Rússia

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André

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« Responder #60 em: Novembro 25, 2007, 12:01:18 am »
Garry Kasparov condenado a cinco dias de cadeia

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Um tribunal moscovita condenou hoje o antigo campeão mundial de xadrez Garry Kasparov por ter liderado uma manifestação da oposição.

Kasparov estava entre as dezenas de pessoas detidas na sequência de confrontos entre efectivos da polícia de choque e críticos do Kremlin, após uma manifestação, denominada "Marcha dos Discordantes", que juntou cerca de três mil pessoas.

Os participantes da marcha, organizada pela Frente Cívica Unida, União das Forças de Direita e outras organizações da oposição liberal ao Presidente Vladimir Putin, tinham recebido autorização para se manifestarem num comício na Avenida Sakharova, mas tentaram romper os cordões policiais para chegarem ao edifício da Comissão Eleitoral Central da Rússia e entregar a resolução aprovada no comício.

Além de Kasparov, a polícia deteve Eduard Limonov, dirigente do Partido Nacional-Bolchevique, Ilia Iachin, dirigente da organização juvenil do Partido Iabloko, Lev Ponomariov, membro da organização "Pelos Direitos Humanos", e Maria Gaidar, filha do antigo primeiro-ministro russo, o liberal Iegor Gaidar.

A "Marcha dos Discordantes" deveria ter-se realizado noutras regiões da Rússia, mas isso não aconteceu devido às medidas tomadas por orgãos do Estado que detiveram antecipadamente alguns dirigentes da oposição.

Lusa

 

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André

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« Responder #61 em: Novembro 25, 2007, 01:47:52 pm »
Polícia de choque volta a carregar sobre opositores de Putin

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Dezenas de manifestantes foram hoje detidos pela polícia de choque em São Petersburgo durante uma marcha proibida pelas autoridades locais, um dia após a detenção de Gary Kasparov.

Cerca de duzentos manifestantes juntaram-se perto da sede do partido liberal Iabloko e tencionavam avançar para a Dvortsovaia Plochad (Praça do Palácio), praça central da cidade natal do presidente Putin.

Segundo o correspondente do jornal electrónico fontanka.ru, os manifestantes avançavam com cravos brancos nas mãos e pelos passeios, para deixar a polícia sem pretexto para os deter.

Porém, alguns dos manifestantes levantaram bandeiras do Partido Nacional-Bolchevique, proibido pelos tribunais, e a polícia de choque lançou a primeira carga.

As forças policiais, que, segundo repórteres no local, ocuparam praticamente todo o centro da segunda maior cidade russa, fizeram dezenas de detenções, incluindo Leonid Grozman, deputado da Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento russo, Olga Kurnossova, dirigente da organização de São Petersburgo da Frente Cívica Unida, o dirigente local do Partido Iabloko, Maksim Reznik, e a dirigente do Comité das Mães dos Soldados, Ella Poliakova.

«Trara-se de uma operação militar. Isto significa que há muita gente que não quer viver no São Petersburgo de Putin», declarou Olga Kurnossova.

Um responsável da polícia de São Petersburgo, citado pela agência Itar-Tass, confirmou «numerosas dezenas de interpelações», acrescentando que os tribunais decidirão as sanções contra eles: «multas ou prisão».

Os manifestantes, gritando: «Esta cidade é nossa!», fizeram novas tentativas de chegar à Praça do Palácio, mas foram recebidos por novos destacamentos da polícia de choque, que fez mais detenções.

Entre os detidos encontravam-se pelo menos dois jornalistas, escreve o correspondente do jornal fontanka.ru.

A polícia de choque deteve também Boris Nemtsov, um dos dirigentes da União das Forças de Direita, acção que foi recebida pelos manifestantes com os gritos: «Liberdade para Nemtsov! Rússia sem Putin!».

A «Marcha dos Discordantes» em São Petersburgo começou às 9h (TMG), um dia depois de uma manifestação semelhante em Moscovo se ter saldado pela detenção do campeão do mundo de xadrez, Garri Kasparov, e pela sua condenação a cinco dias de prisão.

O mais conhecido opositor de Putin acusou o tribunal de não lhe ter permitido o acesso ao seu advogado, bem como de outras violações do Código Processual. Kasparov foi julgado no mesmo tribunal que condenou o magnata Mikhail Khodorkovski, dono da empresa petrolífera YUKOS, outro opositor de Putin, a sete anos de prisão.

Lusa / SOL



 

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« Responder #62 em: Novembro 27, 2007, 11:20:31 pm »
Opositores de Putin juntam esforços no ciberespaço

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A campanha eleitoral para as próximas eleições parlamentares russas deste fim-de-semana, onde o actual presidente Vladimir Putin concorre ao cargo de primeiro-ministro, está a ser travada no ciberespaço. Esta é uma das alternativas encontradas pelos opositores de Putin para tentarem contornar os Media, que sofrem um grande controlo por parte do Estado.

De acordo com a AFP os blogues e alguns sites russos estão a ser utilizados pelos opositores do presidente para divulgarem as suas mensagens, vendo na Rede um meio de fugirem às malhas que apertam os meios de comunicação social do país.

Em declarações à agência noticiosa o líder da juventude do partido da oposição Yabloko, Ilya Yashin, sublinhou que «a Internet é o nosso último bastião, o nosso último espaço para uma comunicação aberta».

Este político é um dos opositores de Putin que mais tem utilizado ferramentas como blogues para promover a sua luta.

Um dos exemplos é um vídeo, que também colocou no YouTube, onde surge uma falsa auto imolação realizada por jovens em frente ao Kremlin.

Já um grupo de activistas anti-Putin criou o blogue «Putin’s plan» onde surge outro vídeo, com uma banda sonora de reggae onde se podem ver imagens de tanques, polícia de choque ou uma imagem do presidente a fumar marijuana com a legenda «Vai tudo ficar bem».

Por outro lado a candidata Maria Gaidar, do partido Union for Right Forces, optou por utilizar o ciberespaço para colocar uma montagem onde compara os congressos do partido comunista soviético aos encontros do partido United Russia de Putin.

No final do vídeo a candidata defende que «a liberdade de expressão está a ser sufocada e o partido no poder tem o monopólio do espaço político».

Mesmo assim Ilya Yashin não acredita que existam «blogues suficientes para criar uma opinião pública alternativa à escala nacional», isto num país onde apenas uma em cada quatro pessoas tem acesso à Internet.

Quem também está a utilizar a Internet são os defensores de Putin, que criaram outras páginas de elogio ao chefe de Estado destinadas aos jovens urbanos habituados a navegar na blogosfera.

Num desses sites, denominado «Putin’s Adventure», o presidente da Rússia aparece em imagens como uma pescaria na Sibéria ou a cavalo ao som da banda sonora do filme «O Bom, o Mau e o Vilão».

SOL

 

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oultimoespiao

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« Responder #63 em: Novembro 27, 2007, 11:48:05 pm »
Os nomes mudam... mas as pessoas sao as mesmas!
 

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« Responder #64 em: Novembro 29, 2007, 10:51:32 pm »
Kasparov deixa prisão e faz alerta sobre ditadura na Rússia

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O ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov afirmou hoje, ao deixar a prisão onde passou cinco dias detido por organizar um protesto ilegal de oposição ao governo, que a Rússia corre o risco de se tornar uma ditadura.
A polícia deteve Kasparov no fim de semana, quando participava numa manifestação do lado de fora da sede do comité eleitoral central.

O protesto relacionava-se com as eleições parlamentares de domingo, as quais, afirmam os opositores do presidente Vladimir Putin, serão manipuladas a favor deste.

Em declarações aos jornalistas depois de ter sido libertado, Kasparov pediu a atenção do mundo para a repressão dos manifestantes na Rússia.

«Espero que as pessoas em todo o mundo possam ver o que acontece com activistas de oposição na Rússia... Este regime está a entrar numa fase perigosa de se tornar uma ditadura».

As autoridades russas consideram Kasparov e os seus seguidores como radicais perigosos que tentam minar a estabilidade política do país.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #65 em: Novembro 30, 2007, 02:58:13 pm »
Putin assina saída do Tratado das Forças Convencionais

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O Presidente Vladimir Putin assinou esta manhã o decreto que suspende a participação da Rússia no Tratado das Forças Convencionais na Europa (FCE), anunciou o serviço de imprensa do Kremlin.
A lei tinha sido adoptada pela Duma (câmara baixa do parlamento russo) a 7 de Novembro e aprovada a 16 pelo Conselho da Federação (câmara alta).

A Rússia, que tem manifestado preocupação pela proximidade das forças da NATO junto das suas fronteiras e pelo projecto de escudo norte-americano antimísseis no Leste europeu, anunciara a sua intenção de denunciar a 12 de Dezembro o tratado FCE, por ausência de ratificação, pelos países da NATO, da versão revista do documento.

O tratado FCE foi assinado em 1990 pelos países da NATO e do Pacto de Varsóvia, um ano antes da implosão da URSS.

Este tratado, que limita a presença de carros de combate, aviões e armas pesadas no continente europeu, foi «adaptado» em 1999, em Istambul, para ter em conta o desaparecimento do bloco soviético.

Os países da NATO, no entanto, não ratificaram a versão revista em Istambul, por causa da manutenção de tropas russas nas regiões separatistas pró-russas da Geórgia e da Moldávia, duas repúblicas ex-soviéticas.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #66 em: Dezembro 01, 2007, 10:48:57 pm »
Putin acusado de pressionar eleitores

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Os liberais russos acusam o actual presidente de abuso de poder, dizendo que as autoridades do país estão a intimidar os opositores.

As eleições parlamentares de amanhã deverão cimentar a liderança de Vladimir Putin, mesmo deixando a presidência.

Legalmente, Putin não pode governar por um novo mandato presidencial – este termina no próximo ano – mas é ele quem encabeça a lista "Rússia Unida", que deverá colher mais votos, permitindo ao actual líder manter a sua influência.

Na quinta-feira, o presidente russo usou os maiores canais televisivos para apelar aos eleitores em favor da "Rússia Unida", o que causou grande desagrado nos poucos opositores que se assumem como tal.

Sergei Mitrokhin, deputado liberal, já se manifestou a esse respeito: «Queixei-me à Comissão Central de Eleições sobre o discurso de campanha do presidente na quinta-feira. Isso é uma violação flagrante da legislação, um abuso da posição no interesse de um partido».

Nem Kremlin nem a "Rússia Unida" se pronunciaram a este respeito, mas o responsável pelo processo eleitoral, Vladimir Churov, legitima o acto de Putin, dizendo que tem o direito a fazer campanha, uma vez que integra uma das listas.

A campanha foi marcada pelas detenções de líderes da oposição e por acções de campanha interrompidas pelas forças de segurança, que tiveram quase tanto protagonismo como o urso polar que fez de mascote à lista de Putin.

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« Responder #67 em: Dezembro 02, 2007, 08:33:57 pm »
Sondagens dão vitória confortável a partido de Putin

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Sondagens à boca das urnas vieram confirmar o que já era esperado: uma vitória confortável do Partido Rússia Unida, cujo cabeça-de-lista é o Presidente Putin, com cerca de 61% dos votos.

Segundo estes estudos, mais três partidos superaram a barreira de sete por cento dos votos, que permite eleger deputados.

O Partido Comunista da Federação da Rússia pode conseguir 11,5% dos votos, o Partido Liberal Democrático 8,8% e o Partido Rússia Justa 8,4%.

Os restantes partidos ficarem muito aquém dos sete por cento.

A afluência às urnas, segundo dados da Comissão Eleitoral Central da Rússia, foi superior a 60%.

Nas eleições parlamentares de 2003, votaram 55,75% dos eleitores inscritos.

O recorde de afluência registou-se na Tchetchénia, no Cáucaso do Norte, onde votaram 99 por cento dos inscritos.

Organizações não governamentais e partidos da posição ao Presidente Putin falam em milhares de casos de violações da lei eleitoral russa.

O Centro de Informação Independente recebeu mais de duas mil queixas de eleitores contra a actuação das autoridades e das comissões eleitorais locais.

«O número de violações ultrapassa todas as normas permitidas. Um grupo de advogados nossos já começou a preparar queixas a apresentar ao Supremo Tribunal a fim de contestar os resultados da votação sem esperar a contagem de votos», declarou Vadim Soloviov, dirigente do serviço jurídico do Partido Comunista da Rússia.

A Comissão Eleitoral Central da Rússia reconhece «irregularidades» na votação em algumas regiões do país, mas recusa a acusação de «ilegalidades em massa».

