Crise Financeira Mundial

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Luso

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« Responder #30 em: Outubro 01, 2008, 10:14:11 pm »
Ora aí está o tal vídeo novamente e com mais "molho"...

http://www.youtube.com/watch?v=nRmB93Mc ... /News.html

E outro diferente. Uma lição para quem quiser aprender.

http://www.youtube.com/watch?v=_MGT_cSi ... re=related
http://www.youtube.com/watch?v=wwC7q_gdex0&NR=1
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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AC

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« Responder #31 em: Outubro 02, 2008, 01:35:42 am »
Caro Luso,
ainda só vi o primeiro video e não me vou dedicar a analisar tudo ao pormenor mas assim de repende, encontrei um erro significativo, relativo ao polémico CRA (Comunity Reinvestment Act).

A maioria dos empréstimos subprime (~80%) foram feitas por instutuições financeiras que... não estão sujeitas ao CRA. Ou pelo menos não estavam até 1999.

Isto porque o CRA só se aplica a instituições onde os clientes depositem dinheiro. As instituições que fizeram a maioria dos empréstimos subprime e que temos visto em dificuldades são bancos de investimento que não oferecem (ou não ofereciam) esse serviço.

Isto porque nos E.U.A, desde 1933 a 1999 vigorou uma lei que basicamente tornava mutualmente exclusivo os "bancos"comerciais" onde os clientes depositam dinheiro e os "bancos de investimento".
Em 1999 foi aprovado uma lei (Gramm-Leach-Bliley Act) que desregulou mais um bocado o sector financeiro e permitiu que os bancos exercessem as duas funções.

E só para que conste, o Gramm-Leach-Bliley Act foi introduzido por republicanos. O que é basicamente o que os democratas usam para culpar os republicanos da crise.
 

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Luso

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« Responder #32 em: Outubro 02, 2008, 06:47:52 pm »
Realmente nesta história não há santos, AC.
O quer só por si também dá que pensar.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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komet

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« Responder #33 em: Outubro 02, 2008, 11:20:20 pm »
Os judeus a fazerem justiça à fama  :twisted:
"History is always written by who wins the war..."
 

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oultimoespiao

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« Responder #34 em: Outubro 03, 2008, 12:48:31 am »
Citação de: "AC"
A maioria dos empréstimos subprime (~80%) foram feitas por instutuições financeiras que... não estão sujeitas ao CRA. Ou pelo menos não estavam até 1999.

 
so uma pequena nota, os 80% que se refere sao o prime, os outros 20% e que sao o sub-prime, para dar um pequeno exemplo, se uma pessoa quer financiar uma casa ela pode pedir 2 emprestimos, 1 para cobrir os 80% e outro para os 20% so passou a ser possivel estes emprestimos depois da mudanca da lei que se refere.
 

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AC

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« Responder #35 em: Outubro 03, 2008, 07:54:40 pm »
Não percebi nada do que disse. :)
 

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oultimoespiao

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« Responder #36 em: Outubro 04, 2008, 12:34:11 am »
Citação de: "AC"
Não percebi nada do que disse. :)


Ainda bem, muitos que recoreram ao sub prime ainda hoje nao percebem como isso funciona

Fora isso o que eu apontei  foi que voce disse que os 80% do valor do emprestimo e o subprime isto nao e verdade os 80% do valor do emprestimo sao o prime, os restantes 20% do valor e que sao o sub prime, isto devia ser dinheiro vivo que as pessoas teem, mas quando se comecou a substituir dinheiro por 2 hipotecas a segunda hipoteca chamou-se subprime! Porque em caso de falencia, o detentor do prime tem prioridade em colectar!
 

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AC

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« Responder #37 em: Outubro 04, 2008, 02:04:22 am »
Ah, agora percebi.

Mas os 80% a que me referia eram outra coisa. Só me estava a refer aos empréstimos "subprime", nada a ver com os empréstimos "prime":

O que estava a dizer é que do total de empréstimos "subprime" concedidos nos E.U.A, 80% foram concedidos por bancos  que, em 1995 quando o Clinton mexeu no CRA, não estavam nem podiam estar sujeitos ao CRA.
 

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oultimoespiao

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« Responder #38 em: Outubro 04, 2008, 02:59:14 am »
Citação de: "AC"
Ah, agora percebi.

