I Guerra Mundial - Colecção de Cartazes da BN

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Cabeça de Martelo

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I Guerra Mundial - Colecção de Cartazes da BN
« em: Setembro 29, 2009, 04:09:05 pm »
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Sobre os cartazes

Os 256 cartazes que podem ser consultados neste site, especialmente concebido para a sua divulgação, estão relacionados ou são proximamente decorrentes da I Guerra Mundial e fazem parte da Colecção de Cartazes da Biblioteca Nacional. Provêm, na sua quase totalidade (excepto dois cartazes de produção britânica em língua portuguesa e um cartaz português), da doação efectuada à Biblioteca, em 1977, por Abílio Pacheco Teixeira Rebelo de Carvalho (1894-1987). Este coleccionador, depois de uma passagem por França, em plena guerra, iniciou a sua colecção em Nova Iorque, onde permaneceu até 1929. A generosa doação constou de 356 cartazes (entre os quais se encontram alguns duplicados) da primeira metade do século XX, referentes a vários temas e, actualmente, todos consultáveis na PORBASE sob o nome do doador.

Este conjunto constitui uma ampla amostragem do tema, essencialmente, sob o ponto de vista do cartaz americano (145) e francês (103), já que, para além destes, apenas constam 1 italiano, três britânicos, sendo dois em língua portuguesa e quatro portugueses, um de 1916 e directamente relacionado com a participação portuguesa na guerra e três posteriores, decorrentes do conflito. Assim, pelo número e qualidade dos exemplares que o integram, este núcleo constitui uma colecção importante, em que se encontram representados, com alguns dos seus melhores trabalhos, os principais designers gráficos franceses e americanos da época, tais como Charles Dana Gibson, Francisque Poulbot, Howard Chandler Christy, James Montgomery Flagg, Jean-Louis Forain, Joseph C. Leyendecker, Jules-Abel Faivre, Théophile-Alexandre Steinlen, Wladyslaw Benda, etc.

Dado os interesses em jogo e as proporções do conflito, o cartaz foi, pela primeira vez, utilizado numa escala até então nunca vista, consciente e metodicamente, pelos dirigentes político-militares como arma psicológica e eficiente mecanismo de manipulação de massas com vista ao esforço de guerra quer na frente, quer na rectaguarda.

Em Inglaterra, até 1916, o recrutamento processou-se por alistamento voluntário tendo-se tornado um dos principais objectivos da propaganda. Assim, a produção de cartazes aumentou de tal modo que o Museu Britânico optou por renunciar ao direito de receber um exemplar de cada impresso, em consequência do excessivo volume de depósitos.

Em França, onde vigorou o recrutamento obrigatório, não se produziram cartazes para este fim, tendo a propaganda incidido, predominantemente, sobre as organizações de assistência e os empréstimos de guerra, o apelo à utilização racional dos recursos e ao levantamento da moral do exército e das populações civis.

Nos Estados Unidos da América, onde vigorou, a partir de 18 de Maio de 1917, o recrutamento obrigatório, a I Guerra Mundial proporcionou as condições favoráveis à verdadeira eclosão do cartaz contemporâneo: existia uma forte corrente contra a participação no conflito e, por outro lado, estavam em jogo altos interesses económicos americanos relacionados com os fornecimentos e empréstimos, principalmente aos países da «Entente», concedidos desde o início da Guerra. A maior parte dos cartazes referem-se, assim, aos empréstimos de guerra, ao esforço de produção, à utilização racional dos recursos, às actividades das organizações de assistência e também ao recrutamento.

A I Guerra Mundial, iniciada em Agosto de 1914, contou com a participação dos Estados Unidos a partir de 6 de Abril de 1917, data da declaração de guerra deste país à Alemanha. A primeira Divisão (14500 soldados) do exército americano desembarcou em França em 26 de Junho de 1917, perfazendo, passado um ano, mais de 1 milhão e meio de soldados. Decorridos cinco meses sobre a primeira grande intervenção americana (Julho de 1918), a 11 de Novembro, era assinado o Armistício.

Esperamos que este acervo documental, a que damos a maior acessibilidade, possa constituir, para o leitor não especializado, um ponto de partida para o reconhecimento da importância do material iconográfico, nomeadamente publicitário; para o investigador, um apoio para uma diferente e complementar forma de abordar o período de clivagem que viu nascer o século XX.

Área de Iconografia


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7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.