Os russos elegeram hoje 450 deputados da Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento da Rússia em 96 mil mesas de voto no país e em 358 em 141 países estrangeiros.

Vladimir Putin transformou estas eleições parlamentares num referendo em relação à sua política, dando-lhe, como ele afirmou durante a campanha eleitoral, o «direito moral» de continuar a influir na política russa depois de abandonar o cargo de Presidente da Rússia em Maio do ano que vem.

Segundo a Comissão Eleitoral Central, os dados oficiais definitivos das eleições parlamentares serão publicados no dia 05 de Dezembro.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #68 em: Dezembro 02, 2007, 08:54:18 pm »
Polícia de choque bloqueia praças centrais de Moscovo

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A polícia de choque russa (OMON) bloqueou hoje à noite as principais praças do centro da capital russa pouco depois de começarem a ser divulgados os primeiros resultados das eleições parlamentares, receando manifestações da oposição.

Pouco depois das 21 horas em Moscovo (18:00 TMG), hora em que fecharam as últimas urnas na Rússia e em que foram anunciados os primeiros resultados das eleições parlamentares, agentes da OMON bloquearam as praças onde a oposição realiza os seus tradicionais comícios e manifestações de protesto contra a política do presidente Putin.

Com a ajuda de camiões e autocarros, a polícia cercou as praças Manejnaia, Teatralnaia, Puchkinskaia e Lubianka.

Guennadi Ziuganov, dirigente do Partido Comunista, que poderá conquistar cerca de 11 por cento dos votos, já anunciou manifestações de protesto para segunda-feira em Moscovo, contra o que considera "resultados empurrados para encaixar num esquema predeterminado, que não corresponde às disposições da opinião pública, nem à realidade no país".

"Quero chamar a atenção do poder: parem, estão pura e simplesmente a violar o país", preveniu o dirigente comunista.

Nikita Belikh, dirigente da União das Forças de Direita, partido liberal que não foi além do 1,3 por cento dos votos, anunciou também que vai recorrer aos tribunais para contestar os resultados das eleições de hoje.

"Estas foram as eleições mais sujas da História da Rússia, onde se realizaram violações da lei eleitoral sem precedentes", considerou Belikh.

Lusa

 

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« Responder #69 em: Dezembro 03, 2007, 09:27:27 am »
Resultados confirmam vitória de Vladimir Putin

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O Partido Rússia Unida, cujo cabeça de lista era Vladimir Putin, conquistou 64,1 por cento dos votos, contados que estão 98 por cento dos boletins, anunciou hoje a Comissão Eleitoral Central da Rússia.
Mais três partidos superaram a barreira dos 7 por cento, que permite a eleição de deputados da Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento russo.

O segundo lugar é ocupado pelo Partido Comunista com 11,6 por cento, seguindo-se o Partido Liberal Democrático, do ultranacionalista Vladimir Jirinovski, com 8,2 por cento, e o Partido Rússia Justa, com 7,8 por cento.

Os restantes sete partidos participantes no escrutínio não conseguiram eleger deputados.

O Partido Agrário obteve 2,3 por cento, o Partido Iabloko - 1,6, o Partido Força Cívica - 1,1, a União das Forças de Direita - 01, o Partido Patriotas da Rússia - 0,9 por cento, o Partido da Justiça Social - 0,2% e o Partido Democrático - 0,1 por cento.

Os resultados oficiais, segundo anunciou Vladimir Tchurov, presidente da Comissão Eleitoral Central, serão publicados no dia 07 ou 08 de Dezembro.

A afluência às urnas foi de cerca de 62 por cento, maior do que nas parlamentares de 2003, quando votaram 55,75 por cento.

Nas repúblicas do Cáucaso do Norte registou-se uma afluência e unanimidade inéditas.

Na Tchetchénia, 99,54 por cento participaram no escrutínio, dos quais 99 por cento votaram na Rússia Unida.

Na vizinha Inguchétia, a afluência foi superior a 98 por cento dos inscritos, dos quais quase 99 votaram no partido do Presidente Putin.

Boris Grizlov, um dos dirigente da Rússia Unida, considerou estes resultados uma vitória de Vladimir Putin «na primeira volta».

A Constituição não permite a Putin recandidatar-se ao cargo de Presidente e ele próprio afirmou várias vezes que não iria participar nas presidenciais de 02 de Março de 2008, mas declarou que uma forte vitória da Rússia Unida lhe dará «direito moral» de continuar a influenciar a política russa.

Após a revelação dos resultados preliminares, os dirigentes da Rússia Unida esperavam Vladimir Putin na sede do partido, mas o Presidente nem apareceu, nem fez qualquer declaração.

Segundo a rádio Eco de Moscovo, o automóvel de Putin já ia a meio do caminho, mas o líder russo decidiu dar meia volta e regressar à sua casa de campo.

A oposição ao Kremlin fala em «eleições mais sujas da História da Rússia».

O Partido Comunista da Federação da Rússia (PCFR) já anunciou que irá contestar os resultados no Supremo Tribunal do país.

Ivan Melnikov, vice-presidente do PCFR, admitiu a possibilidade de os comunistas renunciarem aos mandatos a fim de provocar novas eleições«.

»Se isso conduzir automaticamente à realização de novas eleições, essa possibilidade será seriamente ponderada«, afirmou.

Além disso, os comunistas anunciam acções de protesto para 04, 05 e 06 de Dezembro em várias regiões da Rússia.

A coligação »Outra Rússia«, que boicotou as eleições, está a convocar os seus apoiantes para a realização, hoje, de concentrações em Moscovo e São Petersburgo.

»Venham manifestar luto pelo estrangulamento definitivo da liberdade política no país« - apela a organização dirigida por Garri Kasparov, antigo campeão do mundo de xadrez e um dos mais destacados opositores à política do Kremlin.

«Tragam sinais de luto como fitas e lenços pretos, velas ou número par de cravos (símbolo de luto na Rússia) - lê-se no apelo.

O economista Andrei Illarionov, antigo conselheiro do Presidente Putin, considerou o resultado do escrutínio um «sério fracasso» do Kremlin.

«Nestas eleições, votaram em Putin 42 milhões de pessoas, enquanto que, há quatro anos atrás, ele recebeu 49 milhões de votos» - afirmou Illarionov.

«O Presidente recebeu o apoio de 37-38 por cento da população do país e compreende perfeitamente que isso é um fracasso monstruoso, não só das eleições, mas também de todo o sistema» - acrescentou.

Segundo Illarionov, a Putin nada mais resta do que «avançar para o terceiro mandato, e isso significa que os riscos de violência serão incomparavelmente maiores».

Em Moscovo, um alto responsável do Conselho da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) criticou hoje as legislativas de domingo na Rússia, considerando que o poder executivo «quase elegeu por completo o parlamento».

Kimmo Kiljunen, vice-presidente da Assembleia Parlamentar da OSCE, disse que é problemática a mistura entre o poder executivo e os partidos.

«É problemático que o presidente seja cabeça de lista de um partido e acabe por não entrar no parlamento, o mesmo acontecendo a vários governadores», referiu.

Para o observador da OSCE, não houve discussão política nestas eleições legislativas

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #70 em: Dezembro 03, 2007, 03:56:19 pm »
Escrutínio não correspondeu aos critérios aceites na Europa

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Os observadores da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) declararam hoje que as eleições legislativas não corresponderam aos padrões europeus.
«É nossa opinião de que estas eleições não podiam corresponder a muitos critérios de eleições, aceites na Europa. Por isso, não podemos chamar-lhes livres», declarou Joran Lennmarker, chefe da missão de observadores da Assembleia Parlamentar da OSCE.

«As eleições na Rússia não foram justas», considerou também Luke van den Brande, chefe da missão de observadores da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.

«No país não existe divisão real de poderes. Não foram eleiçõe como tais, mas um referendo a favor do Presidente», acrescentou.

Luke van den Brande afirmou existirem «grandes preocupações quanto ao desenvolvimento da democracia» na Rússia.

«Constatámos diferentes momentos positivos durante a preparação e realização do escrutínio. Mas, ao mesmo tempo, detectámos momentos negativos, que dizem respeito ao segredo da votação», afirmou.

Contactados pela Agência Lusa, João Soares (PS) e António Almeida Henriques (PSD), dois observadores portugueses que trabalharam em São Petersburgo, segunda maior cidade russa, reafirmaram que, pelo que viram, o escrutínio decorreu »dentro da normalidade democrática».

«O que vimos e visitámos mais de 20 secções de voto, mostra que a votação corresponde aos padrões habituais», declarou à Lusa João Soares, presidente da delegação da Assembleia Parlamentar da OSCE.

João Soares disse que «os cadernos eleitorais estavam bem organizados, a identificação dos eleitores era feita de forma capacitada».

«Não é comum ver votar com credenciais (documento que permite a um eleitor votar fora do local de residência). Também não é uma coisa normal ver urnas ambulantes num hospital, mas assistimos a isso e não detectámos anormalidades», acrescentou.

O deputado socialista sublinhou que os observadores da OSCE se encontraram com representantes de vários partidos que participaram nas eleições.

«Um observador do Partido Iabloko fez umas queixas, mas não tinha elementos concretos. Deixei-lhe o número do meu telemóvel para me comunicar infracções concretas», disse.

João Soares afirmou ter telefonado a vários colegas que se encontravam em outras regiões da Rússia, tendo recebido informações de que «as eleições decorreram de forma normal».

António Almeida Henriques, vice-presidente da delegação da Assembleia Parlamentar da OSCE, exprimiu opiniões semelhantes às de João Soares.

«Até ao momento, tudo está ser feito em conformidade com as normas democráticas. Há um aspecto falível: o voto por credencial, mas nada de grave. Observei outros actos eleitorais. A última vez foi na Sérvia e, aqui, as coisas não diferem muito«, acrescentou António Almeida Henriques.

Os observadores da Comunidade de Estados Independentes (CEI), organização que reúne 12 das 15 antigas repúblicas da antiga União Soviética, consideraram, num comunicado divulgado em Moscovo, as eleições »democráticas, livres e transparentes« e apelaram aos outros observadores internacionais a aderir a este ponto de vista.

Contados 98% dos votos, o Partido Rússia Unida obteve 64,1% dos votos, o Partido Comunista conquistou 11,6%, o Partido Liberal Democrático 7,8% por cento e o Partido Rússia Justa 7,8%.

Os restantes sete partidos não conseguiram eleger deputados.

Diário Digital / Lusa

 

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comanche

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« Responder #71 em: Dezembro 07, 2007, 02:29:32 pm »
Rússia: Moscovo deixa de prestar informação no âmbito do Tratado sobre Forças Convencionais na Europa


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Moscovo, 07 Dez (Lusa) - Moscovo vai deixar de informar os restantes países participantes no Tratado sobre Forças Convencionais na Europa sobre o estado das Forças Armadas a partir de 15 de Dezembro, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

O director do Departamento de Segurança e Desarmamento do MNE da Rússia, Anatoli Antonov, disse que este compromisso estava previsto no Tratado sobre Forças Convencionais na Europa, mas será suspenso devido à entrada em vigor da moratória do mesmo tratado, anunciada pelo Kremlin a partir de 12 de Dezembro.

"O Tratado sobre Forças Convencionais na Europa adaptado não vigora. O sistema de troca de informação não entrou em funcionamento. Por enquanto funciona o velho Tratado que foi elaborado entre a NATO e o Tratado de Varsóvia. Tem-se em vista a informação fixada pelos artigos do Tratado. A partir de 15 de Dezembro, não daremos mais informação nenhuma", anunciou Antonov.

A Rússia não aceita que as limitações nos flancos, previstos no Tratado, visem apenas o seu país, declarou.

"Imaginem se (o Presidente dos Estados Unidos) George W. Bush não pudesse deslocar as suas tropas da Califórnia para mais perto de Nova Iorque. Isso é ridículo", frisou o diplomata russo, acrescentando que os países do Báltico, Letónia, Lituânia e Estónia, bem como a Eslovénia, devem também ser participantes do Tratado adaptado sobre Forças Convencionais na Europa.

"Nós também insistimos na elaboração de uma compreensão precisa e clara do que constituem forças armadas consideráveis. Na chamada `zona cinzenta` não devem estar deslocadas forças armadas consideráveis", adiantou Antonov.

Por outro lado, o diplomata russo sublinhou que o país não renuncia a conversações sobre o Tratado, mas repete as exigências de Moscovo: o documento deve ser ratificado por todos os membros da NATO, deve ser assinado pelos países do Báltico e devem ser liquidadas as limitações de flanco para a Rússia (nas Regiões Militares de Leninegrado e do Cáucaso do Norte).

Este e outros problemas irão ser discutidos na reunião do Conselho Rússia-NATO, que se realiza hoje em Bruxelas e onde participará o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo pretende também discutir a questão da instalação de um sistema de defesa anti-míssil norte-americano no Leste da Europa.

"Segundo os nossos cálculos, num futuro previsível, não haverá ameaças para os Estados Unidos que justifiquem a instalação de elementos do sistema de defesa anti-míssil no território da Polónia e da República Checa" - declarou o porta-voz do MNE russo, Mikhail Kaminin.

As autoridades de Moscovo "estão convencidas de que semelhante passo poderá alterar substancialmente o equilíbrio estratégico no continente europeu e abalar a confiança que com tanta dificuldade foi ganhando terreno depois da guerra fria", sublinhou o diplomata.

 

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« Responder #72 em: Dezembro 12, 2007, 06:55:01 pm »
Kasparov anuncia o fim da candidatura à presidência

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O antigo campeão mundial de xadrez e dirigente da Frente Cívica Unida, Garry Kasparov, anunciou hoje que o fim da sua campanha para as eleições presidenciais na Rússia, a 02 de Março.

«A minha campanha presidencial terminará amanhã (quinta-feira) porque, em toda a cidade de Moscovo, não há uma sala para poder realizar a reunião do meu grupo de iniciativa», declarou Kasparov hoje, numa reunião do Congresso Cívico da Rússia, organização que reúne grupos de defesa de direitos humanos.

Ao abrigo da lei eleitoral, os candidatos a Presidente da Rússia devem realizar reuniões com um «grupo de iniciativa», ou seja, um grupo de cidadãos que apresenta a candidatura.

A iniciativa deve ser comunicada à Comissão Eleitoral Central da Rússia cinco dias antes da sua realização, prazo termina quinta-feira.

Após esta fase, se o candidato não tiver o apoio de um partido, ou mais, com representação na Duma Estatal (câmara baixa) do parlamento russo, deve depois reunir dois milhões de assinaturas de votantes para que a Comissão Eleitoral Central da Rússia inscreva o nome no boletim de voto.

O «grupo de iniciativa» de Kasparov tinha uma reunião marcada quinta-feira na sala de cinema «Mir», em Moscovo e o candidato tinha já pago o aluguer do local. Na terça-feira, a gerência da sala reviu a decisão.

De acordo com a porta-voz do líder da oposição ao Presidente da Rússia, Vladimir Putin, Marina Litvinovitch, todas as tentativas de alugar um local para a realização da reunião «terminaram em recusas sem qualquer tipo de explicação».

O sítio electrónico www.Kasparov.ru informa também que a mulher e a filha do antigo campeão de xadrez foram detidas no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, quando se preparavam para partir para o estrangeiro.

O avião em que deviam viajar partiu sem elas, porque as tropas fronteiriças alegaram que era preciso «verificar os documentos» e «apurar circunstâncias».

Garry Kasparov é o primeiro candidato à presidência a desistir de concorrer às eleições de 02 de Março de 2008.

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« Responder #73 em: Dezembro 12, 2007, 10:26:40 pm »
Putin em Minsk à procura da reunificação

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O Presidente russo, Vladimir Putin, inicia quinta-feira a sua primeira visita oficial à Bielorrússia para preparar a assinatura de um acordo de união (Acta Constitucional) entre Moscovo e Minsk e criar uma moeda comum para os dois Estados.

Segundo Pavel Borodin, secretário da União Bielorrússia-Rússia, essas questões irão ser discutidas sexta-feira, durante o encontro de Putin com o seu homólogo bielorrusso, Alexandre Lukachenko.

Ao abordar a questão de como irá ser organizado o poder supremo na nova união, Borodin assinalou que, actualmente, «existem vários cenários» e mencionou três.

O primeiro prevê que o Presidente da Federação da Rússia irá ser o Presidente da União Bielorrússia-Rússia, enquanto que o Presidente da Bielorrússia irá ocupar o cargo de vice-presidente.

Em conformidade com o segundo cenário, o dirigente da nova união será eleito pelos cidadãos dos dois países, enquanto que os dirigentes da Rússia e Bielorrússia serão, ao mesmo tempo, vice-presidentes do novo Estado.

O terceiro cenário prevê que o novo Estado seja dirigido, sucessivamente, pelos presidentes da Rússia e da Bielorrússia, num prazo de sete anos.

A rádio Eco de Moscovo, citando fontes da Presidência bielorrussa, afirma que Vladimir Putin irá ocupar o cargo de Presidente da União de Estados, Alexandre Lukachenko poderá dirigir o Parlamento conjunto e Victor Zubkov, actual primeiro-ministro russo, chefiará o Governo da União.

Porém, Dmitri Peskov, vice-chefe do centro de imprensa do Kremlin, desmentiu essa notícia, sublinhando que «a Acta Constitucional não será assinada em Minsk, porque esse documento ainda não está pronto».

Quanto à possibilidade de Putin vir a ocupar o cargo de Presidente da nova união, Peskov declarou: «Desconheço se essa questão está ou não na ordem do dia».

Ao comentar as perspectivas de desenvolvimento da União, Borodin declarou que, dentro de 5-7 anos, a União Europeia irá pedir para aderir a esse novo Estado.

«Mas o que tem a União Europeia além de cerveja e salsichas? Nada, mas nós temos tudo: um território enorme, projectos nacionais, locais de trabalho», concluiu Borodin.

Diário Digital / Lusa


Pode ter isso tudo senhor Borodin mas falta-lhe o principal a liberdade... :?

 

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comanche

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« Responder #74 em: Dezembro 16, 2007, 12:45:28 pm »
Rússia afirma que EUA planeiam confronto

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General russo critica atitude dos EUA na Europa
O chefe do Estado-Maior das forças armadas russas acusou ontem, em Moscovo, os Estados Unidos de alimentarem um clima de confronto, procurando pressionar a Rússia com instalação de um sistema de mísseis na Polónia e manipulando as disposições do tratado sobre forças convencionais na Europa.

O general Yuri Baluyevsky falava numa conferência de imprensa ao lado do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Sergey Kislyak, recém-regressado de Budapeste onde participou em mais uma ronda de encontros russo-americanos sobre a instalação de um sistema de defesa na Polónia e na República Checa.

O general Baluyevsky declarou "existir um risco real de resposta [russa] desencadeada por uma má identificação do tiro de um míssil de intercepção" americano, que poderia dirigir-se para território russo na trajectória para abater um míssil de outra proveniência, provavelmente iraniano. Uma ameaça dos mísseis balísticos do Irão é o argumento central para justificar o dispositivo americano.

Baluyevsky garantiu que serão tomadas "medidas assimétricas apropriadas para impedir a deterioração" das capacidades defensivas do seu país, sem entrar em detalhes. Insistiu ainda que os seus "colegas do Pentágono não abandonaram uma agenda de confronto directo" com a Rússia.

Por outro lado, o comandante militar russo acusou os "EUA e a NATO de tentarem nos últimos anos utilizarem o tratado [sobre forças convencionais, assinado em 1990] como meio de pressão sobre a Rússia", "transformando um acordo de controlo de armamento num instrumento ao serviço de objectivos políticos". Mas não especificou acusações.

A Rússia cessou de aplicar o tratado dia 12 com o argumento de que os países NATO recusam ratificar uma nova versão, enquanto Moscovo não retirar as suas tropas da Geórgia e da Moldávia. O tratado é visto como elemento fundamental na estabilidade e segurança da Europa.

O encontro de Budapeste terminou sexta-feira, não se verificando qualquer avanço significativo, mas com uma troca "significativa de informações" dos respectivos serviços secretos sobre eventuais ataques.

Em diferentes ocasiões, desde que foi conhecida a intenção americana de instalar na Europa aquele dispositivo, que dirigentes políticos e militares russos proferiram fortes críticas, tendo o Presidente Vladimir Putin afirmado que o seu país "não deixaria de tomar medidas apropriadas".

Por seu lado, o Presidente Bush insiste, desde o seu encontro em Julho com Putin, que este sistema não tem como alvo nem tem capacidade para atingir a Rússia. Com agências