Aviões para substituir C130 estão em risco: Embraer subiu o preçoO chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) admitiu esta quarta-feira, na Comissão Parlamentar de Defesa, que as negociações com a Embraer para a compra de cinco aviões KC390 e de um simulador, para substituir os Hércules C130, estão a registar dificuldades "inesperadas" - e podem comprometer a aquisição. A negociação está a tornar-se "difícil", admitiu aos deputados o general Manuel Rolo. Depois de ter firmado uma joint venture com a norte-americana Boeing,
a empresa brasileira subiu o preço previsto em 120 milhões de euros, avançou o CEMFA, face aos 830 milhões de euros que estão previstos na Lei de Programação Militar que será debatida para a semana no hemiciclo. O Estado português não poderá ir além desse valor.
"O Estado português não quer ultrapassar este montante", disse o general da apresentação inicial. "Começa a prevalecer a opinião de que se a Embraer não vier para este montante, o Estado portugues terá de encontrar uma alternativa". O CEMFA disse que "está a decorrer a negociação para a possivel aquisição", mas que "não está fácil". E especificou: "A equipa de negociação tem pela frente uma Embrar a pedir muito mais do que razoavelmente esperaríamos".
Embora diga acreditar que ainda se possa "encontrar uma solução de compromisso para a Força Aérea e o Estado português", o general Rolo até apontou as aeronaves que podem substituir o programa que estava pré-estabelecido com os brasileiros.
"O plano B que pode haver é olhar para outras aeronaves que há no mercado. As que me ocorrem é o C130J e o A400M". O Airbus é um projeto cooperativo europeu "em que Portugal já esteve e saiu". Mas nenhum dos aviões satisfaz plenamente a Força Aérea como a primeira opção. Se o A400M "tem tido muitos problemas para se consolidar em termos de consistência operacional", segundo o general Rolo, "o C130J é uma aeronave muito mais atualizada e que corresponde aos designios" da Força Aérea embora não tenha as mesmas potencialidades. Também é mais barato.Se o projeto dos KC390 falhar, poderá ter consequências colaterias nos investimentos da Embraer no cluster aeronáutico de Évora à OGMA, confidenciava um deputado ao Expresso.
O CEMFA também assumiu a existência de "subfinanciamento" em várias capacidades, como no transporte tático e busca e salvamento, e disse que
essas necessidades seriam colmatadas com a venda de mais cinco aviões F16. Segundo o general, Portugal ainda não está em risco de deixar de ser relevante no quadro intenacional nem estão comprometidas as missões nacionais, "mas é preciso encontrar uma fonte de financiamento. Esta hipótese dea alienação está a ser considerada", confirmou o chefe militar.
Fonte:
https://expresso.sapo.pt/politica/2019-01-16-Avioes-para-substituir-C130-estao-em-risco-Embraer-subiu-o-preco