Mas os 80% a que me referia eram outra coisa. Só me estava a refer aos empréstimos "subprime", nada a ver com os empréstimos "prime":

O que estava a dizer é que do total de empréstimos "subprime" concedidos nos E.U.A, 80% foram concedidos por bancos  que, em 1995 quando o Clinton mexeu no CRA, não estavam nem podiam estar sujeitos ao CRA.


Isso e verdade!
 

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Jorge Pereira

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« Responder #39 em: Outubro 08, 2008, 03:52:23 pm »
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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dremanu

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« Responder #40 em: Outubro 08, 2008, 09:20:37 pm »
Meus amigos, poupem o vosso dinheiro e controlem as despesas, porque este momento vai piorar e vai demorar tempo antes de melhorar.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Miguel

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« Responder #41 em: Outubro 09, 2008, 06:48:57 pm »
Ver este video sobre a crise

 :arrow: http://fr.youtube.com/watch?v=XPvWQ5Pp_Ag
 

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comanche

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« Responder #42 em: Outubro 09, 2008, 11:57:59 pm »
Entretanto na Islandia, o país com o 4º. PIB per capita mais alto do mundo.



Crise financeira: Bolsa islandesa suspende negociação, crise diplomática com Londres


Citar
Reiquejavique, 09 Out (Lusa) - A Islândia suspendeu as operações do seu mercado bolsista por dois dias e assumiu hoje o controlo do banco Kaupthing, a principal instituição bancária do país, enquanto luta para salvar a sua economia da bancarrota.

Com esta nacionalização, os três maiores bancos do país, confrontados com uma grave crise financeira, passaram para o controlo do Estado.

A crise financeira que atormenta esta pequena nação nórdica descambou também numa crise diplomática com a Grã-Bretanha: o governo islandês tomou como ofensa a decisão de Londres de congelar contas dos seus bancos falidos ao abrigo das leis antiterrorismo para proteger os depositantes britânicos.

Enquanto isto, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, considerou hoje "totalmente inaceitável" a atitude do governo islandês, que congelou as contas dos clientes britânicos do banco online Icesave, filial da islandesa Landsbanki, nationalizada.

"O que se passa na Islândia é totalmente inaceitável", declarou o primeiro-ministro à cadeia de televisão BBC, indicando ter dito ao primeiro-ministro islandês Geir Haard que a acção tomada pelo seu país era " ilegal ".

"Vamos congelar os activos das sociedades islandesas no Reino Unido quando pudermos fazê-lo, tomaremos acções suplementares contra as autoridades islandesas sempre que for necessário para recuperar o dinheiro", prosseguiu Brown.

Alguns minutos depois, interrogado na cadeia de televisão Sky News, declarou: "Os bancos islandeses faliram, as autoridades islandesas devem assumir as suas responsabilidades por isso.

A legislação antiterrorista de 2000 foi utilizada para este congelamento porque a sua secção 2 possibilita ao governo bloquear os activos "em caso de ameaça à estabilidade financeira do país".

Segundo Londres, Reiquejavique terá recusado garantir os depósitos dos clientes britânicos, que seriam mais de 300.000 no Icesave e totalizam 4 mil milhões de libras (5,1 mil milhões de euros).

O governo britânico teve de vir em seu auxílio e iniciou negociações com as autoridades islandesas para recuperar aquelas somas.

Por seu lado, a Associação das colectividades locais britânica (LGA) revelou que 108 dos seus membros indicaram ter depositado activos num valor total de 798,95 milhões de libras (1,02 mil milhões de euros) junto dos bancos islandeses - o LGA agrupa 466 condados, municipalidades ou distritos em Inglaterra e no País de Gales.

Também a autoridade reguladora alemã do sector financeiro (BaFin) anunciou hoje o congelamento das contas na Alemanha do Kaupthing, o maior banco islandês agora nacionalizado, com 30.000 clientes alemães angustiados sobre o destino das suas contas em risco.

Os activos da sucursal alemã do Kaupthing elevam-se a 308 milhões de euros para 30.800 clientes, precisa o BaFin.

Segundo o Financial Times Deutschland de sexta-feira, cerca de 200 milhões de euros foram já retirados na Alemanha com carácter de urgência desde o início da semana.

As sucursais do banco islandês na Bélgica, no Luxemburgo, na Noruega e na Finlândia congelaram também as suas operações.

