PIGS e Portugal

  • 98 Respostas
  • 17547 Visualizações
*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1522
  • Recebeu: 205 vez(es)
  • Enviou: 89 vez(es)
  • +263/-254
Re: PIGS e Portugal
« Responder #45 em: Março 18, 2010, 11:55:59 pm »
Citação de: "papatango"
Citação de: "Camuflage"
Para nós seria excelente, podíamos voltar ao velho vicio da desvalorização da moeda e arrastar as botas por mais uns tempos.
Pois... Esse é o problema.
As pessoas não entendem (ou não querem entender) que não há nenhum problema com o Euro, o problema é a nossa incapacidade para gastar menos dinheiro que aquele que ganhamos.

Curiosamente, nos anos 30, Portugal estava a passar por uma tremenda crise financeira e propuseram-nos um emprestimo desde que a aplicação do dinheiro pudesse ser investigada. Ou seja, seria uma intervenção nos destinos do país.

O Salazar recusou o empréstimo, o país passou fome, mas recorreu a uma politica monetarista e recuperou a economia. Na verdade o país tem capacidade para recuperar, mas sacrificios faça-os o vizinho.

Eu estava a ser irónico é claro.

Salazar recuperou a economia com um custo alto para a população, mas logo que veio a democracia, fizeram tudo para queimar todo o $, embora a guerra colonial também tivesse a sua cota parte de culpa, pois as guerras não são coisas baratas.
Hoje temos um PR que mete ao bolso 1 salário + a reforma e toda a gente acha normal, vamos passar a ter médicos no centro de saúde a fazer o mesmo, portanto ninguém quer saber disto para nada, o povo acredita que o $ é o governo que o faz nas maquinas e se não faz mais é porque não quer. lol
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18251
  • Recebeu: 5518 vez(es)
  • Enviou: 5906 vez(es)
  • +7145/-9528
Re: PIGS e Portugal
« Responder #46 em: Março 20, 2010, 11:06:24 am »
e já agora falemos do rui pedro soares do PS que num ano meteu ao bolso 1,5 M€ , e dos outros boys do PS nomeados para tudo e mais alguma coisa...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18251
  • Recebeu: 5518 vez(es)
  • Enviou: 5906 vez(es)
  • +7145/-9528
Re: PIGS e Portugal
« Responder #47 em: Março 20, 2010, 11:40:18 am »
Citar
Troca
Mexida no PEC 'tira' 20 mil empregos numa semana

por RUDOLFO REBÊLO Hoje


Na primeira versão, Governo previa quebra de 5 mil empregos em 2010; agora diz 25 mil

Em menos de uma semana, o Governo alterou drasticamente as previsões para o emprego. A 8 de Março, na versão resumida do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), as Finanças entregaram aos parceiros sociais e aos partidos políticos previsões de uma quebra de 0,1% no emprego, a perda de qualquer coisa como cinco mil postos de trabalho no corrente ano. Uma semana depois, no dia 15, o Governo já inscrevia na versão final do documento -0,5%, ou seja a destruição de pelo menos 25 mil postos de trabalho. Contactado pelo DN, o Ministério das Finanças não explicou a discrepância dos números entre os dois documentos.

Apesar de multiplicar por cinco as perdas de postos de trabalho para este ano, Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, não reviu em alta as estimativas para o desemprego. Tal como na primeira versão, admite apenas um aumento da taxa de desemprego para 9,8% este ano, contra 9,5% em 2009.E também não alterou os outros dados do cenário macro-económico, como a evolução do consumo das famílias... mesmo sabendo que muitas mais vão ficar sem trabalho.

Pelo segundo ano consecutivo, Portugal perde postos de trabalho e tão cedo não conseguirá recuperar os níveis de 2008. Teixeira dos Santos admite, no PEC, a perda de 128,7 mil postos de trabalho no ano passado, o que explica, em parte, o agravamento da taxa de desemprego. Este ano, o Programa a apresentar em Bruxelas - após a discussão no Parlamento a 25 deste mês - acrescenta a extinção de mais 25 mil postos de trabalho. Ou seja, em dois anos a economia perde 154 mil empregos. Entre 2011 e final de 2013, o Governo estima criar apenas 55 mil empregos. No próximo ano, prevê-se a criação de apenas cinco mil postos de trabalho e só em 2012 o mercado de emprego será capaz de absorver desempregados. Mas, entretanto, contas feitas, em cinco anos - desde 2009 até 2013 - perdem-se 100 mil postos de trabalho.

O Banco de Portugal apresenta perspectivas ainda mais pessimistas para este ano. Nas previsões de Inverno, o banco central estimava que o "emprego deverá contrair 1,3%" em 2010. Isto significa que saem do mercado do trabalho 66 mil pessoas este ano - para a reforma, emigração ou para o desemprego - e o número de postos de trabalho ficará bem abaixo dos cinco milhões. Se o banco dirigido por Vítor Constâncio tiver razão, então Portugal corre risco de perder quase 200 mil postos de trabalho em dois anos.

