NRP "D. Carlos I"

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TOMKAT

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NRP "D. Carlos I"
« em: Novembro 17, 2005, 05:38:03 am »
Interessante texto sobre o navio hidrgráfico NRP "D. Carlos I" onde menos seria de esperar,...na revista Exame/Informática.

Imagem do navio...


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OS NOVOS HERÓIS DO MAR

Desde o início de 2005, que o navio D. Carlos I tem estudado a face oculta do Oceano Atlântico. A missão recorre a tecnologias sofisticadas e é considerada estratégica para a soberania de Portugal

Quinhentos anos depois dos descobrimentos, o território nacional poderá voltar a beneficiar de nova expansão.
Uma missão do Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa (IH) está, neste momento a cartografar o fundo do Oceano Atlântico com vista a reclamar a soberania da plataforma continental junto das Nações Unidas (ONU).
A missão de estudo coordenada pela Estrutura de Missão da Exrensão da Plataforma Continental (EMEPC) faz lembrara as corridas ao ouro do passado e só é possível com o recurso a um "batalhão" de novas tecnologias.
O contra-relógio cartográfico termina em Março de 2009.
...
Neste momento , o D. Carlos I encintra-se a cartografar várias zonas prioritárias entre a fronteira norte do território continental e o Arquipélago da Madeira.
Não são adiantados dados quanto á dimensão da área já cartografada e daquela que falta cartografar.
Mas há um ponto que está bem assente: Portugal tem por objectivo aumentar a soberania de 200 milhas naúticas até ao máximo de 350 milhas naúticas (cerca de 370 e 648 km, respactivamente).
O aumento da soberania restringe-se ao fundo do mar (ao contrário das 200 milhas da Zona Económica Exclusiva portuguesa, onde a soberania também abarca as águas), mas é visto como uma oportunidade ùnica do ponto de vista científico, político e económico.

Os segredos do oceano

O estudo cartográfico de uma área tão larga só é possível devido à instalação dum sondador multifeixe no navio D. Carlos I.
O sondador cartografa o fundo do mar através da emissão de sons, cujo eco permite descobrir profundidades e relevos promenorizados que antes se mantinham desconhecidos.
...
Mas D. Carlos I não estará sózinho nesta missão.
Em meados de 2006, o Gago Coutinho, navio similar ao D. Carlos I, deverá ficar operacional e poderá juntar-se à frota do IH, que conta ainda com os navios de capacidade de navegação costeira Auriga e Andrómeda.
Actualmente a adaptação do Gago Coutinho está a decorrer nos Estaleiros do Arsenal do Alfeite da Marinha Portuguesa.
...
Tecnologias para o estudo do mar

Cartas de navegação electrónica
Substituiram as congéneres de papel. Têm a virtude de não se rasgar ou detriorar e de apresentar dados mais fidedignos, que podem ser actualizados por fontes de informação externas.
Estas cartas são criadas de acordo com o padrão internacional S57.
Podem ser actualizadas através de CD, conexões Inmarsat ou GSM.
Disponibilizam várias camadas de informação e podem estar associadas a sistemas de GPS ou radar. A visualização e o tratamento de dados são efectuados através do Electronic Chart Display and Information System
(ECDIS) que é composto por um ecrã, um CPU, leitor de CD um teclado e uma track ball

CTD Ondulante
Dispositivo rebocado que permite medir a salinidade, temperatura e pressão da água.

Marégrafos
Dispositivos que permitem medir as marés em diferentes pontos. O IH dispõe de uma rede de marégrafos acústicos, de radar e de pressão.

Correntómetros
Dispositivos acústicos ou mecânicos que permitem medir correntes através da emissão de sons. Podem ser colocados em estuárioa de rios ou até em grandes profundidades.

ADCP ("Acoustic Doopler current profiler")
Funciona por efeito de Doppler a regista o perfil da corrente. O IH dispõe das seguintes versões: 1200kHz (alta resolução vertical utilizado em regiões de baixa profundidade); 600kHz (de alcance superior ao de 1200kHz e de maior resolução que o de 300kHz, frequentemente utilizado em regiões costeiras) e 300kHz (de grande alcance utilizado em regiões oceânicas, sobre a plataforma continental).

Rosette
Sistema com vários compartimentos que permite recolher água a diferentes profundidades, para o estudo físico e biológico do mar.

Bóia Ondógrafo Direccional
Bóia que é colocada em profundidades de 80 a 100 metros. Mede a agitação marítima e envia dados, via rádio, para o farol mais próximo que, por sua vez, está equipado com um sistema de comunicações móveis que envia a informação para o IH.

O Sensor Multifeixe
Incorporado no cascop do Navio D. Carlos I, permite efectuar o levantamento  total do fundo do mar em que incide. É constituido por 192 feixes que emitem som com grande cobertura angular de 150 graus (ainda que a qualidade dos dados implique operar a cerca de 120 graus),
cujo eco permite conhecer o relevo e outras características do fundo do mar. O dispositivo foi desenvolvido pela norueguesa Konsberg  opera nas frequências de 12kHz. Permite um alcance um alcance dos 10 aos 20 mil metros de profundidade. O dispositivo é apoiado por sistemas de GPS diferencial, um sensor de movimento e um perfilador de velocidade. Permite a cobertyura total da área "sondada", que corresponde ao triplo  da profundidade (ex. se o fundo está a mil metros, então o sondador consegue "varrer" áreas de três mil metros)


fonte Exame/Informática


Áreas dos levantamentos hidrográficos previstos para 2205.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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pedro

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« Responder #1 em: Novembro 17, 2005, 09:49:45 pm »
isto sim foi uma boa ideia. :lol:
 

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Rui Elias

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« Responder #2 em: Janeiro 31, 2006, 03:17:54 pm »
Julgo que está também em fase de acabamento para passar em prontidão o navio gémeo, o NRP Gago Coutinho.

Penso que a gestão desses navios ficará a cargo do Instituto Hidrográfico.

Como nota, recentemente Angola pediu a Portugal que destacasse para lá um destes navios para actualizar as cartas de fundos marinhos da plataforma continental que não eram actualizadas desde a descolonização.

Não sei que resposta Portugal deu, mas seria uma bos forma de cooperação.

É que se não for Portugal a fazer isso, outro país qualquer o fará.
 

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Miguel

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« Responder #3 em: Janeiro 31, 2006, 06:49:55 pm »
Citação de: "Rui Elias"
Julgo que está também em fase de acabamento para passar em prontidão o navio gémeo, o NRP Gago Coutinho.

Penso que a gestão desses navios ficará a cargo do Instituto Hidrográfico.

Como nota, recentemente Angola pediu a Portugal que destacasse para lá um destes navios para actualizar as cartas de fundos marinhos da plataforma continental que não eram actualizadas desde a descolonização.

Não sei que resposta Portugal deu, mas seria uma bos forma de cooperação.

É que se não for Portugal a fazer isso, outro país qualquer o fará.


E que vai ganhar Portugal, ao fazer isso?? Com as ex-colonias apenas perdemos fundos.....

E mesmo que encontramos algo interessante, os Angolanos davam logo aquilo, aos EUA ou outros :?

Por isso a melhor politica com o ex-ultramar é a não cooperação.
 

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Rui Elias

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« Responder #4 em: Fevereiro 01, 2006, 12:21:20 pm »
Miguel:

A cooperação é sempre vantajosa para os dois lados.

Se França, Espanha, Itália, ou Inglaterra cooperam com países africanos, porque Portugal deveria ficar para trás?

Aqui, neste caso não se trata de ajuda a fundo perdido.

Julgo saber que o Estado de Angola pagaria esse serviço.

E Portugla poderia ir mantendo alguma influência nessa região, tal como a França faz relativamente à África francófona.
 

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luis filipe silva

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« Responder #5 em: Fevereiro 01, 2006, 12:42:57 pm »
Tanto quanto sei, o estado angolano deve milhões de euros ao estado português e a diversas empresas também portuguesas.
Todas as ex. colónias querem é que lhes ofereçamos o que puder ser, e cara alegre.
No entanto, é do interesse (ou deveria ser) português a actualização das cartas hidrográficas desses países,pois nunca se sabe quando precisaremos delas.
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saudações:
Luis Filipe Silva
 

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Rui Elias

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« Responder #6 em: Fevereiro 01, 2006, 01:56:17 pm »
Ainda a propósito de cooperação, Portugal deve potenciar esse contacto, para que seja mais importante no seio da UE, já que ao contrário de outros países, estilo Hungria, Áustria, ou Finlândia que não têm ligação cultural com os outros cantos do mundo, Portugal terá sempre essa mais-valia no contexto europeu, e seria sempre uma mais-valia para a sua presença na Europa.

Por outro lado, Portugal só será um parceiro com interesse para os países lusófonos se tiver um peso específico dentro da UE.

Para esse desígnio, uma estreita ligação luso-brasileira que funcionasse como veradeiro motor da CPLP, e que se arranjasse no seio desta organização uma politica de Defesa, cooperação estratégica, daria a Portugal no seio da Europa dos 25 o tal peso de que necessita para se afirmar, mais do que apenas 10 milhões de habitantes que representa, e com uma economia fraca.

O caminho da cooperação e ajuda passa por esse desígio que eu acharia de extremo interesse.

Para isso, seriam necessários instrumentos de coopperação, para além dos instituidos, através do Instituto Camões, etc.

Note-se que ao nível militar essa coopperação já existe ao nível de formação de quadros militares dos PALOP e policiais, venda de fardamentos para a Guiné e para S. Tomé, o apoio com o destacamento do Aviocar em S. Tomé, mas julgo que se deveria procurar ir mais longe.
 

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Rui Monteiro

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« Responder #7 em: Janeiro 02, 2008, 11:48:04 am »
Meus caros

Não sou militar mas gostaria de aqui dizer que é justo terem dado o nome de D.Carlos I a um navio Oceanográfico da Marinha Portuguesa. Não existiu mais até hoje nenhum Chefe de Estado e muito menos um político que tenha contribuído tanto para a investigação oceanográfica como El-Rei D.Carlos, sem dúvida um homem à frente do seu tempo que tinha uma profunda paixão pelo mar.

Sem dúvida uma justa Homenagem quando se está a celebrar os 100 do seu Assassinato em 1 de Fevereiro de 1908
Causa Monarquica : http://www.causa-monarquica.tk
Forum Realistas : http://www.realistas.org
Instituto da Democracia Portuguesa : http://www.democraciaportuguesa.org/
 

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zocuni

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« Responder #8 em: Janeiro 02, 2008, 10:12:28 pm »
Citação de: "Rui Elias"
Ainda a propósito de cooperação, Portugal deve potenciar esse contacto, para que seja mais importante no seio da UE, já que ao contrário de outros países, estilo Hungria, Áustria, ou Finlândia que não têm ligação cultural com os outros cantos do mundo, Portugal terá sempre essa mais-valia no contexto europeu, e seria sempre uma mais-valia para a sua presença na Europa.

Por outro lado, Portugal só será um parceiro com interesse para os países lusófonos se tiver um peso específico dentro da UE.

Para esse desígnio, uma estreita ligação luso-brasileira que funcionasse como veradeiro motor da CPLP, e que se arranjasse no seio desta organização uma politica de Defesa, cooperação estratégica, daria a Portugal no seio da Europa dos 25 o tal peso de que necessita para se afirmar, mais do que apenas 10 milhões de habitantes que representa, e com uma economia fraca.

O caminho da cooperação e ajuda passa por esse desígio que eu acharia de extremo interesse.

Para isso, seriam necessários instrumentos de coopperação, para além dos instituidos, através do Instituto Camões, etc.

Note-se que ao nível militar essa coopperação já existe ao nível de formação de quadros militares dos PALOP e policiais, venda de fardamentos para a Guiné e para S. Tomé, o apoio com o destacamento do Aviocar em S. Tomé, mas julgo que se deveria procurar ir mais longe.


x2

Abraços,
zocuni
 

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Lightning

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miguelbud

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Re: NRP "D. Carlos I"
« Responder #10 em: Novembro 29, 2013, 03:50:42 pm »
A aquisiçao do novo navio hidrográfico está bastante atrasada.

Creio que em Agosto deste ano o noruega foi reactivado, por isso a nova aquisiçao ainda deve demorar mais do que o esperado.

No verao de 2012 o noruega estava neste estado.
 

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zocuni

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Re: NRP "D. Carlos I"
« Responder #11 em: Novembro 29, 2013, 07:14:17 pm »
Boa tarde,

Pelo que sei o Noruega passou por uma reforma e está operacional pelo Instituto do Mar e Atmosfera,salve o erro.Penso eu.
zocuni
 

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luis filipe silva

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Re: NRP "D. Carlos I"
« Responder #12 em: Novembro 29, 2013, 08:50:26 pm »
Zocuni escreveu:
Citar
Pelo que sei o Noruega passou por uma reforma e está operacional pelo Instituto do Mar e Atmosfera,salve o erro.Penso eu.
Boa noite caro Zocuni. O Noruega pertence ao IPIMAR, que é o Instituto Português das Pescas.
-----------------------------
saudações:
Luis Filipe Silva
 

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zocuni

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Re: NRP "D. Carlos I"
« Responder #13 em: Novembro 29, 2013, 09:02:58 pm »
Boa noite,Luis

Verdade.Realmente ele está velho,mas com a crise é complicado.

Abs,
zocuni
 

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Re: NRP "D. Carlos I"
« Responder #14 em: Novembro 29, 2013, 09:44:04 pm »
Luis,

É bom tirar uma dúvida.Existe um instituto IPIMAR (Instituto de investigação do Mar) do ministério da agricultura e existe o IPMA (Instituto do Mar e atmosfera),serviços de mar e meteorológicos.
Contudo nesta noticia de 2013 tal navio se apresenta mais cuidado mas com os dizeres do IPMA ou seja do Instituto Português do Mar e Atmosfera como pode ver.
http://www.roda-do-leme.com/2013/04/nor ... veiro.html
Como somos um país cheio de Institutos fisiológicos fiquei na dúvida a quem realmente o navio pertence.Estou confuso.
zocuni