Salvamento Submarino

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Jorge Pereira

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Salvamento Submarino
« em: Março 06, 2009, 02:28:49 pm »
O caro SSK deu o mote para umas temáticas deveras interessantes. Abro uma delas (Salvamento Submarino) com esta reportagem brasileira.

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Salvamento submarino
Vitor Gomes de Andrade e Silva


 
Da popa do navio vêem-se duas grandes esferas amarelas. Cada qual com sua função, porém elas trabalham em conjunto. O objetivo é excursionar pelo fundo do mar e levar uma pequena parte dos tripulantes do navio de socorro submarino Felinto Perry, da Marinha do Brasil, a, até, 300 metros de profundidade.

As enormes esferas de metal (chamadas de sino atmosférico de resgate) são um tipo de casulo usado para resgatar tripulações de submarinos naufragados e também para realizar atividades de mergulho de interesse da Marinha. "Este ano fizemos uma simulação, na qual capturamos, com câmeras submarinas e escaner tridimensional, imagens do casco e da proa de um submarino. Por causa dos riscos e dos altos custos da operação, fazemos simulações como esta a cada 15 dias", explica o capitão-de-fragata Caio Victoriano Renaud Filho.

Os treinamentos não são nada simples. Após o retornar das profundezas, os mergulhadores saem do sino de resgate e seguem direto para uma câmara de descompressão, com capacidade para 8 homens. Lá, eles ficam incubados durante duas semanas, enquanto a pressão do ar aos poucos é amenizada.

Dentro da câmara, os mergulhadores são monitorados com câmeras. A parte boa é que eles têm direito a jogos, livros e aparelhos de TV e DVD, para se distraírem durante o período de descompressão.

Tão importante quanto o zelo com a pressão do ar é a mistura dos gases das câmaras e dos sinos de resgate, que devem estar sempre na medida certa para ser respirado, atendendo as variações de pressão que decorrem do mergulho.

Pelo fato de ser um navio construído na Noruega, em 1979, é uma embarcação antiga, considerada de primeira geração. Entretanto, muitos dos seus equipamentos não são originais. O navio, que tem 77,80 metros de comprimento e neste mês esteve no Porto de Santos, passa por manutenções que envolvem a atualização de seus computadores e de seus equipamentos. "O Felinto Perry foi adquirido pela Marinha do Brasil em 1988. E, de lá pra cá, foi adaptado com o que há de melhor da tecnologia nacional. Assim, seu selo de resgate submarino foi todo projetado e desenvolvido no País. Hoje, ele é o único da América do Sul capacitado para realizar estes tipos de serviços", conta Renaud Filho.

Para se ter uma idéia quanto à sua tecnologia, durante as operações de mergulho, o Felinto Perry não precisa lançar âncora. Ele conta com um sistema de posicionamento por referências de satélites e aparelhos giroscópios. Assim a embarcação consegue ficar parada em um determinado ponto, enquanto seus motores compensam automaticamente o movimento do mar.

Outro equipamento que chama atenção é um grande guindaste que fica a boreste (lado direito) do navio. A estrutura serve para remover destroços de embarcações do fundo do mar. Com capacidade para deslocar até 30 toneladas.

Todos estes equipamentos são utilizados durante as operações de treinamento, para que a Marinha esteja preparada e com estrutura para atender a uma emergência. "Em dezembro de 2000, quando um submarino afundou, conseguimos realizar o resgate com sucesso. Ele foi emerso, com o empenho dos mergulhadores da Marinha. Todo o trabalho foi feito com muito cuidado e atenção, pois qualquer erro é fatal. Não podemos correr riscos: o nosso maior bem é a vida humana", diz o capitão-de-fragata.