As razões para esta destruição maciça do factor trabalho está na reduzida dinâmica da economia, amplificada pela crise externa. Se a procura interna está afectada pelo elevado endividamento das famílias e empresas, as exportações estão esganadas pela crise internacional. Assim, entre 2010 e 2013 a produção final do País (PIB) cresce pouco mais de 1,1% em média anual. Com este crescimento anémico, a criação líquida de postos de trabalho só deverá ocorrer em 2011, segundo as previsões do PEC e do próprio Banco de Portugal.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), demonstram que o desemprego está a aumentar. A taxa média em 2009 situou-se em 9,5%, a mesma apresentada no PEC, mas no quarto trimestre já atingia 10,1% da população activa.

http://dn.sapo.pt/inicio/economia/inter ... id=1523673
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

casimir

  • Membro
  • *
  • 17
  • +0/-0
Re: PIGS e Portugal
« Responder #48 em: Março 20, 2010, 12:04:48 pm »
Fonte:

http://www.tdg.ch/geneve/actu/geneve-no ... en%E8ve%29

Mis à genoux par la crise, certains de nos voisins européens viennent tenter leur chance ici. Mais faute de décrocher un contrat de travail, ils se retrouvent sans statut légal.

Là-bas, Aria de Bach est sa musique phare. Ici, son guide n’est pas musical, mais religieux. C’est le prêtre de son quartier, les Avanchets, qui l’aide au quotidien. L’été dernier, Vania a abandonné sa flûte traversière et sa guitare pour venir à Genève, avec son fils de 4 ans sous le bras. Au Portugal, bien que propriétaire de son logement, Vania ne s’en sortait plus: de ses 650 euros mensuels (à peine 950 francs) de secrétaire dans une étude d’avocats, il ne lui restait plus que 145 francs une fois le crédit (440 francs) et la garderie (360 francs) payés. Du coup, elle a pris son courage à deux mains, son fiston – «Qui a parlé français en un rien de temps» – et deux valises.

Mais ici, ça ne s’est pas passé comme escompté. Cette musicienne – elle a fait le Conservatoire national de Lisbonne – n’a pourtant pas rechigné à la tâche. «Au bout de deux à trois mois, avec deux contrats de 15 jours chacun comme femme de chambre, je me suis rendu compte que je n’arrivais pas à joindre les deux bouts, notamment pour payer la nounou.» Après s’être serré la ceinture, Vania serre les dents et renvoie son fils Pedro chez ses grands-parents. «C’est mieux pour lui, en attendant.» Aujourd’hui, cela fait trois mois qu’elle n’a plus vu son fils. «Mais il vaut mieux tirer le diable par la queue ici plutôt que d’être sous le seuil de pauvreté là-bas», estime-t-elle.

Trois mois sans autorisation

Ressortissante de l’Union européenne (UE), Vania a le droit de rester ici trois mois, sans autorisation particulière. Mais passé ce délai, il lui faut justifier de moyens financiers suffisants pour obtenir un permis de séjour. Ce qui, en l’occurrence, n’a pas été le cas, faute d’avoir décroché un contrat de travail digne de ce nom.

A l’image de Vania, une nouvelle catégorie de personnes sans statut légal émerge. C’est le constat des milieux associatifs. Au Centre de contact Suisses-immigrés (CCSI), Laetitia Carreras, responsable de la permanence petite enfance, santé et genre, raconte: «Sur le terrain, nous sommes frappés de voir que des ressortissants de l’UE ou de l’AELE (ndlr: Association européenne de libre-échange), dont l’autorisation de séjour dépend d’un travail, mais qui, dans le contexte actuel, n’en trouvent pas, deviennent sans statut légal. Avec la dégradation du marché du travail en Suisse et à Genève, ces personnes vivent dans une très grande précarité.»

La faute à la crise

Pourquoi ces arrivées maintenant? En partie à cause de la crise. A cet égard, un chiffre est édifiant: le pays d’origine de Vania, le Portugal, bat tous les records en matière d’inégalités de revenus selon Eurostat, qui le classe en tête des cancres des Vingt-Sept. Mais hormis la crise, ce sont les béquilles sociales des pays d’origine qui sont mises en cause: «Ce constat interroge les politiques sociales de certains pays européens – notamment la durée et le montant des indemnités de chômage et/ou de l’aide sociale. Ainsi des Européens sont poussés à devenir sans statut légal ailleurs en Europe, car ils ne parviennent pas à survivre dans leur propre pays», analyse Laetitia Carreras.

L’humiliation

C’est le cas de l’Espagne, mise à genoux par la crise. Et de Sara, 20 ans, originaire de Valence, résidant à Genève depuis dix mois. Sans travail, et donc sans papiers. A l’origine de sa situation, la crise économique et financière dont son compagnon et père de sa fillette a fait les frais. Soudeur, il a été licencié par son entreprise, qui a mis la clé sous la porte. «Comme David parlait français, il a eu l’idée de venir ici.» David a trouvé du travail dans la restauration. Mais Sara tourne en rond dans la chambre qu’ils louent 800 francs par mois et vit dans l’angoisse. Elle raconte une de ses mésaventures genevoises: «Je n’ai pas eu le temps de prendre mon billet avant de monter dans le tram. Je pensais qu’on pouvait l’acheter à l’intérieur, comme en Espagne. J’ai eu une amende sauf que, sans permis de séjour ni argent sur moi, le contrôleur m’a accompagnée jusqu’au travail de David pour qu’il lui règle le montant de l’amende sur place. J’ai eu tellement honte!»

Permis humanitaire

Combien y a-t-il d’autres Vania et Sara? «Cela est extrêmement difficile à savoir, confie Michael Glauser, porte-parole à l’Office fédéral des migrations (ODM). Notre dernier rapport sur les personnes sans statut légal remonte à 2005.» Et de rappeler: «Dans des cas de ressortissants UE/AELE qui n’auraient pas de moyens de subsistance suffisants, l’ODM peut délivrer des permis de séjour humanitaires. Mais le cas ne s’est pas présenté.»

A l’Université de Genève, le spécialiste du sujet, Sandro Cattacin, directeur du département de sociologie, commente: «Ces personnes ne sont pas des sans-papiers au sens classique du terme. Car contrairement aux sans-papiers, notamment originaires d’Amérique latine, la situation de ces Européens est appelée à être temporaire. Il y a des éléments de retour en arrière. Car avant les accords de libre circulation, nos sans-papiers qui travaillaient au noir étaient Italiens, Espagnols ou Portugais. Etonnamment, on voulait une Europe de la mobilité des hautes qualifications, mais on assiste aussi à l’afflux de main-d’œuvre peu qualifiée. Cette nouvelle ambivalence est le prix du système.»
 

*

Miguel

  • Investigador
  • *****
  • 2490
  • Recebeu: 45 vez(es)
  • Enviou: 8 vez(es)
  • +461/-579
Re: PIGS e Portugal
« Responder #49 em: Março 24, 2010, 10:23:25 am »
Fitch degradou para "negative" a divida de Portugal
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18251
  • Recebeu: 5518 vez(es)
  • Enviou: 5906 vez(es)
  • +7145/-9528
Re: PIGS e Portugal
« Responder #50 em: Março 24, 2010, 12:49:48 pm »
Citar
Stock futures fall after Portugal's rating cut
Stock futures point to lower opening after ratings agency warns about Portugal's debt
ap


Stephen Bernard, AP Business Writer, On Wednesday March 24, 2010, 8:39 am

NEW YORK (AP) -- Stock futures are falling on renewed concerns about European debt problems after a major ratings agency slashed its view on Portugal.

A mixed report on durable goods orders is having little effect on trading Wednesday. The Commerce Department says orders for big-ticket manufactured goods rose 0.5 percent in February. Economists had forecast a rise of 0.7 percent.

Global markets are lower after Fitch Ratings said Portugal's recovery will be slower than other countries that use the euro, hurting Portugal's ability to repay its debt.

Dow Jones industrial average futures are down 32, or 0.3 percent, at 10,796. Standard & Poor's 500 index futures are down 4.20, or 0.4 percent, at 1,165.40, while Nasdaq 100 index futures are down 6.25, or 0.3 percent, at 1,956.00.

http://finance.yahoo.com/news/Stock-fut ... /print?x=0
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18251
  • Recebeu: 5518 vez(es)
  • Enviou: 5906 vez(es)
  • +7145/-9528
Re: PIGS e Portugal
« Responder #51 em: Março 24, 2010, 05:00:52 pm »
Citar
Banca & Seguros
   Outros artigos desta secção    

quarta-feira, 24 de Março de 2010 | 16:01    
 
BES sofre a maior subida do risco da dívida no mundo

O custo de subscrever a protecção para um eventual incumprimento da dívida emitida pelo BES regista hoje a maior subida do mundo entre as empresas, depois de a Fitch ter descido o rating da dívida de longo prazo de Portugal.

Os Credit Default Swaps (CDS) sobre obrigações a cinco anos do Banco Espírito Santo (BES) subiam, pelas 12h30, 7,4% para 180,92 pontos, o maior aumento em termos mundiais no que toca à dívida de empresas, de acordo com os dados da CMA Vision.

Também os CDS sobre a dívida soberana portuguesa a cinco anos estão hoje a liderar a lista dos que mais sobem no mundo, registando [às 12h30] um agravamento de 5%, para 139,78 pontos, um patamar que ainda fica muito aquém dos valores máximos atingidos no início de Fevereiro.

A agência de notação financeira Fitch disse hoje que o sistema bancário português é "relativamente forte" e que a baixa volatilidade da inflação, crescimento e receitas orçamentais são aspectos positivos que se destacam, apesar da descida do rating português para AA-, contra a anterior classificação AA.

 "Os ratings de Portugal são apoiados por um sistema bancário relativamente forte, pela pertença à Zona Euro e por uma historicamente baixa volatilidade da inflação, crescimento e das receitas orçamentais, bem como um peso da dívida baixo", considerou a agência de classificação de risco.

Apesar dos elogios à banca portuguesa, as instituições financeiras nacionais cotadas em bolsa estão a ser fortemente penalizadas pela revisão em baixa do rating da dívida de longo prazo da República Portuguesa, cujo Outlook permaneceu negativo.

São os títulos da banca que estão a ditar a forte queda do índice de referência da Bolsa portuguesa, o PSI 20, que recuava 1,6% pelas 13h30.

O BES apresenta mesmo a maior queda da sessão, perdendo 3,2% para 3,887 euros, seguido pela descida de 2,9% para 0,799 euros do BCP e do recuo de 2,1% para 1,922 euros do Banco BPI.

Diário Digital / Lusa



http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=134071
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

Cabecinhas

  • Investigador
  • *****
  • 1505
  • Recebeu: 5 vez(es)
  • Enviou: 11 vez(es)
  • +4/-0
Re: PIGS e Portugal
« Responder #52 em: Abril 07, 2010, 09:29:10 am »
Publico umas linhas de um amigo.

Citar
Democracia apertada
pela mania das grandezas

■ Falta-nos uma classe política culta e tecnicamente evoluída
                        
 Trinta e cinco anos de democracia, centenas de milhões de euros recebidos da Comunidade Económica Europeia, aumento considerável e inquestionável da quilometragem de auto estradas, mais pontes, novo metro na cidade do Porto e aumento da rede de metro em Lisboa, melhoramentos relevantes nas redes de saneamento básico e distribuição da energia eléctrica, novos hospitais, novas escolas, algumas reformas do ensino, dezenas de centros comerciais e grandes superfícies comerciais, dez novos campos de futebol, muitos eventos alguns de elevada importância no panorama internacional, algum crescimento da investigação científica, muitos mais licenciados mas sobretudo em cursos humanísticos e menos do que o desejado em cursos técnicos, quatro canais abertos de televisão, telenovelas como novo género da representação artística, mais de 5 milhões de portugueses a comunicar por telemóvel, perto de 700 mil desempregados, mais de milhão e meio de pobres foram algumas das coisas que o pós revolução do 25 de Abril nos ofereceu. E as obras nem sempre foram bem feitas e sem polémica em torno da sua execução tão-só por surgirem quase sempre erros técnicos e opções duvidosas. Também nos ofereceu uma liberdade de expressão muitas vezes ofendida e censurada.

   Também estas dezenas de anos em democracia serviram para nos deixar em estado e penúria, termos pobreza envergonhada, reformados a pagar IRS… Depois de meia dúzia de anos onde vivemos relativamente à larga, a gastar aquilo que tínhamos e o que não tínhamos, a avaliar pela actual situação da economia do País. Podia-se perguntar – mas afinal como se gastaram os dinheiros comunitários, onde estão as contas das ‘Expo 98’, do ‘Euro 2004’, das auto estradas, das pontes e, por exemplo das reparações e reconversão da rede viária… Ainda dos custos operativos de dezenas de Institutos Públicos e comparticipações nas empresas público-privadas. Como e com que critérios se têm gerido as finanças do País.
Mais uma vez são os que trabalham por conta de outrem e particularmente a classe média que pagará a crise e contribuirá para a descida do deficit. Mais uma vez ignoramos os muitos milhões de euros (estatística aponta para 10 mil milhões) que estão por cobrar pelo Estado e que dependem de resoluções judiciais.


Deveria ter sido o primeiro Ministro José Sócrates a anunciar ao País a verdadeira dimensão do desastre da economia nacional e não Teixeira dos Santos já em período de confrontação com os relatórios de analises feitas por instituições internacionais Para depois – sim - em silêncio tentar encontrar uma solução tão justa quanto possível, pelo menos no âmbito social. Não é admissível a ausência de reformas de fundo e corajosas atinjam ou não interesses instalados – o Governo vai afinal dirigir os destinos do País e, portanto, não há razão para receios de espécie alguma. Pode começar por arrumar a casa e acabar com o despesismo público injustificado – por exemplo auditar os municípios onde impera ainda algum feudalismo e se tomam decisões controversas e muitas vezes de fraco nível técnico. Devia-o ter feito nos últimos anos, antes de lhes aumentar as competências e as dotações financeiras que, apesar de tudo tem aumentado.
E é porventura entre as autarquias que o despesismo injustificado é maior – as Câmaras Municipais queixam-se todos os anos que as verbas do Orçamento de Estado acrescidas das receitas próprias não chegam para cobrir as despesas previstas. Basta ver que temos mais de 500 empresas municipais e automóveis recentemente adquiridos por algumas edilidades, mesmo as mais pequenas que não ultrapassam os 10 mil eleitores, tem presidentes que se deslocam em viaturas iguais ou superiores a de alguns ministros (BMW 525d), com valor de custo acima dos 55 mil euros… E isto para não falar de outros abusos de poder que determinam investimentos técnica e juridicamente inaceitáveis e mesmo ilegais.

Recordo que poucos políticos se manifestaram contra a construção de 10 estádios de futebol para a realização do “Euro 2004”, pagos quase exclusivamente pelo Estado e autarquias. Aliás alguns deles não servem para quase nada, as suas manutenções são suportadas por municípios e dramaticamente inferiores às receitas – vejamos os casos do Estádio de Aveiro, Leiria e Algarve.
Mais recentemente aparecem propostas para outros elefantes brancos que prometem consumir mais do que os lucros que possam vir a dar ao País – a construção da linha ferroviária para o TGV, um novo aeroporto e uma nova travessia do Tejo, tudo em nome do desenvolvimento económico. Aliás, no que se refere à linha TGV convém recordar que ainda não estão concluídos os melhoramentos na linha Porto – Lisboa que permitam uma normal circulação dos actuais comboios pendulares – “troços” existem em que não se ultrapassam os 60/80 Km/h quando se devia circular a uma velocidade entre os 190 e 210 km por hora. Também nunca ouvimos ninguém explicar que desenvolvimento trás ao País o TGV que é manifestamente um transporte transcontinental.
Trinta e cinco anos de democracia não nos podem trazer apenas meia liberdade de expressão e uma enorme manifestação de dualidade de critérios e irresponsabilidade nas decisões mais importantes para o futuro do País… Sem estratégia nenhuma sobre que sectores devemos ou não apostar e desenvolver.
Por exemplo, os noruegueses e suecos não necessitam de ter linhas TGV, milhares de quilómetros de auto-estradas, luxuosos estádios de futebol, “euros”, políticos e gestores públicos a deslocarem-se em carros de luxo, etc., para serem porventura as melhores e mais justas sociedades europeias, com os salários mais altos do velho continente… E no caso Norueguês nem tão pouco precisa de integrar a Comunidade Europeia.
Naturalmente à nossa pobre democracia faltam práticas fundamentais e uma classe dominante culta, tecnicamente evoluída e actualizada, desprendida de determinados bens materiais e, acima de tudo, educada e com vocação de serviço público. Não é possível fazer uma reforma da Administração Pública na sua base se as cúpulas não forem exemplares e capazes de bons exemplos… E para já, 35 anos não chegaram para nos tirar do subdesenvolvimento económico, político, social e cultural.

José Maria Pignatelli
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
---
 

*

Cabecinhas

  • Investigador
  • *****
  • 1505
  • Recebeu: 5 vez(es)
  • Enviou: 11 vez(es)
  • +4/-0
Re: PIGS e Portugal
« Responder #53 em: Abril 09, 2010, 01:25:08 pm »
Até que enfim alguém mete o dedo na ferida!

Citar
Entregar a supervisão a Constâncio "é dar dinamite a um pirómano"

Astrid Lulling, democrata-cristã luxemburguesa, questionou Constâncio sobre os casos BCP, BPP e BPN.

"Não admira que os portugueses estejam contentes que saia", afirmou Lulling, referindo-se ao Governador do Banco de Portugal, que está hoje no Parlamento e deve assumir, em Junho, o cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu.

Perante os eurodeputados, Astrid Lulling, lembrando os casos BCP, BPP e BPN, afirmou que entregar a supervisão do BCE a Constâncio "é como dar dinamite a um pirómano".
Um galego é um português que se rendeu ou será que um português é um galego que não se rendeu?
---
 

*

Camuflage

  • Investigador
  • *****
  • 1522
  • Recebeu: 205 vez(es)
  • Enviou: 89 vez(es)
  • +263/-254
Re: PIGS e Portugal
« Responder #54 em: Abril 10, 2010, 12:42:26 pm »
Eu só tenho pena que não haja transmissão em directo das reuniões no parlamento europeu..., deviam ser obrigatórias, para que os portugueses, pudessem ouvir as criticas que nos são feitas constantemente. Mas enfim, elegem-se pessoas de 5 em 5 anos, para algo que ninguém sabe muito bem. Alias sabem que vão ganhar um bom salário e fazer almoçaradas...
 

*

Lusitano89

  • Investigador
  • *****
  • 21005
  • Recebeu: 2500 vez(es)
  • Enviou: 257 vez(es)
  • +1161/-1487
Re: PIGS e Portugal
« Responder #55 em: Abril 11, 2010, 02:25:34 am »
A Idade das Trevas
António J. Branco

Historicamente, a Idade das Trevas refere-se ao período da história Grega, durante a ocupação dos Dórios, que vai do ano 1200 a.C. a 800 a.C.; cerca de quatrocentos anos de colapso do mundo ocidental de então, com destruições de cidades, fomes e suspensão da escrita.
É com alguma facilidade que associamos trevas a escuridão, desconhecimento, vazio, ausência e medo. De entre as escuridões mais conhecidos, merecem destaque, também, as “Trevas espessas durante três dias” que terão acontecido no Egipto quando o Deus dos Hebreus, decidiu castigar a teimosia do Faraó Ramsés II.

Mas, porque tais desgraças já aconteceram há alguns milhares de anos e quase ninguém se lembra destes e de outros sucessos medonhos, abordemos em forma resumida as trevas da idade contemporânea: a nossa escuridão, a nossa ausência de cultura, as nossas destruições pessoais e os nossos medos colectivos.

Novamente na Grécia, sem destruição de cidades nem ausência da escrita mas com a séria ameaça financeira das contas por pagar sem ter saldo disponível nem autorizado. Mais grave ainda, com os alemães à espreita de comprarem ilhas em saldo, sabe-se lá para quê e para quem. Disse o Segundo da Grécia que, “se não nos pomos a pau”, a seguir somos nós, os Portugueses heróis do mar e nobre povo.

Sem querer ser demasiado pessimista, julgo que vivemos em Portugal, já há alguns anos, numa idade das trevas – outros povos a viverão também, mas cada um com a sua, e tal já é suficiente que chegue!

As artes que puseram fim à Idade das Trevas – a original, a verdadeira – como os Poemas Homéricos (literatura, para nós); a introdução do alfabeto (o nosso desacordo ortográfico) e os primeiros Jogos Olímpicos (o nosso desporto), são hoje em dia profundamente maltratadas, adulteradas e impingidas como gato por lebre. A literatura há muito que deixou de ser essência, saber e conhecimento, para se tornar em moda, lucro e produto laboratorial. O acordo ortográfico, torna-se cada vez mais desacordo com uns a dizerem que sim e outros e dizerem que não, sem que, nem “os uns” nem os outros, consigam convencer-nos do bem da coisa. Pela minha parte, como tenho uma mente já um bocado “entrevada”, gosto muito do português à moda antiga, arcaica até – tivesse Dom Afonso reinado até agora e não teríamos o País em tão grande entrevação! Quanto ao desporto, está um bocadinho pior que a literatura e que o acordo ortográfico, com todos os poderosos sábios sapientes, a procurarem chegança de justiça conforme a abastança do poder.

Já nem Homero nos salvaria!

Não com as atitudes das mentes e das multidões que proliferam entre nós a uma velocidade género e número em muito superior à da multiplicação dos pães, dos peixes e das codornizes.

E a Alemanha volta a ser culpada; tal como em mil novecentos e catorze e em mil novecentos e trinta e nove. Desta vez sem o professor António para fazer bons negócios com Gregos e Troianos, que é como quem diz, com ingleses e germânicos. Aos gregos, cobiçam-lhes as ilhas, aos lusitanos, impingem-lhes os hotéis que obrigam a dormir ao relento criancinhas imberbes e imbecis, com paizinhos e mãezinhas, imbecis e imberbes, que os incentivam e apoiam no supremo sacrifico de passarem noites em barracas atarraxadas na via pública!

Desta vez, não é culpa dos Dórios!

Diário Digital
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18251
  • Recebeu: 5518 vez(es)
  • Enviou: 5906 vez(es)
  • +7145/-9528
Re: PIGS e Portugal
« Responder #56 em: Abril 15, 2010, 05:52:22 pm »
15-04-2010 16:41 -

"O próximo no radar é Portugal"

Peter Boone, investigador da London School of Economics (LSE) e Simon Johnson, antigo economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, advertem que Portugal é o “próximo no radar” dos mercados.

Num artigo de opinião conjunto, difundido pela agência Bloomberg, os dois economistas consideram que a economia portuguesa tem estado relativamente protegida pelo facto de os holofotes dos investidores terem estado centrados na Grécia.

Mas, sustentam, “ambos estão, em termos económicos, na vertigem da bancarrota, e ambos parecem mais arriscados do que a Argentina em 2001, quando sucumbiu ao incumprimento”, vendo-se incapaz de honrar os compromissos com os seus credores.

Um risco que, dizem, se estende, ainda que em menor medida, a Espanha e à Irlanda que tem enfrentado problemas crescentes de competitividade internacional, decorrentes de terem entrado no euro com taxas de câmbio "excessivamente elevadas", numa altura em que ainda tinham pela frente um longo caminho para por as finanças públicas em ordem.


 
Jornal de Negócios - Eva Gaspar


Citar
Ex-economista chefe FMI (act.3)
"Portugal corre risco de falência económica"

Pedro Latoeiro  
15/04/10 16:25

"Os políticos portugueses nada podem fazer senão esperar que a situação vá piorando", escreve Simon Johnson.

Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI, considera que Portugal, tal como a Grécia, "corre risco de falência económica" e é hoje um país mais arriscado que a Argentina de 2001.

Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI, considera que Portugal, tal como a Grécia, "corre risco de falência económica" e é hoje um país mais arriscado que a Argentina falida de 2001.

"O próximo no radar é Portugal. Este país só não está no centro das atenções porque a Grécia caiu numa espiral descendente. Mas estão ambos perto de falência económica e parecem hoje bem mais arriscados do que a Argentina quando entrou em incumprimento, em 2001", lê-se num artigo assinado em conjunto por Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI, e Peter Boone, do ‘Center for Economic Performance' do London School of Economics.

Para estes dois especialistas "nem os líderes da Grécia nem os de Portugal estão preparados para impor as políticas necessárias" e, no caso português, "não se está sequer a discutir cortes sérios".

Certos de que as políticas projectadas são insuficientes, Simon Johnson e Peter Boone antecipam que "Portugal e Grécia vão ter níveis de desemprego elevadíssimos nos próximos anos" e afirmam que "Portugal está esperançado que poderá sair desta situação pelo crescimento, mas isso só poderia acontecer com um extraordinário boom económico".

"Tenhamos dó dos políticos portugueses mais ponderados quando dizem que a probidade orçamental exige apertar o cinto mais cedo (...) Os políticos portugueses nada podem fazer senão esperar que a situação vá piorando para depois pedirem ajuda externa", declaram.

Porque falhou Portugal

Tal como a Grécia, Portugal entrou numa espiral de dívida insustentável, defendem os autores.

"Portugal gastou demasiado durante os últimos anos, com a dívida pública a atingir os 78% do PIB em 2009 (comparando com 114% na Grécia e os 62% da Argentina, quando entrou em incumprimento). Esta dívida tem sido financiada sobretudo por investimento estrangeiro e, tal como a Grécia, em vez de pagar os juros desses títulos, Portugal optou por, ano após ano, refinanciar a sua dívida", sustentam.

"Em 2012, o rácio dívida pública/PIB português deverá atingir 108% se o país atingir as suas metas de corte do défice. Chegar-se-á no entanto a um ponto em que os mercados financeiros vão simplesmente recusar-se a financiar este esquema Ponzi", concluem.

Depois de descreverem a situação portuguesa, Johnson e Boone acusam as agências de ‘rating' de terem medo de "tocar em Portugal".

"Hoje, e apesar dos perigos evidentes e dos elevados níveis de dívida, as três grandes agências de ‘rating' estão certamente assustadas em dar o passo de declarar a dívida grega como ‘junk'. Têm também um receio parecido em tocar em Portugal", lê-se no texto.
http://economico.sapo.pt/noticias/portu ... 86893.html
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

zeNice

  • Membro
  • *
  • 257
  • +0/-0
Re: PIGS e Portugal
« Responder #57 em: Abril 15, 2010, 06:21:42 pm »
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18251
  • Recebeu: 5518 vez(es)
  • Enviou: 5906 vez(es)
  • +7145/-9528
Re: PIGS e Portugal
« Responder #58 em: Abril 15, 2010, 08:30:23 pm »
Citação de: "zeNice"


um malandro, um profeta da desgraça... se o trocas-te e o teixeira dos bancos já vieram garantir que estamos no paraíso  :roll:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

*

P44

  • Investigador
  • *****
  • 18251
  • Recebeu: 5518 vez(es)
  • Enviou: 5906 vez(es)
  • +7145/-9528
Re: PIGS e Portugal
« Responder #59 em: Abril 16, 2010, 10:15:33 am »
o artigo original de que tanto se fala:
Citar
April 15, 2010, 6:21 am
The Next Global Problem: Portugal
By PETER BOONE AND SIMON JOHNSON

Gonçalo Santos for The New York Times Prime Minister José Sócrates is trying to reassure world markets that he can bring down Portugal’s deficit.

10:17 a.m. | Updated
Today's Economist

Peter Boone is chairman of the charity Effective Intervention and a research associate at the Center for Economic Performance at the London School of Economics. He is also a principal in Salute Capital Management Ltd.  Simon Johnson, the former chief economist at the International Monetary Fund, is the co-author of  13 Bankers.

The bailout of Greece, while still not fully consummated, has brought an eerie calm in European financial markets.

It is, for sure, a huge bailout by historical standards.  With the planned addition of International Monetary Fund money, the Greeks will receive 18 percent of their gross domestic product in one year at preferential interest rates.  This equals 4,000 euros per person, and will be spent in roughly 11 months.

Despite this eye-popping sum, the bailout does nothing to resolve the many problems that persist.  Indeed, it probably makes the euro zone a much more dangerous place for the next few years.

Next on the radar will be Portugal.  This nation has largely missed the spotlight, if only because Greece spiraled downward. But both are economically on the verge of bankruptcy, and they each look far riskier than Argentina did back in 2001 when it succumbed to default.

Portugal spent too much over the last several years, building its debt up to 78 percent of G.D.P. at the end of 2009 (compared with Greece’s 114 percent of G.D.P. and Argentina’s 62 percent of G.D.P. at default).  The debt has been largely financed by foreigners, and as with Greece, the country has not paid interest outright, but instead refinances its interest payments each year by issuing new debt.  By 2012 Portugal’s debt-to-G.D.P. ratio should reach 108 percent of G.D.P. if the country meets its planned budget deficit targets.  At some point financial markets will simply refuse to finance this Ponzi game.

The main problem that Portugal faces, like Greece, Ireland and Spain, is that it is stuck with a highly overvalued exchange rate when it is in need of far-reaching fiscal adjustment.

For example, just to keep its debt stock constant and pay annual interest on debt at an optimistic 5 percent interest rate, the country would need to run a primary surplus of 5.4 percent of G.D.P. by 2012.  With a planned primary deficit of 5.2 percent of G.D.P. this year (i.e., a budget surplus, excluding interest payments), it needs roughly 10 percent of G.D.P. in fiscal tightening.

It is nearly impossible to do this in a fixed exchange-rate regime — i.e., the euro zone — without vast unemployment.  The government can expect several years of high unemployment and tough politics, even if it is to extract itself from this mess.

Neither Greek nor Portuguese political leaders are prepared to make the needed cuts.  The Greeks have announced minor budget changes, and are now holding out for their 45 billion euro package while implicitly threatening a messy default on the rest of Europe if they do not get what they want — and when they want it.

The Portuguese are not even discussing serious cuts.  In their 2010 budget, they plan a budget deficit of 8.3 percent of G.D.P., roughly equal to the 2009 budget deficit (9.4 percent).  They are waiting and hoping that they may grow out of this mess — but such growth could come only from an amazing global economic boom.

While these nations delay, the European Union with its bailout programs — assisted by Jean-Claude Trichet’s European Central Bank — provides financing.  The governments issue bonds; European commercial banks buy them and then deposit these at the European Central Bank as collateral for freshly printed money.  The bank has become the silent facilitator of profligate spending in the euro zone.

Last week the European Central Bank had a chance to dismantle this doom machine when the board of governors announced new rules for determining what debts could be used as collateral at the central bank.

Some anticipated the central bank might plan to tighten the rules gradually, thereby preventing the Greek government from issuing too many new bonds that could be financed at the bank.  But the bank did not do that.  In fact, the bank’s governors did the opposite:  they made it even easier for Greece, Portugal and any other nation to borrow in 2011 and beyond.  Indeed, under the new lax rules you need only to convince one rating agency (and we all know how easy that is) that your debt is not junk in order to get financing from the European Central Bank.

Today, despite the clear dangers and huge debts, all three rating agencies are surely scared to take the politically charged step of declaring that Greek debt is junk.  They are similarly afraid to touch Portugal.

So what next for Portugal?

Pity the serious Portuguese politician who argues that fiscal probity calls for early belt-tightening.  The European Union, the European Central Bank and the Greeks have all proven that the euro zone nations have no threshold for pain, and European Union money will be there for anyone who wants it.  The Portuguese politicians can do nothing but wait for the situation to get worse, and then demand their bailout package, too.  No doubt Greece will be back next year for more.  And the nations that “foolishly” already started their austerity, such as Ireland and Italy, must surely be wondering whether they too should take the less austere path.

There seems to be no logic in the system, but perhaps there is a logical outcome.

Europe will eventually grow tired of bailing out its weaker countries.  The Germans will probably pull that plug first.  The longer we wait to see fiscal probity established, at the European Central Bank and the European Union, and within each nation, the more debt will be built up, and the more dangerous the situation will get.

When the plug is finally pulled, at least one nation will end up in a painful default; unfortunately, the way we are heading, the problems could be even more widespread.

Update: An earlier version of this post had an incorrect number for Portugal’s planned budget deficit in 2010. It is 8.3 percent, not 9.3 percent.
http://economix.blogs.nytimes.com/2010/ ... gal&st=cse
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas