Notícia do semanário SOL de hoje:Reservas de ouro atingem valor mais alto dos últimos 30 anos
Portugal é o 13.º país com mais reservas de ouro do mundo. E com a subida de preço do precioso metal, as reservas nacionais atingiram o valor mais alto dos últimos 30 anos. Agora as opiniões dividem-se sobre o rumo a tomar: uns defendem que devemos vender parte do ouro, outros sustentam que o deveremos guardar O valor das reservas de ouro portuguesas está num patamar histórico, com a subida do preço da matéria-prima. Os activos em posse do Banco de Portugal (BdP) atingiram 9,2 mil milhões de euros em Fevereiro, o montante mais elevado dos últimos 30 anos, com uma valorização de 1,3 mil milhões em apenas um ano. Miguel Cadilhe defende a venda de reservas; Augusto Mateus e João César das Neves discordam.
Portugal aparece em 13º lugar na lista de países e organizações com mais reservas de ouro. Tem 382,5 toneladas, o equivalente a 36 gramas por cada habitante. Aos actuais preços de mercado, são pouco mais do que 800 euros por cidadão e, no total, 5,7% do Produto Interno Bruto. A matéria-prima representa 85,9% do total de reservas do país.
Desde 1999, estão em vigor acordos entre bancos centrais na Zona Euro que limitam a venda de reservas. Ao abrigo desse entendimento, revisto pela última vez em Setembro de 2004, Portugal colocou no mercado 100 toneladas, entre aquela data e Setembro de 2006, para diversificação das reservas externas. O acordo terá que ser revisto este ano e a possibilidade de virem a ser feitas mais vendas está em aberto
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=130377E esta hem!?? Será por isto que deixamos de ser um país com graves problemas económicos e financeiros? Será que somos o 13º país mais rico do mundo?
Obviamente que não! Esta notícia demonstra bem que um país pode "nadar" em reservas de ouro e ser um país paupérrimo, carenciado de tudo e a sua população viver no limiar da miséria, tal como acontecia em Portugal no tempo do Salazar.
O infeliz regime do estado novo no plano económico deixou 2 mitos.
1º O das reservas de ouro. Hoje vemos que as reservas de ouro, sendo bom tê-las, não transformam um país pobre em rico nem põem uma economia a funcionar.
2º O escudo forte. Como já disse noutro post, o escudo não era uma divisa livremente convertível. O seu câmbio era fixado administrativamente. Havendo poucas operações em escudos era fácil ao governo de então manter o escudo artificialmente alto. Claro que qualquer tentativa para integrar o escudo no mercado cambial livre resultaria numa queda brutal do seu valor, que nessa altura sim, tenderia a espelhar o nível de pobreza do país.
Quanto a mitos estamos falados. Quanto ao resto a obra do estado novo pode medir-se pelos indíces de desenvolvimento económico e humano já disponíveis no princípio dos anos 70. Uma só palavra LAMENTÁVEL!