Fonte




Citar
NSS Felinto Perry - K 11

Classe Felinto Perry





D a t a s
 

Batimento de Quilha: julho de 1978
Lançamento: julho de 1979
Incorporação: ?
Incorporação (MB): 28 de dezembro de 1988
 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 1.769 ton (grt), 1.350 ton (dwt).
Dimensões: 77.80 m de comprimento, 17.5 m de boca e 4.62 m de calado.
Propulsão: Diesel-Elétrica; 2 motores diesel Bergen Mek Verksteder KVGB 12 de 12 cilindros gerando 4.880 bhp; 2 motores diesel Bergen Mek Verksteder KVGB 16 de 16 cilindros gerando 6.520 bhp; 2 motores diesel Daimler-Benz OM 414 de 910 hp cada; 2 geradores de 1.712 Kw acoplados a 2 eixos com hélices de passo controlável. Equipado com 2 bow-thrusters e 2 stern-thrusters de 550 shp cada.

Tração Estática: 100 toneladas.

Energia Elétrica: 6.160 Kw; com 2 geradores de 2.280 Kw e 2 de 300 Kw.

Velocidade: máxima de 14.5 nós.

Raio de Ação: ?
Armamento: nenhum.
Sensores: 2 radares de navegação tipo Raytheon.

Equipamentos de Apoio ao Mergulho: capaz de conduzir mergulhos saturados até 300 m de profundidade; Sino Atmosférico de Resgate (SAR) capaz de efetuar resgate até uma profundidade de 300 m; câmara de recompressão com capacidade para 8 mergulhadores; Sino de mergulho de transporte; veículo de operação remota, com câmaras de vídeo, manipulador e sonar.

Equipamentos de Manobra, Fundeio, etc: sistema posicionamento dinâmico Kongsberg AOP 503 Mk II, que controla automaticamente o leme e os propulsores (dois eixos, dois hélices transversais avante e dois a ré), de maneira a posicionar dinamicamente o navio em relação a um ponto de referência; 3 canhões de águas com alcance de até 200 m e 2.400 m3/h cada e 2 de espuma com alcance de até 60 m 300 m3/h cada; 1 guindaste para 30 ton; 1 guindaste 3 ton.

Aeronaves: convés de vôo octogonal de 19 m de diâmetro, acima do passadiço, com capacidade de receber helicópteros de médio porte.

Código Internacional de Chamada: PWFR

Tripulação: 65 homens, sendo 9 oficiais e 56 praças.
 

 

H i s t ó r i c o

 

O Navio de Salvamento de Submarinos Felinto Perry - K 11, ex-Holger Dane, ex-Wildrake,  é o primeiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem ao Comandante Felinto Perry, um dos grandes responsáveis pela criação de nossa Flotilha de Submarinos. O Felinto Perry foi construído pelo estaleiro Smedvik Mek. Verkstedt, em Tjorvag, Noruega, como M/S Wildrake para a empresa norueguesa Andres Wilhelmsen & Co., de Oslo. Em outubro de 1986, foi vendido para empresa dinamarquesa Rederiet H. H. Faddersbjll A/S, recebendo o nome de DSV M/S Holger Dane. Foi adquirido pela MB em novembro de 1988, junto a Rederiet H. H. Faddersbjll A/S, onde era usado como Navio de Salvamento em campos de petróleo no Mar do Norte, para substituir o NSS Gastão Moutinho - K 10. Foi submetido a Mostra de Armamento em 19 de outubro de 1988, em Esbjerg, Dinamarca. Chegou ao Rio de Janeiro em 10 de dezembro de 1988 e foi incorporado em 28 de dezembro de 1988. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Chrysógeno Rocha de Oliveira.

 

O Felinto Perry e um navio de apoio completo. Como Wildrake, a serviço do Armador Anders Wilhelmsen & Co., de Oslo, onde tinha o Código Internacional LKAW, era classificado pelo DNV (+1A1) para operações de Apoio a Mergulho, Reboque, Abastecimento (Supply), Combate a Incêndio categoria II, Recuperação de Óleo.

 

1996

 

Em 9 de abril, suspendeu do Rio de Janeiro para comissão de reabastecimento do POIT - Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade.

 

1998

Em 25 de junho, recebeu do Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo – COMCONTRAM, o Prêmio "Contato-CNTM/Esquadra", relativo ao ano de 1997.

Em 3 de outubro, completou 10 anos de serviço à Marinha do Brasil, tendo atingido as marcas de 740 dias de mar e 86.000 milhas navegadas.

2000

 

Em março, foi submetido a vistoria de Segurança de Aviação, pelo Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da Marinha (SIPAAerM).

 

2003

 

No inicio de julho, realizou exercício em conjunto com o Tupi - S 30. Foi visitado o porto de Santos (SP).

 

2004

 

No final de junho, realizou exercícios de salvamento em conjunto com o S Tupi - S 30 e o AvApCos Almirante Hess - BACS 01. Visitou o porto de Santos (SP) de 25 a 28 de junho.

 

Em meados de setembro, realizou exercícios de salvamento e mergulho no litoral de São Paulo. Visitou o porto de Santos (SP) de 17 a 20 de setembro.

 

Entre os dias 10 e 14 de dezembro, durante o intervalo de exercícios de mergulho realizados no litoral norte de São Paulo, esteve em visita ao porto de Santos (SP), junto com o AvApCos Almirante Hess - BACS 01. Nessa ocasião participou das comemorações do Dia do Marinheiro.

 

2006

 

No inicio de janeiro, realizou exercícios de salvamento e mergulho no litoral de São Paulo. Visitou o porto de Santos (SP) de 6 a 9 de janeiro, quando suspendeu por volta das 10:00h, retornando às 18:00h, com problemas de máquinas.






Fonte


Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Jorge Pereira

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« Responder #1 em: Março 06, 2009, 02:34:21 pm »
Página da ISMERLO:

:arrow:  http://www.ismerlo.org/
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






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Supremo Chanceler

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« Responder #2 em: Março 06, 2009, 03:01:51 pm »
Excelente tópico. Quais são os meios de salvamento de submarinos da Marinha? Há planos para o melhoramento/aquisição de meios?
 

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teXou

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« Responder #3 em: Março 06, 2009, 05:52:53 pm »
Citação de: "Supremo Chanceler"
Excelente tópico. Quais são os meios de salvamento de submarinos da Marinha? Há planos para o melhoramento/aquisição de meios?

Da marinha não sei, mas é sempre possível de utilizar os meios da NATO.
Penso eu !  :roll:
"Obviamente, demito-o".

H. Delgado 10/05/1958
-------------------------------------------------------
" Não Apaguem a Memória! "

http://maismemoria.org
 

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« Responder #4 em: Março 06, 2009, 10:08:40 pm »
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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luis filipe silva

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« Responder #5 em: Março 08, 2009, 11:56:15 pm »
Supremo Chanceler escreveu:
Citar
Excelente tópico. Quais são os meios de salvamento de submarinos da Marinha? Há planos para o melhoramento/aquisição de meios?
A marinha não tem meios de salvamento próprios, nem intençao de vir a adquirir. Existem protocolos entre as forças da OTAN, para qualquer emergência.
Os submarinos da classe Tridente terão os seguintes meios.
Citar
Sobrevivência, escape e salvamento


Meios de emergência dimensionados para 43 pessoas (32+11)
               
Fatos de escape até 180 metros
               
Dois compartimentos estanques até 680 metros
               
Uma plataforma de salvamento em cada compartimento estanque
               
Dotações de emergência para 7 dias
               
Sistema de ar respirável de emergência (BIBS) com 200 tomadas
               
2 Jangadas salva-vidas accionáveis até 680 metros

http://www.marinha.pt/Marinha/PT/Menu/D ... AAncia.htm
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Supremo Chanceler

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« Responder #6 em: Março 09, 2009, 11:12:28 am »
Muito obrigado pelas informações prestadas, caro Luis Filipe Silva

Cumprimentos
 

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« Responder #8 em: Março 09, 2009, 10:54:16 pm »
E ja é mto bom os sub terem esses meios. Excelente.
"Aqui na Lusitanea existe um povo que não se governa nem se deixa governar" voz corrente entre os Romanos do Séc. I a.C
 

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SSK

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« Responder #9 em: Março 10, 2009, 10:04:32 pm »
Nós estamos envolvidos/abrangidos pelo programa de salvamento da NATO.
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo