Afeganistão: Deslocação de portugueses já estava prevista
O Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas confirmou hoje a participação de militares portugueses numa missão em Kandahar, Afeganistão, adiantando que a possibilidade de deslocar comandos já estava prevista.
«Confirmo a deslocação para Kandahar onde têm uma missão operacional. [Os militares portugueses] estão integrados numa força de reacção rápida que tem mobilidade para ser deslocada, o que já estava previsto», afirmou à agência Lusa o comandante Pedro Carmona, porta-voz do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
O semanário Sol noticia hoje que militares portugueses vão participar «dentro de poucos dias» em acções de guerra no Afeganistão, contra redutos terroristas, uma limitação que exige que os militares não tenham qualquer limitação no uso de força.
O comandante Pedro Carmona não confirmou à Lusa esta informação e escusou-se a fazer comentários «relativamente ao empenho dos militares e àquilo que têm para fazer».
«São tudo missões de patrulhamento», acrescentou apenas.
Quanto ao grau de risco da missão, o porta-voz do CEMGFA limitou-se a dizer: «É uma missão de risco como as outras têm sido no Afeganistão».
No entanto, Kandahar é considerada uma das zonas mais perigosas do Afeganistão.
De acordo com o Sol, os comandos portugueses, integrados na Força Internacional de Segurança e Assistência da NATO, terão como missão «detectar, desmembrar e liquidar células talibãs activas na região de Kandahar».
O jornal adianta que a missão exige que os militares não tenham qualquer limitação do uso de força, «o que já não sucedia às tropas portuguesas desde as guerras de África».
Alguns militares no terreno admitiram ao jornal que a missão é «de alto risco« e que «envolve uma vertente ofensiva sem limitação do uso de força».
A participação dos comandos portugueses em acções de guerra no Afeganistão é, segundo o Sol, uma decisão política e militar da NATO para lançar uma ofensiva sobre os talibãs, antes que estes desenvolvam os seus próprios ataques.
Quanto à duração da missão, o porta-voz do CEMGFA estimou à Lusa que esta deva prolongar-se por três a quatro semanas, a duração normal das missões de empenhamento operacional.
Diário Digital / Lusa