Artilharia de Costa

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Nuno Calhau

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #75 em: Outubro 02, 2011, 12:20:22 am »
No minimo, elucidou!!!

A falta que faz a este forum pessoas que sabem do que falam...

Bem haja.

Um Abraço.
 

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Limas

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #76 em: Outubro 02, 2011, 03:07:13 pm »
E ainda, acrescento mais:
A 8ª bateria de Albarquel, ainda foi apoiada pelas Baterias do Casalinho e do Moinho da Desgraça, ambas em Setubal,  que serviam como posto de comando e observação da mesma Bateria de Albarquel, tendo sido, as mesmas, desactivadas, entre os anos 50/60, por isso não constam como Baterias do RAC.
A Bateria do Casalinho, ainda, possuiu 6 peças Krupp de 280 mm, cujo alcance das mesmas, chegava a 5 km, actualmente, hoje já não se encontra lá nenhuma.
 

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papatango

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #77 em: Outubro 10, 2011, 09:52:42 am »
Relativamente à instalação de Alpena, confesso que fiquei um bocado baralhado.
Naquela área está uma instalação que segundo fui informado pertencia à defesa anti-aérea, com 12 peças de 120mm.
Cheguei a falar com um sargento-ajudante do antigo BRT, que as tinha visitado várias vezes e que descreveu mais ou menos o funcionamento. Segundo ele, quando os sistemas chegaram (creio que já no inicio dos anos 50) o sistema era visto como super-sofisticado, porque era controlado por radares que permitiam que todas as peças apontassem ao mesmo alvo.

Ainda se pode ver a instalação no GoogleEarth:

http://g.co/maps/78ruk
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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ee02004

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #78 em: Outubro 11, 2011, 03:01:31 pm »
Não tenho a certeza, mas acho que Portugal nunca teve peças anti-aérias de 120mm. Alguém pode esclarecer isso?
 

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Miguel Silva Machado

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #79 em: Outubro 11, 2011, 11:00:57 pm »
Pois esse calibre não me parece que tenha estado em uso entre nós. No período da 2.ª GG, na defesa anti-aérea de Lisboa, as chamadas "baterias pesadas" usavam o calibre 9,4cm e as "ligeiras" o 4cm. Mesmos calibres usados depois no Porto e Leixões. Nos Açores idem (e outro material de 7,5cm). Na Madeira também o 9,4cm e o 4cm. Mais tarde chegaram as metralhadoras quádruplas 12,7 e depois os bitubos 20mm.
Ab.
Miguel Silva Machado
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Limas

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #80 em: Outubro 12, 2011, 08:16:48 pm »
Pelas informações que tenho, o Forte da Alpena, era os paióis que estavam agregados à Artilharia de Costa, pelo menos,
tive lá um familiar em 1961 que pertencia ao RAC, na Trafaria.
Mais tarde, a Artilharia de Costa, mudou para lá, quando a CHERET se fixou no quartel da Trafaria.
 

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papatango

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #81 em: Outubro 18, 2011, 09:50:36 pm »
Notar que posso ter sido levado em erro, pois o mais provavel é que se tratasse das peças britânicas de 94mm.
Foi exactametne um ex militar da CHERET que me deu esta informação, sobre a presença da artilharia anti-aérea na área.

Notar que na imagem do google, aparentam estar lá as posições das peças.
Para artilharia de costa, fico com a impressão de que estão demasiado próximas umas das outras, pelo que concluí que se tratava das peças de artilharia anti-aérea.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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eliobaeta

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #82 em: Janeiro 15, 2012, 05:00:03 am »
Olá eu fiz a recruta e especialidade de PCT em Alcabideche no 1º turno de 1988, e depois fiz o curso de cabo em Oeiras onde fiquei até ao final do SMO. Conheci bem todas as Baterias do RAC e é uma pena que os parasitas que tomam decisões neste pais não tenham o mínimo respeito pelo esforço e dedicação de tantos que por ali passaram e deixem degradar um património que no fundo sentimos como sendo um pedacinho de todos nós. Não devemos esquecer que a maioria de nós cumpríamos o Serviço Militar Obrigatório e estávamos ali obrigados, mesmo assim a dedicação e o espírito de corpo era enorme e éramos exemplares como militares.
Um abraço especial para todos os artilheiros.
 

