Na verdade, na situação actual, creio que até não podemos queixar-nos muito.
Os holandeses já tinham as oito fragatas «M», das quais duas passaram para a marinha portuguesa, em construção quando a URSS ainda estava viva e não se previa o seu fim.
Quando as fragatas anti-aéreas Zeven Provinzien começaram a ser pensadas, continuava a haver ameaça soviética. Quando a URSS desapareceu, os vários projectos já estavam a andar.
Os novos navios de defesa aérea eram navios que deveriam ter capacidade para não só aguentar os soviéticos, como além disso teriam poderosas capacidades anti-aéreas que em teoria teriam como objectivo atingir aeronaves e mísseis.
Caso a URSS tivesse ruido cinco anos antes, provavelmente não teria havido navios de defesa aérea europeus, pelo menos os que há presentemente.
A função da marinha portuguesa nunca seria a de lutar contra ataques de aeronaves soviéticas, pelo que navios especializados em defesa aérea seriam sempre secundários perante navios com capacidade ASW, que é para Portugal a sua principal prioridade.
Presentemente, mais grave que não termos navios de defesa aérea é não termos navios mais baratos de operar que as fragatas, e com capacidade para operações a longa distância.
Os NPO's deveriam estar todos cá fora, e com algum armamento capaz, e poderiamos enviar um navio do tipo das Floreal para essas acções anti-terroristas, com menores custos e eventualmente igual beneficio.
Emviar uma fragata para lutar contra os piratas é a mesma coisa que enviar tanques Leopard para um bairro problemático.
Creio que esse é neste momento o problema de mais urgente resolução.
(isto se não contarmos com o arrumar da casa em tantos pequenos detalhes que não funcionam, e que quando juntos, são autênticas dores de cabeça).
Cumprimentos