II Guerra Mundial: Franco planeou invadir Portugal

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Hoomer Simpson

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« Responder #15 em: Maio 24, 2008, 09:27:53 pm »
Si garrulo, da Galiza...
"Two beer or not two beer...That's the question¡"
 

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papatango

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« Responder #16 em: Maio 25, 2008, 01:09:10 am »
Citação de: "Zocuni"
Essa história dos planos de invadir Portugal,é mais velho que andar para a frente.Isso é mais que comprovado,felizmente na altura e por muito que custe a certos foristas éramos muito melhor governados e nunca nada nos aconteceu.
Efectivamente, os planos espanhóis são mais velhos que andar para a frante.
No entanto, quando procuramos tópicos mais antigos neste mesmo fórum, ainda se encontravam espannhóis há dois ou três anos atrás que dizia que isso era mentira.


Quanto ao governo da altura, não compartilho da mesma opinião. Não ponho em causa que o governo do Salazar provavelmente foi o melhor que poderia ter sido, considerando a trapalhada da I república e a confusão em que o país estava.

Já no que respeita à questão militar, a coisa era dramática.

Para dar um exemplo:

Portugal tinha na prática três divisões de infantaria e apenas uma dessas divisões estava minimamente armada.

Quando da invasão da Bélgica, da França e da Holanda, só o exército Belga tinha 18 (dezoito) divisões e mesmo assim foi rapidamente empurrado para o mar.

É evidente que em Portugal, a geografia e a orografia além das péssimas estradas atrasariam qualquer inimigo, mas curiosamente os generais também achavam que o país necessitava de 12 a 18 divisões para se poder defender.

O plano de reequipamento naval não prosseguiu como esperado e acabou sendo apenas parcialmente cumprido e em contra-partida o reequipamento do exército começou tarde e a más horas.

Em 1940 Portugal não tinha um único tanque e pior que isso não tinha canhões anti-tanque para a infantaria. Havia munições apenas para dois ou três dias de combate e depois tínhamos que utilizar pedras.

A única arma que na altura se podia considerar minimamente moderna era uma que hoje é a que está em pior estado.
Tratava-se da artilharia antiaérea, pois Lisboa e Porto estavam relativamente bem protegidas.


A artilharia de costa existia e até tinha peças em posições estratégicas importantes, mas não tinha munições para mais que uma dúzia de disparos por peça.

Na força aérea estávamos restritos a uma esquadra de 15 Gloster Gladiator.

Se os espanhóis nos invadissem, os militares consideravam que seria possível atrasa-los por algum tempo até que o governo fugisse para os Açores.
Se o ataque fosse feito pelos alemães, depois do Blitzkrieg que mostrou a capacidade das suas forças paraquedistas[1], considerava-se que provavelmente nem o governo poderia ser evacuado.

Portanto, o problema para Hitler era o de evitar criar mais uma frente em território europeu.
Uma invasão de Portugal e a passagem de tropas alemãs pela Espanha, um país que havia um ano tinha acabado uma guerra civil devastadora, mas onde poderia haver resistência, era uma ideia de que Hitler não gostava.

Depois, Hitler era um estudioso de Napoleão.
Quando foi a Paris na sua única visita ao exterior, visitou o tumuo de Napoleão e sabe-se que conhecia perfeitamente as memórias de Napoleão.

Quem tiver estudado as memórias de Napoleão, entende que não foi na Rússia que ele perdeu a guerra. Foi na peninsula ibérica.
O mais provável é que Hitler quisesse evitar o que se poderia tornar um vespeiro, onde ele teria que investir demasiadas forças, o que ele não queria fazer pois já planeava a acção contra a URSS.

Logo, a não participação de Portugal na guerra tem muito pouco a ver com a gestão de Salazar depois do fim da guerra em Espanha.
O que Salazar fez, foi apoiar Franco, porque achava (e bem) que só assim  poderia manter os alemães fora da península e evitar que Portugal se envolvesse na guerra.


[1] Na verdade este medo seria em principio exagerado, pois os alemães efectuaram lançamentos de paraquedistas em áreas praticamente sem defesa antiaérea. Como a antiaérea era a melhor coisita que tínhamos, provavelmente os alemães não tentariam nada disso, até que percebessem que se nos tinham acabado as munições.


Cumnprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Ataru

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« Responder #17 em: Maio 25, 2008, 01:18:17 am »
Quando ajudamos o Franco deviamos era ter pedido Olivença de volta...
Greater Portugal = Portugal + Olivença + Galiza and the Eonavian Region + border villages that speak galaico-portuguese dialects + Cape Verde + St. Tomé and Principe + Cabinda + Timor
 

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Kawa

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« Responder #18 em: Maio 25, 2008, 02:14:36 am »
Papatango non comece a falsear a historia, en 1936 ninguén pensaba que os alemáns fosen a chegar sequera á peninsula ibérica, os británicos seguían a ver a Hitler como un baluarte seguro contra o comunismo por eso non apoiaron ós franceses despois de que Alemania remilitarizase o Rhin, e Francia ó atoparse sóa decideu non fazer nada.

Salazar apoiou ós nacionais por que en caso de victoria republicana podía ter problemas en Portugal con un país como mínimo socialista ó lado, non digamos de ser comunista.

Ataru, se chegan a pedir Olivenza a Franco como pago este mandaos a tomar vento :twisted:
 

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P44

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« Responder #19 em: Maio 25, 2008, 11:57:51 am »
Citar
Depois, Hitler era um estudioso de Napoleão.


deve se ter baldado ás aulas acerca da Invasão da Rússia :mrgreen:
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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papatango

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« Responder #20 em: Maio 25, 2008, 12:28:33 pm »
Citação de: "kawa"
Papatango non comece a falsear a historia, en 1936 ninguén pensaba que os alemáns fosen a chegar sequera á peninsula ibérica,

Está a falar de quem e do quê ?
Quem está a falar de 1936 ?
Estamos a falar da situação em 1940. A guerra civil espanhola acabou na primavera de 1939.

Ou nem isso vos ensinam na escola ?  :shock:
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papatango

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« Responder #21 em: Maio 25, 2008, 12:35:42 pm »
Citação de: "P44"
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Depois, Hitler era um estudioso de Napoleão.

deve se ter baldado ás aulas acerca da Invasão da Rússia :mrgreen:
Por acaso não se baldou.
Napoleão tomou Moscovo.
Hitler esperava chegar mais longe por causa do exército mecanizado de que dispunha.
E como ao contrário de Napoleão ele pensava tomar Moscovo entre o fim de Agosto de o inicio de Setembro de 1941. Hitler  contava com a queda da URSS e do governo comunista centralizado até aos primeiros dias de Outubro de 1941.

As palavras de Hitler foram: «12 semanas e a casa podre cairá.»
A casa estava de facto podre, o problema é que a casa era muito maior que o que ele alguma vez pensou que fosse.
A parte da frente ruiu, mas as restantes divisões da casa aguentaram.

E  aí sim, ele não tirou ilações devidas.
Mas depois da ofensiva russa de 1941, e de os alemães terem resistido a ela, Hitler voltou a achar que era melhor que Napoleão. Onde Napoleão tinha caido e retrocedido abandonando Moscovo, Hitler aguentou durante o Inverno até voltar a atacar, nessa altura em direcção a Estalinegrado.
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legionario

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« Responder #22 em: Maio 25, 2008, 01:03:08 pm »
Nesta coisa dos antepassados...nao deve haver muitas familias portuguesas que nao tenham tronco comum com outras familias hispanicas!
Se nao tivesse havido a revolta de 1640, hoje fariamos parte dum so estado peninsular !  
Os estados alemaes unificaram-se com o Bismark e os italianos com o Garibaldi...e hoje eles nao me parecem menos felizes ou menos ricos do que nos.
Eu sou fortemente nacionalista, mas repugna-me menos uma aliança peninsular do que o desaparecimento da nossa identidade no processo de globalizaçao .
 

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papatango

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« Responder #23 em: Maio 25, 2008, 02:55:20 pm »
Os estados  alemães partilhavam uma cultura e uma língua comum, e mesmo assim, a Áustria não fez parte dessa realidade.
Na peninsula ibérica não só há culturas diferentes como línguas diferentes, que definem e delimitam essas culturas de uma forma ainda mais vincada.
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legionario

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« Responder #24 em: Maio 25, 2008, 03:17:45 pm »
Citação de: "papatango"
Os estados  alemães partilhavam uma cultura e uma língua comum, e mesmo assim, a Áustria não fez parte dessa realidade.
Na peninsula ibérica não só há culturas diferentes como línguas diferentes, que definem e delimitam essas culturas de uma forma ainda mais vincada.


Na realidade nao é bem assim, os estados alemaes (Baviera, Saxe, Prussia, etc) têm diferenças na lingua que se podem comparar às diferenças que existem entre algumas linguas peninsulares (exceto talvez o basco). Existem na verdade varios dialectos germanicos.

Ja houve uma altura em que partilhamos a mesma lingua com outras regioes de Espanha...a evoluçao fez o resto...

Longe de mim defender uma uniao iberica, mas nao posso deixar de imaginar o que seria um bloco que incluisse os paises lusofonos e hispanicos. Nao me refiro a um bloco monolitico, mas a um lobby de interesses que fizesse contrapeso aos blocos anglo-saxao, arabe, chines, etc
 

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papatango

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« Responder #25 em: Maio 25, 2008, 08:27:25 pm »
Com diferenças de sotaque, a Baviera, a Saxónia ou a finada e quase desaparecida Prússia, bem assim como a Áustria são estados que falam a língua alemã.

Podem falar com sotaque diferente, sem dúvida. O sotaque dos Alpes bávaros é fácil de distinguir do alemão do norte, mas é alemão.

O português/galego, é uma lingua diferente do castelhano, não uma derivação deste

O catalão, em muitos casos parece-se muito mais com o francês que o castelhano.

O basco, esse não se parece com coisa absolutamente nenhuma, parece-se com o basco, e só.

As comunidades de interesses podem ser criadas conforme os interesses geoestratégicos dos países, mas estão condenadas à morte, quando se assume que uma cultura deve sobrepor-se às outras para que tal comunidade possa funcionar.

Foi o que aconteceu na vizinha Espanha. E é essa a razão de muitas das discussões que temos tido aqui.
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Kawa

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« Responder #26 em: Maio 25, 2008, 11:44:52 pm »
Citação de: "papatango"
Citação de: "kawa"
Papatango non comece a falsear a historia, en 1936 ninguén pensaba que os alemáns fosen a chegar sequera á peninsula ibérica,
Está a falar de quem e do quê ?
Quem está a falar de 1936 ?
Estamos a falar da situação em 1940. A guerra civil espanhola acabou na primavera de 1939.

Ou nem isso vos ensinam na escola ?  :twisted: , por eso é que España non entrou na guerra, Hitler ofrecía promesas a discutir DESPOIS de finalizar a guerra, e Franco precisaba de algo INMEDIATO para convencer ós generales de que podía ser bom entrar en guerra do lado de Alemania.