saltos rasos – um símbolo das classes superiores que frequentaram colégios finos e coleccionam prataria. Ou não fosse o marido da senhora, Philip, gestor de topo no Capital Group, uma empresa que "gere portfolios". (O equivalente em Portugal seria se Costa fosse casado com Maria Luís) Mas o Capital Group já veio dizer que marido e mulher não falam de trabalho em casa e que ele não tem influência nos milhares de milhões de que a empresa toma conta.

As opiniões de May são conhecidas há muito tempo e ela até se encarregou de as por em dia depois de escolhida pelos seus pares. É a favor de um controle apertado na emigração, pouco preocupada com as chamadas "liberdades civis" e contra a convenção europeia de Direitos Humanos. Quando foi Ministra do Interior, apresentou um projecto que incluía sanções para "extremistas que incitam verbalmente ao ódio". Na prática, propunha-se fazer censura prévia da programação das rádios e televisões – não de cada programa, mas dos autores e conceito dos programas. Também queria que os senhorios reportassem e fossem responsáveis por arrendar casas a imigrantes ilegais. E a deportação para quem incita ao ódio e – aqui o mais complicado – de todos os imigrantes que não consigam ter um rendimento anual mínimo. Dentre desse grupo, os pior remunerados teriam de se ir embora, e os remunerados assim-assim podiam ficar, mas não trazer a família.

É natural que estas medidas agora sejam postas em prática, uma vez que não só May tem mais poder como também teve o cuidado de escolher um ministério que pensa como ela. Três deles já têm um nome colectivo: os Três Brexiteiros. Porque estão encarregados de assuntos directa ou indirectamente ligados a separação do Reino Unido do Continente. E porque são a favor da Grã Bretanha imperial que terá morrido algures entre 1945 e a entrada para a União Europeia.

Boris Johnson, o mais mediático, toda a gente conhece. Fica muito bem como Ministro dos Negócios Estrangeiros, um homem que se notabilizou por insultar vários países e dirigentes, amigos e inimigos (como tão bem o Independent retratou neste mapa)

Alguns exemplos mostram como vai ser fácil o seu relacionamento nas águas da política internacional. Não gosta de nenhum dos candidatos americanos. Acha que "Hillary Clinton tem o sorriso olhar metálico de uma enfermeira sádica num hospício para malucos", mas também considera que "Donald Trump é uma boa razão para evitar Nova Iorque". Quanto ao actual Presidente, Boris atirou outro dia que "Obama tem um ódio ancestral aos ingleses porque é meio queniano". Poder-se-ia pensar que talvez seja por Obama ser democrata (além de meio queniano). Mas não. Também disse, na devida altura, que "George W Bush é um brutamontes texano vesgo". Quanto ao Presidente turco, não é a sua política que o incomoda, mas a vida pessoal: "Erdogan não passa dum masturbador que gosta de bodes". Lindo.

E a China? "Todos os desportos foram inventados pelos ingleses e os chineses só são bons a jogar ping-pong."

Só mais uma pérola: "A Papua Nova Guiné faz orgias de canibalismo."

David Davies, mais discreto, ficou com a pasta específica do Brexit. Já tem uma solução maravilhosa: a Grã-Bretanha pode fazer acordos comerciais bi-laterais com os países da União Europeia, um a um. O facto de os ditos países estarem impedidos pelo Tratado Europeu de fazer acordos individuais de comércio não o incomoda. Por acaso – a História tem destas voltas – neste momento está pendente no Tribunal Europeu um processo de Davies contra May, a propósito das leis de vídeo-vigilância que ela queria implantar e ele discordava. Mas é a favor da pena de morte e contra a adopção por gays.

O terceiro Brexiteiro é Liam Fox, no cargo de ministro para o Comércio Internacional. Médico de formação, Fox tem contudo um fino sentido comercial. Em 2009 descobriu-se que gastava mais do que devia em despesas pessoais como ministro-sombra (sim, são pagos pelo erário) e teve de devolver algum. Em 2011 resignou do cargo de ministro da Defesa de Cameron, porque fazia negócios com um fornecedor do ministério, Adam Werritty. Ficou a saber-se que até o levava nas suas viagens ao estrangeiro e o deixava participar em reuniões do seu gabinete. Politicamente, Fox é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo ("igual a incesto") e quis processar o "The Guardian" por publicar textos de Edward Snowden sobre a vigilância norte-americana em Inglaterra.

Voltando aos submarinos, o ministro da Defesa, Michael Fallon, é favor do investimento nos novos equipamentos, como seria de esperar. Talvez seja por aí que Nicola Sturgeon pegue para separar a Escócia, sem mesmo esperar que os Três Brexiteiros cumpram os seus papéis. A dama dos pés de tigre apoia-o, evidentemente.

Se não, não terá botão vermelho para apertar quando os amigos do masturbador de bodes vierem por aí acima.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Pedro E.

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Re: Brexit
« Responder #109 em: Julho 24, 2016, 11:12:48 pm »
UK explores multi-billion pound free trade deal with China
http://www.bbc.co.uk/news/business-36877573
 

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Pedro E.

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Re: Brexit
« Responder #110 em: Julho 26, 2016, 01:54:14 pm »

98 per cent say NO to EU deal: Forget talks with Brussels and quit NOW, urges new poll
http://www.express.co.uk/news/uk/693193/NO-EU-deal-talks-Brussels-quit-NOW-new-poll-readers
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Brexit
« Responder #111 em: Agosto 09, 2016, 03:39:07 pm »
“Não acredito que o Brexit vá acontecer”

Timothy Snyder releu a II Guerra Mundial a partir do Leste europeu. Identifica uma mudança de padrão na Rússia, mas vê mais perigo imediato numa eventual paragem do processo de integração europeia.

Tive muita sorte em pertencer à minha geração”, diz Timothy Snyder olhando em frente, sentado num sofá da biblioteca do Instituto de Ciências Humanas de Viena. Numa tarde escaldante deste mês de julho em que os 36 graus de temperatura do ar acabariam regados com um dilúvio próprio dos trópicos, Snyder falou sobre o que entende por história, esse “misto de ciência e de arte” no qual é possível determinar padrões que nos permitem ler melhor o presente. É na Áustria que passa a maior parte do tempo fora dos Estados Unidos e não é exagero imaginá-lo mais conhecido deste lado do Atlântico. O historiador norte-americano, professor em Yale, conta que frequentava a universidade “na altura da revolução de 1989”, e logo decidiu trabalhar e viver no Leste da Europa. Fez o doutoramento sobre a Polónia enquanto aperfeiçoava dez línguas e acha que foi tudo “uma sorte”. Hoje com 47 anos, acredita que, com outros historiadores que, como ele, aprenderam línguas, se fez “uma nova espécie de trabalho transnacional com a história”. Em 2012, escreveu com Tony Judt o derradeiro livro deste, “Pensando o Século XX”. Em 2010 lançara “Terra Sangrenta — A Europa entre Hitler e Estaline” e em 2015 foi a vez de “Terra Negra, o Holocausto como História e Aviso”, onde analisa os fatores no mundo global de hoje que podem levar a um “pânico ecológico”.

A NATO deliberou na cimeira de Varsóvia enviar tropas rápidas para a fronteira nordeste da Europa para responder à imprevisibilidade das forças russas. Os russos alegam estar a responder a provocações ocidentais... Como é que as sociedades interpretam o mundo?
 Na América do Norte e na Europa estamos a entender o mundo como alienígena, ameaçador, estrangeiro e perigoso... É uma tendência geral que a Rússia está a liderar. Na origem da crise na Ucrânia está a decisão russa em 2012/13 de enfrentar a União Europeia e não a NATO. A Rússia vê a UE como ameaça, no sentido em que ela atrai a sociedade civil e a classe média russas, ameaçando o atual regime russo. Sendo a Europa uma ameaça, passa-se a percecionar a Ucrânia mais próxima da Europa e como uma ameaça também. Quando os ucranianos se manifestaram a favor de um acordo com a UE, a reação russa faz sentido lida à luz da Europa vista como uma ameaça pela Rússia. A Ucrânia em si não ameaça a Rússia. Uma série de acontecimentos levam à invasão da Crimeia no final de fevereiro de 2014, à invasão no sudeste da Ucrânia em março de 2014, e há conflito militar. Durante esse conflito, é acentuada a perceção russa de que o resto do mundo é hostil, porque aquilo que se diz aos cidadãos russos é que o país está a lutar contra a NATO e os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a NATO e os EUA nem imaginam que já lhes foi atribuído o papel de vilões desta história.


O que é então suposto a NATO e os Estados Unidos fazerem?
 É uma pergunta muito difícil de responder, porque eles já estão no papel de vilão sem terem feito nada. Se não reagirem, equivale a afirmar que a agressão militar é aceitável, e uma aliança militar que queira continuar a existir não pode fazer isso. O paradoxo é que, ao reivindicar que está a ser ameaçada pelo Ocidente, a liderança russa deixou o Ocidente numa situação militarmente mais consolidada do que antes. Não acho que o verdadeiro risco seja vir a haver algum tipo de confronto militar entre o Ocidente e a Rússia. O verdadeiro risco é o insucesso da integração, que as pessoas deixem de acreditar que a integração é possível.

Está a referir-se à Europa Ocidental?
 Sim, estou a falar da Europa. Quando a Rússia decide que não tem futuro europeu toma a importante decisão de parar de tentar fingir que dá aos seus cidadãos uma vida europeia, ou seja, um Estado de direito. Acho isto tão importante — se não mais importante — quanto a Frente Nacional em França ou o ‘Brexit’. Os três assuntos fazem parte da mesma imagem. O projeto europeu só existe na medida em que se expande e não pode parar. Se funciona, é atraente. E, se é atraente, outros países vão querer aderir, tal como aconteceu com Espanha e Portugal nos anos 70 e com a Europa de Leste nos anos 90. A decisão russa de se afastar da Europa e de tentar enfraquecê-la é uma novidade difícil de processar. Pela primeira vez, um país da vizinhança europeia diz que “seria bom se o Reino Unido deixasse a Europa, se a França saísse, se a direita chegasse ao poder em toda a parte, se tudo se desfizesse, se voltássemos a um mundo de Estados-nação”. De repente, esta visão alternativa existe pela primeira vez na história da integração europeia.

Acha possível que venha a haver um efeito de contágio? A Rússia tentou criar uma União da Eurásia.
 Nós no Ocidente temos um problema com as ideias. Achamos que as nossas ideias estão certas e que o único problema é, às vezes, as outras pessoas não as perceberem [risos]. Eu gosto das nossas ideias, gosto do pluralismo, do Estado de direito... O problema é que não admitimos que possam existir outras ideias. O que aconteceu na Rússia nos últimos anos — a partir da segunda presidência de Putin — é que os russos abraçaram outro conjunto de ideias. Usou a palavra Eurásia, e é muito adequada, porque significa que a Rússia é uma cultura distinta que não faz parte da Europa, nem mesmo do mundo eslavo. A Rússia é uma civilização que está no meio da massa eurasiática e que integra magicamente em si todas as coisas boas da Europa e todas as coisas boas da Ásia. O que isto significa na prática é que a Rússia tem algum sucesso a comunicar com a Europa e com a América. Significa que nós temos a melhor parte da Europa, ou seja, os valores europeus. De certa maneira, isto cria uma alternativa, ainda que não seja muito atraente. Não estou a ver cidadãos de países como Portugal ou Dinamarca a viajarem para a Rússia e a dizerem: “Ai, sim, este é um país muito melhor”, mas é razoavelmente eficaz nos media.

A partir do que é que construímos a nossa imagem da Rússia?
 A imagem que temos dela não vem do que conhecemos, vem do que vemos e lemos nos media. Os media russos têm sido muito eficazes a sugerir não que a Rússia é fantástica mas que as coisas no Ocidente são piores do que se pensa.

No Ocidente também se distorce a realidade. Estamos a falar dela ou da perceção que temos dela?
 Outra maneira de definir este choque entre a Europa e a Eurásia é chamar-lhe um choque epistemológico. O tipo de sociedade que tomamos como garantida e que é baseada em direitos individuais — Estado de direito, instituições pluralistas... — depende de uma ideia de verdade. Todos nós sabemos que os políticos mentem e pensamos que mentem por razões ligadas a interesses. Acreditamos que podemos perceber que interesses são esses, seja porque temos uma imprensa livre ou porque temos um sistema judicial independente que os investigam. Tudo isto depende de nós pensarmos que conseguimos perceber as coisas. Para se poder ser cidadão, é preciso acreditar até certo ponto que se percebe aquilo que se passa à nossa volta e, depois, assume-se essa possibilidade. A postura dos media russos é completamente diferente, têm uma abordagem do tipo “é impossível saber com certeza, é provável que haja conspirações nos bastidores a tomarem conta de tudo, mas nunca as conheceremos”. Entretanto, “viva-se o dia a dia, olhando para um e outro escândalo e criticando as outras pessoas”...

De que falam então as notícias russas?
 As notícias russas não são sobre a Rússia, mas sobre o resto do mundo e, em particular, sobre aquilo que está mal no resto do mundo. Não se percebe muito bem porque é que corre tão mal, mas provavelmente é porque há forças invisíveis nos bastidores. Não se trata de reportar a partir de um ponto de vista diferente, mas de partir de uma premissa diferente: “Quem sabe? Ninguém sabe!” E, como ninguém sabe, o importante é a embalagem, o estilo, as emoções diárias a gerar. Os nossos media também fazem isso, só que a Rússia fez disso uma conclusão e diz: as notícias são entretenimento, é só espetáculo, não há nem pode haver informação porque ela não existe enquanto tal. E isso também é contagiante.

Estamos a falar de falta de interesse ou de dificuldades dos media russos?
 A tendência a que me refiro vem de uma prática consciente de que as notícias televisivas são sobre o resto do mundo. Ainda há jornalistas corajosos que tentam escrever sobre o que se passa na Rússia, mas é muito difícil, não só porque fazem autocensura mas porque não interessa ao Estado, que controla os grupos de media mais importantes. Impressiona-me muito a coragem dos jornalistas russos. Eu li a cobertura russa — não ucraniana nem alemã nem polaca — da guerra na Ucrânia. Em 2014, segui só a televisão e estava escandalizado por ser só propaganda. Depois li a imprensa escrita e impressionou-me que houvesse de facto jornalistas russos que viajavam até à fronteira com a Ucrânia e faziam um trabalho ótimo. O problema é que o que escrevem não chega à população, que não lê jornais.

Até onde chegam eles?
 Até onde podem. Depois param. A guerra com a Ucrânia teve uma belíssima cobertura, mas quando começaram a reportar sobre os soldados russos mortos foram obrigados a parar. A partir do outono de 2014, todos os jornalistas que o fizeram tinham sido espancados ou intimidados.

O mesmo já acontecera com os soldados russos mortos na guerra com o Afeganistão. A Svetlana Alexievich [Prémio Nobel da Literatura 2015] escreve sobre isso.
 É por isso que a Svetlana é tão importante, essa era a história dela, aquela guerra que não estava a acontecer, mas que estava a acontecer. O que ela conseguiu foi transformar uma espécie de império de mentiras em histórias singulares de indivíduos russos.

Na política real, ninguém ataca ninguém, os líderes da NATO querem regressar à cooperação com a Rússia que existia há quatro anos, Putin declara que nunca atacaria um país da NATO, mas numa guerra de baixa intensidade no leste da Ucrânia vão morrendo pessoas...
 A Rússia de 2016 já não é a mesma de 2010. O ponto de viragem foi 2011/12, quando tiveram de falsear as eleições legislativas, quando foram obrigados a silenciar o movimento de protesto e a falsear as presidenciais para que Putin ganhasse na primeira volta. Mudou quando Putin percebeu que não era tão popular como pensava e que muitos russos preferiam ter um modelo europeu. Não vejo como inverter isto, porque a propaganda entretanto funcionou. Já se disse tanto horror aos russos sobre a Europa que neste momento só uns 6% ou 7% deles prefeririam um regime europeu. E os russos têm um problema para resolver na Ucrânia, porque perderam uma guerra na qual dizem não ter estado. A opinião pública russa sabe e não sabe ao mesmo tempo que ganhou esta guerra. A Rússia ganhou porque tem agora a Crimeia e perdeu porque não conseguiu vencer um exército muito impreparado como o ucraniano.


É difícil para a Rússia e também para o Ocidente?
 Um chefe de Estado deveria dizer nesta altura: “Agora vamos declarar paz e retirar”, mas não pode fazê-lo, porque tem estado a negar que esteve em guerra. É isto que põe o Ocidente numa posição tão delicada, porque é difícil ter um compromisso com alguém que não admite ter feito o que fez. A Rússia tem consciência de que perderá um confronto diplomático ou económico, daí estar à espera que o Ocidente se desfaça por si. É por isso que o ‘Brexit’ lhe agrada e que apoia a direita.

Acha que o ‘Brexit’ é um ponto de viragem para a Europa?
 Os russos esperam que sim. Correndo o risco de me enganar, eu não acredito que o ‘Brexit’ vá acontecer. Neste momento, os russos estão a comemorar o ‘Brexit’, e é um erro, porque uma maioria dos cidadãos britânicos vai aperceber-se de que é genericamente boa ideia fazer o contrário daquilo que agrada aos russos [risos].


Donald Trump encaixa no culto de personalidade de Putin?
 Os russos não vão entrar numa relação diplomática convencional, preferem levar a UE a desfazer-se por si. É também por isso que gostam tanto de Trump. Há neste momento aquilo a que os americanos chamam um bromance [uma relação próxima não sexual entre dois homens] entre Putin e Trump. Trump adora Putin, chega a ser um embaraço! Putin gosta de Trump, porque ele quer ser Presidente dos EUA, e os russos sabem que se isso acontecer levará os EUA ao caos, já para não falar no provável fim das relações entre a UE e os EUA.

O que podem os 27 do pós-referendo britânico fazer?
 Repito que tanto o ‘Brexit’ como o ‘Não-Brexit’ são ainda possíveis. O referendo foi não vinculativo, o então primeiro-ministro David Cameron disse que invocaria o artigo 50º do Tratado de Lisboa no dia seguinte e não o fez. Deixou a tarefa ao seu presumível sucessor, Boris Johnson, que em vez de o fazer demitiu-se. A nova líder do Partido Conservador, Theresa May, era contra a saída da União. Espero que ela passe os próximos quatro meses a discutir o significado da saída do Reino Unido da UE, o que seria sem dúvida um desastre para a maioria dos cidadãos britânicos. Quanto mais tempo demorar a discussão, menos pessoas estarão a favor do ‘Brexit’. Durante a campanha, os eleitores compararam uma situação conhecida com uma fantasia. Agora é que começam a comparar termos da realidade, como o facto de a libra já ter desvalorizado 20%, que chegará a 50% se efetivarem a saída. Tenho a sensação de que os ingleses não vão sair. E, se eles não saírem, a Europa não pode obrigá-los. Só porque os ingleses fizeram um referendo não dá direito a Bruxelas, Berlim ou Paris de lhes dizer que têm de sair da UE...

O Reino Unido ficará numa má posição negocial?
 Qualquer primeiro-ministro que acione o artigo 50º será lembrado como Neville Chamberlain, o pior homem de Estado da história britânica. Os britânicos terão de tentar a melhor negociação possível, mas vão estar numa posição terrível assim que acionarem o artigo 50º. Dois anos depois, estarão na terra de ninguém do capitalismo chinês e americano, porque fora da UE fica-se naquele caldo neoliberal da globalização sem instrumentos de proteção. A União está longe de ser perfeita, mas é a maneira que os europeus têm de se protegerem do capitalismo não regulado. Os cidadãos dos Estados-membros não têm a mínima ideia de como tudo é tão bom! Não fazem ideia do que se passa em grandes partes da América, onde o Estado não funciona, já para não falar do que se passa nos Estados de fronteira europeus como a Ucrânia ou a Bielorrússia!

Porque é que um livro como “Terra Sangrenta” teve de esperar 60 anos para ser escrito? O que podem os governos determinar na leitura da história?
 A história não acontece por si própria, a compreensão do passado só acontece graças a indivíduos e a instituições, que pesquisam e têm tempo para pensar. O resultado será sempre imprevisível, surpreendente e desconfortável. Isso é que é a história. Os governos agem bem quando apoiam a história, tal como apoiam a ciência básica. Aconteceu aquela tremenda divisão entre Ocidente e Leste, e a narrativa da história europeia gerada a seguir a 1945, a que vingou, foi a dos membros da NATO, a da civilização ocidental. Lá não existe Rússia, nem Polónia, Roménia, Checoslováquia, nem uma data de países que são tanto parte da Europa como Portugal ou a Holanda antes de 1945. Tivemos uma história ocidental falsa. A segunda coisa que aconteceu e continua a acontecer é a história ser compartimentada e nacionalizada. Acontecimentos transnacionais e internacionais como o Holocausto são falados como se fosse só história judia. Na Europa de Leste criaram-se recentemente os ministérios da Memória. O Instituto para a Memória Nacional, na Polónia, tem um orçamento superior ao do Ministério da Educação para tratar da história contemporânea. Isto é muito arriscado, porque o foco está só no passado recente. E, como é uma empresa de gestão estatal ligada à memória, é desde logo politizada. Noutro extremo está o que se passa na Rússia, onde é agora ilegal falar de grande parte da história soviética.

É possível escrever sobre o Holocausto com distância?
 Temos de esperar décadas para compreender o passado. É a natureza da história, não temos acesso aos documentos até um tempo depois, e é difícil ter distância quando as emoções estão ainda em alta. A neutralidade é impossível, mas há regras, e uma delas é aprender a língua da matéria que se estuda, porque aprender línguas força-nos a ter diferentes pontos de vista. Faz parte do método histórico, aprende-se a língua não só pela epistemologia neutra mas também para o lado subjetivo simpático, para tentar habitar as várias perspetivas, mesmo quando não se gosta delas. No final, escreve-se tentando explicar porque é que aconteceu aquilo que aconteceu.

No livro “Terra Negra” enumera uma série de fatores do mundo atual que poderão conduzir ao “próximo genocídio”. Quer desenvolver?
 Fiz o exercício difícil de ler a literatura sobre o Holocausto, a velha literatura em alemão e inglês e a nova literatura em polaco e noutras línguas. Li muitas fontes primárias, incluindo as escritas em ídiche e russo, e desemboquei num novo argumento. Se estou certo ou errado, é outra coisa. A ideologia do Estado nazi transforma e destrói os Estados, é uma ideologia que cria um sentimento de pânico ecológico. É um argumento novo com o qual olhei para o nosso mundo, e ele passou a ser diferente. Vi padrões causais que não tinha visto antes. E escrevi esse capítulo com considerável resistência. Estou convicto de que, quanto mais relevante é o assunto, mais temos de aprender com ele. Aquelas causas do Holocausto deram mais sentido ao que se passou décadas depois no Sudão e no Ruanda. O que se passou desde que eu escrevi o livro, como a guerra civil na Síria e a crise dos refugiados, infelizmente todos confirmam isso. As pessoas aceitam o Holocausto como uma coisa importante, mas para quê? Precisamos de uma fonte de confiança que assegure o nosso juízo sobre o perigo antes de podermos agir.

Qual é o sentido da história na construção da memória?
 A memória nunca é demais. Ela depende de indivíduos e é muitas vezes uma forma de esquecimento: eu lembro uma coisa de modo a esquecê-la. As pessoas lembram um certo aspeto da II Guerra Mundial de maneira a não se lembrarem de outros aspetos dela. A experiência individual é importante, mas acho que, sem a história, ela rapidamente se transforma em mito. O que a história faz é autorizar-nos a pegar nas memórias, em especial se tiverem sido escritas, e a integrá-las com outras fontes para produzir um relato durável. Nos últimos 20 anos de educação sobre o Holocausto houve um investimento tremendo nas vozes dos sobreviventes. O que é paradoxal, porque eles são mortais e porque, se se investe demais nas memórias das pessoas que o viveram, quando elas morrerem os acontecimentos deixam de existir. Isto foi muito claro para mim quando estava a escrever “Terra Negra”, porque falei com muitos sobreviventes do Holocausto em todo o mundo. O livro não é suposto ser um tributo a eles, mas é suposto ser uma coisa que acho mais profunda: uma maneira de garantir que as suas recordações têm uma forma mais sólida e durável.

7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 
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Pedro E.

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Re: Brexit
« Responder #112 em: Agosto 09, 2016, 09:32:41 pm »
Antes de mais, qual a fonte desta entrevista?

As banalidades que este senhor Snyder diz. Vou focar-me nas passagens a negrito que foi as que li.