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João Oliveira Silva

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #83 em: Janeiro 31, 2012, 09:57:50 pm »
Citação de: "eliobaeta"
Olá eu fiz a recruta e especialidade de PCT em Alcabideche no 1º turno de 1988, e depois fiz o curso de cabo em Oeiras onde fiquei até ao final do SMO. Conheci bem todas as Baterias do RAC e é uma pena que os parasitas que tomam decisões neste pais não tenham o mínimo respeito pelo esforço e dedicação de tantos que por ali passaram e deixem degradar um património que no fundo sentimos como sendo um pedacinho de todos nós. Não devemos esquecer que a maioria de nós cumpríamos o Serviço Militar Obrigatório e estávamos ali obrigados, mesmo assim a dedicação e o espírito de corpo era enorme e éramos exemplares como militares.
Um abraço especial para todos os artilheiros.


Olhe que não é bem assim.
Certamente que não tem acompanhado mas tudo evoluiu - para melhor, diga-se - e respeitou-se o passado.
Caso não saiba ( e digo-lhe isto porque moro a pouco mais de 500 metros ) as batarias foram desactivadas como era natural ( nada dura eternamente e já desde os anos 60 que aquilo estava ali a mais... ) e o quartel é o actual posto da GNR de Alcabideche. Onde eram os " canhões " foi contruido o novo e excelente hospital de Cascais no meio de duas auto-estradas, logo por aí dá para ver a acessibilidade que se impõe ao hospital.
Em todo o caso, a peça mais a norte foi restaurada, com o apoio do exército segundo uma placa que lá está, e está imponente na meio da rotunda norte interior do hospital.
Portanto não se degradou nada, bem antes pelo contrário se preservou e restaurou.
A não ser que seja defensor da artilharia de costa com canhões da II guerra que quando cá chegaram já estavam a mais de meio caminho do seu fim.
Cumprimentos,
 

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Limas

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #84 em: Fevereiro 13, 2012, 08:49:34 pm »
1º Encontro/Convívio de Camaradas do RAC – Regimento de Artilharia de Costa
Evento público de RAC=REGIMENTO DE ARTILHARIA DE COSTA= MOSTRANDO A RUDA FORÇA QUE SE ESTIMA · De Fernando Limão e 3 outras pessoas
[/size][/i]


Sábado, 19 de Maio de 2012 às 10:00 até Domingo, 20 de Maio de 2012 às 19:00
6ª Bataria da Raposa (Fonte-da-Telha)
Sábado, 19 de Maio de 2012 às 09:00 até Domingo, 20 de Maio de 2012 às 19:00
Vamos proporcionar um encontro entre camaradas de Artilharia de Costa e recordar locais e amigos que já não se encontram a alguns anos.

1º Dia visita às Batarias do lado sul do Tejo,

1.   Manhã

Às 10H00,concentração de todos os camaradas 6ª Bataria Fonte-da-Telha
Às 10,30 Partida para as Batarias do Sul.
8ª Bataria – Albarquel – Visita
7ª Bataria – Outão – Serra da Arrábida – Visita
6ª Bataria – Fonte da Telha – Visita com um Almoço a realizar com merendeiro que todos os camaradas terão de levar e partilhar c/ todos os outros.

2.   Tarde

5ª Bataria – Trafaria – Visita
6ª Bataria – Jantar convívio c/ Churrasco e Febras. Recolher e pernoita às 24 Horas (em colchões existentes e saco-cama que todos os camaradas devem levar).
2ª Dia – Alvorada às 8 Horas
3.   Manhã
6ª Bataria – Pequeno-almoço e partida para as Batarias Lado norte do Tejo.
Comando – RAC – Oeiras – Visita e almoço c/ merendeiro
4.   Tarde
2ª Bataria – Parede – Visita ao forte (Lado exterior, visto o interior oferecer risco de derrocada e o Quartel ser já propriedade privada.
Visita ao CIAAC – Cascais


Fim da visita e do convívio e regresso a suas casas, levando consigo, as amizades e recordações de alguns anos atrás.

Nota: Este programa pode sofrer alterações, porque ainda estamos aguardar algumas das respostas dos pedidos de autorização e ainda por causa da logística.

Estamos a pensar desde que haja número suficiente de camaradas do norte, em alugar um autocarro (Pequeno, médio ou grande) dependendo da aderência dos camaradas nortenhos, e podendo ir apanhando pelo caminho ainda alguns que fiquem no percurso Porto – Lisboa

Na visita às batarias o mesmo poderia transportar os camaradas do sul.

Confirmações através da pagina do RAC no Facebook.

Organização:
José Rodrigues – Ex-Furriel Miliciano na 2ª Bataria – Parede – (1971 a 1974), contactos: Email: Limatico@gmail.com – Móvel: 917 357 721: Residência: Lisboa

António Arlindo Cruz Alves – 1º Cabo na 2ª Bataria – Parede – (1972 a 1975), contactos: Email: Lumator01@hotmail.com – Telemóvel: 966 440 135
« Última modificação: Janeiro 27, 2013, 08:12:42 pm por Limas »
 

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Superstitio

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #85 em: Março 25, 2012, 10:59:14 pm »
Visita à Torre de São Sebastião da Caparica, também conhecida por Torre Velha, dia 1 de Abril de 2012.
Preço por pessoa: 15€ (inclui folheto informativo e seguro de participantes)
Inscrições pelo e-mail info@superstitio.pt ou pelo telefone 936 494 123
As inscrições devem ser realizadas até dia 30 de Março.
Esta fortaleza não é visitável e abrirá apenas para esta visita.
 

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HSMW

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #86 em: Agosto 12, 2012, 09:24:07 am »
A revista Domingo de hoje (que vem junto com o Correio da Manhã) trás 3 páginas dedicadas a projectos de reabilitação das instalações de Artilharia de costa em Portugal.
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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miguelbud

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #87 em: Agosto 15, 2012, 01:30:09 pm »
Citação de: "HSMW"
A revista Domingo de hoje (que vem junto com o Correio da Manhã) trás 3 páginas dedicadas a projectos de reabilitação das instalações de Artilharia de costa em Portugal.

Aqui fica a reportagem, ou parte dela.

Citar
Reabilitação de canhões premiada

Arquitectos portugueses ganharam prémio com projecto de recuperação das baterias de costa. A ideia ainda só existe no papel

Os canhões calaram-se há mais de 20 anos, mas na Trafaria ainda vivem na memória os exercícios de tiro da bateria da Artilharia Costa nº 5, instalada no alto da Raposeira. "Os militares avisavam-nos quando faziam tiros para os alvos no mar. Diziam-nos para deixarmos as janelas abertas, porque os vidros podiam partir-se com a trepidação", conta Carlos Alberto da Silva, de 75 anos, dono de uma óptica no centro da Trafaria.

Nesses tempos, os militares da artilharia e do quartel do Batalhão de Informação e Segurança Militar dava vida à terra, mas há muito que as fardas verdes deixaram de ser vistas por ali. Subindo o monte da Raposeira, o cenário é desolador. Das antigas instalações militares – que foram desocupadas no início dos anos 1980, mas onde houve um último exercício de tiro em 1990 – restam as ruínas dos edifícios construídos no final do século XIX. O lixo acumula-se por todo o espaço, as paredes estão cobertas de graffitis e encontram-se no chão munições de paint-ball – o sítio é propício aos jogos de combate simulado. Ainda lá estão os canos das peças de artilharia Krupp. "Foi a única coisa que não conseguiram roubar. Devem ser demasiado pesadas", conta um vizinho.

As Baterias da Trafaria foram definitivamente abandonadas pelo Exército por volta de 1996. O sítio encanta pelas vistas deslumbrantes para a foz do Tejo e as praias da Caparica, mas a propriedade ainda pertence ao Exército. "Está na lista de património a alienar, mas não sabemos quando isso possa acontecer", explica à Domingo o tenente-coronel Jorge Pedro, porta-voz do Exército.

PRÉMIO INTERNACIONAL

Nem todos se conformam com o triste destino das baterias. João Segurado faz parte de um colectivo de arquitectos que imaginou um novo fim para o espaço. "Somos um grupo informal de sete pessoas que se juntam regularmente para discutir arquitectura. Surgiu a ideia de nos candidatarmos ao prémio ‘Architecture for Humanity’ (Arquitectura para a Humanidade) em que o tema era a reabilitação instalações militares". O grupo é formado por arquitectos e técnicos em início de carreira, ligados a diferentes ateliers portugueses.

