Marinha anuncia conclusão de Reator Nuclear

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« Responder #15 em: Outubro 04, 2005, 10:46:28 pm »
Mas porque é que o Brasil não pode desenvolver a sua tecnologia nuclear?
O Brasil não está envolvido em nenhuma corrida armamentista, nem é um País agressivo e irresponsável na cena internacional, portanto acho muito bem que os brasileiros desenvolvam a sua investigação tecnológica neste sector e em outros!
 

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papatango

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« Responder #16 em: Outubro 04, 2005, 10:49:54 pm »
Só para acrescentar que na India há mais desigualdade que no Brasil. No Paquistão nem se fala, e mesmo na China, o salário chinês continua a ser inferior ao do Brasil.

Por este raciocinio, nem Chineses, nem Paquistaneses nem Indianos deveriam ter armas nucleares (que o Brasil nem sequer cogita neste momento).

Isto, embora eu ache que o Submarino Nuclear não faz sentido, porque o Brasil deveri investir por exemplo e para já na tecnologia AIP, incorporando AIP aos TUPI e posteriormente desenvolvendo novos submarinos com AIP de raiz (uma eventual versão brasileira do U-214)

Para mim a propulsão nuclear faz sentido, quando o submarino tem armas de grande poder SSN (com armas nucleares).

Para SSK de ataque, para a Marinha do Brasil,  não acho que faça tanto sentido.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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NVF

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« Responder #17 em: Outubro 05, 2005, 04:30:42 am »
Nao liguem, sao as habituais bocas da reaccao e, que pelos vistos, limitam-se a ler os titulos das noticias.
Talent de ne rien faire
 

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manuel liste

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« Responder #18 em: Outubro 05, 2005, 10:32:29 am »
Llama la atención la lentitud del proyecto. Si la marina brasileira lleva 25 años con su programa nuclear, y la previsión es que el sub. esté navegando hacia 2015-2020 ¡son 35-40 años de desarrollo!  :D
 

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Rhanges

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« Responder #19 em: Outubro 10, 2006, 11:55:56 am »
 

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Luís Fernando

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« Responder #20 em: Janeiro 24, 2008, 10:31:43 pm »
É bem verdade que o projeto se encontra com muitos anos de trabalho e espera acumulados. Mas tal se deu por dois bons motivos: o primeiro, falta de verbas; o segundo, muitas vezes por incompreensão dos vários governos que se sucederam.
Hoje, a visão do Estado brasileiro, expressa na propaganda do governo, aponta como de vital importância a conclusão do projeto nuclear da marinha, porquanto fonecerá a plena execução do ciclo do combustível nuclear no próprio país, bem como trará a segurança necessária ao setor energético que precisa ser estável o suficiente para manter o nível de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
É que, com o ciclo completamente dominado e a planta nuclear devidamete executada, reduz-se a dependência externa e torna muito mais executável os planos para a construção das Usinas Atômicas que encontram-se previstas como complemento da planta energética brasileira.
 

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Luís Fernando

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« Responder #21 em: Janeiro 26, 2008, 08:20:23 pm »
Marinha do Brasil
DEFESA@NET 26 Janeiro 2008
Isto É - 30 de Janeiro de2008 - Ed. 1995  

Em busca da soberania
Retomada do projeto do submarino nuclear não pode
depender de oscilação orçamentária
Parte 1 - Parte 2 (entrevista Alm Moura Neto)

CLÁUDIO CAMARGO

 Almirante Moura Neto
“Vamos enriquecer aqui todo nosso urânio”

INICIATIVA levou Lula para conhecer o projeto de Aramar
 

Integrante de uma família tradicional de oficiais da Armada, o comandante da Marinha, almirantede- esquadra Júlio Soares de Moura Neto, é um grande defensor do projeto do submarino nuclear. Nomeado em fevereiro de 2007, ele conseguiu sensibilizar o presidente Lula sobre o tema ao levá-lo para conhecer o Centro Experimental de Aramar, em Iperó (SP), que estava em estado quase vegetativo. Depois disso, o governo liberou R$ 1,1 bilhão, em parcelas de R$ 130 milhões anuais, fora do orçamento da Marinha, para a conclusão do projeto do reator nuclear desenvolvido pela força em Aramar. Nesta entrevista a ISTOÉ, Moura Neto diz que o Brasil terá condições de enriquecer todo o urânio de que necessita para as usinas de Angra 1, 2 e 3 e futuramente para o submarino.

ISTOÉ – Por que o Brasil precisa de um submarino nuclear?
Almirante Moura Neto – O submarino é uma arma precisa, extremamente valorosa em termos de dissuasão. É o único navio que, por andar debaixo d’água, obriga os navios de superfície um grande esforço para poder localizá-lo. Mas um submarino convencional tem muitas limitações: ele é movido por motor elétrico alimentado por grandes baterias, que precisam ser recarregadas pelo processo de snorkel. Isso o obriga a subir à superfície de tempos em tempos, tornando- o vulnerável. Já o submarino nuclear fica permanentemente debaixo d’água; só o fator humano o restringe, como cansaço da tripulação etc. Por isso, ele é importante para ajudar a patrulhar a extensa costa brasileira.

ISTOÉ – A liberação do dinheiro para a conclusão do reator significa a retomada do projeto de construção do submarino nuclear brasileiro?
Moura Neto – O projeto de Aramar não é o projeto da construção do submarino nuclear. O programa nuclear da Marinha é o da viabilização do ciclo de enriquecimento de urânio e da construção do reator nuclear. A liberação do dinheiro permitirá a conclusão de um reator de 11 MW de potência. É um reator dual, que não apenas poderá propelir um submarino como também produzir eletricidade para uma cidade de 20 mil habitantes. A decisão de concluir o projeto do submarino nuclear é uma decisão política.

“A idéia é buscar transferência de tecnologia para beneficiar a indústria nacional”

ISTOÉ – Nós já dominamos completamente o ciclo do enriquecimento de urânio?
Moura Neto – A primeira parte, sim, em nível laboratorial, mas algumas etapas desse ciclo ainda são realizadas fora do País. A transformação do yellow cake, produto da primeira etapa de beneficiamento do urânio, em gás hexafluoreto de urânio, é feita no Canadá. Esse gás depois é transportado para a Europa, onde um consórcio que reúne Inglaterra, Alemanha e Holanda o enriquece. No momento em que a nossa fábrica estiver funcionando, em 2010, poderemos enriquecer todo o urânio aqui. Com o protótipo dessa fábrica, poderá ser construída uma unidade maior em Rezende, na Indústria Nuclear Brasileira (INB). A Marinha também fabrica e vem fornecendo ultracentrífugas à INB. Dentro de um período de tempo que eu não sei especificar, nós poderemos enriquecer todo o urânio de que necessitamos aqui no Brasil.

 
Configuração do futuro submarino nuclear

ISTOÉ – O Brasil sofre pressões por causa do programa do submarino nuclear?
Moura Neto – São pressões veladas; quem domina a tecnologia nuclear não a fornece a ninguém. Mas o Brasil assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e também assinou o Acordo Quadripartite, entre a agência, Brasil, Argentina e a ABCC (Agência Brasileira Argentina de Contabilidade Nuclear). Esse acordo garante as inspeções periódicas da Associação Internacional de Energia Atômica (Aiea), mas também garante a inviolabilidade de nossas instalações.

ISTOÉ – O reaparelhamento da Marinha pode ser feito em colaboração com a indústria nacional?
Moura Neto – O que o ministro (da Defesa) disse é que o programa de reaparelhamento da Marinha vai privilegiar a indústria nacional. Aliás, no programa nuclear, tudo foi desenvolvido com tecnologia nossa, até porque essa é uma tecnologia muito sensível e teria sido muito difícil obtê-la de outra maneira. A idéia é buscar transferência de tecnologia para beneficiar a indústria nacional, porque isso trará a independência na área de defesa.
 
 



Em busca da soberania
Retomada do projeto do submarino nuclear não pode
depender de oscilação orçamentária
Parte 1 - Parte 2 (entrevista Alm Moura Neto)

CLÁUDIO CAMARGO


Mais do que apenas fazer declarações em conversas reservadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito movimentações concretas para retomar por completo o programa do submarino nuclear brasileiro. O primeiro passo nessa direção foi dado no ano passado, com a liberação de R$ 1,1 bilhão para a conclusão do reator nuclear desenvolvido pela Marinha. O próximo passo será dado nos próximos dias, quando os ministros Nelson Jobim, da Defesa, e Mangabeira Unger, das Ações a Longo Prazo, embarcarem para a França e para a Rússia em busca de alianças estratégicas e cooperação tecnológica. Os dois ministros serão acompanhados pelo comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto.

 

O programa do submarino nuclear brasileiro foi iniciado em 1979, interrompido na década de 1990 – por dificuldades financeiras e pressões americanas – e parcialmente retomado meses atrás. Ele é composto de três etapas básicas: o domínio do ciclo do combustível nuclear, a fabricação do reator e a construção do casco do submarino. A primeira parte foi muito bem-sucedida: graças aos esforços do Centro de Pesquisas da Marinha, em Aramar, o Brasil hoje domina a tecnologia de enriquecimento de urânio, desenvolvido através do método das ultracentrifugadoras. A segunda fase, a da construção do reator, está bastante avançada, restando apenas recursos para sua finalização – o R$ 1,1 bilhão liberado em 2007. A última etapa, a da fabricação do casco, exige muita sofisticação tecnológica e ainda necessita ser desenvolvida. É exatamente nessa etapa que reside a importância da viagem dos ministros.

 KNOW-HOW Os EUA têm a maior frota de submarinos nucleares do mundo e apenas três estaleiros para construí-los  

Apesar dos avanços recentes, o caminho a percorrer ainda é longo. A fabricação de um submarino nuclear, da concepção do design básico e ao detalhamento da engenharia, é um processo que exige de 12 a 14 anos de trabalho, de acordo com estudo da Rand Corporation, centro de estudos americano. Pelas dimensões desse tipo de embarcação – comprimento de cerca de 90 metros por dez metros de diâmetro –, a fabricação demandará instalações que, no Brasil, só a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep) tem atualmente. A fase mais longa desse processo, que dura de oito a dez anos, é a montagem do submarino, que exigirá um tipo específico de estaleiro, de que o Brasil ainda não dispõe. Os Estados Unidos, que têm a maior frota de submarinos nucleares do mundo, possuem apenas dois estaleiros para construí- los. A Rússia tem três estaleiros, a França dois e o Reino Unido e a China, um cada um.

Duas conseqüências advêm dessa situação. A primeira é que a decisão de construir o submarino nuclear é estratégica, uma decisão de Estado, que não pode ficar ao sabor de contingências orçamentárias, como aconteceu até o ano passado. A maturação de um projeto dessa natureza é necessariamente de longo prazo e implica investimentos constantes para que se chegue a bom termo. A segunda é que o Brasil provavelmente deverá buscar formas de cooperação internacional para a construção e montagem do casco do submarino nuclear. Mas o desafio da missão dos ministros no Exterior é o de obter cooperação sem, contudo, trazer consigo a dependência. Veja-se o caso da Índia, que deve lançar seu submarino nuclear ao mar já em 2009. Para treinar as futuras tripulações, os indianos arrendaram da Rússia um SNA por três anos. A Rússia também prestou assistência tecnológica para que a Índia desenvolvesse seu submarino.

A retomada do programa do submarino nuclear no Brasil também não pode ser vista como uma resposta conjuntural às supostas ameaças de vizinhos instáveis. É um programa de longo prazo, que só começará a produzir resultados concretos entre 2020 e 2024. A tarefa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva incumbiu o ministro Nelson Jobim é estabelecer os objetivos de longo prazo do Brasil e preparar uma capacitação tecnológica e industrial para tal desafio, em lugar de buscar na prateleira os equipamentos militares de que necessitamos. Daqui a uma década, os desafios serão outros. Em 2020, o petróleo estará bem mais escasso no mundo e o Brasil, com a perspectiva de desenvolver as novas jazidas na Bacia de Santos, estará entre os primeiros exportadores do mundo. Teremos também, com a descoberta de novas jazidas de urânio no Ceará, a primeira ou segunda reserva desse minério do mundo. Os interesses a proteger serão, portanto, muito mais extensos e diversificados do que os que hoje conseguimos enxergar.
 

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Luís Fernando

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« Responder #22 em: Janeiro 26, 2008, 08:27:21 pm »
Por: José Luiz Feio Obino  Vice-Almirante (Ref)
      Ex-Comandante da Força de Submarinos


Nos dias de hoje o melhor projeto comercial, testado, de  submarino convencional, no mercado, é o do submarino francês "Scorpene". Trata- se de um projeto modular, altamente avançado e flexível que pode ser construído no Brasil  e  empregado em águas costeiras  e  áreas oceânicas. A NUCLEP, Indústria de Equipamentos  Nucleares, que detém, no país,  a  tecnologia  de  construção de estruturas circulares, com alto nível  de  precisão,  está  preparada  para construir  as seções  do casco  resistente  do  mencionado  submarino francês  e  o AMRJ, Arsenal  de  Marinha  do  Rio  de Janeiro, capacitado para a montagem e união das seções de casco do submarino.

O projeto francês é o que mais se aproxima das características do projeto SMB 10, da  Marinha, e agrega, em  seu desenho e em  seus  equipamentos, o que existe de mais avançado e moderno em tecnologia de projeto e de construção de submarinos nucleares franceses, o que não pode ser dito pelo  seu  concorrente alemão que, apesar, de sua alta tecnologia, nunca  projetou  ou construiu sub-marinos nucleares. Ademais, seus submarinos foram projetados para águas costeiras  e  mares fecha-dos. Não podemos esquecer, que  o projeto dos submarinos da classe  "Tupi"    sendo substituídos, no presente, pelos submarinos IKL 212, com cerca de 1500 tons.

A Marinha do Brasil, e porque não dizer o País, busca o domínio da tecnologia de projeto,de construção e de manutenção de submarinos
avançados, o que,  de certa forma, só  poderá  ser alcan-çado com os franceses, americanos, russos, ingleses e chineses. O concorrente alemão, por mais que disponha de alta tecnologia de projeto, construção e manutenção  de  submarinos, quer para uso pró-prio, quer
para exportação, carece  do  principal, que  é ter capacitação em submarinos de propulsão nuclear. Seus projetos atuais, o IKL 212,
exclusivo para a sua Marinha  e  Marinha Italiana, e o IKL 214, para exportação, são bastante diferentes e seus projetos de concepção foram desenvolvidos em torno  da  propulsão convencional independente do  ar ( AIP ),  adequada  ao emprego  dos submari-nos  próximo de suas bases, como é o caso deles, dos italianos, turcos, gregos, sul coreanos e outros, diferentemente do nosso, que requer submarinos para emprego ao longo de uma costa de 4000 km e áreas oceânicas adjacentes.

Quando falamos sobre os projetos "Scorpene" e  IKL 214, não podemos esquecer do projeto comercial  "Amur",  russo, conhecido em  2004, quando  da  visita  de  oficiais  brasileiros à Rússia. Apenas o primeiro e o último são operacionais. Para o Brasil a melhor opção
seria o projeto francês, ainda que  a  Marinha tenha uma parceria, de cerca  de 30 anos, com os alemães. Mas será que essa parceria foi boa?
Em alguns pontos acredito que sim, mas em outros não. Senão vejamos:

-permitiu começar  a  construção (montagem de "kit") de submarinos no  País, segundo um projeto importado, que  os  alemães  não acreditavam  ser  possível sem  a sua ajuda;

-possibilitou a nacionalização da mão de obra na construção de submarinos, que não poderá ser perdida, sob pena de comprometer todo o esforço brasileiro na consecução de seu projeto maior, o projeto e construção de seu submarino de propulsão nuclear.

Consta que já nos falta, hoje,  as  mesmas condições  de  construção dos  "Tupi/Tikuna", por força da evasão de recursos humanos especializados, decorrente  do  esgarçamento do  programa  de construção  de submarinos ( adiamento  do  início  da  construção do "Tikuna"; falta de dinheiro orçamentário  para a  sua construção, que levou 11 anos; cancelamento da construção do irmão "Tapuia";  e falta de perspectiva de novas construções); e

-faltou capacidade de nacionalização  de peças para motores, equipamentos e sistemas, prejudicando seriamente a manutenção dos submarinos. Em  28 anos, nacionalizamos,     apenas, as baterias, ficando a  Marinha  refém da  importação, da quase totalidade  da  logística dos demais sobressalentes, materiais e equipamentos, cujos preços são cada vez mais proibitivos sem qualquer explicação para os aumentos abusivos.

Acreditamos que com  o  projeto francês teremos a oportunidade  de recuperar os anos perdidos no campo da  logística, ainda  mais  se
considerarmos  que  o sucesso  de  vendas do  projeto comercial alemão do submarino IKL 209(Submarinos da classe "Tupi") hoje se debate com o custo elevado  de  sua manutenção, que depende  de  longos  prazos de  entrega  de  peças  de  fabricação descontinuada, da disponibilidade, para  pronta  entrega, de materiais e equipamentos, e dos preços abusivos  de  fornecimento. Tal situação leva  a  uma baixa disponibilidade operacional desses submarinos no mundo. Por serem, também, submarinos costeiros, o  seu
emprego, em  áreas oceânicas ou muito afastado  de  suas bases, sacrifica o material, em especial, os  seus  grupos motores-geradores, diante  do longo trânsito para  as  áreas  de  exercício ou  de patrulha. Isto não ocorre no cenário europeu ou semelhante, para o qual foram projetados, por  serem  as  suas  áreas de operações muito próximas de suas bases de apoio.

O Chile, um país com grande  influência  militar germânica, tomou uma  decisão drástica  e corajosa ao sair da linha alemã para a linha
francesa de  submarinos oceânicos da classe  "Scorpene", sem  o módulo de casco de AIP. A  opção  chilena, pelo projeto francês, foi
devida  ao  baixíssimo nível  de  ruído irradiado (plataforma muito silenciosa), ao maior  transporte de  armamento, a maior facilidade e
rapidez  de  recarregamento  dos  tubos de torpedo e mísseis, e a maior profundidade de operação do submarino.

Ainda que  o  problema brasileiro seja ligeiramente diferente  do chileno, porque o Chile não tem a construção de submarinos, em seu
território, como  uma  premissa  básica, o  Brasil  tem como objetivo estratégico o domínio completo da tecnologia de  projeto e de
construção de submarinos e a manutenção dos mesmos. Não será com a transferência de tecnologia alemã que chegaremos ao nosso objetivo maior. Urge que  a  Marinha, e porque não dizer o Governo, se decida por uma  proposta que atenda o médio e longo prazos, isto é, a construção de  submarinos convencionais que visualize o futuro que é o projeto e a construção do submarino de propulsão nuclear. Hoje as parcerias para vencer  tal  desafio seriam com os chineses, ou russos, ou franceses, já  que  os  americanos e seu  aliado inglês, se opõem a tal conquista brasileira.

A decisão que a Marinha espera  do Governo, para a construção de submarinos, signifi- cará uma decisão para os próximos 30 anos. Resta
saber se desejamos ficar refém de algum país. Os primeiros  30  anos estão se acabando, sem que tenha havido ganhos positivos, "significativos", para  a  Marinha  e  para  o  Brasil.  As  "Orientações  da Marinha" para  a  HDW  e  a ARMARIS, em princípios de  2005, para  a apresentação  de  propostas,  para construção, manutenção e fornecimento de equipamentos / torpedos de submarinos, mostram claramente  que   a montagem de submarinos da classe "Tupi", no AMRJ, não foi suficiente para dominarmos a tecnologia de projeto de submarinos, bem como a construção de certos módulos de casco, como os de proa e de popa. As "orientações"  demandavam propostas das empresas, de transferência de tecnologia de projeto e de construção para o CPN, Centro de Projeto de Navios,  e o AMRJ, respectivamente; de  homologação do AMRJ como construtor  do  submarino, a  ser adquirido; e de fornecimento de equipamentos para  o  estaleiro construtor do novo submarino, já que um novo projeto  exige, dispositivos,  ferramentas  especiais  específicas, não havendo como aproveitar às do projeto da classe  "Tupi/Tikuna", mesmo  que, para um  novo projeto alemão. O ferramental de uso geral, no entanto, poderá ser empregado na construção de qualquer projeto a ser escolhido.

O projeto "Scorpene" é, em outras palavras, um modelo convencional reduzido do novo projeto  francês do submarino nuclear  "Barracuda". O  "Scorpene"  traz em seu bojo, muito do desenho de casco do submarino estratégico"Le Trionfant"; inúmeros equipamentos de controle de plataforma, empregados nos submarinos de propulsão nuclear; e sensores  no  estado atual da arte, integrados ao sistema de combate de última geração,  SUBTICS, compatível  com  o  emprego dos torpedos IF 21, "Black Shark", franco-italiano,  Mk 48, americano, e SUT, alemão, e com  os  mísseis submarino-superfície "Exocet",  SSM  39.


Fonte: PUBLICADO NA REVISTA DO CLUBE NAVAL
 

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papatango

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« Responder #23 em: Janeiro 29, 2008, 10:58:15 pm »
Citação de: "Dandolo Bagetti"
Em relação a escolha de bons administradores públicos (políticos), a China está de parabéns.


A China é por definição e pelo menos desde há 3.000 anos, a mais corrupta nação à face da terra. Os administradores chineses não são eficiente porque são bem escolhidos, eles são eficientes porque quem protesta na China é despedido, expulso da Zona Economica Especial ou então  assassinado pelo Partido Comunista.

Foram os chineses que por causa de gerirem o seu enorme império tiveram necessidade de «inventar» a administração pública e o funcionalismo público.
Só assim seria possível manter um país tão grande.
O reverso da medalha foi que ao inventar o funcionalismo público, os chineses acabaram por inventar a corrupção.

O nível de corrupção da China sempre foi catastrófico. Num sistema comunista centralizado, como é normal em ditadura, a corrupção não pode ser divulgada e só quando a podridão afecta os barões do Partido Comunista é que ela é conhecida.

A China não é exemplo para ninguém. Aliás o país inventor dessa chaga social que é a corrupção do estado, não poderia nunca ser exemplo.

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« Responder #24 em: Fevereiro 25, 2008, 11:27:38 am »
Penso que o Brasil tem toda a legitimidade de investir nas suas forças armadas, bem como construir um submarino nuclear, isto não só significa que quer investir nas suas forças armadas, mas também quer impulsionar a sua industria, penso que Portugal e o Brasil deveriam unir-se na construção não só de equipamento militar mas também noutros sectores como desenvolvimento da insdustria automóvel, naval investigação espacial entre outras.
Portugal com a sua posição estratégica, deveria conjuntamente com o Brasil apostar no âmbito militar na construção de navios de guerra, veículos blindados e aviões de combate. Assim não estavamos constantemente a comprar ao estrangeiro engordando ainda mais e fortalecendo o prestigio de outras nações. Porque não construímos nos?? Conjuntamente com o Brasil teriamos muito mais hipóteses de dar cartas e ter mais respeito na comunidade internacional.
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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pedro

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« Responder #25 em: Fevereiro 25, 2008, 11:34:20 am »
Tambem sou da mesma opiniao.
Cumprimentos
 

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« Responder #26 em: Fevereiro 25, 2008, 03:53:24 pm »
em matéria de construção , nós com os NPOs e o Brasil com a corveta "Barroso" não somos própriamente um modelo a seguir, a verdade nua e crua é esta :roll:  :?
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas