Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #300 em: Novembro 01, 2012, 08:21:17 pm »
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Portugal já 'faliu' seis vezes

Desde 1800, Espanha já entrou em incumprimento treze vezes e Alemanha, oito. Falências de Estados é norma.

Um perdão de dívida, a recusa de pagamento aos credores ou a insolvência de um país são eventos que constituem mais a norma do que a excepção na história financeira moderna do Mundo.

Apesar de nos últimos anos, a falência da Argentina, em 2001 ou a maior reestruturação de dívida alguma vez feita (Grécia em 2011) terem sido casos amplamente debatidos e considerados como eventos extraordinários, a realidade é que as ‘ondas’ de falências de nações são cíclicas e até habituais.

As duas mais recentes sucederam-se nas décadas de 80 e 90 do século passado com as economias emergentes da América Latina. Anteriormente, nos períodos da Grande Depressão e pós-Segunda Guerra Mundial, a vaga afectou as economias mais desenvolvidas, nomeadamente, da Europa. A próxima onda poderá atingir o centro da moeda única europeia e da União Europeia. Grécia, Portugal, Hungria, Eslovénia, Espanha e Itália estão entre os alvos mais prováveis.

Grécia, 100 anos em default


Segundo o livro This time is different de Kenneth S. Rogoff e Carmen Reinhart, docentes da Universidade norte-americana de Harvard, que analisa as crises financeiras passadas, só nos últimos 200 anos existiram, pelo menos, 250 falências de países, alguns deles várias vezes.

A História revela sempre dados curiosos. Desde 1800 até aos dias de hoje, Portugal entrou em incumprimento seis vezes, Alemanha e França oito vezes e a Espanha 13 vezes. Os espanhóis, aliás, foram os que mais processos de falência perante os seus credores registaram em todo o Mundo. Já países como os EUA, Canadá, Reino Unido, Holanda ou Suécia cumpriram sempre as suas obrigações perante os seus credores internos e externos.

Os dois autores estudaram ainda a duração da falência de um país, ou seja o número de anos em que este não pagou aos seus credores. A Grécia aparece em destaque com uma história de incumprimento único: desde 1839 até hoje, mais de metade destes quase 200 anos foram passados em default, adianta o estudo. No top dos campeões do incumprimentos, segue-se a maioria da América Latina (40% dos últimos dois séculos em falência).

As causas para o incumprimento de um país são várias, mas nos últimos dois séculos, foram sobretudo desencadeados pela queda abrupta dos preços das matérias-primas, fuga repentina de capitais ou choques na confiança dos investidores.

Ninguém aprende com erros


Os dois autores referem que, ao longo dos anos, países e credores sofrem do síndrome de «desta vez será diferente», uma espécie de ilusão de que se aprendeu com os erros do passado, após uma crise, e que no futuro estes não se irão repetir.

Porém, basta olhar para o paralelo entre as crises de incumprimento argentina e grega, ou a entre as ‘bolhas’ das dotcom e do subprime nos EUA (eventos separados por menos de dez anos entre si), para se perceber o quanto dura a memória de políticos e dos mercados. Como concluem Rogoff e Reinhart no seu livro: «a capacidade de os governantes e investidores se iludirem, abrindo portas a um período de euforia que normalmente acaba em lágrimas, permanece uma constante».

http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Inte ... t_id=62152
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #301 em: Dezembro 13, 2012, 04:39:05 pm »
Poder de compra dos portugueses desce e é inferior à média da UE
Publicado às 12.52
 


Os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que, em 2011, os portugueses ganhavam 77,4% da média dos seus parceiros europeus, uma descida face a 2010, onde o valor era de 80,3%. Dentro da zona euro, só a Estónia e a Eslováquia é que são mais pobres do que Portugal.

O Produto Interno Bruto (PIB) expresso em paridades de poder de compra (PPC) estava em Portugal 22,6% abaixo da média dos países da União Europeia (UE) no ano passado, revelou esta quinta-feita, o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a lista divulgada também pelo gabinete de estatísticas da UE, o Eurostat, o Luxemburgo está à frente, já que no ano passado o nível de riqueza era de 271%. Seguia-se a Holanda com 131%.

Na tabela há oito países da UE onde os cidadãos, em média, são mais pobres do que em Portugal: Eslováquia, Estónia, Lituânia, Hungria, Polónia, Letónia, Roménia e, no fim da tabela, a Bulgária, onde cada cidadão do país ganhou, em 2011, 46% da média europeia.

Assim, dentro da zona euro, só a Estónia e a Eslováquia é que são mais pobres do que Portugal.

O indicador do Produto Interno Bruto (PIB) medido em PPC permite fazer estimativas para os agregados da despesa ajustados das diferenças de preços relativos de 37 países da União Europeia.

Em novembro, nas últimas previsões divulgadas, a Comissão Europeia antecipou que o PIB 'per capita' português deverá continuar em divergência relativamente ao dos parceiros comunitários, e em 2014 será apenas 51,7% da média da Europa a 15.

Este será o nível mais baixo desde 1997, quando o PIB 'per capita' português estava nos 50,8% da média da UE15.


Quando Portugal aderiu à então CEE, em 1986, o PIB 'per capita' português era apenas 33,3% da média dos quinze. O nível mais alto foi atingido em 2009: 57,8%.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia ... 51&page=-1
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Miguel

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #302 em: Dezembro 21, 2012, 03:06:40 pm »
Esta crise que começou em 2007, que passou pela queda da "lehman em 2008" e com a probalidade do fim do euro para Grecia,Portugal,Irlanda,Espanha ACABOU

Certo algums paises fizeram bancarrota etc...

Agora as pessoas e empresas vao se adaptar a um estilo de viver e consumo diferente, vamos voltar aos valores basicos, viver com as nossas possibilidades reais. Viver sem montanhas de creditos e defices.

Passamos ao lado do abysmo, mesmo eu geralmente otimista, chegei a pensar o pior em 2011.

Felizmente esta CRISE esta prestes controlada até a proxima :D

Portugal vai continuar no EURO :G-beer2:
 

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Edu

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #303 em: Dezembro 21, 2012, 03:11:36 pm »
Caro Miguel, não estará a ser um nadinha prematuro na sua análise?
 

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Miguel

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #304 em: Dezembro 21, 2012, 04:39:09 pm »
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Caro Miguel, não estará a ser um nadinha prematuro na sua análise?

NEIN

Lembrem-se que eu foi dos primeiros em Portugal, a avisar a crise que iamos enfrentar apos a crise dos subprime e da lehman.

Nessa altura noutros topicos eu ate era contra a acquisiçao das Fragatas BD etc... porque era preferivél manter aquilo que tinhamos na altura com operacionalidade. Que aquilo que temos hoje arrumado nas oficinas :mrgreen:
 

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P44

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #305 em: Dezembro 21, 2012, 06:42:08 pm »
Não sei o que andas a fumar mas também quero :!:
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cmc

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #306 em: Dezembro 22, 2012, 09:43:19 pm »
Citação de: "P44"
Não sei o que andas a fumar mas também quero :!:

 

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #307 em: Dezembro 23, 2012, 06:35:24 pm »
Citação de: "cmc"
Citação de: "P44"
Não sei o que andas a fumar mas também quero :lol:  :lol:  :lol:
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manuel liste

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #308 em: Janeiro 04, 2013, 01:55:45 pm »
El bono a 10 años portugués ofrece una rentabilidad del 6.32%, mínimo de dos años

http://www.bloomberg.com/quote/GSPT10YR:IND/chart

La rentabilidad del bono está en caida libre. Los inversores internacionales vuelven a confiar en la deuda portuguesa. Parabéns cordiais  :D
 

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Cabeça de Martelo

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #309 em: Janeiro 04, 2013, 02:20:45 pm »
Vamos ver se mantém-se assim.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #310 em: Janeiro 04, 2013, 07:58:23 pm »
é só orgasmos
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Cabeça de Martelo

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #311 em: Junho 07, 2013, 04:14:55 pm »
Revista escreve artigo sobre a "condenação de Portugal"

A revista The Atlantic publica, na sua edição eletrónica de hoje, o artigo 'O mistério de Portugal estar tão condenado', no qual argumenta que existe demasiada corrupção e regulação que leva a que as PME não queiram crescer.

O artigo, assinado por um dos diretores da revista, Matthew O'Brien, e que está na página inicial da publicação, começa com uma fotografia de um mural em Portugal onde se lê, em letras grandes, 'Pray for Portugal' ('Rezai por Portugal'), com uma criança a rezar 'Livrai-nos Senhor destes porcos corruptos que assolam Portugal', e diz que, ao passo que a Grécia teve uma bolha governamental e que a Espanha e a Irlanda tiveram bolhas imobiliárias, Portugal, sem bolhas, teve "uma das mais calmas catástrofes da memória económica".

Citando estudos que mostram que Portugal, entre 2000 e 2012, cresceu 'per capita' menos do que os Estados Unidos durante a Grande Depressão dos anos 30 ou que o Japão durante a sua 'década perdida', o artigo faz ligações para várias outras páginas de jornais como o Financial Times ou o Wall Street Journal para ir sustentando a sua opinião, por exemplo no que se refere à evolução de Portugal nos primeiros anos da democracia ou aos dados económicos que mostram a fraca performance da economia portuguesa na última década.

Relembrando erros de política económica e mostrando gráficos sobre a evolução de indicadores como o crescimento comparado de Portugal, Estados Unidos e Japão, o artigo argumenta que aquilo que separa Portugal de outros países em dificuldades é a cultura das pequenas empresas: "A maioria dos países do sul da Europa, Portugal incluído, sofrem de demasiada corrupção e regulação".

As empresas, argumenta a revista, "escolhem [em itálico] permanecer pequenas porque faz sentido lidar apenas com pessoas em quem se confia pessoalmente quando não se pode confiar no poder da autoridade livre de retaliações. As empresas podem [em itálico] ficar pequenas porque as leis tornam difícil crescer e atingir economias de escala. É um pesadelo de 'mom-and-pop' de fraca produtividade", diz a revista, numa referência a uma expressão que se refere a pequenas empresas de raiz familiar, sem grandes ambições empresariais e com forte implantação local.

No texto, defende-se que a situação piorou desde 2008 devido não só ao enorme peso das Pequenas e Médias Empresas (PME) na economia portuguesa, mas também porque elas estão a desaparecer, não apenas porque "a austeridade esmagou os seus clientes", mas igualmente porque enfrentam sérias dificuldades de acesso ao crédito.

Retomando a linha de pensamento norte-americana que defende que a Europa está a exagerar na austeridade como a receita para sair da crise, a revista diz que é claro que "Portugal tem de resolver os seus problemas estruturais" e argumenta que "deve ser mais fácil despedir quem trabalha mal, criar e expandir um negócio, e garantir o cumprimento dos contratos".

A Europa, sublinha, "deve parar de insistir no castigo [da austeridade] como o caminho para a prosperidade".

Se não o fizer, sentencia a Atlantic no parágrafo final do texto, "então a ideia de uma saída do euro deixará de ser apenas o tópico de um popular livro português", referindo-se ao último livro do economista João Ferreira do Amaral. Poderá ser a plataforma de um partido popular português, conclui.

 :arrow: http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... 79&page=-1
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #312 em: Julho 08, 2013, 07:03:46 am »
e tomem lá o 2º resgate, em versão com vaselina para não doer tanto...

El País: Bruxelas prepara "resgate suave" a Portugal
Publicado hoje às 05:42
A Comissão Europeia está a preparar uma 2ª ronda de ajuda a Portugal, prevendo a dificuldade de Lisboa regressar com sucesso aos mercados em meados de 2014, informou o El País.

Na notícia do jornal espanhol El Pais duas fontes da União Europeia garantem que estão em curso conversações com o Governo português para que esteja disponível a tempo «uma linha de crédito de precaução» do fundo de resgate europeu (Mecanismo Europeu de Estabilidade - MEDE).

A mesma possibilidade poderá ser explorada com a Irlanda, segundo o diário.

Essa linha de crédito, explica o El País, será um «resgate suave» com o objetivo de evitar que a saída do programa, em maio de 2014, «seja um calvário» para Portugal.

Para o jornal espanhol, esta segunda ajuda a Portugal pode ter duas leituras, uma positiva e outra realista. Se pode ser um sinal de que «Bruxelas não vai deixar cair Lisboa, que fez tudo o que a 'troika' pediu e mais ainda», e que a Comissão Europeia vai ajudar o Governo português a tentar acalmar as preocupações dos parceiros europeus e dos mercados, também pode indicar que o «programa português não funciona e que é necessário dar um novo impulso a Portugal».

Quanto às possibilidades das linhas de crédito que poderão ser concedidas a Portugal, o El País indica que o «MEDE poderá dar um novo empréstimo a Lisboa, optar por comprar dívida no mercado primário (a solução mais provável) ou no secundário».

«Em todos os casos haverá condições associadas, apesar de menos exigentes, com exames menos completos e mais espaçados no tempo», escreve o jornal ao salientar que essa linha de precaução permitirá sobretudo ativar o programa de compra de dívida que o Banco Central Europeu acordou em setembro, mas que ainda está dependente do veredicto do Tribunal Constitucional alemão.

Segundo o El País, esta fórmula de «resgate suave» será decidida nos próximos meses.

Hoje, o Eurogrupo vai debater a situação de Portugal, da Grécia e Espanha.

Fontes financeiras citadas pelo El País salientam que o Fundo Monetário Internacional procurará «algum tipo de reestruturação" da dívida portuguesa, tal como na Grécia, situação a que "União Europeia se irá opor radicalmente»

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economi ... id=3310405
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Lusitano89

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Re: Decadência total de Portugal em 2010 (Saída do Euro)
« Responder #313 em: Setembro 13, 2013, 07:35:06 pm »
Portugal não deve excluir totalmente a hipótese de sair da zona euro


Se “fosse político” em Portugal, o analista económico Wolfgang Munchau adotaria uma estratégia negocial que afirmaria o compromisso de se manter na zona euro, mas, simultaneamente, não excluiria a possibilidade de sair.

Em conferência de imprensa no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, onde participa hoje como orador no encontro Presente no Futuro, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, o colunista e editor do Financial Times sugere um compromisso simultâneo, com a zona euro e com “um futuro económico para o país”, considerando que “os Governos do Sul da Europa subestimam o seu poder negocial”, incluindo o português.

“Deita-se fora todo o poder negocial ao dizer, aconteça o que acontecer, nunca sairemos da zona euro, até porque não se pode dizer isso. Neste momento, seria uma estupidez sair da zona euro, mas, se o ajustamento económico, que não tem prosseguido bem, continuar durante mais dez anos, pode não haver outra alternativa a não ser sair da zona euro”, sustentou.

A situação da Itália “vai ser muito mais complicada”, desde logo por “uma questão de escala” e possível “efeito de contágio”, antecipou o analista, porém frisando: “Não subestimem o potencial de um fracasso de Portugal. Se Portugal sair da zona euro, levantará questões em Itália e Espanha imediatamente.”

Sobre a posição que a Alemanha adotará em relação aos países do Sul após as eleições legislativas de 22 de setembro, Munchau não antecipa nenhuma “mudança política fundamental”, independentemente do resultado.

“Há posições legais e políticas que são partilhadas em todo o país e não apenas pela [chanceler alemã Angela] Merkel. Ela não tem assim opiniões tão fortes sobre as coisas, nem lidera a opinião conservadora, é muito mais uma gestora de processos”, descreveu, acrescentando: “Se estiverem numa sala com ela vão achá-la uma pessoa muito prática, mas ela tem os seus limites.”

Na sessão em que foi um dos oradores, Munchau descartou que a Alemanha procure a hegemonia na Europa, considerando antes que “o sistema está hegemonicamente desenhado” e todos parecem “querer ser como a Alemanha".

Lusa