 

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André

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« Responder #43 em: Outubro 10, 2008, 12:07:53 am »
Não é só na Islândia ...  :?  :roll:

Governo Holandês disponibilizou 20 mil milhões de euros para bancos e seguradoras

O Governo holandês anunciou hoje que disponibilizou 20 mil milhões de euros para financiar as instituições financeiras na Holanda durante a crise de crédito actual, decorrente da crise financeira mundial.

O ministro das Finanças da Holanda, Wouter Bos, disse que o dinheiro estará disponível para qualquer banco ou seguradora que sejam "essencialmente saudáveis".

Wouter Bos explicou hoje que esta medida se destina "a proteger as instituições financeiras essencialmente saudáveis contra choques extremos".

Lusa

 

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PedroM

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« Responder #44 em: Outubro 10, 2008, 04:24:22 pm »
No Jornal de Negócios de hoje:

Cada dia que passa traz-nos uma nova decepção: ontem foi a confirmação de que os juros não descem, apesar do que fazem os bancos centrais. O que dirão daqui a vinte anos os livros de História desta crise financeira global? Uma nota de pé de página sobre um movimento de salvação nacionalizada da banca depois de uma era de abundância falsificada? Ou um capítulo inteiro sobre a autodestruição de um sistema que da liberdade fez libertinagem?


Não foi propriamente uma surpresa que as taxas Euribor não descessem depois do corte de taxas directoras concertado por seis bancos centrais. Nem para os economistas, nem para os mercados, nem para os leitores deste jornal. Mas isso não impede que a actual distância entre a taxa com que o Banco Central Europeu empresta dinheiro aos bancos e os juros que os bancos pagam e recebem quando emprestam dinheiro entre si seja uma assustadora bússola desorientada da situação que vivemos.

Para quem paga empréstimos, a não descida da prestação é frustrante e é injusta. Para quem quer fazer política monetária é dramática.

Nunca as taxas Euribor estiveram tão altas. Mas esse não é o perigo. É-o a distância que separa as duas taxas, a do BCE e a do mercado. Em Janeiro, aquela estava nos 4%, esta nos 4,6%. Hoje, uma está nos 3,75%, a outra nos 5,4%. A diferença quase triplicou. Nos Estados Unidos, pior: a distância foi multiplicada por 13 vezes em dez meses, hoje o Fed cobra 1,5% enquanto as taxas de mercado estão nos 4,75%.

A razão pela qual uma taxa deixou de acompanhar a outra já foi explicada: o crédito está congelado, os bancos não emprestam dinheiro uns aos outros e os que emprestam cobram um prémio de risco elevado, e que é muito maior nos Estados Unidos do que na Europa. Ou seja, não há oferta, logo não há mercado.

Significa que os bancos centrais estão manietados, os instrumentos de que dispõem não põem o mercado a funcionar. Pior ainda no Fed, que por mais riscos que corra baixando os juros (incorrendo inclusive naquilo que na teoria de Keynes se chama Armadilha da Liquidez) não consegue reduzir o custo do financiamento da economia. O mecanismo de transmissão está avariado.

Os banqueiros centrais vão tirando balas da cartucheira mas os tiros não matam nada. A crise só se resolve à bomba. Daí o recurso a medidas excepcionais, como a que a Fed decidiu esta semana, de comprar papel comercial. Na prática, está a emprestar dinheiro directamente às empresas, o que é inédito e mesmo de legalidade duvidosa.

Ora também o Banco Central Europeu admite recorrer a medidas desesperadas como a que faz hoje manchete deste jornal: fazer com que, por decreto ou por acordo, os créditos passem a ser indexados não à Euribor de 5,4%, mas à taxa directora de 3,75%. Mesmo sendo uma medida temporária, seria a suspensão do mercado, o que por estes dias já não surpreende ninguém: afinal, se o mercado não funciona na fixação da taxa Euribor, por que se há-de fazer de conta que funciona e continuar a cobrar esses juros às famílias e às empresas endividadas?

É por isso que é o próprio BCE que diz que o facto das famílias não estarem a pagar menos nos seus empréstimos é injusto: os bancos hoje estão a financiar-se essencialmente no BCE mas continuam a cobrar prestações mensais a taxas de mercado.

É impressionante como o mundo mudou em meia-dúzia de semanas. Talvez seja isso que os livros de História registem: que foi preciso uma loucura para acabar com outra loucura.

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=335144