O colectivo desenhou para a colina da Raposeira um centro de Observação do Oceano e da Costa. "A ideia nasceu dos problemas que têm surgido naquela zona por causa dos avanços e recuos do mar. Desde que se fez o desassoreamento do banco de areia que existia entre a Costa da Caparica e o Farol do Bugio que se repetem os problemas. Projectámos um centro de observação e estudo das condições da costa naquele local".

O projecto ganhou o prémio principal do concurso ‘Architecture for Humanity’. O júri internacional escolheu a proposta portuguesa, numa competição em que os números impressionam: inscreveram-se 510 equipas de 74 países, tendo sido apuradas inicialmrnte 174 projectos. Em duas rondas eliminatórias, ficaram 24 semifinalistas e depois 13 finalistas. O projecto da Trafaria ganhou o prémio principal, tendo sido distinguido um segundo projecto no Uganda.

"O prémio tem um valor monetário de 2500 dólares [2022 euros], mas o melhor é que vamos mostrar o nosso trabalho na Bienal de Veneza, já em Agosto", diz o arquitecto João Segurado, de 31 anos. O grupo vencedor gostava de ver a ideia saltar do papel para o terreno. "Queremos apresentar uma proposta à Câmara de Almada, julgamos que a construção de um Observatório do Oceano e da Costa faz todo o sentido naquele local", explica.

MEMÓRIA LONGÍNQUA

Na pacata Trafaria, ninguém faz ideia do prémio dos arquitectos. Mas todos lamentam o triste fim das baterias, que davam vida à povoação. "Nunca ouvi falar de um projecto para aquela zona, mas é uma pena ver um sítio tão bonito chegar àquele estado de degradação. Tem uma vista fantástica, podia fazer-se ali um parque público ou até um hotel de luxo", diz Francisco Leitão, tesoureiro da Junta de Freguesia da Trafaria.

Os esquiços dos arquitectos incluem também a Bateria nº 6, situada na Fonte da Telha. As posições de artilharia faziam parte do antigo Regimento de Artilharia da Costa, que tinha armas de grande calibre instaladas nas margens norte e sul do Tejo. Serviam para proteger a capital de uma eventual invasão marítima, mas as armas só foram usadas uma vez e logo contra dois navios da própria Armada portuguesa. Em 1936, um grupo de marinheiros revoltou--se contra a ditadura do Estado Novo.

O golpe não teve sucesso, mas os revoltosos apoderaram-se de dois navios: o contratorpedeiro ‘Dão’ e o ‘Aviso’ de 1ª classe Afonso de Albuquerque. Falhada a hipótese de derrubar o regime de Salazar, os marinheiros quiseram levar os navios para Espanha, onde combateriam na Guerra Civil pelos republicanos. Mas a Artilharia de Costa impediu os barcos de sair do Tejo. Depois de um tiroteio que lhes custou 12 mortos, os revoltosos renderam-se.

Hoje, nenhuma das baterias do Tejo e do Sado estão operacionais, mas as instalações da Fonte da Telha ainda são guardadas por militares. Entre eles, o ajudante Joaquim Castanheira, militar na reforma, que ali vive e zela pela conservação do espaço. "Prestei serviço no Batalhão de Informação e Segurança Militar da Trafaria e quando me reformei pedi para vir para a Fonte da Telha. Estou aqui por gosto", explica o militar, que lembra que "a última vez que se fez fogo na Fonte da Telha foi em 1999".

Arquitectos e trafarienses esperam agora que as armas dêem lugar à ciência.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/notic ... s-premiada
 

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miguelbud

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Re: Artilharia de Costa
« Responder #88 em: Agosto 15, 2012, 01:33:33 pm »
 

Re: Artilharia de Costa
« Responder #89 em: Dezembro 08, 2012, 01:34:09 pm »
Existiram planos para um Museu da Artilharia de Costa sim. Creio que ficaria instalado na Parede nas instalações da antiga Bateria aí existente. Infelizmente o governo colocou recentemente à venda não só essa Bateria mas tmb as da margem sul - Trafaria e Pinhal dos Medos. Sendo assim parece que esse património histórico-militar irá ser definitivamente perdido... Restam as da Arrábida sabe-se lá até quando...