Crise Financeira Mundial

  • 363 Respostas
  • 96833 Visualizações
*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20224
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #330 em: Julho 15, 2015, 04:33:19 pm »
Era tudo tão, tão, tão previsível

  by pedro romano     

Aparentemente, a Grécia vai mesmo ter um terceiro resgate. De acordo com uma das narrativas que agora circula, a história é simples de contar. Primeiro, os gregos elegeram um Governo mandatado para acabar com a austeridade. Depois, o resto da Zona Euro cortou o financiamento e deixou o Estado grego sem meios para pagar as contas. E posteriormente foi a vez do BCE colocar um limite à ajuda a conceder aos bancos da Grécia, obrigando à imposição de controlos de capitais. Perante a chantagem europeia, que impediu o Syriza de cumprir as suas promessas eleitorais, Tsipras não teve outra opção que não aceitar este humilhante acordo.

Descontando o framing enviesado (os votos gregos contra a austeridade são um “exercício da democracia”, os votos alemães contra um empréstimo adicional são uma perfídia), julgo que esta é uma descrição correcta dos acontecimentos. Sim, o Governo grego cedeu porque não houve, na Zona Euro ou no Banco Central Europeu, quem quisesse emprestar mais dinheiro.



O que é extraordinário é haver quem veja nesta atitude alguma intenção de sabotar o programa do Syriza, inviabilizando uma opção (a alternativa à austeridade) que, em circunstâncias normais, poderia ser adoptada. A realidade é muito mais prosaica: o dinheiro não cai do céu. Podemos discutir o grau de solidariedade europeia e a dimensão dos empréstimos que teria sido razoável negociar (em retrospectiva, julgo que é claro que eles deveriam ter sido maiores). Mas presumir que o Syriza se deparou com dificuldades que estiveram ausentes noutras latitudes é não perceber nada do que se passou: foi precisamente porque não havia dinheiro que três países europeus se sujeitaram a programas de consolidação verdadeiramente brutais, que podem ter destruído até 8% da sua produção anual.

E se o Syriza e os seus apoiantes precisaram de passar por este calvário para perceber que numa união monetária a “alternativa à austeridade” depende do dinheiro dos outros, o mínimo que se pode dizer é que não fizeram o trabalho de casa. Culpar agora o “directório de capitalistas” pelo seu fracasso é um pouco como como um clube de segunda divisão começar a prometer a vitória na Liga dos Campeões e acabar a justificar-se com o imenso poderio económico da concorrência que defrontou. Apesar de ser uma justificação plausível, ela não era propriamente uma informação desconhecida quando a promessa foi feita. E o conhecimento desse facto deveria ter inspirado uma abordagem mais cuidadosa e promessas eleitorais menos bombásticas.

A este propósito, não resisto a respigar um post de há uns meses, escrito pouco depois de participar num debate do Livre acerca de reestruturação da dívida (ver documento aqui). O corolário da minha intervenção, que incidiu sobre o caso de Portugal, era simples: “A recusa da reestruturação não resulta de insensibilidade face a estes problemas, ou da convicção de que a dívida é para pagar a qualquer custo. Resulta simplesmente da crença de que, nas circunstâncias concretas em que Portugal se encontra, a ameaça de um default acabaria por os agravar, em vez de minorar (…) O que recomenda prudência a quem estiver a pensar erigir programas políticos em torno da bandeira da reestruturação”.

Esta conclusão resultava de dois elementos. Primeiro, a eterna questão do saldo primário: na altura em que escrevi, Portugal tinha um saldo primário marginalmente positivo, o que significava, na prática, que o excedente das receitas sobre as despesas sem juros era pequeno. Ou seja, o alívio concedido pelo não pagamento de juros seria quase totalmente cancelado pela redução dos empréstimos que o default acarretaria (secção default e tiros no pé, na página 7).

É verdade que a Grécia tinha uma posição orçamental mais favorável do que a de Portugal, com um saldo primário previsto para 2014 em torno dos 3% e perspectivas de crescimento relativamente benignas de 2015 em diante. Por outro lado, o saldo de 2014 foi delapidado no final do ano e as perspectivas de crescimento sofreram uma revisão em baixa brutal (ver contas aqui). A debilidade das contas gregas acabou assim por impedir a Grécia de usar o default como arma de arremesso. Numa situação de default seria sempre ela a primeira a perder. Ninguém achou estranho que um Governo eleito para renegociar a dívida tivesse andado de mão estendida durante meses para encontrar maneira de a pagar? Não foi por acaso.

O segundo elemento tinha que ver com a percentagem de dívida pública detida pelo próprio sistema financeiro do país (discussão na página 10). A partir do momento em que uma fracção das obrigações portuguesas estão em mãos dos bancos portugueses, uma boa parte parte dos custos do default serão assumidos pelos bancos em causa – e, consequentemente, pelos credores (por exemplo, depositantes) desses mesmos bancos.

No caso da Grécia, o sistema financeiro estava altamente exposto aos títulos soberanos; o espectro do default (e, numa fase tardia, a materialização desse risco) tornou os títulos um activo arriscado, que deixou de ser considerado elegível para as operações de refinanciamento do BCE. Sem liquidez, foi obviamente necessário implementar controlo de capitais para travar levantamentos abruptos.

É tentador criticar o BCE pela opção que tomou, mas convém ter em conta que este é o procedimento standard neste tipo de situações, porque é suposto que o Banco Central actue apenas com activos sem risco. Pedir-lhe que continuasse a financiar os bancos num momento em que os colaterais subjacentes estão em default equivale a dizer que devia ignorar o seu mandato para ajudar um Estado-membro – o tipo de coisa que o BCE foi criado para não fazer. É incrível como o cumprimento das regras fundamentais do BCE é visto como uma espécie de waterbording financeiro, ou uma táctica mafiosa para vergar o Syriza.

Um terceiro elemento, que não referi no debate mas que enfatizei várias vezes neste blogue durante os últimos anos, é a eterna questão da credibilidade e da confiança. O “braço de ferro” entre credores e devedores pode ser visto como uma disputa por recursos: os gregos precisam do dinheiro alemão, e a Alemanha não quer emprestar dinheiro à Grécia. A única forma de reduzir os receios alemães passa por oferecer garantias, tão credíveis quanto possível, de que esse dinheiro será devolvido. Nesse sentido, prometer que se está disposto a fazer o que for preciso para pôr as contas em dia – um whatever it takes, versão Vítor Gaspar – é a melhor maneira de obter mais dinheiro e, dessa forma, adoptar uma estratégia de consolidação orçamental mais suave e prolongada no tempo.

Já a repetição ad nauseum de que a dívida é insustentável, de que a austeridade é uma opção e de que “agora vai ser diferente” só reforça, nos credores, a ideia de que o dinheiro que eventualmente emprestarem não voltará a entrar nos seus cofres. Apesar de muita gente ter visto tiques de malvadez no acordo proposto à Grécia, que é aparentemente mais doloroso do que o que estava em cima da mesa há duas semanas, é preciso ter presente que uma boa parte dos pormenores mais melindrosos – como a exigência da criação de uma espécie de fundo de activos hipotecados – serve apenas como um mecanismo de seguro para garantir que o empréstimo é pago. Esta atitude de suspeição e controlo, humilhante como é, era praticamente inevitável depois de o Governo grego ter convocado um referendo para ganhar força no combate aos cortes orçamentais. Na prática, o referendo apenas tornou mais vazia a intersecção entre o conjunto das opções que a Grécia acha aceitáveis e o conjunto de concessões que a Alemanha está disposta a fazer.

Tudo isto é trágico, doloroso e lamentável. Mas nada disto é particularmente surpreendente.

E daqui para a frente? Os últimos meses foram terríveis. O plano de austeridade inicialmente previsto foi reforçado, e vai operar agora sobre uma economia muito mais débil (ainda não há previsões para os próximos anos, mas não é difícil imaginar que não vão ser bonitas), com controlos de capitais em vigor. De forma pouco surpreendente, o discurso contra a austeridade acabou por reforçá-la na sua magnitude e por exacerbar o seu impacto.

Mas mais trágico ainda é o facto de se terem fechado uma série de portas que em 2014 estavam abertas. Por exemplo, no final do ano passado houve uma série de apelos, por parte de vários economistas, à flexibilização das metas orçamentais gregas (ver o Bruegel, por exemplo; e aqui fui eu a meter a colher).. O argumento era simples: a dinâmica da dívida pública era suficientemente boa para ser compaginável com um relaxar das metas, e esse relaxar seria obtido sem implicar qualquer reestruturação, politicamente tóxica para os credores. Neste momento, a situação orçamental já não permite flexibilizações deste género: baixar a exigência para o saldo primário colocaria rapidamente a dívida numa trajectória insustentável, razão pela qual a Europa dificilmente cederá neste ponto.

Não é fácil quebrar este bloqueio. Uma possibilidade é a Grécia e os credores começarem urgentemente a reconstruir a relação de confiança, criando as bases para uma flexibilização no futuro. Esta é a solução frustrante: começar a empurrar novamente a pedra pela montanha acima. Mas os proveitos desta opção serão provavelmente curtos. As perspectivas económicas já são tão más que seriam necessárias concessões enormes para inverter rapidamente a onda recessiva que a Grécia começou a surfar. Por outro lado, a relação está tão deteriorada que concessões significativas a curto prazo são quase inconcebíveis.

Os próximos dias vão ser cruciais para se perceber o que vem aí. Primeiro, porque teremos mais detalhes acerca da verdadeira dimensão da austeridade exigida (sim, temos uma ideia das medidas em causa, mas nestas coisas precisamos de ter números, um baseline e uma série de outras informações que não aparecem nas declarações do Eurogrupo). Segundo, porque vamos conhecer com mais rigor o estado da economia grega (o Eurostat vai publicar um boletim nos próximos dias). E, terceiro, porque saberemos ao certo em que ponto está a relação entre credores e devedores.

Se as coisas estiverem tão mal como penso – e podem estar mesmo muito más -, a saída da Grécia do euro é o cenário mais provável. Caso as perspectivas sejam mais dois ou três anos de recessão dolorosa, e uma subida sucessiva no ranking das maiores tragédias macroeconómicas da história, o dracma acabará, a qualquer momento, por se tornar um mal menor (embora eu ache que já passámos há muito o ponto em que o argumento do “sem euro seria pior” fazia sentido – sobre isto, ver também Paul Krugman).

Dito isto, queria acrescentar um ponto. O argumento da “falta de confiança” não justifica tudo. Como os relatos da reunião de domingo mostram, nem todos estão de acordo em relação àquilo que são “garantias claras” por parte do Governo grego. Há visões diferentes, e alguns países exigem mais do que outros países. Neste momento complicado, era bom que a visão mais branda e solidária acabasse por sair vencedora. As perspectivas de sucesso para a via da ‘restauração da confiança + concessões crescentes’ já não são famosas; não precisamos de pulhices Schaublianas (para usar a expressão de um amigo) para as fazer descer a zero.

 :arrow: https://desviocolossal.wordpress.com/20 ... revisivel/
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20224
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #331 em: Julho 15, 2015, 05:10:54 pm »
Comissário europeu: a Grécia paga “juros míseros”


Declarações surgem um dia depois de ter sido conhecido um relatório do FMI que considera “insustentável” a dívida grega, sugerindo um período de carência de de 30 anos ou o corte direto da dívida






Lusa

 Lusa
 

O comissário europeu para o Euro, Valdis Dombrovskis, disse esta quarta-feira que os encargos com a dívida grega estão abaixo dos de Portugal, em termos de percentagem do PIB, considerando que Atenas paga "juros míseros".

O comissário, que falava em conferência de imprensa em Bruxelas, salientou a necessidade de se olhar também "para a condicionalidade da dívida e não apenas para o rácio da dívida para compreender o custo real do serviço da dívida".

Apesar de a dívida pública da Grécia ser a mais elevada face ao PIB entre os Estados-membros da União Europeia, representando cerca de 180% da riqueza produzida, o comissário letão considerou que é também importante ter em conta os encargos com o serviço da dívida.

Em relação às preocupações manifestadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) num relatório sobre a sustentabilidade da dívida pública grega, o comissário respondeu que "os empréstimos da zona euro não são um problema imediato", uma vez que têm "longos períodos de carência - nos juros até 2020 e no capital até 2023, o que significa que a Grécia está a pagar juros míseros".

Num relatório divulgado na terça-feira, o FMI defendeu que a zona euro deve ir "muito mais longe" do que o previsto para aliviar a dívida grega, podendo mesmo ter de perdoar uma parte. O relatório do FMI considera que a dívida grega é "totalmente insustentável" e prevê que se vai aproximar dos 200% do PIB nos "dois próximos anos".

A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira que a ajuda de emergência à Grécia, o chamado 'financiamento-ponte', seja feita através do fundo no qual participam todos os 28 Estados-membros da União Europeia, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM).

http://expresso.sapo.pt/internacional/2 ... os-miseros
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18213
  • Recebeu: 5500 vez(es)
  • Enviou: 5873 vez(es)
  • +7130/-9516
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #332 em: Julho 15, 2015, 07:00:25 pm »
Os brutais credores da Grécia têm arrasado o projeto da zona euro

por WOLFGANG MÜNCHAU Ontem

Se despojarmos a zona euro da ambição política, esta transforma-se num projeto económico utilitário. Algumas coisas que muitos de nós tomávamos por garantidas, e em que alguns de nós acreditávamos, terminaram num único fim de semana. Ao imporem a Alexis Tsipras uma derrota humilhante, os credores da Grécia fizeram muito mais do que provocar uma mudança de regime na Grécia ou pôr em perigo as suas relações com a zona euro. Eles destruíram a zona euro tal como a conhecemos. Eles arrasaram a ideia de uma união monetária como um passo rumo a uma união política democrática e retrocederam para as lutas nacionalistas pelo poder europeu do século XIX e início do século XX. Eles despromoveram a zona euro para um sistema tóxico de taxas de câmbio fixas, com uma moeda única partilhada, gerido segundo os interesses da Alemanha, mantido pela ameaça da miséria absoluta para aqueles que desafiam a ordem vigente. A melhor coisa que pode ser dita sobre o fim de semana é a honestidade brutal dos que estão a perpetrar esta mudança de regime.

Mas não foi só a brutalidade que se destacou, nem mesmo a capitulação total da Grécia. A mudança real foi que a Alemanha propôs formalmente um mecanismo de saída. No sábado, Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças, insistiu numa saída temporária - um timeout (intervalo), como ele lhe chamou. Já ouvi uma boa quota de propostas loucas ao longo do tempo e esta é sem dúvida uma delas. Um Estado membro fez pressão para a expulsão de outro. Este foi o verdadeiro golpe do fim de semana: a mudança de regime na zona euro.

O facto de um grexit formal poder ter sido evitado no momento é irrelevante. O grexit estará de volta à mesa quando houver o mínimo acidente político - e ainda há muitas coisas que podem correr mal, tanto na Grécia como noutros parlamentos da zona euro. Qualquer outro país que possa, no futuro, desafiar a ortodoxia económica alemã enfrentará problemas semelhantes.

Isto traz-nos de volta a uma versão mais tóxica do antigo mecanismo de taxas de câmbio da década de 1990 que deixou os países presos a um sistema gerido principalmente em benefício da Alemanha, que levou à saída da libra inglesa e ao afastamento temporário da lira italiana. O que restou foi uma coligação de países dispostos a ajustar as suas economias à da Alemanha. A Grã-Bretanha teve de sair porque não estava disposta a isso.

O que devem os gregos fazer agora? Esqueçamos por um momento o debate económico dos últimos meses, sobre questões como o impacto da austeridade ou das reformas económicas no crescimento e coloquemos a nós próprios esta pergunta simples: estamos mesmo convencidos de que um programa de reforma económica, para o qual um governo não tem nenhum mandato político, que foi explicitamente rejeitado num referendo e que foi imposto através de pura chantagem política, poderá alguma vez funcionar?

As implicações para o resto da zona euro são pelo menos igualmente preocupantes. Em breve estaremos a perguntar a nós mesmos se esta nova zona euro, em que os fortes intimidam os fracos, poderá ser sustentável. Anteriormente, o argumento mais forte contra quaisquer previsões de rompimento era o forte empenho político de todos os seus membros. Se perguntarmos aos italianos porque estão na zona euro, serão poucos os que apontam os benefícios económicos. Eles queriam fazer parte do projeto mais ambicioso de integração europeia até agora levado a cabo.

Mas se retirarmos a aspiração política poderemos acabar com uma opinião diferente. De um ponto de vista meramente económico, nós sabemos que o euro tem funcionado bem para a Alemanha. Funcionou moderadamente bem para os Países Baixos e para a Áustria, embora tenha criado um certo grau de instabilidade financeira em ambos.

Mas para a Itália foi um completo desastre económico. O país não viu praticamente qualquer crescimento na produtividade desde o início do euro em 1999. Se quisermos culpar a falta de reformas estruturais, então teremos de explicar como a Itália conseguiu taxas de crescimento decentes antes de 1999. Poderemos ter a certeza de que a maioria dos italianos apoiará a moeda única dentro de três anos?

O euro também não funcionou para a Finlândia. Embora o país seja considerado o campeão do mundo das reformas estruturais, a sua economia tem caído desde que a Nokia deixou de ser a fabricante número um de telemóveis no mundo. A França teve um desempenho relativamente bom durante os primeiros anos do euro, mas também ela tem tido agora défices persistentes da balança corrente. Não é só na Grécia que o euro não é o ideal.

Se despojarmos a zona euro de quaisquer ambições de uma união política e económica, esta transforma-se num projeto utilitário no qual os Estados membros irão pesar friamente os benefícios e os custos, tal como a Grã-Bretanha está atualmente a avaliar as vantagens ou desvantagens relativas da adesão à UE. Num tal sistema, alguém, em algum lugar, vai querer sair algum dia. E o forte empenho político para o evitar também já lá não vai estar.

(c) 2015 The Financial Times Limited
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interio ... au&page=-1
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 8654
  • Recebeu: 3242 vez(es)
  • Enviou: 1001 vez(es)
  • +4060/-6481
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #333 em: Julho 16, 2015, 10:13:45 am »
http://www.dailymail.co.uk/news/article-3160873/Greek-Prime-Minister-Tsipras-faces-battle-quell-revolt-ministers-agreeing-austerity-measures-GERMANS-ashamed-forcing-them.html?ito=social-facebook
Citar
Furious Greek politicians rip up bailout deal and throw it in prime minister Tsipras's face as his own Syriza party seems increasingly likely to REFUSE €86bn agreement that even the IMF said was unfair
Tsipras agreed to harsh austerity terms as part of an €86 billion bailout
Had a deal not been struck, Greece faced crashing out of the Eurozone
But many in ruling Syriza party are furious at way PM handled negotiations
IMF condemned bailout, saying Greek debt will reach 'unsustainable' 200%
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/tsipras_diz_que_a_grecia_conseguiu_um_acordo_melhor.html
Citar
O primeiro-ministro grego considera que, nalguns aspectos, o acordo foi melhor. Um excedente primário mais baixo do que o anteriormente exigido e o facto de não haver cortes nos actuais salários da função pública e pensões são, na sua opinião, boas conquistas. Mas admite que vai assinar um acordo em que não acredita. Acredita, isso sim, que dentro de três anos a Grécia terá saído da crise.
Tsipras está convicto de que conseguiu um acordo melhor nalguns aspectos: "conseguimos uma exigência de excedente primário mais baixo", sublinhou na entrevista à estação de TV pública ERT, a primeira que concede depois do acordo alcançado com os credores para o início das negociações para um terceiro resgate.
 
Sobre o aumento de impostos, disse que "quando temos um IVA mais alto, recolhemos menos impostos, mas foi o que nos impuseram".
 
Já sobre o aumento da idade de reforma para os 67 anos, o primeiro-ministro grego sublinhou que "já o deveríamos ter feito. Não é progressista permitir que as pessoas se reformem cedo".
 
Alexis Tsipras salienta que o ajustamento orçamental é mais suave do que teriam sido os cortes nos salários da função pública e nas pensões. "Travámos uma batalha para não cortarmos nos (actuais) salários e pensões", declarou à ERT, citado pela BBC News.
Fui à Rússia, à China e aos EUA e não havia quaisquer outras opções
Alexis Tsipras
 
"Não foi uma tarefa fácil para ninguém. Tentei dar o meu melhor para reivindicar tudo o que podia", acrescentou. E destacou, citado pela Bloomberg, que o acordo inclui a reestruturação da dívida após 2022.
 
No entanto, o chefe do Governo grego reconhece que o referendo de 5 de Julho, por meio do qual o povo helénico recusou as propostas de austeridade dos credores de Atenas, não os poupou da austeridade. "As acções anteriores não mudaram após o referendo. Tenho de ser honesto quanto a isso", salientou, citado pelo The Guardian.
 
"Não vou fugir e assumirei as minhas responsabilidades, mesmo assinando um acordo em que não acredito", disse Alexis Tsipras, mostrando-se disposto a implementá-lo. "A dura verdade é este caminho de uma só via que nos foi imposto", declarou, citado pela Reuters.

O primeiro-ministro afirmou que não pode dizer que o acordo foi um sucesso, mas que era o único em cima da mesa. "Fui à Rússia, à China e aos EUA e não havia quaisquer outras opções", admitiu, citado pela BBC News.

"Conseguimos um acordo com reformas duras, mas não ficámos no completo impasse que tínhamos a 25 de Junho", ressalvou, contudo, aludindo ao beco sem saída em que o país se encontrava na negociação com os seus credores da troika.

Em suma, o líder do Syriza defende que o referendo o fortaleceu, levando a que a Grécia conseguisse uma oferta melhor do que a anterior e que cobre as suas necessidades de financiamento de médio prazo, mas também sublinha que não concorda com o acordo final e denuncia a pressão de que o seu país e o seu povo foram alvo. "Domingo foi uma má noite para a Europa. As tradições da Europa não foram respeitadas".
 
Segundo Tsipras, só lhe restavam duas hipóteses: chegar a acordo ou sair do euro. "Assumo por completo a minha responsabilidade pelos erros e pela supervisão, bem como pela assinatura de um texto em que não acredito, mas que sou obrigado a implementar", reiterou, citado pela Reuters.
 
O governante, que esta quarta-feira vai enfrentar mais uma batalha – com a votação no parlamento das propostas acordadas com Bruxelas – disse acreditar que dentro de três anos a Grécia terá saído da crise.

Quanto ao controverso fundo de privatizações, no valor de 50 mil milhões de euros, Alexis Tsipras afirma que poderia ter sido pior. "Inicialmente, o dinheiro obtido com as privatizações seria todo destinado ao reembolso da dívida [por exigência da chanceler alemã, Angela Merkel]. Agora, metade destinar-se-á a recapitalizar os bancos", declarou. Além disso, não ficará sediado no Luxemburgo, como se exigia, mas sim em Atenas.

Sobre o ex-ministro das Finanças, Yanis Varoufakis – que no dia 6 de Julho foi substituído por Euclid Tsakalotos –, o chefe do Governo helénico admitiu que este tenha cometido erros, mas assumiu a responsabilidade pelos mesmos. "Não posso culpar Yanis Varoufakis pelos erros cometidos. Assumo a responsabilidade, sou o primeiro-ministro", adiantou nesta entrevista à ERT.
 
Ainda sobre o seu ex-ministro, Tsipras sublinhou que "ser um excelente académico não nos torna necessariamente num bom político". E acrescentou que continuam amigos chegados.
 
Relativamente ao tema "Grexit", o primeiro-ministro referiu que a Grécia não está em posição de poder lidar com um regresso ao dracma. "O país não dispõe de reservas cambiais suficientes para regressar a uma moeda nacional", frisou.

Inquirido sobre quando é que os bancos reabrem, o governante admitiu que não sabe, adiantando que isso dependerá de quando houver um acordo. Os bancos irão precisar entre 10 a 15 mil milhões de euros de recapitalização, afirmou. Disse também que o regresso à normalidade no sistema bancário helénico irá decorrer gradualmente, tal como o aumento dos limites aos levantamentos de dinheiro nas ATM (o montante máximo actual, por pessoa, é de 60 euros).
 
Por fim, nesta entrevista de 75 minutos à televisão pública grega ERT, quando questionado sobre a votação do acordo, amanhã no parlamento, e sobre se poderá demitir-se, Tsipras respondeu que "um comandante não abandona o navio durante uma tempestade".
 
Já sobre a possibilidade de um governo de unidade nacional [fala-se que Tsipras poderá partir para uma remodelação governamental depois de na votação da passada sexta-feira, 10 de Julho, só ter conseguido aprovar com a ajuda da oposição o plano de austeridade que apresentou aos credores], disse que é importante "não criar instabilidade" nestes tempos difíceis.
http://visao.sapo.pt/parlamento-grego-aprova-acordo-com-credores=f825748
Citar
O parlamento grego aprovou, na madrugada de hoje, o acordo alcançado na segunda-feira com os líderes da zona euro para permitir o terceiro resgate financeiro do país, que poderá chegar aos 86 mil milhões de euros.
O partido no poder, o Syriza, aprovou o acordo graças ao apoio de forças políticas de oposição. Segundo a televisão estatal da Grécia, 229 deputados votaram a favor do acordo, seis abstiveram-se e 64 manifestaram-se contra.
 
Metade dos votos contra e a totalidade das abstenções vieram do partido que sustenta o governo, o Syriza. Entre os que votaram contra estiveram, nomeadamente, a presidente do parlamento, Zoe Konstantopoulou, o ministro da Energia, Panagiotis Lafazanis, e o ex-ministro das Finanças Yanis Varoufakis.
As medidas incluídas no acordo incluem aumentos de impostos e cortes nas pensões de reforma.
O primeiro-ministro Alexis Tsipras insistiu que não concorda com o essencial do acordo draconiano, mas que a alternativa seria a saída do euro.
Antes da votação, prometeu: "Não vamos recuar na nossa promessa de combater até ao fim pelos direitos dos trabalhadores".
A ilustrar a divisão que o acordo com os credores causou nas fileiras do partido do governo, na quarta-feira mais de metade dos membros do comité central do Syriza pediram que fosse recusado, por o considerarem incompatível com os princípios da esquerda e não resolver os problemas do país.
Uma declaração assinada por 109 dos 200 membros do comité central assinala que o acordo com os credores é "incompatível com as ideias e os princípios de esquerda e sobretudo com o que as classes mais pobres precisam".
Antes da votação, Alexis Tsipras justificou porque defendia o sim ao acordo. "As opções específicas que tinha à minha frente eram: em primeiro lugar, aceitar um acordo com o qual eu discordo, em segundo, a falência desordenada, e tínhamos ainda uma terceira opção, o 'grexit' (saída grega da euro) defendida por Schäuble", disse Tsipras no parlamento grego.
O primeiro-ministro grego salientou que será o "último" a fugir às suas "responsabilidades" e também "o último a facilitar a queda de um governo de esquerda".
Antes da votação, quarta-feira à noite, ocorreram confrontos entre a polícia e manifestantes, momentos antes de começar o debate
Alguns dos manifestantes que protestam contra a aprovação pelo parlamento do acordo com os credores internacionais que imporá mais austeridade atiraram "cocktails molotov" à polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo.
Os manifestantes estão contra um acordo que prevê impopulares reformas para desbloquear o terceiro programa de resgate financeiro da Zona Euro.
Não às privatizações, salvemos os portos, a [companhia de eletricidade nacional] DEI, os hospitais", lia-se numa faixa colocada em frente ao parlamento
Ainda antes da votação, o Syriza aprovou, com o voto favorável de 109 dos 201 membros, uma declaração em que considera o acordo, assinado na manhã de segunda-feira, um golpe dos líderes europeus contra a Grécia
Tsipras cedeu, afirmam, às "ameaças de estrangulamento financeiro imediato" e o previsto terceiro resgate assenta em "termos humilhantes".

Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20224
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #334 em: Julho 16, 2015, 11:32:35 am »
Estas medidas são sem vaselina e beijinhos, é à bruta!
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20224
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #335 em: Julho 16, 2015, 12:50:15 pm »
Citar
- Os gasto com a gestão do Estado grego representara, apenas, 11% desse valor (deficit primário + outras necessidades de tesouraria do governo)

- Pagamento das dívidas ao BCE: 32%

- Pagamento das taxas de juros ao BCE: 16%

- Reembolso ao FMI: 3%

- Pagamento do PSI (participações de iniciativa do sector privado): 14%. Esta parcela refere-se ao facto de após uma relativa estabilidade da Grécia, os principais bancos da zona euro terem transferido o problema para o sector privado.

- Recapitalização do sector bancário: 19%

- Compra de dívida: 4%




Resumindo, o Estado grego só beneficiou de todo este dinheiro para relançar a sua economia em cerca de 11%, todo o resto foi para dívida, juros de dívida e recapitalização bancária.


Em contrapartida foi obrigada a cortes na saúde e educação, e outros sectores, e a vender grande parte das suas empresas públicas a preço de saldo.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

mafets

  • Investigador
  • *****
  • 8654
  • Recebeu: 3242 vez(es)
  • Enviou: 1001 vez(es)
  • +4060/-6481
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #336 em: Julho 16, 2015, 02:30:48 pm »
Tantos avisos que foram feitos, quer à Europa mas também aos próprios Gregos... :roll:
http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-07-15/nine-people-who-saw-the-greek-crisis-coming-years-before-everyone-else-did
Citar
Although the problems in Greece didn't begin making big headlines until 2009, a number of economists, politicians and professors spotted cracks in the European currency union as early as the 1990s. Meanwhile, it's interesting to note that the country had a tough time making it into the single currency in the first place. Greece failed to qualify for the euro in 1998 before being granted admission in 2001.
Here are some people who must have had crystal balls.

Wynne Godley
The British economist wrote about his own concerns in a 1992 article for the London Review of Books:
What happens if a whole country—a potential ‘region’ in a fully integrated community—suffers a structural setback? So long as it is a sovereign state, it can devalue its currency. It can then trade successfully at full employment provided its people accept the necessary cut in their real incomes. With an economic and monetary union, this recourse is obviously barred, and its prospect is grave indeed unless federal budgeting arrangements are made which fulfil a redistributive role. ... If a country or region has no power to devalue, and if it is not the beneficiary of a system of fiscal equalisation, then there is nothing to stop it suffering a process of cumulative and terminal decline leading, in the end, to emigration as the only alternative to poverty or starvation.

Arnulf Baring
The German political scientist offered dire predictions in his 1997 book Scheitert Deutschland? Here's an English translation:
They will say that we are subsidizing scroungers, lounging in cafés on the Mediterranean beaches. Monetary union, in the end, will result in a gigantic blackmailing operation. When we Germans demand monetary discipline, other countries will blame their financial woes on that same discipline, and by extension, on us. More, they will perceive us as a kind of economic policeman. We risk once again becoming the most hated in Europe.

Mathew Forstater
In an article for the Eastern Economic Journal, published in 1999, the economist discussed his concerns for the future of the euro currency:
Under the EMU, if investors are at all hesitant about any one member’s debt, they can buy another member’s debt without incurring currency risk, since there is no exchange rate variability among the currencies of member countries. Because member nations now are dependent on investors for funding their expenditure, failure to attract investors results in an inability to spend. Furthermore, should a member’s revenues fail to keep pace with expenditures due to an economic slowdown, investors will likely demand a budget that is balanced, most likely through spending cuts. In other words, market forces can demand pro-cyclical fiscal policy during a recession, compounding recessionary influences. … Even if there were no imposed limits on countries’ deficits and national debts, the structure of the EMU makes it nearly impossible for a country to enact a counter-cyclical fiscal policy even if there were the political will. This is because, by giving up their national monetary sovereignty, countries are no longer able to conduct coordinated fiscal and monetary policy, essential for a comprehensive and effective remedy to periodic demand crises. Why would countries voluntarily sacrifice the ability to conduct a coordinated macroeconomic policy, especially at a time when official unemployment rates are in double digits and there are clear deflationary pressures?

Milton Friedman
In a keynote address with the Bank of Canada in 2000, the Nobel laureate offered some cautious words when asked about the future of the euro.
I think the euro is in its honeymoon phase. I hope it succeeds, but I have very low expectations for it. I think that differences are going to accumulate among the various countries and that non-synchronous shocks are going to affect them.
Costas Simitis
In December, 2008, the former Greek Prime Minister mentioned the country's economic data in a speech to the country's parliament. It later emerged that Greece had flattered its debt profile through a series of deals.
"... Creditors are aware that statistical data presented by the Greek government have nothing to do with reality ... [Euro area member states believe that] Greece should be forced to apply to the International Monetary Fund for lending, so that the monitoring of the Greek economy becomes a responsibility of the fund, and not the European Commission'."

Stephanie Bell Kelton
In an essay published in 2002, Kelton maintained that "prospects for stabilization in the eurozone appear grim."
Countries that wish to compete for benchmark status, or to improve the terms on which they borrow, will have an incentive to reduce fiscal deficits or strive for budget surpluses. In countries where this becomes the overriding policy objective, we should not be surprised to find relatively little attention paid to the stabilization of output and employment. In contrast, countries that attempt to eschew the principles of “sound” finance may find that they are unable to run large, counter-cyclical deficits, as lenders refuse to provide sufficient credit on desirable terms. Until something is done to enable member states to avert these financial constraints (e.g. political union and the establishment of a federal [EU] budget or the establishment of a new lending institution, designed to aid member states in pursuing a broad set of policy objectives), the prospects for stabilization in the Eurozone appear grim.
Margaret Thatcher
According to her autobiography, back in 1990 the former Prime Minister of the United Kingdom warned that the single currency could not accommodate stronger and weaker economies. Here she is describing arguments with John Major about the topic:
We had arguments which might persuade both the Germans — who would be worried about the weakening of anti-inflation policies — and the poorer countries — who must be told that they would not be bailed out of the consequences of a single currency, which would therefore devastate their inefficient economies.

Warren Mosler
As early as 2001, this economist anticipated flaws in the euro zone because its political structure does not allow individual member nations to manage a financial crisis due to the currency union.
History and logic dictate that the credit sensitive euro-12 national governments and banking system will be tested. The market’s arrows will inflict an initially narrow liquidity crisis, which will immediately infect and rapidly arrest the entire euro payments system. Only the inevitable, currently prohibited, direct intervention of the ECB will be capable of performing the resurrection, and from the ashes of that fallen flaming star an immortal sovereign currency will no doubt emerge.
L. Randall Wray
This economist was critical of the structure of the euro zone in his 1998 book, Understanding Modern Money.
Under the EMU, monetary policy is supposed to be divorced from fiscal policy, with a great degree of monetary policy independence in order to focus on the primary objective of price stability. Fiscal policy, in turn will be tightly constrained by criteria which dictate maximum deficit-to-GDP and debt-to-deficit ratios. Most importantly, as Goodhart recognizes, this will be the world’s first modern experiment on a wide scale that would attempt to break the link between a government and its currency. ... As currently designed, the EMU will have a central bank (the ECB) but it will not have any fiscal branch. This would be much like a US which operated with a Fed, but with only individual state treasuries. It will be as if each EMU member country were to attempt to operate fiscal policy in a foreign currency; deficit spending will require borrowing in that foreign currency according to the dictates of private markets.
It remains to be seen whether the most recent deal agreed between Greece and its creditors can paper over the cracks.

Saudações
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

http://mimilitary.blogspot.pt/
 

*

olisipo

  • Investigador
  • *****
  • 4966
  • Recebeu: 111 vez(es)
  • Enviou: 45 vez(es)
  • +28/-32
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #337 em: Julho 21, 2015, 07:32:38 pm »
O Prémio Nobel da Economia Paul Kruger diz que talvez haja sobrestimado a competência do Governo grego

http://www.noticiasaominuto.com/economi ... do-governo
Citar
(...) Krugman, que se destacou como um dos mais virulentos críticos das medidas de austeridade impostas a Atenas, reconheceu haber sobrestimado a competência do Governo grego (...)

 "Nem calculei que pudessem tomar uma posição sem têr um plano de urgência", caso não obtivessem a ajuda financeira que solicitavam, prosseguiu, ao referirse a um "choque".

 Em cualquer caso, há poucas esperanças, considerou. "As novas condições são ainda peores, mas aas condições que lhes propunham tambem não iriam funcionar" (...)

 :arrow: Video de Paul Krugman na CNN

http://cnnpressroom.blogs.cnn.com/2015/ ... government
 
Os seguintes utilizadores agradeceram esta mensagem: Cabeça de Martelo

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20224
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #338 em: Julho 25, 2015, 02:56:08 pm »
Financial Times revela plano secreto do Syriza para regressar ao dracma
12:21  Mariana Adam  


O Financial Times revelou na sexta-feira à noite, na edição on-line, a existência de um plano montado por elementos mais à esquerda do Syriza para a saída da Grécia da zona euro e o regresso ao dracma.

De acordo com o jornal britânico, o plano incluía a detenção do presidente do Banco Central da Grécia, o controle dos cofres da casa da moeda para pagar salários do sector público e as pensões, além de combustível e alimentos, enquanto Atenas se preparava para abandonar o euro e lançar um novo dracma e um pedido de ajuda à Rússia.

O grupo era liderado pelo então ministro da Energia e foi delineado a 14 de Julho, o dia seguinte ao primeiro-ministro Alexis Tsipras ter assinado o acordo com os credores para o terceiro resgate.

O Financial Times contactou o ex-ministro - que este ano visitou três vezes Moscovo, a pedido de Tsypras -, mas este recusou-se a fazer qualquer comentário.

O jornal acrescenta que o pedido de ajuda à Rússia, um dos eixos deste plano, consistia em fechar um novo projeto de gasoduto, com o qual a Grécia esperava receber pelo menos 5 mil milhões de euros adiantados de taxas de transporte do gás.

http://economico.sapo.pt/noticias/finan ... 24740.html
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 20941
  • Recebeu: 2489 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1161/-1485
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #339 em: Agosto 11, 2015, 01:07:06 am »
Alemanha lucrou mais de 100 mil milhões de euros com a crise grega


Um estudo do instituto Leibniz, sem fins lucrativos, considerou que aquele valor representa a poupança garantida pela Alemanha através de baixas taxas de juro sobre as suas obrigações.

A Alemanha "beneficiou claramente com a crise grega", em mais de 100 mil milhões de euros, segundo um estudo divulgado hoje pelo Instituto de Investigação Económica Leibniz, da Universidade de Munique, citado pela agência France Press (AFP).

O instituto alemão, sem fins lucrativos, considerou que aquele valor representa a poupança garantida pela Alemanha através de baixas taxas de juro sobre as suas obrigações, resultantes da atração da sua economia sobre investidores assustados com a instabilidade grega.

Quando os investidores enfrentam dificuldades, procuram tipicamente um mercado seguro para o seu dinheiro, e a sólida economia alemã "beneficiou desproporcionalmente" desse facto durante a crise da dívida na Grécia, lê-se no estudo, acrescentando que as poupanças "excedem os custos da crise, mesmo se a Grécia não pagasse todas as suas dívidas".

"Nos anos recentes, cada vez que os mercados financeiros souberam de notícias negativas sobre a Grécia, as taxas de juro sobre as obrigações do governo alemão caíram, e cada vez que as notícias foram boas, estas subiram", defende o documento.

A Alemanha exigiu à Grécia disciplina fiscal e duras reformas económicas em troca da ajuda de credores internacionais. O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, opôs-se a uma reestruturação da dívida grega, apontando para o orçamento equilibrado do seu governo. O instituto, porém, defende que o equilíbrio orçamental alemão só foi possível graças às poupanças em taxas de juro por causa da crise de dívida grega.

Os estimados 100 mil milhões de euros que a Alemanha poupou desde 2010 constituíram cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Outros países como os Estados Unidos, a França e a Holanda também beneficiaram, mas "a um nível muito mais reduzido".

O dinheiro investido pela Alemanha em pacotes de resgate internacionais chegou a cerca de 90 mil milhões de euros.

Mas segundo o instituto alemão, "mesmo que a Grécia não devolva nem um cêntimo, a bolsa pública alemã beneficiou financeiramente da crise".


Lusa
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18213
  • Recebeu: 5500 vez(es)
  • Enviou: 5873 vez(es)
  • +7130/-9516
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #340 em: Agosto 11, 2015, 04:11:47 pm »
Internacional
O que a Alemanha ganhou com a crise grega: €100 mil milhões


“Sempre que houve más notícias sobre a Grécia, as taxas de juro sobre as obrigações do governo alemão caíram. Quando as notícias eram boas, as taxas subiram”



Mesmo que a Grécia não devolva nem um cêntimo, a bolsa pública alemã beneficiou financeiramente da crise.” Segundo um estudo divulgado esta segunda-feira pelo Instituto de Investigação Económica Leibniz, a Alemanha já ganhou 100 mil milhões de euros.

A instabilidade que a crise provocou na Grécia deixou os investidores assustados, que procuram mercados seguros e estáveis para investir. Na Europa, a solução mais segura e estável era o mercado alemão, que se tornou (ainda) mais atrativo para aqueles que querem investir. Foi precisamente derivado desta “corrida” para o mercado germânico que o país conseguiu os 100 mil milhões de euros em poupança garantida, nos últimos cinco anos, através de baixas taxas de juro sobre as suas obrigações.

“Sempre que houve más notícias sobre a Grécia, as taxas de juro sobre as obrigações do governo alemão caíram. Quando as notícias eram boas, as taxas subiram”, avança o estudo. Por exemplo, eventos como a eleição do Syriza - a 25 de janeiro - resultaram numa descida das taxas de juro sobre as obrigações do governo alemão. Por outro lado, notícias como o “sim” do Parlamento grego aos pacotes de medidas de austeridade impostos por Bruxelas - aprovados a 15 e a 22 de julho - culminaram numa subida das taxas.

O estudo conclui então que a economia alemã “beneficiou desproporcionalmente” dessa situação e as poupanças “excedem os custos da crise, mesmo se a Grécia não pagasse todas as suas dívidas”.

A Alemanha exigiu à Grécia disciplina fiscal e duras reformas económicas em troca da ajuda de credores internacionais. O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, opôs-se a uma reestruturação da dívida grega, apontando para o orçamento equilibrado do seu governo.

O instituto, porém, defende que o equilíbrio orçamental alemão só foi possível graças às poupanças em taxas de juro por causa da crise de dívida grega. Os estimados 100 mil milhões de euros que a Alemanha poupou desde 2010 constituíram cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Segundo o mesmo documento, em pacotes de resgate a Alemanha investiu - maioritariamente através do Mecanismo Europeu de Estabilidade, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional - não mais de 90 mil milhões de euros. Mesmo assim, caso a Grécia não pague nada, a Alemanha já “beneficiou claramente com a crise”.

Mas a Alemanha não foi a única. Outros países como os Estados Unidos, a França e a Holanda também beneficiaram, mas “a um nível muito mais reduzido”.

http://expresso.sapo.pt/internacional/2 ... il-milhoes
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

olisipo

  • Investigador
  • *****
  • 4966
  • Recebeu: 111 vez(es)
  • Enviou: 45 vez(es)
  • +28/-32
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #341 em: Agosto 12, 2015, 09:38:46 am »
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20224
  • Recebeu: 2983 vez(es)
  • Enviou: 2233 vez(es)
  • +1327/-3461
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #342 em: Agosto 12, 2015, 12:10:25 pm »
Citação de: "olisipo"

China desvalorisa divisa pelo segundo dia consecutivo

http://pt.euronews.com/2015/08/12/china ... nsecutivo/

OMG!
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

olisipo

  • Investigador
  • *****
  • 4966
  • Recebeu: 111 vez(es)
  • Enviou: 45 vez(es)
  • +28/-32
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #343 em: Agosto 18, 2015, 11:15:14 pm »
 

*

olisipo

  • Investigador
  • *****
  • 4966
  • Recebeu: 111 vez(es)
  • Enviou: 45 vez(es)
  • +28/-32
Re: Crise Financeira Mundial
« Responder #344 em: Agosto 19, 2015, 09:29:39 pm »


Where does the Greek debt comes from? Part 1/3: the Greek source

http://www.euronews.com/2015/08/19/wher ... ek-source/

Part 2/3: European roots

http://www.euronews.com/2015/08/19/wher ... ean-roots/

Part 3/3: the crisis of 2008

http://www.euronews.com/2015/08/19/wher ... s-of-2008/