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Na origem da crise na Ucrânia está a decisão russa em 2012/13 de enfrentar a União Europeia e não a NATO. A Rússia vê a UE como ameaça, no sentido em que ela atrai a sociedade civil e a classe média russas, ameaçando o atual regime russo. Sendo a Europa uma ameaça, passa-se a percecionar a Ucrânia mais próxima da Europa e como uma ameaça também. Quando os ucranianos se manifestaram a favor de um acordo com a UE, a reação russa faz sentido lida à luz da Europa vista como uma ameaça pela Rússia. A Ucrânia em si não ameaça a Rússia. Uma série de acontecimentos levam à invasão da Crimeia no final de fevereiro de 2014, à invasão no sudeste da Ucrânia em março de 2014, e há conflito militar. Durante esse conflito, é acentuada a perceção russa de que o resto do mundo é hostil, porque aquilo que se diz aos cidadãos russos é que o país está a lutar contra a NATO e os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a NATO e os EUA nem imaginam que já lhes foi atribuído o papel de vilões desta história.

Na origem da crise ucraniana esta a decisao do ocidente em levar para a sua esfera de influencia a Ucrania. A Russia nao pos entraves a uma cooperacao economica abrangente entre o bloco europeu e si. Americanos e Uniao Europeia e que nao gostaram de que o Yanukovich lhes tivessem virado as costas a ultima da hora e cedo procuraram uma solucao para o destituir. A Russia ainda apoiou eleicoes presidenciais antecipadas, mas mais uma vez as hienas deram um golpe a democracia e fizeram um golpe de estado em kiev. Nao houve invasao da crimeia. Houve um referendo e a populacao decidiu-se pela reunificacao com a federacao russa. ( tipica dificuldade cronica que estes opinion makers ocidentais tem em aceitar consultas populares que nao vao de acordo com os resultados pretendidos). Invasao do sudeste ucraniano e outro mito. Houve diverso tipo de apoio dado aos separatistas, mas nao se pode falar duma invasao. Realmente na percepcao russa o mundo ocidental e hostil pois a expansao da nato prossegue para as fronteiras russas.

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Na política real, ninguém ataca ninguém, os líderes da NATO querem regressar à cooperação com a Rússia que existia há quatro anos, Putin declara que nunca atacaria um país da NATO, mas numa guerra de baixa intensidade no leste da Ucrânia vão morrendo pessoas...
 A Rússia de 2016 já não é a mesma de 2010. O ponto de viragem foi 2011/12, quando tiveram de falsear as eleições legislativas, quando foram obrigados a silenciar o movimento de protesto e a falsear as presidenciais para que Putin ganhasse na primeira volta. Mudou quando Putin percebeu que não era tão popular como pensava e que muitos russos preferiam ter um modelo europeu. Não vejo como inverter isto, porque a propaganda entretanto funcionou. Já se disse tanto horror aos russos sobre a Europa que neste momento só uns 6% ou 7% deles prefeririam um regime europeu. E os russos têm um problema para resolver na Ucrânia, porque perderam uma guerra na qual dizem não ter estado. A opinião pública russa sabe e não sabe ao mesmo tempo que ganhou esta guerra. A Rússia ganhou porque tem agora a Crimeia e perdeu porque não conseguiu vencer um exército muito impreparado como o ucraniano.

Vao morrendo pessoas na Ucrania e quem tem mais contribuido para esses numeros sao o exercito ucraniano e os batalhoes neo-nazis. Se as eleicoes russas de 2012 foram falseadas devem haver amplas provas dessas acusacoes. Onde estao elas? Sera que aquilo que o senhor Snyder diz se transforma em verdade biblica? Nao me parece. Lancar rumores todos podem, mostrar de forma articulada e inequivoca as acusacoes que se fazem ja e outra historia. Palavras lancadas para cair nas mentes mais impreparadas. A verdade e que Putin sempre gozou de largo apoio popular porque no seu poder na russia a qualidade de vida aumentou significativamente para o comum cidadao russo. Putin e um patriota presidente russo que poe os interesses do seu pais afrente.
Se o exercito russo de facto tivesse estado na ucrania esta guerra nao teria durado mais de duas semanas. Como nao foi isso que aconteceu quem perdeu a guerra foi a ucrania que perdeu controlo do que era seu territorio- crimeia e as republicas de lugansk e donetsk. No mundo do senhor snyder e ao contrario- quem perde territorio e quem ganha as guerras . Este homem e brilhante.

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Acha que o ‘Brexit’ é um ponto de viragem para a Europa?
 Os russos esperam que sim. Correndo o risco de me enganar, eu não acredito que o ‘Brexit’ vá acontecer. Neste momento, os russos estão a comemorar o ‘Brexit’, e é um erro, porque uma maioria dos cidadãos britânicos vai aperceber-se de que é genericamente boa ideia fazer o contrário daquilo que agrada aos russos [risos].

quem esta a comemorar o brexit mais do que ninguem sao os britanicos que votaram em maioria nesse sentido. se vai acontecer ou nao nao sei, espero que sim, mas nao sei. se nao acontecer sera por culpa do governo pois esta mandatado pelo povo britanico para levar a cabo essa decisao. o toque de russofobia do senhor snyder e indisfarcavel na ultima frase. vira nacoes umas contra as outras e julga-se senhor das vontades e das necessidades dos povos. tristes criaturas as que consomem estas opinioes armadilhadas dos senhores snyders e companhias.
« Última modificação: Agosto 09, 2016, 09:37:07 pm por Pedro E. »
 

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overlord

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Re: Brexit
« Responder #113 em: Agosto 09, 2016, 10:30:57 pm »
Epa so tenho uma coisa a dizer o topico é sobre o BREXIT
e depois na crimeia o ocidente não aceitou o resultado das eleições porque as pessoas foram coagidas a votar no resultado pretendido e so havia a opção de:
Aceitar a anexação pela russia ou independençia da ucrania, nao havia a opção de permanecer na ucrania.

Que acha que foi um referendo justo e livre é mesmo tapadinho dos olhos ou pior nao vÊ aquilo que não quer ver
 

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Pedro E.

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Re: Brexit
« Responder #114 em: Agosto 09, 2016, 11:18:47 pm »
infelizmente estamos a desviar-nos do tema.

Para encerrar o topico crimeia.

O Overlord sabe ler ucraniano, russo ou tartaro?
Traduza-nos la as duas perguntas do referendo!



Explico-lhe as opcoes- pergunta-se aos votantes se querem a reunificacao com a russia ou se querem a restauracao da constituicao da crimeia de 1992 e o estatuto da crimeia como parte da Ucrania.

Se o Overlord soubesse do que fala nao dizia a barbaridade "nao havia a opção de permanecer na ucrania."

O Overlord e outro dos tais que acredita nas coisas que ouve e le por ai nos media do costume. Tem bom remedio.
Viaje ate a crimeia e va ver e sentir se aquela gente votou ou nao para se reunir com a russia.

Alias as pessoas da peninsula ficaram tao revoltadas com este processo de reunificacao que causaram imensos disturbios. Sabe-me dizer quantas pessoas morreram  na crimeia nesta coacao colectiva?  :toto:

mas que grande aversao que aquela gente deve ter a russia
 

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Re: Brexit
« Responder #116 em: Agosto 10, 2016, 03:44:27 pm »
 

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Re: Brexit
« Responder #117 em: Agosto 10, 2016, 10:13:19 pm »
Ministry of Defence 'facing extra £700m costs post Brexit'
http://www.bbc.co.uk/news/uk-37034337
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Brexit
« Responder #118 em: Agosto 11, 2016, 11:22:15 am »
Antes de mais, qual a fonte desta entrevista?

Expresso.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Brexit
« Responder #119 em: Agosto 11, 2016, 11:36:56 am »

Obrigado pela informacao Cabeca.

Apenas um conselho. Tenho muitas reservas em ler noticias portuguesas sobre assuntos de politica internacional, sobretudo quando EUA, e Russia sao chamadas ao barulho.

Os media portugueses (Publico, Dn, Expresso etc) pautam a sua linha editorial por serem alinhados com Washington.

Branqueiam os seus crimes, criam enemigos falsos, mentem, distorcem informacao enfim sao meios de propaganda. E essa a experiencia que tenho quando consulto esses jornais, mais uma vez comprovada atraves desta entrevista que tenta moldar a opiniao publica em ganhar anti corpos a Russia baseada em argumentos falaciosos.