Franquismo condenado pela 1ª vez em fórum internacional

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Marauder

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Franquismo condenado pela 1ª vez em fórum internacional
« em: Março 18, 2006, 03:00:56 am »
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Franquismo condenado pela 1ª vez em fórum internacional

A Comissão Permanente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa condenou esta sexta-feira firmemente as «múltiplas e graves violações» dos direitos humanos cometidas em Espanha durante o franquismo (1939-1975), a primeira condenação daquele regime expressa num fórum internacional.


Numa resolução adoptada por unanimidade, a Comissão Permanente - que actua em nome da Assembleia entre as sessões plenárias - pediu à Comissão de Ministros do Conselho da Europa que adopte uma condenação semelhante a nível internacional e que declare 18 de Julho de 2006 o dia oficial de condenação do regime de Franco.

O socialista maltês Leo Brincat, autor da moção que enumera as execuções, torturas e encarceramentos de opositores políticos, sublinhou que se trata da primeira condenação do franquismo efectuada numa instância internacional.

Para Brincat, o importante é que se reconheça «a injustiça humana do franquismo em Espanha» e que «não se volte a repetir em nenhum país membro do Conselho da Europa um regime ditatorial».

A Comissão de Ministros da instituição pan-europeia, composta por 45 países, deve pronunciar-se sobre esta matéria num prazo máximo de dois meses, precisou o presidente do grupo parlamentar socialista do Conselho da Europa, o espanhol Luis María de Puig.

O historiador, que esteve, há dois anos, na origem desta iniciativa, afirmou que a resolução foi adoptada definitivamente, pelo que não terá de ir ao plenário de Abril da Assembleia Parlamentar.

Puig destacou a importância de o dia oficial de condenação internacional do franquismo coincidir com o próximo 18 de Julho: é o dia em que se assinala o 70º aniversário do início da guerra civil de Espanha e do golpe de Estado encabeçado por Franco.

Diário Digital / Lusa


de:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=219740

   Para os hermanos que dizem que Franco era um homem do povo, duro e tal...
   Franco e Salazar foram ditadores...e, como é obvio, devido às "belas personalidades" que os ditadores tem, eles têm tendencia a seguir o seu próprio estilo em vez de imitarem outros (embora isto possa acontecer num determinado espaço de tempo, exemplo: Hitler e admiração por Mussolini). No fim cada um cria um estilo diferente....por isso não é possivel utilizar uma ditadura como benchmarking..porque estas podem ter formas diferentes...

   (É claro que uma coisa não invalida outras decisões correctas executadas por esses governos, mas pronto)

    Cumprimentos
 

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AugustoBizarro

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« Responder #1 em: Abril 16, 2006, 06:20:55 pm »
Bom, eu no mínimo acho um pouco caricato a iniciativa de um Maltês, se por a criticar o Franquismo.

Se a iniciativa partisse de um Espanhol eu não poderia tecer a mínima crítica. Pois é algo da SUA história, do SEU país.

Isto cheira-me a contaminação mental ,(pelo facto de Malta ter percentido ao Império Britânico tanto tempo),  ou então uma tentativa de protagonismo. Vamos todos bater no ceguinho.

Se é para criticar, temos muita gente para criticar na lista, antes de Franco. mas muita mesmo. Muita gente que escapou impune.

O argumento normalmente é "Mas é melhor fazer qualquer coisa do que não fazer nada!"  ,  a mim isto não me convence. Justiça parcial não é Justiça. Em particular quando um que mata dez se coloca na posição de acusador ao que matou um. Aí então a palavra Justiça ganha contornos macabros ao ponto de nem se poder aplicar.

Ditaduras na Europa? mas quem é que este sujeito quer enganar..?
A chance de isso acontecer é nula.

E depois na muito improvável situação de um país decidir enveredar por esse caminho , muito provavelmente levaria com sanções a torto e a direito, mas independentemente disso, a decisão caberia ao povo desse mesmo país, e não a um estrangeiro , muito menos a um Maltês !

Este ataque á soberania nacional, e história dos outros povos é insuportável!

Se o pessoal do Sul da Europa tivesse um comportamento idêntico, pois então, teriamos deputados no parlamento europeu, a proporem moções , a lembrar as  execuções, torturas e encarceramentos de opositores políticos , e uma lista interminável de comportamentos desumanos, xenófobos, exploradores, hipócritas,   do Império Britânico, liderado ainda que simbólicamente pela Rainha Vitória, Monarquia, que ainda se mantém.

Alguma vez alguém criticou isto numa "instância internacional" ?

Não?  Então até lá, Deixem o Franco, Salazar em paz.

Este comportamento moralista, por parte dos Europeus do Norte, (particularmente Ingleses e Escandinavos ), de "Superioridade Moral" acharem que têm que dar lições ao mundo é absolutamente intolerável.

É que são mesmo atrevidos! Nunca pediram desculpa pela desgraça que semearam pelo mundo fora e são os primeiros a ir pedir contas ao resto do mundo.

Esta moção é tão parva, como um Árabe iniciar uma moção contra o comportamento bárbaro dos cavaleiros de Malta no periodo das Cruzadas.


Muito sinceramente, para mim é bem mais perigoso este tipo de pensamento , de Monopólio do que é Moral , (resta saber quem decide a moralidade, é que se não forem todos, então está a haver a utilização do conceito para fins de controlo.),  justificando 1001 acções, nomeadamente sanções ou guerra, sem sequer se consultarem os povos que supostamente deviam decidir os destinos da sua terra.

Esta Globalização das ideias é muitíssimo mais perigosa que a Globalização económica. Até porque, quem decide estas ideias "Globais" não são todos, mas uns poucos. muitos poucos, e sempre os mesmos.


Considerem por exemplo o fenómeno do Prémio Nobel.  Porque motivo devem ser Escandinavos a decidir quem são os indivíduos mais qualificados numa série de áreas?

A Arrogância destes tipos é de proporções cósmicas.

Augusto.
 

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papatango

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« Responder #2 em: Abril 21, 2006, 10:44:13 pm »
Citação de: "AugustoBizarro"
Considerem por exemplo o fenómeno do Prémio Nobel. Porque motivo devem ser Escandinavos a decidir quem são os indivíduos mais qualificados numa série de áreas?

Eu cá por mim acho que são eles a decidir, por uma razão muito simples.

São eles que pagam

Infelizmente, nós não nos pusemos hà mais de cem anos a dar premios monetários do nosso dinheiro a quem nós considerássemos os melhores.

Se o tivessemos feito, provavelmente seríamos nós a determinar isso.

= = = =

Quanto à crítica ao Franco, e ao Franquismo é absolutamente legitima, e é um escândalo que num país da União Europeia, o Franquismo continue não só encapotado, como escondido e desculpado de toda a senda de crimes, horrores e terrores.

Há uma questão que deve ser desmistificada, e que ainda hoje quando os espanhois falam disso continua a ser esgrimida, e que é a de que na guerra civil espanhola, os dois lados cometeram crimes.

Há uma verdade indesmentíval:

A República Espanhola comoeteu crimes, feitos por pessoas do seu lado, mas essas pessoas agiam contra a lei da República, e esses crimes foram mesmo em alguns casos punidos.

Quando a parte repúblicana matava padres e freiras, isso era crime à luz das leis da república, que evidentemente tinha problemas em aplicar a lei.

Mas quando os opositores do lado repúblicano eram assassinados pelos nazistas e pelo mouros franquistas, estavam a cumprir as ordens claras e delineadas por franco e pelo estado maior NAZI.

MATAR, E INSTAURAR UM CLIMA DE TERROR DE TAL FORMA INSUPORTÁVEL, QUE LEVE AS PESSOAS A CALAR-SE, TOLHIDAS DE MEDO.

O assassinio e o terror mais criminoso, foram a arma oficial dos franquistas. A arma utilizada por orden de Franco e da corja de suinos debochados e criminosos de delito comum que com ele governaram.

Os crimes da guerra civil espanhola, e do regime franquista, constituem a última das etapas que a Europa ainda precisará de estudar.

Uma Nuremberga será necessária, para que o silêncio imposto pelos criminosos franquistas em 1939, possa finalmente acabar, porque até hoje não acabou. E o silêncio de morte que o assassino e os seus apaniguados e companheiros de crime impuseram, seja finalmente eclipsado.

Só então, os nazis e os seus descendentes politicos, que se escondem como ratazanas putridas, mesmo no exército espanhol, poderão ser escorraçados.

Nunca poderão ser os espanhois a julgar os crimes do Franquismo, da mesma maneira que nunca poderiam ser os alemães a julgar os crimes do nazismo.

= = =

Já agora...

Nem a Alemanha (derrotada na guerra) nem a Espanha (em que o regime foi alterado com uma transição com grandes doses de entorpecentes) passaram por um processo em que é o próprio povo que está farto de um regime e em que há um corte violento com o passado, corte esse que levou a uma análise de todo o periodo, que no caso português atingiu mesmo proporções desmesuradas.

No caso português, nós não temos os mesmos problemas com o passado. O que podemos ter, é contas a ajustar com aqueles que depois de derrubado o regime, avacalharam o que era um movimento legitimo e libertador.

= = =

Colocar as coisas na ordem e falar verdade, deve ser a norma em toda a Europa. O Conselho da Europa, apenas fez o que legitimamente lhe compete.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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AugustoBizarro

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« Responder #3 em: Abril 22, 2006, 02:30:38 am »
papatango escreveu:
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Eu cá por mim acho que são eles a decidir, por uma razão muito simples.

São eles que pagam

Não está em questão o valor monetário do prémio, mas sim a sua influência, as consequências, nomeadamente na propagação da imagem,
ou seja o poder de criar a sensação que a cultura X ou Y é mais desenvolvida, sendo-o ou não.  Qualquer outro país poderia criar um prémio com valor muito superior, mais não teria o mesmo impacto, porque está estabelecido. Não esquecer as consequências financeiras e profissionais do prémio, tal como um actor que ganhe um Óscar.
Um escritor, cientista, político, etc,  que ganhe um Nobel, ganhará muito mais com isso, e de muitas formas, do que o mero dinheiro do prémio.

O dinheiro do prémio é irrelevante.

No caso português, foi decidido que Saramago é o melhor escritor Português. Esta decisão foi estrangeira, é uma interferência cultural.
A fraca Literatura portuguesa já de si dominada, é moldada ao gosto dum Escandinavo.

É uma questão de influência. Eles sabem que económicamente são pouco relevantes, mas não abdicam de querer influenciar o mundo, de forma a que o mundo se comporte duma forma que seja aceitável para eles.
Sendo eu, de um país pequeno, óbviamente não posso aceitar isto.

Mas felizmente para eles , há uma legião de escravos pelo mundo fora, que seguem as suas ideias, sem nunca se interrogarem porquê.

Eu citei este exemplo, porque é um exemplo típico da forma de pensamento intelectual do norte-europeu, onde se incluiem os ingleses, os alemães, os franceses e por aí fora. O chamado "Mundo Ocidental", "Mundo Civilizado", "Mundo desenvolvido", etc.

Os países com uma cultura forte no mundo, não aceitam lições de moral por parte de estrangeiros, não aceitam ser colocados numa posição de inferioridade, de "aluno", sendo o "Professor" o Europeu (Norte-Europeu.).

Isto é um tema muitíssimo longo, e uma grande parte dos problemas de Portugal está relacionado com isto. Enquanto não existir uma cultura de pensamento intelectual forte em Portugal, nada será possível, não existe futuro próprio, apenas futuro escrito por outros.
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papatango escreveu:
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Mas quando os opositores do lado repúblicano eram assassinados pelos nazistas e pelo mouros franquistas, estavam a cumprir as ordens claras e delineadas por franco e pelo estado maior NAZI.

O Governo Alemão (ou Governo Nazi,que dá um certo tom sensacionalista.) deram apoio militar aos Nacionalistas Espanhois, não é segredo.

O Governo Russo (ou Governo Estalinista, que também dá um certo tom sensacionalista) deu apoio aos Republicanos Espanhois.

A insinuação de que os Nacionalistas estariam sob o comando ,como pretende dar a entender do Governo Alemão, isso é obviamente um exagero.

A tentativa de equiparação de Fascismo ao Nazismo, de Falangismo ao Fascismo, e por aí fora, é uma atitude de desonestidade intelectual, muito característica de muito historiador Inglês e Americano. É pura propaganda e marketing de emoções.

A História do Mundo está repleta de coisas más (atrocidades, etc), e de coisas boas. Muito sinceramente, em termos de perdas de vida, a Guerra Civil Espanhola, não foi própriamente o pior dos eventos no século XX.

While the war lasted only about three years, the political situation had already been violent for several years before.
The number of casualties is disputed; estimates generally suggest that between 300,000 and 1,000,000 people were killed.

http://en.wikipedia.org/wiki/Spanish_Civil_War

Vidas perdidas, causadas pelos dois lados como é óbvio.

Alguém condenou o comportamento dos Republicanos Espanhois num forum internacional?

Caso o fizessem eu também acharia errado.

É um assunto Espanhol. Somente compete aos Espanhois.

papatango escreveu:
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Nunca poderão ser os espanhois a julgar os crimes do Franquismo, da mesma maneira que nunca poderiam ser os alemães a julgar os crimes do nazismo.


Este argumento é completamente descabido, visto que as perdas de vidas foram na sua esmagadora maioria de cidadãos ESPANHOIS,
em território ESPANHOL, e os Nacionalistas Espanhois nunca praticaram ou planearam a invasão de outro Estado. Como tal é um assunto interno.

Outra vez a comparação desonesta do Falangismo com Fascismo , indo até ao Nazismo.

leitura recomendada:
http://en.wikipedia.org/wiki/Nazism
http://en.wikipedia.org/wiki/Fascism

o Nazismo espalhou a destruição pelo mundo fora (Isto nem sendo exclusivo ao Nazismo.), e tinha uma ideologia perigosíssima , o Falangismo não fez tal coisa.
A Atitude de certas Repúblicas foi bem mais agressiva do que o Estado Espanhol sob Franco. Com perdas de vida, e atrocidades, incomparávelmente superiores, e tortura, e todas essas coisas que dão um lugar num tribunal internacional, caso existisse uma coisa chamada Justiça Internacional, o que não passa de um mito.

Sobre torturas e atrocidades, veja-se muito da história recente da America Latina.

Se o objectivo é a crítica a todo o regime que tenha uma forma que não a de uma República ou Democracia/Monarquia Simbólica, há muitas formas de o fazer, mas não é preciso mentir ou tentar manipular emoções.

Eu pessoalmente, defendo a independência de cada povo/nação para escolher a forma de regime que entender. Quer outros povos gostem ou não.
Se um País deixa de ser propriedade do seu Povo, então, aí o termo País nem se aplica.


E continuo a achar que a haver qualquer condenação em relação ao comportamento dos Nacionalistas ou Republicanos , ou indivíduos criminosos em qualquer das duas facções, deveria ser feita por Espanhois.

Não está aqui em questão se os crimes devem ou não escapar impunes, está em questão é se a História de Espanha deve ser escrita pelos Europeus.

Eu pessoalmente acho que a História de Portugal deve ser escrita por Portugueses.

E mais ou menos como aparecer um Americano, a falar do terrível regime de Salazar , e a propor a sua condenação, ignorando o facto que a CIA deu dinheiro e apoio ao FNLA/UPA, para andar a fazer o que fez em Angola, chacinar civis negros e brancos e por aí fora.

Basta de Falso Moralismo!

Quem tem as mãos sujas devia ficar calado, só que a táctica é, se se focar a questão no outro desvia-se a atenção.

E já agora, porque é que certos países nunca foram, e nunca serão condenados num forum internacional?

Num caso , por estas duas razões:
http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_we ... ted_States
http://en.wikipedia.org/wiki/Economy_of ... ted_States


Se os Espanhois com uma transição Democrática exemplar olhando para o futuro e estando a ter um sucesso considerável, invejável até, para muitos outros países Europeus, que direito tem um Não-Espanhol de se ir meter na vida de Espanha?

Será uma vingança? para se repetir a ideia "Ah vocês foram muito feios, Franquismo, muito muito feio. Em Espanha vocês tiveram essas coisas , Aqui em França , Inglaterra, etc, nunca tivemos nada disso! Tsk tsk !"

Um Espanhol a permitir isto, está somente a colocar-se numa posição subalterna.


Augusto.
 

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papatango

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« Responder #4 em: Maio 02, 2006, 12:47:04 pm »
Relativamente à questão do Nobel, pessoalmente não me sinto afectado pelo prestígio do prémio. A verdade é que não houve nenhum outro prémio com aquelas características.

É o valor pecuniário que dá ao Prémio Nobel a dimensão e o prestigio que tem, essencialmente porque o prémio que dá é monetariamente muito elevado. Pode parecer um bocado redutor, mas é como que um “ganhar na lotaria” dos cientistas e intelectuais e “anda a roda” todos os anos, e isso é em grande medida a notícia.

Permita-me dizer que nem toda a gente dá ao Nobel a mesma importância, e que o Saramago, nem de perto nem de longe é o mais significativo e importante intelectual português. Ganhou o Nobel, porque a máquina do grupo espanhol Prisa,  conseguiu convencer quem o atribui, das vantagens.

Portanto, a importância do Nobel, está na cabeça de cada um de nós, e só vê colonialismo cultural, quem tiver relativamente aos países do norte da Europa um sentido e complexo de inferioridade.

Um prémio na área cultural e científica só é notícia se o dinheiro envolvido for bastante. Espere até começarem a distribuir o Prémio Champalimaud, para a pesquisa e investigação médica, que é o maior prémio do mundo. Nos primeiros anos pode até nem ser muito referido, mas se continuar, o seu prestigio inevitavelmente aumentará porque € 1.000.000 é muito dinheiro.

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Eu citei este exemplo, porque é um exemplo típico da forma de pensamento intelectual do norte-europeu, onde se incluem os ingleses, os alemães, os franceses e por aí fora. O chamado "Mundo Ocidental", "Mundo Civilizado", "Mundo desenvolvido", etc.
Eu não tenho nenhum tipo de problema com esse tipo de pensamento. Se eles não têm razão, então é necessário comprovar o contrário.
Mas infelizmente, a realidade é fria como o gelo.
Os grandes desenvolvimentos que desde a revolução industrial moldaram o mundo, foram feitos por esses países. Desde a máquina a vapor, à turbina, do transistor ao motor a Diesel, do motor a explosão ao avião, do motor a jacto ao computador, dos grandes aviões de transporte ao TGV.

Eles chamam-se mundo civilizado, porque as descobertas tecnológicas nos últimos duzentos anos são praticamente todas desse mundo que você chama de “norte-europeu”.

Quem quer concorrer com eles, não pode esperar o reconhecimento pelo reconhecimento.
Tem que fazer uma coisa que em geral nas culturas do sul da Europa não se faz:
MOSTRAR SERVIÇO.

Depois, poderá recolher os créditos.

Enquanto não trabalharmos para ter crédito, não podemos ficar irritados por não nos darem crédito nenhum.

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Os países com uma cultura forte no mundo, não aceitam lições de moral por parte de estrangeiros, não aceitam ser colocados numa posição de inferioridade, de "aluno", sendo o "Professor" o Europeu (Norte-Europeu.).
A Cultura forte, só é forte quando produz Cultura. Quando não o faz, não lhe resta outra coisa que não seja aprender.

Caso contrário, caímos um bocado no ridículo como o caso dos Espanhois, que chamam versão “E” a toda a porcaria estrangeira onde colocam um orgulhoso rebite espanhol.
Eles convencem-se assim, de que o país conseguiu produzir produtos ao nível dos “norte-europeus”, mas estão apenas a enganar-se a eles próprios.

Nós, não devemos (e felizmente não temos esse hábito) cair no mesmo erro, porque isso é mera arrogância,  mas é a arrogância dos fracos, que se metem em bicos dos pés.

Veja a China:
Não há civilização na face da terra que tenha sido mais produtiva e inventiva, mas a China reconhece que neste momento, a sua cultura não é uma cultura de topo. Eles não estão com pruridos em aprender com aqueles que tiveram sucesso.

Devemos seguir os bons exemplos, e não o fazer é apenas arrogância de quem ficou para trás e se recusa a reconhecer isso.

Chega de hipocrisia.

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A questão do Franco e dos crimes do franquismo
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A insinuação de que os Nacionalistas estariam sob o comando ,como pretende dar a entender do Governo Alemão, isso é obviamente um exagero.
Vejamos:
As ordens para se estabelecer um reinado de terror são claras e evidentes. O apoio NAZI aos franquistas é também evidente. Os nazi-franquistas experimentaram em Espanha parte das suas tácticas, das suas armas de destruição maciça da altura (bombardeamentos sobre civis) e da sua política de brutalização das populações, com o objectivo de as submeter.

A política de brutalização das populações está descrita em manuais, e tem por objectivo mandar que os militares sejam tão violentos, que a população fique tolhida pelo medo.
Isso aconteceu em Espanha, como mais tarde aconteceu na Polónia, na Jugoslávia, na Ucrânia ou na Russia.

Aconteceu sempre que se tratava de gente que os nazis consideravam inferior. Em Espanha, como não havia alemães para impor esse comportamento, foram utilizados milhares de Muçulmanos, daqueles que vêm a peninsula como o "Al Andalus" e para os quais não há problema nenhum em matar cristãos.

Sabemos hoje, que as tropas "voluntárias" portuguesas eram sempre acompanhadas pelos muçulmanos, com ordens expressas para que se os portuguesesmostrassem intenção de recuar, fossem assassinados pelos muçulmanos franquistas.

O que eu disse e afirmo, é que essa politica de TERROR imposta pela canalha nazi, era a política oficial de Franco.

Não está em causa que a República tivesse o apoio dos Russos, porque é óbvio que tinha, (e tinha porque a França e a Inglaterra lhe voltaram as costas). O que está em causa, é que no campo republicano, a política de terror não era politica-de-estado.
No campo nazi, o TERROR era a política oficial, e era a política oficial, por determinação NAZI e dos criminosos de delito comum da Falange, que evidentemente se queriam (como efectivamente fizeram) entregar ao roubo de propriedade e bens, sem ter qualquer tutela do Estado.

Em 1938, se um falangista  quisesse uma propriedade qualquer, juntava uns quantos apaniguados e pura e simplesmente dava ordens ao dono da terra ou da casa para sair dali.
Se o dono da casa se recusasse a sair, os falangistas matavam-lhe a família e no fim matavam-no a ele. E essa politica criminosa de roubo e esbulho ERA A POLITICA OFICIAL DA ESPANHA FRANQUISTA.

Milhares de casos com características idênticas ocorreram por toda a Espanha. Se alguém fosse dono de alguma coisa, era só acusa-lo de “rojo” e a seguir matar a família e tomar posse da propriedade.

Retiravam-se as pessoas de casa, e à saída da povoação davam-lhes tiros pelas costas e enterravam-nas ali mesmo na beira da estrada.
É por isso que quando alguém fala em levantar os mortos da beira da estrada, há gente que fica indignada, porque há muitos mortos que eram donos de propriedades, e há muita gente que não quer levantar problemas, porque pode perder com isso.


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A tentativa de equiparação de Fascismo ao Nazismo, de Falangismo ao Fascismo, e por aí fora, é uma atitude de desonestidade intelectual, muito característica de muito historiador Inglês e Americano. É pura propaganda e marketing de emoções.

Perdoe-me, mas eu acho que desonestidade intelectual é tentar branquear o passado tentando dar a ideia de que porque sobreviveu à guerra e foi aceite por ingleses e americanos o Nazismo espanhol foi menos vil, menos criminoso ou menos assassino  que o Nazismo alemão.

Os Nazistas chamavam-se apropriadamente “BANDO NACIONAL”. Embora em Castelhano, a palavra “Bando” não tenha a conotação que tem em Portugal não deixa de ser engraçado. O termo NAZI, é uma forma encurtada de “Nacionalista”, e nacionalista do ponto de vista alemão, queria dizer imperialista, e destinava-se a criar um império um Reich. O Nazismo falangista TINHA EXACTAMENTE O MESMO OBJECTIVO, e no ANSCHLUSS da falange, estava ABSOLUTAMENTE INCLUÍDA  a anexação de Portugal, que passou a ser um objectivo claro dos Nazis espanhóis  depois do “Anschluss” na Austria no inicio de 1938.

Os objectivos Nazis espanhóis eram absolutamente claros, e só foram impedidos pelas circunstâncias e pela clara debilidade militar e económica da Espanha.
Mas os planos eram idênticos, e quando acabou a guerra civil, a Falange não deixou de gritar em altos berros pelas ruas de Madrid “E Agora a Portugal”.

Os nazis espanhóis enviaram tropas para a Russia, e exigiram a entrega de parte da Argelia Francesa a Hitler, além do controlo de Portugal. (e você diz-nos que não tinham nenhum objectivo imperialista) :mrgreen:

“A España Imperial” era O objectivo dos nazistas espanhois, propalado a sete ventos para quem quería ouvir, e só não o fizeram, porque o nazismo foi derrotado na Europa e porque na realidade eram espanhóis que “não se enxergavam” e não entendiam a debilidade do seu próprio país. Quando a maré começou a mudar, Franco entendeu que as vincadas características Nazis (pró-alemãs) do regime, tinham, que ser dissimuladas, para não parecer mal. Acabou a saudação de braço estendido, e começa uma campanha (e há muitas peças de cinema de propaganda que o testemunham) de suavização do regime.


Mas a campanha de suavização, que teve como objectivo tentar dar a americanos e ingleses a ideia de que não havia nazismo na Espanha, não dá a ninguém o direito de negar o óbvio.

Aliás, existe hoje em Espanha, muita gente que faz a mesma coisa que aqueles que negam o Holocausto. Há muitos Achmadinejad’s em Espanha, a afirmar que o franquismo era uma coisa boa, e que o próprio Hitler teve planos para depor Franco.
Os Nazistas espanhois, que controlam alguma imprensa, têm nos últimos anos tentado de tudo para evitar que a verdadeira história dos seus crimes seja realmente descoberta. Um desses nazistas, agora disfarçado de liberal, dá pelo nome de “Pio Moa” e financiado pelo dinheiro do crime organizado, tem publicado livros nojentos, cheios das mais miseraveis falsidades, tentando explicar o inexplicavel.

Até o jornalista português que esteve em Badajoz depois do massacre ali efectuado pelas tropas muçulmanas de Franco em 1936, foi acusado de comunista.

A isto chama-se tentativa limpar a imagem a um ditador assassino.
A Espanha foi governada por um regime criminoso entre 1939 e 1975, e cujos tentáculos de ódio de sangue e de devassidão ainda hoje corrompem muitas instituições espanholas.

Se tem nariz de Porco, tem orelhas de Porco, tem patas de Porco, e grunhe como um Porco, então não há a mínima dúvida: É Porco.

Meu caro Augusto Bizarro, de nada adianta nós dizermos que o Porco afinal é uma galinha.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...