Forças Armadas: Mais de 8 mil jovens com emprego

  • 3 Respostas
  • 3431 Visualizações
*

Tiger22

  • Perito
  • **
  • 566
  • +1/-0
Forças Armadas: Mais de 8 mil jovens com emprego
« em: Fevereiro 26, 2005, 12:52:39 pm »
Portugal Diário:

Citar
Estabilidade no emprego convence rapazes. Adolescentes são quem mais quer defender a pátria. Recenseamento militar continua a ser obrigatório. Quem não fez, terá de pagar multa.


Mais de 8.300 jovens candidataram-se a um contrato de trabalho com as Forças Armadas nos últimos cinco meses, no âmbito do processo de profissionalização dos três ramos. O total de pré-candidaturas representa mais de um quinto (21,7 por cento) do total de 38.500 jovens que se apresentaram ao Dia da Defesa Nacional.

O prazo para o recenseamento militar de todos os jovens com 18 anos acabou no final de Janeiro. Apesar de o serviço militar obrigatório ter acabado, o contacto com as forças armadas é ainda um dever a cumprir. Quem não acatou as ordens militares vai ter que pagar multa e exercer as ainda existentes imposições militares. A comparência no Dia da Defesa Nacional, ainda que obrigatória, pode ser uma oportunidade de mudar de vida. Quase 90 por cento de quem lá foi, gostou do que viu e pode ter ficado com o futuro assegurado.

A política de incentivos, já apresentada, foi o grande trunfo do ministro Paulo Portas. Redução nas tarifas de transporte público, aumento de vagas no acesso ao ensino superior, 600 euros de bolsa de estudo, subsídio de reintegração e de desemprego e ainda, a possibilidade de integrar os quadros da GNR ou das Forças Armadas. São benefícios que os jovens que escolham defender Portugal como profissão irão ter. A situação actual do país ajuda também a convencer, já que são regalias que ficam ainda longe da realidade de muitos portugueses.

O salário para quem fizer da tropa uma carreira, ainda que baixo, atinge valores que muitas empresas do sector privado, como na indústria ou no comércio, ainda não praticam. O nível mais baixo na hierarquia militar, o soldado raso, terá direito a cerca de 500 euros por mês. Para os oficiais, um ordenado chega a mais de 1300 euros.

Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Defesa ao PortugalDiário já participaram no Dia da Defesa Nacional, (obrigação de presença para todos os rapazes de modo a terem conhecimento das possibilidades de futuro nas Forças Armadas), mais de 31 mil jovens. Destes, 8361 já disseram que sim.

A propensão dos jovens portugueses para uma vida militar parece estar mais na "calha" do que inicialmente estaria previsto. De acordo com um estudo efectuado pela Eurosondangem, encomendado pelo Ministério da Defesa Nacional, e a que o PortugalDiário teve acesso, 91 por cento dos jovens inquiridos afirma que «servir e defender Portugal» é o factor que mais contaria para quererem prestar voluntariamente o serviço militar.

Os jovens inquiridos reconhecem que a estabilidade no emprego, o nível salarial razoável, assim como a participação em missões internacionais, são os factores que mais contam para a possível adesão. Em termos de funções, 78 por cento inclina-se para a defesa do país, sendo o combate ao terrorismo e ao tráfego de droga as motivações que surgem em segundo lugar.

De acordo estão os jovens do sexo feminino e masculino entre os 15 e os 20 anos: 82 por cento considerou que o serviço militar obrigatório deveria acabar. Dito e feito.

A maioria dos jovens que se identifica com os valores de pátria e defesa nacional e, como tal, mais propensos à profissionalização das Forças Armadas residem no Norte Litoral e em toda a região Sul do país. As idades rondam os 14 e os 16 anos.

A maior parte dos jovens revela também um profundo desconhecimento das possibilidades que as Forças Armadas oferecem actualmente. Os últimos dados revelam que mais de 70 por cento mudou de opinião depois de participar no Dia da Defesa Nacional. A maioria acredita que os contratos são apenas de um ano. Quando na verdade, no mínimo são de dois, no máximo de seis, existindo ainda a possibilidade de em alguns casos passarem a existir vínculos de 20 anos.

A iniciativa do Dia da Defesa Nacional prevê a convocação de 70 mil jovens e decorre em todo o país nas várias unidades dos diferentes ramos. Os rapazes são obrigados a comparecer e as mulheres são bem-vindas. No local existe ainda a possibilidade de contactar com equipamentos.


http://www.portugaldiario.iol.pt/noticias/noticia.php?id=506820&sec=3
"you're either with us, or you're with the terrorists."
 
-George W. Bush-
 

*

Jorge Pereira

  • Administrador
  • *****
  • 2235
  • Recebeu: 89 vez(es)
  • Enviou: 122 vez(es)
  • +59/-44
    • http://forumdefesa.com
(sem assunto)
« Responder #1 em: Abril 03, 2006, 06:39:57 pm »
Citação de: "SIC"
Uma fuga ao desemprego.
 
A vida militar tem sido um "escape" para os jovens portugueses.
 
A vida militar surge, cada vez mais, como uma alternativa atraente para quem, no auge da juventude, procura acima de tudo fugir à escassez de emprego da sociedade civil. O número de jovens que tem tentado fugir ao desemprego, por esta via, tem aumentado nos últimos anos.
 
As contrariedades que enfrentam no dia a dia da recruta são descontadas nas vantagens oferecidas a longo prazo. Nomeadamente, no acesso especial ao ensino superior, a entrada facilitada na PSP e/ou GNR, bem como os salários apelativos para sargentos e oficiais.

O Exército é o ramo das Forças Armadas a registar o maior aumento de jovens incorporados nos últimos dois anos:

em 2004 entraram cerca de mil e 800,
no ano passado o número subiu para quase cinco mil e 700,
no primeiro trimestre deste ano já foram registadas cerca de mil admissões.
A adesão das mulheres às Forças Armadas tem subido em flecha nos últimos anos. Mas é no Exército que se regista a maior percentagem:

no ano passado, foram admitidas mais de mil e 300, o que corresponde a um aumento de 40 por cento face a 2004.
Na Marinha o número de voluntários é muito superior ao necessário:

no ano passado, de cerca de três mil e 800 candidatos foram admitidos apenas 900
este ano, nos primeiros três meses, houve quase 800 voluntários, sendo que ingressaram à volta de 300.
Na Força Aérea o cenário é semelhante. Foi aumentado o grau de exigência académica mas isso parece não assustar os voluntários:

no ano passado, cerca de três mil tentaram a sorte, Foram admitidos menos de 600. Ainda assim registou-se um aumento de cinco por cento relativamente a 2004,
este ano, e até agora, houve 200 admissões.
Com o fim do serviço militar obrigatório as acções de divulgação ou o Dia da Defesa Nacional têm sido importantes para atrair os jovens para a vida militar. A crise económica que o país atravessa tem sido factor determinante para que haja cada vez mais quem procure um futuro nas Forças Armadas.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

*

pedro

  • Investigador
  • *****
  • 1435
  • +1/-0
(sem assunto)
« Responder #2 em: Abril 03, 2006, 06:57:21 pm »
Eu acho que ate e uma boa noticia.
Cumprimentos :lol:
 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 7896
  • Recebeu: 1224 vez(es)
  • Enviou: 344 vez(es)
  • +5154/-235
(sem assunto)
« Responder #3 em: Abril 03, 2006, 09:13:32 pm »
Citar
Número de voluntários triplicou em 2005
Desemprego atira jovens para a tropa  

A Marinha tem tido muito mais voluntários do que os necessários
A crise económica do País, com o crescente aumento do desemprego, está a empurrar a juventude para as Forças Armadas. Em 2005, o número de voluntários triplicou: só no Exército aumentou de 1887, em 2004, para 5699, em 2005. Com salários apelativos para os sargentos e oficiais e vantagens em formação, os jovens não hesitam.

O aumento do desemprego está a empurrar os jovens para a vida militar. Nos últimos dois anos, as Forças Armadas (FA) mais do que triplicaram o número de voluntários. Só no caso do Exército os jovens incorporados passaram de 1887, em 2004, para 5699, em 2005. E, em 2006, 1502 jovens já iniciaram a recruta nos três ramos das FA. As dificuldades em encontrar emprego é apontada como a principal causa desta corrida à tropa, mas o secretário de Estado da Defesa, Manuel Lobo Antunes, acrescenta ainda “a qualificação profissional”, “o espírito de aventura” e as “missões humanitárias” no exterior.

Os dados dos três ramos das FA deitam por terra os receios de que a eliminação do Serviço Militar Obrigatório em Novembro de 2004, por parte do então ministro da Defesa Paulo Portas, ameaça o futuro das FA. Quando as expectativas eram baixas sobre a adesão dos jovens às FA, os números provam o contrário: em 2005, e em comparação com 2004, o Exército registou uma subida vertiginosa de 302 por cento no número de jovens voluntários incorporados. Destes, em 2005, as mulheres ascendiam a 1326, mais 40% que no ano anterior. Mais: só no primeiro trimestre de 2006, já foram admitidos 993 jovens.

Na Força Aérea o número de admissões cresceu de 564, em 2004, para 599, em 2005, mais cinco por cento. O aumento mais significativo diz respeito aos candidatos: num ano passaram de 2708 para 2835. E em 2006 já foram incorporados 207 militares de ambos os sexos.

Mesmo na Marinha, onde em 2005 houve menos 57 incorporações face a 2004, o número de voluntários aumentou de 3253, em 2004, para 3876, em 2005, uma subida de 19%. “Não vale a pena tapar o sol com a peneira: naturalmente, a conjuntura [desemprego e instabilidade económica] poderá influenciar os jovens a sentirem-se mais atraídos pelo Exército”, frisa o porta-voz do Exército, tenente-coronel, Pimenta Couto.

A dificuldade de emprego é o denominador comum nas razões invocadas pelos três ramos das FA para esta corrida à vida militar. “A vida lá fora não está fácil”, reconhece o porta-voz da Marinha. “A dificuldade do mercado de trabalho incentiva a ida para a Marinha”, diz o capitão de fragata Braz de Oliveira.

“É natural esse aumento dos voluntários, há muito desemprego. Essa é a razão decisiva”, diz Tasso de Figueiredo, da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA). E Lima Coelho, da Associação Nacional de Sargentos (ANS), concorda. Para atrair os jovens às FA, a partir dos 18 anos, o Ministério da Defesa criou um ‘slogan’ promocional que promete uma opção de carreira: “O futuro nas tuas mãos”. E na Força Aérea “até aumentámos o grau de exigência académica e tentámos fazer com que todos os nossos cursos tenham equivalências no mercado de trabalho civil”, diz o porta-voz coronel, Carlos Barbosa.

MISSÕES PODEM REVERTER SITUAÇÃO

O ex-Chefe de Estado-Maior do Exército, Loureiro dos Santos, considera que o voluntariado tem três causas: “A principal é a situação de grande desemprego”, depois “as medidas tomadas pelo ex-ministro Paulo Portas de tornar obrigatório a passagem pelas Forças Armadas (FA) aos candidatos à GNR”, e, “por último, os esforços dos três ramos das FA de expor as vantagens do voluntariado”. No entanto, o futuro pode reverter esta tendência: “Não sabemos se este afluxo se manterá, caso se resolva a crise ou se Portugal integrar missões das quais resultem muitas baixas”.

MULHERES ACORREM ÀS FORÇAS ARMADAS

O número de mulheres voluntárias subiu cerca de 40 por cento, entre 2004 e 2005. Os três ramos das FA são unânimes em afirmar que esta é a prova de que as mulheres são bem aceites e convivem bem na tropa. O Exército recebeu, em 2005, 1326 mulheres, mais 40 por cento face a 2004, e a Marinha acolheu 85, menos uma que no ano anterior.

Gisela Antunes, oficial da Marinha, é um exemplo da importância das mulheres nas FA. Nos três ramos das FA não existe um regime de paridade, mas apenas distinção nas provas físicas.

INGRESSO DE VOLUNTÁRIOS NAS FORÇAS ARMADAS

EXÉRCITO (número de candidatos não foi fornecido)

2004 - 1.887

2005 - 5.699

Primeiro trimestre de 2006 - 993

MARINHA

2004 - 946 (de 3.253 candidatos)

2005 - 889 (de 3.876 candidatos

Primeiro trimestre de 2006 - 307 (de 784 candidatos)

FORÇA AÉREA

2004 - 564 (de 2.708 candidatos)

2005 - 559 (de 2.835 candidatos

Primeiro trimestre de 2006 - 207 (de 823 candidatos)

REMUNERAÇÃO (salário base em 2005, acrescido de 15% referente ao suplemento da condição militar)

Recruta: 182,79 euros (dura um mês e meio)

REGIME DE CONTRATO (mínimo de dois anos e renováveis até ao limite de seis anos)

Soldados: de 495 a 550 euros

1.º Cabo: de 585 a 613 euros

2.º Cabo: 551 euros

Cabo adjunto (1.º marinheiro): de 697 a 844 euros

Sargentos: de 697 euros (furriel) a 1.294 euros (1.º sargento)

Oficiais: de 731 euros (aspirante) a 1.463 euros (tenente)

VANTAGENS

- Acesso especial à universidade ('numerus clausus' próprio)

- Acesso privilegiado à GNR e PSP e empresas de segurança privadas

- Suplemento de reintegração na vida activa (um ordenado por cada ano de serviço prestado nas Forças Armadas)

'QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL É IMPORTANTE' (Manuel Lobo Antunes, secretário de Estado da Defesa, diz que as FA são uma ocupação “atractiva”)

Correio da Manhã – O que explica o interesse dos jovens pelas FA?

Manuel Lobo Antunes – As FA são uma via de ocupação e empenhamento mais atractiva do que nós, por preconceito, pensamos.

– E o que procuram os jovens nas FA?

– Pelas possibilidades de qualificação profissional que os vai ajudar a entrar no mercado de trabalho, alguns são levados por um espírito de aventura, outros pela hipótese de integrar missões humanitárias. E pela noção de Pátria.

– O desemprego é um factor decisivo?

– Se reparar, hoje os jovens fazem as suas escolhas nos estudos em função das saídas profissionais que vão ter de futuro. O que também é válido para as FA.

– As FA apostam também na promoção...

– As acções de promoção existem e funcionam se os locais forem bem escolhidos e se forem atractivas. Também isso faz aumentar o número de ingressos.

– E não há o risco de haver frustração?

– O voluntário entra no curso e permanece nele 12 meses. Se estiver desiludido desiste. Se não, entra em contrato.

– O Governo admite aumentar a incorporação?

– O número é proposto pelos próprios ramos ao Governo, de acordo com a sua organização e necessidades. Há uma rotação permanente desde a entrada de voluntários até à saída.

– E qual é a tendência?

– A tendência, neste momento, é de estabilização.

Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... al=181&p=0

Eu também foi dos que contribui para o número de candidatos, mas realmente não tinha jeito para a "coisa" :wink: