Comandante António da Silveira

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mamifero

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Comandante António da Silveira
« em: Dezembro 09, 2005, 06:32:21 pm »
No ano de 1537 deu-se o primeiro cerco à fortaleza de Diu, então nas mãos dos portugueses. Cerca de 23.000 turcos, chefiados por Suleimão Paxá (um eunuco que tomara o poder graças à traição) puseram cerco à fortaleza, defendida por 600 portugueses. O turco, certo da vitória, enviou uma carta aos defensores da praça, exigindo-lhes a rendição, sob pena de os exterminar, caso não o fizessem. A resposta de António da Silveira, comandante da fortaleza, foi esta:
"Muito honrado capitão Paxá, bem vi as palavras da tua carta. Se em Rodes tivessem estado os cavaleiros que estão aqui neste curral podes crer que não a terias tomado. Fica a saber que aqui estão portugueses acostumados a matar muitos mouros e têm por capitão António da Silveira, que tem um par de tomates mais fortes que as balas dos teus canhões e que todos os portugueses aqui têm tomates e não temem quem os não tenha".
A esta resposta seguiu-se o ataque dos turcos que, após meses de cerco, acabaram por desistir. No momento da retirada restavam 40 portugueses em condições de combater, mas as perdas da turcalhada tinham sido enormes.
Este e outros episódios de coragem dos portugueses por terras do Índico e norte de África podem ser lidos numa obra muito interessante chamada Homens, Espadas e Tomates, da autoria de Rainer Daenhardt. Este livro encontrava-se esgotado, mas foi agora reeditado pelas edições Zéfiro e é uma bela leitura para um fim de semana.
 

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pedro

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« Responder #1 em: Dezembro 09, 2005, 07:20:20 pm »
isto e que era um portugues :lol:
 

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dremanu

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« Responder #2 em: Dezembro 10, 2005, 05:20:21 pm »
Uau....

Realmente, esses homens Portuguêses foram algo de especial.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."
 

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Luso

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« Responder #3 em: Dezembro 10, 2005, 06:00:13 pm »
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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tyr

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« Responder #4 em: Junho 11, 2008, 01:15:29 am »
Acabei de descobrir o Livro na feira do livro em Lisboa (comprei o penultimo exemplar na bancada da Zefiro) e ja o devorei, aconselho o vivamente (estou a falar do livro "Homens, Espadas e Tomates")
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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TOMSK

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« Responder #5 em: Janeiro 12, 2009, 02:49:01 pm »
Carta do traidor Francisco Pacheco, que se tinha juntado ao poderoso exército de Soleimão Baxá na guerra contra a fortaleza portuguesa de Diu, ao Capitão António da Silveira

«Eu me entreguei ao grande capitão Soleimão Baxá por um formão seu chapado de ouro em o qual nos dava as vidas, liberdades, fazendas e escravos.(...)
E disse-me que vos escrevesse, para que vos entregásseis sem mais resistência, porque fazendo de outra maneira, a todos vos há de meter à espada. Agora vede o que vos cumpre, e tomai a decisão certa.»


Lida e entendida a dita carta, não foi necessário pensar na resposta, e, tomando o Capitão papel e tinta, lhe respondeu da seguinte forma:

Carta de António da Silveira ao traidor Francisco Pacheco

« Para tão grande capitão e poderoso como dizeis que esse perro é, deveria guardar melhor seus alvarás. Porém, espanta-me mais quanto de vós escreverdes-me para que haja uma boa decisão. Dizei-lhe que ele faça o que puder para nos levar de vencidos, porque sobre a mais pequena pedra desta fortaleza todos haverão de morrer. E que fiques avisado que não mais recados e cartas como esta me mandeís, porque senão mandarei a que vos atirem com bombardadas nessa cara.»

Lopo de Sousa Coutinho, o Primeiro Cerco de Diu
 
:Palmas:  :cry: