Modernização total dos F-16 só em 2011

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Ricardo Nunes

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Modernização total dos F-16 só em 2011
« em: Agosto 16, 2004, 10:17:12 pm »
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Modernização dos 'F-16' só vai estar concluída no final de 2011
EDUARDO MASCARENHAS


A actualização dos 40 aviões das duas esquadras de F-16 da Força Aérea Portuguesa (FAP) só deverá estar concluída no segundo semestre de 2011, soube o DN junto de fonte oficial. O programa de reconfiguração dos aparelhos, conhecido pela sigla inglesa MLU e que envolve um investimento de 226 milhões de euros, sofreu atrasos devido a desentendimentos entre a FAP e as Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA). Por este motivo, a modernização do primeiro avião prolongou-se para além do previsto. A Força Aérea, que durante décadas utilizou as OGMA para manutenção dos seus aparelhos, afastou-se gradualmente das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico nos anos 90, quando o Governo lhes conferiu autonomia total em relação ao ramo militar. Alegadamente, segundo afirmaram então alguns dos responsáveis da FAP, devido aos elevados custos praticados pelas OGMA.

No caso dos F-16, o corte foi radical.

Quando o País adquiriu a primeira esquadra de F-16, a Força Aérea instalou uma estrutura própria de manutenção na Base Aérea nº 5, em Monte Real, deixando as OGMA à margem. As oficinas da FAP em Monte Real não dispõem, contudo, de capacidade para executar um programa de modernização com elevados graus de exigência técnica como o MLU. O general Aleixo Corbal, que foi comandante da logística da FAP e depois chefe do Estado-Maior do ramo (e recentemente também presidente das OGMA), desempenhou um papel activo em todo aquele processo.

Assim, quando em 2002 o fabricante (Lockheed Martin) esco-lheu as OGMA para a execução do programa de modernização contratado pelo Governo português, as Oficinas Gerais de Material Aeronáutico não dispunham da documentação técnica de apoio, nem de alguns materais essenciais - como componentes, consumíveis a integrar nas aeronaves, ferramentas e outros equipamentos técnicos. E muito menos de um banco de ensaio para os motores.

Como consequência, a modernização do primeiro F-16, entregue com pompa e circunstância em Setembro de 2003 na presença do primeiro-ministro, Durão Barroso, decorreu nas OGMA com a supervisão e apoio directo do fabricante. A execução desta tarefa prolongou-se para além do previsto. Foram empregues 35 mil horas de trabalho, enquanto que para os restantes (já com a colaboração da Força Aérea), a duração prevista é de 21 mil horas.

A colaboração da FAP com as OGMA resulta da intervenção do ministro da Defesa, que colocou este ano fim ao diferendo e quando se perspectivava já que no final de 2004 houvesse apenas dois aviões modernizados. Paulo Portas determinou ao actual chefe da FAP que cooperasse com as OGMA e lhes entregasse toda a documentação técnica, ferramentas e equipamentos imprescindíveis à execução do programa, cuja aquisição pela empresa iria, naturalmente, elevar os respectivos custos.

O banco de ensaio de motores continua, no entanto, em Monte Real. Por isso, o segundo F-16, já modernizado, não voou de Alverca para a Base Aérea n.º 5 como o primeiro: foi transportado por terra. Neste momento já há quatro aviões modernizados e perspectiva-se que até final do ano esteja pronto mais um. Os restantes 35 F-16 deverão ser entregues a uma média de 6 por ano - até finais de 2011.


2011, um ano depois da entrada ( prevista ) do F-35 ao serviço da USAF.  :roll:
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« Responder #1 em: Agosto 23, 2004, 05:36:47 pm »
E quase 15 anos depois dos outros países europeus receberem os seus primeiros MLUs...

(mas também não acredito no F-35 para 2010  :roll: )
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« Responder #2 em: Agosto 24, 2004, 07:50:49 pm »
Ficamos é sem saber quando é que se prevê que a primeira esquadra fique operacional. Afinal a segunda, enfim, tem que se fazer render o peixe. Talvez á espera que os Alphajet fiquem demasiado velhos.

De facto há que reconhecer que o tempo é demasiado. O programa MLU começou salvo erro em 1995 ou 1996 e sofreu inumeros atrasos. O programa de modernização ficará assim concluido 17 anos depois de começado. A ser assim, temos razões para perguntar o que andam a fazer com o dinheiro.

Acho neste caso, que fazer o upgrade a 40 F-16 A/B acaba sendo um desperdicio. Sería melhor termos os 20 operacionais e gastar o dinheiro adicional em mais JDAMS AMRAAM e outros que tal, para já não falar da defesa anti-aérea. Definitivamente est é um :down: "thumbs down"

cumprimentos
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« Responder #3 em: Agosto 24, 2004, 09:14:57 pm »
papatango, o programa MLU em Portugal teve intenções de início em 1999 ( aquando do Peace Atlantis II ) e começou a ser implementado em 2002.

O programa MLU original surgiu em 1989. Não sei onde vai buscar os anos de 1995 e 1996.

 :arrow: http://www.f-16.net/modules.php?op=modl ... =59&page=1
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« Responder #4 em: Agosto 24, 2004, 10:12:40 pm »
Bom, eu estava a falar de cabeça, e provavelmente estava a pensar no programa peace-atlantis-II.

No entanto, o mesmo site que refere tem lá o seguinte texto:

Citar
On November 12th, 1997, The Pentagon announced that Portugal will upgrade 20 of its Peace Atlantis II F-16 block 15 aircraft to MLU-standard with modification kits bought from Lockheed Martin Tactical Aircraft Systems in Fort Worth


Portanto a questão do programa MLU tem o seu inicio pelo menos antes de 12 de Novembro de 1997, pois não creio que o Pentagono declarasse que Portugal ía fazer o upgrade MLU, sem que nós soubessemos.

A minha crítica dirige-se naturalmente aos políticos. Trata-se desde 1997 a 2011, de um período de 18 (dezoito) anos. Os prazos devem ser medidos desde a altura em que é tomada a decisão política, porque essa é a que conta.

Lembro ainda, que há um outro projecto parecido com o MLU que se poderá eventualmente chamar ELU (End of Life Update) ou coisa que o valha, que deverá começar a ser implementado em 2009/2010. Ainda não acabámos de equipar a segunda esquadra de F-16 AM/BM e os restantes F-16 block 15 já estarão a ser enviados para os hangares para modernização.

Portanto, a segunda esquadra de F-16 acaba perdendo grande parte do seu sentido, porque, ou fica por ali, por mais uns 15 anos, ou então começaremos a pensar num novo update dos F-16 para lá para 2029, quando já estivermos a pensar na reforma :mrgreen:

Cumprimentos
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« Responder #5 em: Agosto 24, 2004, 10:16:07 pm »
Falando dos outros países europeus, o projecto MLU arrancou em 89, mas a transformação propriamente dita dos aviões de A para MLU só arrancou em meados/final dos anos 90.

Aquando da guerra do Kosovo, todos as nações EPAF (menos nós   :evil:  ) tinham frotas mistas de A e MLU. 2/3 depois todos os aparelhos no activo eram os MLU, estando ainda alguns F-16A em armazém ( Bélgica principalmente)
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Re:
« Responder #6 em: Agosto 25, 2004, 05:07:26 am »
"Acho neste caso, que fazer o upgrade a 40 F-16 A/B acaba sendo um desperdicio."

Nem mais!!!

Atendendo à situação política/financeira/económica/social/(e o que mais quiserem pôr) em Portugal, hoje e muito provavelmente nos próximos 10 anos, não vão ser os MLU's que nos vão pôr na linha da frente de um conflito internacional.
Falta-nos muito mais que MLU's para estarmos de igual para com os nossos parceiros.
Por isso quando o MDN diz que vamos corresponder às exigências da NATO, não estamos mais que a dar um passo igual ao que foi dado à 10 anos atrás com a entrada ao serviço dos primeiros F-16. O problema é que, mais uma vez damos o passo certo, só que com um "ligeiro" atraso em relação aos restantes companheiros! :lol:  :D )
F-16A/B para 3 esquadras. 50 aviões com um upgrade que os possibilitasse de usar AIM-120 e LGB's (não é necessário MLU para isso!)

Talvez não fosse o ideal. Mas... Não dava até 2013/15, até chegar o 1º F-35?  :roll: !! E nós.....? 8)


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« Responder #7 em: Agosto 25, 2004, 11:45:11 am »
Citar
um upgrade que os possibilitasse de usar AIM-120 e LGB's (não é necessário MLU para isso!)


O upgrade MLU traz muito muito mais que apenas a possibilidade de usar AMRAAMs ou LGBs. Se a capacidade de LGBs ( bombas e pod de designação) pode ser incluída sem muita dificuldade em modelos A/B (como o Paquistão e a Venezuela fizeram), já o uso do AIM-120 implica alterações importantes no radar e no software do aparelho.

Além que o "Falcon Up" que também foi executado é muito importante para manter os aparelhos a voar. Sem ele não sei os nossos Vipers originais aguentavam até 2013/2015.

O que acho que falhou ( aliado à eterna falta de verbas) foi a percepção que os F-16A/B em 1993, quando foram adquiridos, já não eram material de 1ª linha, como ficou provado na guerra do Kosovo. Logo após a sua aquisição deveríamos ter entrado no programa MLU, de modo a recebermos os primeiros aparelhos modificados lá para o final da década.

Essa notícia dos C-130 gregos é extremamente interessante. Já há uns tempos atrás tínhamos falado por aqui nas "trapalhadas" à volta do C-130J.
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« Responder #8 em: Agosto 25, 2004, 11:49:51 am »
Não o percebo, p_shadow... :evil:
 

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« Responder #9 em: Agosto 25, 2004, 12:49:02 pm »
Boas


  Só alguns comentários sobre este assunto:

-É verdade que o programa MLU devia ter sido começado quase imediatamente aquando da compra dos F-16A/B, visto estes, e como já foi dito, na altura já não serem equipamento de ponta.
-A culpa do atraso não é nem da FAP nem das OGMA, mas sim de sucessivos atrasos na transferência de verbas das entidades responsáveis.
-O unico atraso que se verificou depois do inicio do programa MLU foi no primeiro avião, que foi modificado com a ajuda de técnicos da Lockheed Martin, e que levou ao atraso de vários meses em todo o programa.
-Os kits para o MLU estiveram vários anos armazenados até se dar a ordem para o inicio da transformação em MLU.
-E não nos esqueçamos que os F-16 ex-USAF que agora estão a sofrer alterações vêm todos "estripados" como se pode ver nesta fotografia:
 http://www.airliners.net/open.file/616477/L/   o que requer muitas, mas muitas horas de trabalho...
-Acho que 40 F-16MLU chegam bem para Portugal. Acho que se deveriam comprar os chamados "multiplicadores" de força, tal como já foi dito, numa primeira fase dois reabastecedores/cargueiros, e posteriormente aviões AEW.
-Ainda acreditam na vinda de F-35 antes do ano 2020??????? Eu não.
-Falou-se também nos AlphaJet, ou muito me engano ou no final da década deverá estar decididad a sua substituição.
- C-130J ou C-130H renovados?? Pessoalmente prefiro os C-130J, mas se renovando os C-130H, que ainda têm muitas horas de vida util, levasse a que o dinheiro poupado fosse investido em outras áreas, tipo reabastecebores ou defesa antiaérea não me importava nada.


  E não vos chateio mais.
          Um abraço
Um abraço

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« Responder #10 em: Agosto 25, 2004, 10:09:15 pm »
E enquanto que nós esperamos ( e deseperamos...) pelos F-16 até 2011, ainda falta uma coisa: o equipamento/armamento a adquirir.

Como é hábito, virá tudo "às pinguinhas" e tarde, se é que alguma vez virá.

Enquanto que os nossos amigos polacos, no seu negócio para 48 F-16C block50 novos, deixaram bem claro a encomenda:


Citar
Also included would be 130 LAU-129 missile launchers, 384 AIM-120C AMRAAMs, six AIM-120C AMRAAM AVIM training rounds, 384 AIM-9M2 Sidewinders and 24 training rounds of this type, later augmented by 178 AIM-9X Sidewinders, along with 24 AIM-9X training rounds. For the air-to-ground role the following weapons would be provided - 816 AGM-65G Maverick missiles, with 65 TGM-65G training rounds, 232 JDAM suites, 280 AGM-154A/C JSOWs, 215 Mk82 GP bombs, 920 Mk83 bombs, 232 Mk84 bombs, 140 CBU-97 WCMDs, 232 GBU-16 LGBs and the same number of GBU-10 modification suites. Additionally there would be 214 GBU-22/24 suites, 384 CBU-87 CEBBs, 340,000 HE 20mm cannon rounds, 36 Pathfinder/Sharpshooter pods, or the same number of Northrop Grumman/Rafael Litening II pods, supplemented and/or partially replaced by 22 Lockheed Martin PANTERA pods. Avionics equipment foreseen for the Polish F-16s would be 48 Rockwell Collins AN/ARC-210 SINCGAR Have Quick II radios, 44 Northrop Grumman AN/ALQ-131 or AN/ALQ-184 ECM pods and six recce pods of unspecified type. Also included are eight AACMI podded systems, 48 CFTs, 48 JHMSs, 48 TADIL/JTIDS Link 16 terminals, 40 integrated AIDEWS self defence suites, 29 NVG sets, 48 Raytheon AN/APX-113 IFF sets and all essential technical documents, software and supplementary training and support equipment. It has been estimated that the implementation of the whole package for Polish Air Force flying units, and some defence industry plants, would require logistics support provided by as many as 24 US defence specialists lasting for a period of at least four years.


 :roll:
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Re:
« Responder #11 em: Agosto 26, 2004, 02:25:27 am »
"...já o uso do AIM-120 implica alterações importantes no radar e no software do aparelho..."

O maior entrave à aquisição de AMRAAM será sempre as próprias autoridades americanas e só depois talvez o preço das alterações a nivel de software. O F-16 ADF "de série" pode utilizar o AIM-120, os nossos ADF's é que não!! :roll:

O preço de fazer o Falcon-Up a 50 aeronaves não deve chegar a um terço do preço deste MLU em 40 aviões.


"...Nós não precisamos de mais caças nem conseguiríamos ter estruturas nem pilotos para os operar convenientemente..."

Repare que eu não proponho um aumento de pilotos. Defendo 2 ou 3 esquadras para operar esses 50 F-16. O nº de pilotos poderia ser o que está planeado para operar futuramente as 2 de MLU.

Acho que assim garantia-se mais horas de voo e uma melhor exploração de cada célula...


"Em vez desses 10 F-16 extra, deveriam sim adquirir aviões AEW e reabastecedores..."

Eu também, se me disser onde é que consegue arranjar apenas UMA dessas aeronaves citadas pelo mesmo valor de 10 F-16 ex-AMARC...!!! 8)
Ainda mais, estando a aquisição de F-16 relacionada com a utilização americana da BA4!


Queria referir que considero o F-16 MLU uma aeronave muito capaz e ficaremos sem duvida bem servidos até 2020 (não duvidem-2020!).
Mas confesso que gostaria muito mais de ver o F-35 com a Cruz de Cristo em 2013/15. Com o MLU no ar, isso nunca vai acontecer. :wink:


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« Responder #12 em: Agosto 26, 2004, 11:21:10 am »
Citação de: "p_shadow"
"...já o uso do AIM-120 implica alterações importantes no radar e no software do aparelho..."

O maior entrave à aquisição de AMRAAM será sempre as próprias autoridades americanas e só depois talvez o preço das alterações a nivel de software. O F-16 ADF "de série" pode utilizar o AIM-120, os nossos ADF's é que não!!  

Os responsáveis da FAP foram a Davis-Monthan "escolher" mais 25 aviões (Block15) a pensar na sua transformação para MLU.
Já outros países (Jordânia e Tailãndia, salvo-erro) foram buscar sobretudo ADF's. Porque terá sido...?  

O preço de fazer o Falcon-Up a 50 aeronaves não deve chegar a um terço do preço deste MLU em 40 aviões.

p_shadow, o problema é que a realização do Falcon-Up e a preparação do F-16 para disparar AMRAAM's não o coloca nem perto das capacidades do MLU. As autoridades americanas não são, pelo menos em relação a Portugal, um entrave à compra dos AMRAAM. O verdadeiro entrave é a falta de fundos da FAP, e os atrasos na realização do MLU. Sem o MLU, mesmo operando os AIM-120, continuaríamos com uma aeronave obsoleta.

Citação de: "p_shadow"
Repare que eu não proponho um aumento de pilotos. Defendo 2 ou 3 esquadras para operar esses 50 F-16. O nº de pilotos poderia ser o que está planeado para operar futuramente as 2 de MLU.

Acho que assim garantia-se mais horas de voo e uma melhor exploração de cada célula...

p-shadow, nós aspiramos a ter uma FAP moderna, ao nível das melhores do mundo. Para isso temos que seguir os padrões NATO. Segundo esta, uma esquadra, para ser considerada verdadeiramente operacional e capaz em caso de conflito, tem que ter 1,5 pilotos por aeronave. Ou seja, para 40 aparelhos, precisamos de 60 pilotos. Se os colocar em 50 aeronaves, perde uma boa parte da capacidade da esquadra. Não é assim que se aumenta o número de horas de voo (até porque nesse aspecto nem nos podemos queixar muito); para isso tem é que se atribuir mais horas de voo à esquadra, dando-lhe mais verbas para combustível e manutenção. O Ricardo pode confirma-lhe isto melhor do que eu, mas creio que a 1ª esquadra tem apenas 26 ou 27 pilotos (abaixo dos 30 requeridos); não se pode reduzir o número de pilotos por esquadra, nem se pode fazer um aumento drástico sem cortar na qualidade.

Citação de: "p_shadow"
Queria referir que considero o F-16 MLU uma aeronave muito capaz e ficaremos sem duvida bem servidos até 2020 (não duvidem-2020!).
Mas confesso que gostaria muito mais de ver o F-35 com a Cruz de Cristo em 2013/15. Com o MLU no ar, isso nunca vai acontecer.

O problema, é que com as políticas de defesa que têm sido seguidas, se não fizesse o MLU aos F-16, também é provável que não recebesse os F-35 em 2013/15. Ficaria "agarrado" a aviões ainda mais ultrapassados até ao fim dessa década... :(

Citação de: "p_shadow"
"Em vez desses 10 F-16 extra, deveriam sim adquirir aviões AEW e reabastecedores..."

Eu também, se me disser onde é que consegue arranjar apenas UMA dessas aeronaves citadas pelo mesmo valor de 10 F-16 ex-AMARC...!!!  
Ainda mais, estando a aquisição de F-16 relacionada com a utilização americana da BA4!


Como eu não concebo a compra de F-16 sem o MLU, vamos lá fazer contas... A 2ª esquadra custou cerca de 268 milhões de US$ (não são contrapartidas pelo uso das Lajes, infelizmente...) - para 10 aeronaves vamos pôr 130 milhões. O custo estimado do MLU para a 2ª esquadra é de 185 milhões - vamos contar com 90 milhões para os 10 aviões. Ou seja, 10 F-16 MLU custariam cerca de 220 milhões de US$ (contas por baixo)

Claro que isto não dá para comprar uma frota de aviões AEW e reabstecedores, mas tudo depende da fonte do equipamento e da forma como for negociada. Pode conseguir comprar um E-2C aos EUA por 100 milhões ou menos. Já um avião reabastecedor como o KC-135 poderá custar algo como 50 milhões. Não sei ao certo o custo de um EMB-145, mas se a privatização das OGMA for avante, talvez se conseguissem a bom preço. Tem ainda a possibilidade de comprar A310 em 2ª mão e convertê-los em MRT.

Mas mesmo que gaste o dobro dessa quantia para 2 aviões AEW e 2 para REVO, as suas capacidades seriam MUITO maiores do que com mais 20 ou até 30 F-16... e provavelmente com menores custos de operação, e poupanças na estrutura dos F-16 (com os reabastecedores, têm que realizar menos aterragens..)
 

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« Responder #13 em: Agosto 26, 2004, 11:33:05 am »
Neste tema, cometi um erro de cálculo, decorrente de ter feito mal, contas de cabeça.

Por alguma razão, as contas que fiz, implicavam que o ritmo de produção sería de um avião a cada seis meses.
Não sei que raio de contas fiz, mas o meu comentário, tem essêncialmente a ver com isso.


Aqui há uns tempo pedi a umas pobres fontes que tenho na Coreia do Norte :mrgreen: e portanto com muito pouca validade.

O meu problema é que fiz as contas (de comerciante de rua)  e concluí "cientificamente" que o ritmo tinha caído para um avião a cada seis meses, e concluí logo que o pessoal se estava a encostar á parede... :D :D

Tenho portanto que reconhecer o erro.

A primeira esquadra de F-16 AM/BM deverá estar operacional, com um minimo de 16 aeronaves, em meados de Março de 2006 e ficará completamente operacional em fins de Janeiro de 2007.
A tempo de começar a pensar num novo upgrade, que poderá ser planeado até 2011. Nessa altura já tería que se ter considerado a nova modernização dos F-16 que agora estão a ser modernizados.

A segunda esquadra, se não houver problemas, deverá ser mais rápida. No entanto, os aviões da segunda esquadra deverão ter equipamentos dedicados a potenciar a sua capacidade como aviões de ataque, o que poderá tornar as coisas um pouco mais lentas, porque se tratará de uma nova esquadra.

Uma coisa é fazer a transição de um F-16 A/B para um F-16 MLU e outra é transitar todo um sistema de aprendizagem, formação , treino e manutenção de um Alphajet para um F-16 MLU numa configuração de ataque de precisão.

A segunda esquadra será modernizada mais depressa que a primeira, mas levará mais tempo a ficar operacional por outras razões.


Tenho ainda que  dizer que o F-16 MLU, é muito mais sofisticado que o que muita gente pensa. Não é só a capacidade para disparar misseis AMRAAM que faz um avião sofisticado.
Com alguns truques e radares potentes no solo, até um Spitfire pode disparar misseis AMRAAM, mas isso não faz dele um avião capaz. A principal diferênça no F-16 MLU, é o seu MMC Modular Mission Computer e as modernizações no radar, que na prática incorporam todas as funções de versões mais modernas.

O MLU é como se Portugal tivesse um computador com processador Pentium a 166Mhz, e se mudasse o processador para um Pentium a 2 Ghz, e alterando o sistema operativo para Windows XP. A alteração do software e do processador produzem um computador que não tem nada a ver com o outro.

Fazer alterações para usar o Amraam, era a mesma coisa que mudar o disco rigido, para ter mais espaço e deixar o processador  e o Windows 3.11. O Windows 3.11 também pode lançar AMRAAM, com um patch, mas não tem comparação com as opções de combate que lhe são dadas pelo Windows XP.

I stand corrected!

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« Responder #14 em: Agosto 26, 2004, 11:45:01 am »
Citação de: "Papatango"
Tenho ainda que dizer que o F-16 MLU, é muito mais sofisticado que o que muita gente pensa. Não é só a capacidade para disparar misseis AMRAAM que faz um avião sofisticado.
Com alguns truques e radares potentes no solo, até um Spitfire pode disparar misseis AMRAAM, mas isso não faz dele um avião capaz. A principal diferênça no F-16 MLU, é o seu MMC Modular Mission Computer e as modernizações no radar, que na prática incorporam todas as funções de versões mais modernas.

O MLU é como se Portugal tivesse um computados com processador Pentium a 166Mhz, e se mudasse o processador para um Pentium a 2 Ghz, e alterando o sistema operativo para Windows XP. A alteração do software e do processador produzem um computador que não tem nada a ver com o outro.

Fazer alterações para usar o Amraam, era a mesma coisa que mudar o disco rigido, para ter mais espaço e deixar o processador e o Windows 3.11. O Windows 3.11 também pode lançar AMRAAM, com um patch, mas não tem comparação com as opções de combate que lhe são dadas pelo Windows XP.


Grande analogia, Papatango... :D )

Mas tem absoluta razão... :wink:  Não é o mero facto de poder disparar AIM-120's que torna o MLU equivalente a um block 50/52...