Para chegarmos aos dias de hoje é necessário fazer uma incursão na história pátria. Assim, em pinceladas rápidas, vou considerar os seguintes períodos:
- O período de 1128 a 1297 – que é o da fundação de Portugal, alargamento do reino e criação de uma identidade e individualidade próprias, a fim de se formar como entidade geopoliticamente viável.
- período de 1297 a 1415, em que se dá a consolidação da nação e a germinação do projecto nacional de expansão.
- O período de 1415 a 1521 (fim do reinado de D. Manuel I), é o período da expansão ultramarina dos portugueses que começou em Ceuta, em 1415, e que atingiu o seu apogeu no reinado de D. Manuel I .
- O período de D. João III à perda da independência (1580) onde se verifica a tentativa de destruição do “projecto nacional” e que vai levar à perda da independência sem embargo da tentativa frustrada de D. Sebastião, que tem o seu epílogo em Alcácer Quibir, em 1578;
- O período que vai de 1580 a 1640, e que é o da dominação filipina, onde se destruiu quase por inteiro o projecto português, se depauperou o reino e se voltaram contra Portugal, alguns países que não eram até então nossos inimigos;
- O período de 1640 a 1707 (início do reinado de D. João V e fim da Guerra de Sucessão de Espanha); Restauração (que obrigou a mais um período de guerra de 28 anos); e luta política interna; perde-se a maior parte do Oriente e inicia-se o grande desenvolvimento do Brasil;
- O período de 1707 a 1807 (1.ª invasão francesa), verifica-se um segundo esforço no Brasil, desafogo financeiro e desenvolvimento;
- Período de 1807 a 1822, ocorreram as invasões francesas, entra em vigor a primeira Constituição Política e dá-se a independência do Brasil, Portugal falha a I Revolução Industrial;
- Período de 1822-1910, verifica-se:
. guerra civil quase permanente até 1851;
. Portugal “falha” a II Revolução Industrial;
. dá-se o lento “apodrecimento” do regime monárquico;
. revolução republicana e mudança de regime, o qual até hoje nunca foi referendado.
- período de 1910-1926 – verifica-se a falência política, económica e social da I República; participação algo desastrada na I Guerra Mundial;
- Período de 1926-1974, em que se deve considerar um sub período de 26 a 32, onde se verifica uma ditadura militar seguida de ditadura financeira e depois política, até que, em 1933 é referendada uma nova Constituição.
Seguiu-se:
. Institucionalização do “Estado Novo”;
. Renascimento do espírito nacional;
. Forte recuperação financeira e social e relativa recuperação económica;
. Virtuosismo político e diplomático durante a Guerra Civil de Espanha e a II Guerra Mundial;
. Verdadeiro início da industrialização do país nos anos 50;
. Ataque internacional concertado ao Ultramar português;
1974 – ? Revolução do 25 de Abril, III República menos parlamentar que a primeira e mais liberal que a segunda;
. Abandono da vocação ultramarina dos últimos 600 anos;
. Aposta na Comunidade Económica Europeia, mais tarde Comunidade Europeia, depois União Europeia, a caminho de algo que não se sabe muito bem o que vai ser.
Após esta síntese histórica, pode-se colocar novamente a pergunta: Que futuro queremos para Portugal?
Após o 25 de Abril esqueceu-se um passado quase milenar, é essencial que façamos as pazes com a História, isto é, não se pode meter tudo no mesmo saco e os heróis serem confundidos com os traidores!
Em suma, nós (portugueses) temos que voltar a ter uma Ideia de Portugal e assumi-la!
Afirmo ainda as três maiores ameaças para Portugal:
- o perigo da união ibérica;
- o federalismo europeu;
- o relaxamento nacional;
Portugal só poderá ter futuro se... continuar a ser Portugal!
Garantir a soberania nacional, a integridade do território e a segurança das populações é o objectivo nacional, primordial.
Portugal, ontem, hoje e Sempre!