Brasil: Potência, mas sem influência

  • 194 Respostas
  • 83138 Visualizações
*

Sgt Guerra

  • 23
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #15 em: Maio 20, 2005, 12:22:50 pm »
Citação de: "J.Ricardo"
 Tá certo que também tem muita gente contra essa lei no Brasil, até dizendo que as pesquisas são fajutas, mas a maioria do povo esta a favor e portanto em breve só três tipos de pessoas teram armas no Brasil: o policial, o praticante do tiro esportivo e bandido, e este último tera muito mais dificuldade para conseguir sua arma, já que não tera como roubar mais a arma do cidadão comum.
Mais uma coisa, não cair na ignorância de comparar carro com arma, o carro em sua essência é um meio de condução que utilizado de forma equivocada pode provocar a morte, a arma em sua essência é uma máquina de matar!

   
  Salve J. Ricardo
   O problema é justamente esse, não desarmaram o bandido. Outro dia estavam tentando assaltar a casa do meu vizinho, ele chamou a policia que só apareceu duas horas e trinta minutos depois da ligação, adivinha como ele se livrou dos assaltantes?
 

*

Paisano

  • Especialista
  • ****
  • 901
  • Recebeu: 6 vez(es)
  • +1/-0
    • http://defesabrasil.com/forum
(sem assunto)
« Responder #16 em: Maio 20, 2005, 12:41:13 pm »
Seja bem vindo ao FórumDEF.com, Sgt Guerra.  :G-beer2:
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
_________________
Volta Redonda
_________________
 

*

Sgt Guerra

  • 23
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #17 em: Maio 23, 2005, 05:23:09 pm »
Citação de: "Paisano"
Seja bem vindo ao FórumDEF.com, Sgt Guerra.  :lol:  :lol:
 

*

JLRC

  • Investigador
  • *****
  • 2505
  • Recebeu: 1 vez(es)
  • +4/-85
(sem assunto)
« Responder #18 em: Maio 23, 2005, 10:35:17 pm »
Bem vindo, Sgt Guerra
 

*

Nautilus

  • Membro
  • *
  • 119
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #19 em: Maio 23, 2005, 11:34:10 pm »
Bem vindo, Sgt Guerra e bons posts.
"Que o país deixe de ter medo!"
Humberto Delgado

Cumprimentos
Nautilus
 

*

Von Einsamkeit

  • Membro
  • *
  • 63
  • +0/-0
(sem assunto)
« Responder #20 em: Abril 21, 2007, 02:09:19 am »
Citação de: "J.Ricardo"
E sempre que tentaram levaram um "pé-na-bunda", vide Chile, Nicaragua, PA dos EUA estacionados em frente ao litoral brasileiro... Há textos que dizem que o Chile seria o primeiro país socialista realmente democrático, mas fazer o quê? É tentar e levar um PÉ-NA-BUNDA!!!!!!!


Democratico? Com o Allende, que passava ferias na China Maoista?  :lol:  :lol:
Ele é um soldado unido,
Quer na paz ou quer no perigo,
O seu lema é avançar.
Respeita o seu comandante,
Gritando sempre: Avante!
Por SALAZAR! SALAZAR!
 

*

SSK

  • Investigador
  • *****
  • 1519
  • Recebeu: 15 vez(es)
  • +11/-0
(sem assunto)
« Responder #21 em: Junho 17, 2007, 04:53:10 pm »
Citar
O cerco ao Brasil

 
O BRASIL sofre na América do Sul uma onda de hostilidade cujas motivações são absolutamente demagógicas e populistas. Nossa conduta com nossos vizinhos sempre foi exemplar. Esse quadro exige de nossa diplomacia um trabalho equilibrado e competente, que ela tem exercido bem, com o aprendizado da arte de engolir sapos.

Criou-se a visão de um Brasil movido apenas por interesses expansionistas, sem nenhum verdadeiro espírito de cooperação e com uma exacerbada gulodice. Isso contrasta com nossa posição de nunca querermos ser hegemônicos, mas evidentemente não importa em vestir a camisa de fraco. O futuro não nos perdoaria.

Na última eleição argentina o grande chamariz era bater no Brasil, condenar o Mercosul que só estava acabando com o país. Os presidentes dos dois países não deixaram que isso contaminasse nossas relações.

Na Bolívia o Brasil está no banco dos réus, com a fácil descoberta de um inimigo para desviar a discussão dos verdadeiros problemas internos. Evitar a invasão brasileira é a bandeira.

No Paraguai a latente questão de Itaipu está no centro das discussões da sucessão. O Brasil é o vilão. O bispo Fernando Lugo, o mais forte candidato nas pesquisas, tem na oposição ao Tratado de Itaipu a bandeira máxima. E a demagogia se encarrega de fazer prosperar essa posição, logo seguida pelos outros contendores.

No Equador, coloca-se a acusação de um Brasil invasor na Amazônia equatoriana tomando ilegalmente seus campos de petróleo. E em seguida prega-se o cancelamento das concessões à Petrobrás dos blocos 18 e 31, e do campo Palo Azul.

Na Venezuela o presidente Chávez tomou a decisão de fazer do país uma potência militar, com a compra de nove submarinos, oito corvetas, vinte e quatro caças Sukhoi-30, trinta e cinco helicópteros de combate, um sistema de mísseis Tor-M1, cem mil fuzis Kalashnikov, e uma fábrica deles. O projeto é investir 60 bilhões de dólares em armas, nos próximos dez anos.

Só o carisma e prestígio, a habilidade e visão do presidente Lula, sua, têm evitado confrontos. Sua política de cooperação é certa. É da tradição brasileira e é melhor assim.

O que não podemos é deixar o avanço do antibrasileirismo como moda continental.

Nossa diplomacia tem sido competente em não aceitar luvas, mas esse cerco ao nosso país tem de ser revertido.

José Sarney,senador
 
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

*

SSK

  • Investigador
  • *****
  • 1519
  • Recebeu: 15 vez(es)
  • +11/-0
(sem assunto)
« Responder #22 em: Junho 18, 2007, 02:25:44 pm »
Citar
Haiti é trunfo em luta por influência no cenário mundial
Disputa sobre etanol acirrou atrito entre Venezuela e Brasil no país; embaixador brasileiro diz que apresentou Chávez ao presidente haitiano a pedido de Lula

Tahiane Stochero, enviada especial

PORTO PRÍNCIPE - Um país miserável, onde 80% da população não têm emprego e vive sem água encanada e energia elétrica. Um Estado fragilizado, sem infra-estrutura básica, sem segurança, e que nos últimos quinze anos foi alvo de oito intervenções internacionais. Apesar disso, o Haiti, o país mais pobre das Américas, tem sido uma carta importante em um jogo de disputa político-ideológica no cenário global.

Dois conflitos de interesses fazem de Porto Príncipe a "dama de ouro": a rivalidade entre os presidentes venezuelano, Hugo Chávez, e norte-americano, George W. Bush, por influência na América Latina - tendo Cuba, Bolívia e Brasil como "coringas" -; e a disputa entre China e Taiwan por reconhecimento e poder no contexto internacional, exposta principalmente nas Nações Unidas.

Estas duas "brigas" estão claramente definidas e atrapalham em certos aspectos o desenvolvimento do Haiti e a missão de paz da ONU no país (Minustah), concordam militares e diplomatas ouvidos pelo portal estadão.com.br.

"O presidente René Préval sempre me diz que o que ele precisa, pede à Venezuela, a Cuba e a Taiwan, porque eles dão sem burocracia. ´Eu peço a Cuba 400 médicos, eles mandam. Eu peço a Taiwan US$ 100 mil para estradas, eles mandam´, me diz Préval", relatou ao estadão.com.br o embaixador brasileiro, Paulo Cordeiro Pinto.

Edmond Mulet, representante da ONU no Haiti, explica que, apesar dos Estados Unidos serem hoje os maiores doadores, os governos de Caracas, Havana e Taipé influenciam em Porto Príncipe devido à rápida e fácil liberação de recursos, equipamentos e pessoal.

Chávez x Bush

Dois dias após Bush visitar o Brasil, em 10 de março, e assinar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um protocolo de intenções para o desenvolvimento do biodiesel em nações latino-americanas, entre as quais o Haiti, Hugo Chávez foi recebido por milhares de pessoas nas ruas em Porto Príncipe, anunciando a liberação de US$ 100 milhões para as áreas de saúde, limpeza urbana e a construção de uma usina hidrelétrica no país caribenho, além do envio diário de 14 mil barris de petróleo dentro do Petrocaribe, programa venezuelano que subsidia a venda de petróleo e possibilita que o Haiti economize anualmente US$ 150 milhões.

Militares apontam que Chávez não é tão conhecido entre a população para ter sido recebido com tamanha "festa" e que o que se buscava era a repercussão política do fato junto à imprensa internacional. O Brasil lidera as tropas internacionais no Haiti e ficou em uma situação desconfortável com a rivalidade explicitada na ocasião.

´Eu aproximei Chávez do Préval´

Paulo Cordeiro diz que o presidente venezuelano ficou "enciumado" com o acordo para desenvolvimento do etanol e decidiu aumentar sua ajuda ao Caribe. Foi o embaixador quem, a pedido de Lula, apresentou o Chávez a Préval, após este ser eleito, em fevereiro de 2006.

"A Venezuela tirou o embaixador do Haiti após a queda de Aristide [Jean Bertrand-Aristide], em abril de 2004. Em 2005, o Brasil facilitou um diálogo entre os dois países, para que o Haiti entrasse no Petrocaribe. No dia que o Préval tomou posse, em 14 de maio de 2006, aportou aqui um navio carregado de petróleo. Desde então a Venezuela tem sido um dos grandes colaboradores de Préval", relata o diplomata.

Após a assinatura do acordo Brasil-EUA, Chávez e o líder cubano, Fidel Castro, pronunciaram-se inúmeras vezes publicamente contra os biocombustíveis, afirmando que a produção de alimentos direcionada para este fim causaria a fome de milhares. Cuba também é um dos grandes financiadores internacionais do país caribenho, enviando médicos, engenheiros, dinheiro e equipamentos "sem burocracia".

"Hoje, o Brasil propõe uma parceria com os EUA e o Haiti na área de biodiesel. Isso causou reações venezuelanas. Porém, as conversações realizadas na cúpula de presidentes da América do Sul em Isla Margarita esclareceram a questão do uso do etanol", explica Cordeiro. Na reunião, realizada em 19 de março na Venezuela, autoridades brasileiras conseguiram demover Chávez de colocar na declaração final uma condenação ao desenvolvimento de biocombustíveis na América.

Etanol no Haiti

Defensor da prospecção do etanol no Haiti, Paulo Cordeiro diz que o que mata a agricultura haitiana não é a cana-de-açúcar, mas as doações.

"Aqui não há plantação de comida. O que mais mata a agricultura no Haiti não é a cana e sim as doações de alimentos vindas dos Estados Unidos. Mas se você tirar isso, metade do povo morre de fome, por que eles não têm dinheiro para comprar comida. O que tem que fazer é que o arroz, o café, os produtos haitianos sejam exportados para a diáspora haitiana comprar no exterior, e que o resultado disso volte ao Haiti como investimento", explica o embaixador.

Logo após o passeio de Chávez por Porto Príncipe, Bush assinou a Lei Hope, que isenta de impostos a importação de produtos têxteis, manufaturados e alimentos do Haiti. Os programas de ajuda americanos fornecem ao país cerca de R$ 200 milhões ao ano, alimento para 600 mil haitianos pobres e tratamento contra Aids. Através da Organização Internacional de Migração (OIM), autoridades americanas colaboram também com recursos, alimentos e material escolar diretamente para ações sociais do batalhão brasileiro.

"Préval diz que o Haiti necessita da assistência de todos, com o que concordo, e reserva-se o direito de manter boas relações com todos os países. Cuba lhe dá apoio médico, os EUA constroem hospitais e os médicos cubanos trabalham dentro desses hospitais. Acho isso necessário se efetivamente queremos ajudar este país a se livrar das dificuldades. O Haiti não pode se dar ao luxo de escolher um ou outro", diz Paulo Cordeiro.

Bolívia é carta marcada

A disputa etanol versus petróleo acirrou o atrito entre Chávez e Lula sobre o Haiti. Influente junto a Evo Morales, o venezuelano pressionou para que a Bolívia retirasse 400 militares que integram a Minustah, afirmando que a missão da ONU servia a interesses norte-americanos e que "promovia uma matança".

"Entre 12 e 20 de abril, o ministro da Defesa e autoridades estiveram aqui e patrulharam Cité Soleil. Eles se deram conta que a presença das tropas bolivianas é importante e precisa continuar. Parece que na próxima semana chega o próximo contingente", disse ao portal estadão.com.br em Porto Príncipe dia 26 de abril o comandante da Bolívia, o tenente coronel Gustavo Teran Cortez.

Só 20 dias depois o Congresso autorizou o envio de 215 soldados para substituir a já cansada tropa boliviana, que atua diretamente com os Brasil e estava há oito meses esperando o governo se decidir.

China x Taiwan

A China, que possui assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem provocado impedimentos para o prolongamento da missão da ONU desde a criação, em abril de 2004, quando uma onda de violência varreu o país e provocou a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide.

O motivo é que o Haiti é um dos 26 países que reconhece e mantém relações diplomáticas e comerciais com Taiwan. Há 50 anos Taipé investe pesadamente no Haiti, enviando anualmente cerca de US$ 50 milhões anuais que são aplicados em infra-estrutura e geração de empregos.

Em troca, exige reconhecimento e apoio junto a organismos multilaterais e na comunidade internacional. Taiwan se considera independente da China, mas o governo de Pequim afirma que a ilha faz parte do seu território e a considera uma "província rebelde".

Apoio a Taiwan atrapalha o Brasil

Segundo Antonio Jorge Ramalho, doutor em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UNB) e que, a convite do governo brasileiro, trabalhará por um ano em universidades haitianas e criará o Centro de Cultura Brasileira no Haiti, o apoio de Préval a Taiwan atrapalha o Brasil no mandato da missão.

O Brasil possui o maior número de militares na Minustah, cerca de 1.200 e desde o início tem liderado operações contra o crime organizado no país caribenho, pacificando os bairros mais violentos da capital.

Em setembro de 2006, o governo Préval "deu um passo em falso ao apoiar uma resolução a favor de Taiwan na ONU", afirma o embaixador Paulo Cordeiro, pondo mais lenha na fogueira.

Quando o mandato da Minustah estava terminando, em fevereiro de 2007, a China posicionou-se contra seu prolongamento por um ano, colocando impedimentos à ampliação da ação militar contra gangues. Por fim, autoridades brasileiras trabalharam diplomaticamente em Pequim para que o governo chinês concordasse com as regras do "peace-enforcement" (imposição da paz) e possibilitasse a ação militar até 15 de outubro de 2007.

Contradição geopolítica

Mesmo não possuindo relações diplomáticas com o Haiti e exigindo que Porto Príncipe corte laços políticos e econômicos com Taiwan, Pequim contribui desde 2004 com 140 policiais (125 homens e 15 mulheres), que integram a tropa de choque da polícia da ONU (FPU) na missão.

Atuando junto com os brasileiros nas operações em Cité Soleil, a região mais violenta do Haiti, o comandante chinês Buian Zhonghui diz que não recebe nenhuma recomendação de seu governo sobre como agir em relação ao fato do Haiti reconhecer Taiwan, confirmando, no entanto, que se sente inseguro quanto à continuidade futura da participação da China na Minustah.

Reticentes sobre falar do assunto, o policial Torig Zhimin e a tradutora Guyun Wang dizem que não vêem dualidade em China e Taiwan estarem atuando no mesmo território e colaborando com o desenvolvimento de um mesmo país.

"Estamos aqui como militares, agindo numa operação militar e vamos fazer nosso trabalho. Não agimos como diplomatas. Esta questão é puramente política e histórica", diz Zhimin.

Já dizia no século XVII o historiador Carl Von Clausewitz: a guerra é a continuação da política por outros meios. Na missão da ONU no Haiti, busca-se a vitória sobre o inimigo, nem que seja pela imposição da força. Onde não há paz, luta-se por ela. Seja através das armas, da política ou da diplomacia. Mas no Haiti, ao invés de se ajudaram, estas três vertentes do jogo geopolítico muitas vezes atrapalham-se mutuamente.
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

*

SSK

  • Investigador
  • *****
  • 1519
  • Recebeu: 15 vez(es)
  • +11/-0
(sem assunto)
« Responder #23 em: Junho 18, 2007, 02:28:25 pm »
Citar
Chávez - o começo do fim?

Luiz Felipe Lampreia


Os recentes destampatórios do coronel Hugo Chávez contra o Brasil e o Senado da República talvez sejam mais do que grosserias de um homem desequilibrado. Possivelmente são manifestações de um desespero incipiente com a antevisão do fracasso como governante e como revolucionário. Vejamos alguns fatos.

O déficit orçamentário venezuelano atingiu 7,97 trilhões de bolívares, ou 3,7 bilhões de dólares, no primeiro trimestre de 2007, segundo anúncio do Banco Central da Venezuela.

Esta escalada de 161% em relação ao déficit do primeiro trimestre de 2006 ocorreu malgrado um aumento da receita fiscal do petróleo.

O descalabro tem uma causa inescapável: a política de gastos governamentais desenfreados no país e no exterior.

Resultado: a inflação venezuelana já chegou a uma taxa anualizada de 19,5% em maio e vai subir rapidamente.

A PDVSA - estatal do petróleo -, que é fonte de toda a riqueza do Estado, acha-se cada vez mais sobrecarregada e menos capaz dos pesados investimentos necessários para manter e expandir a produção não só de petróleo, como também de gás natural.

O coronel já eliminou quase todos os alicerces de uma democracia e está fortemente empenhado em liquidar os últimos vestígios que restam na Venezuela. Está agora apoplético com o apoio que a emissora RCTV recebeu dentro e fora do país, após ser vítima de um fechamento digno da Alemanha dos anos 30. Em comício de massa dia 2 de junho, Chávez atacou violentamente os apoiantes da RCTV e os mandou “ao diabo”. Ora, estes apoiantes são pessoas e organizações respeitáveis, como os estudantes universitários de Caracas e os cidadãos que davam um ibope de 40% à RCTV, para não falar dos não-venezuelanos. Pois bem, o coronel avisou que melhor fariam se não fossem aos freqüentes comícios da oposição, pois “poderiam machucar-se”. Para comprová-lo seus asseclas atacam fisicamente os manifestantes. Vale recordar que Adolf Hitler também foi eleito originalmente pelo povo e usou as instituições para instalar uma das mais negras ditaduras da História moderna.

Até quando, nessas condições, será legítimo ignorar que existe no Mercosul e no Grupo do Rio uma cláusula democrática e aceitar que o coronel de camisa vermelha pretenda ditar as regras da convivência entre as nações da América do Sul? É aceitável, por exemplo, admitir a Venezuela no Mercosul depois que o próprio Chávez afirmou claramente que seu objetivo é destruir o Mercosul como ele existe? Em qualquer clube do mundo, uma afirmação do gênero levaria a uma chuva de bolas pretas contra o candidato a sócio.

Não é necessário ser um grande economista para perceber que o governo de Chávez está transformando a Venezuela num enorme Titanic rumo ao iceberg, mesmo sem a queda dos preços do petróleo, que um dia ocorrerá, inevitavelmente. As perspectivas políticas e econômicas para 2007 já são instáveis, quanto mais as dos próximos anos. Tensões se multiplicam à medida que a oposição se enrijece e o coronel recrudesce. Na própria aliança que governa a Venezuela surgem divisões patentes, com uma vertente “light” que julga excessiva a radicalização em marcha. As pressões inflacionárias se intensificam e, como aprendemos duramente no Brasil antes do Plano Real, quem paga mais caro por este descontrole é o povo. Ora, é este segmento da população que Chávez alega defender e que até agora o sustenta politicamente.

O mais grave para o futuro da Venezuela é a profunda divisão que o coronel introduziu na nação. Mesmo que seu consulado termine em breve, Chávez terá marcado seu país com uma carga de ódio político e de divisão social que demorará muito a cicatrizar. Este país amigo, cujo povo tanto se parece com o brasileiro em muitos aspectos, está hoje emparedado num imenso fosso. Tardará muito até que possa sair desta armadilha.

Com uma obsessão digna de Macbeth, Chávez vê em toda parte uma conspiração para derrubá-lo. Os que o acompanham nos últimos anos dizem que sua paranóia se acentuou muito desde a tentativa de golpe contra ele em 2002. Com isso o coronel se isola cada vez mais internacionalmente e rompe as pontes com aliados potenciais na região e no Ocidente em geral. Hoje a Venezuela se encontra em posição diplomática muito fraca, como o comprova seu fracasso na tentativa de se eleger para uma cadeira transitória no Conselho de Segurança da ONU, por exemplo.

Para nós, brasileiros, a melhor notícia nesta marcha da loucura é a tomada de consciência do presidente Lula (embora não de seu partido) de que Chávez não é bom companheiro. Não houve uma postura contundente - e talvez seja melhor assim, pois o Brasil jamais deve ser truculento com seus vizinhos -, mas estamos, felizmente, a anos-luz do tempo em que o coronel era o parceiro predileto para fantasias sul-americanas: gasodutos gigantescos, FMIs caboclos, superempresas binacionais de petróleo e quejandos. Chávez já é um rival e pode transformar-se num inimigo do presidente brasileiro e mesmo do Brasil. As intervenções venezuelanas no processo de nacionalização do gás boliviano são uma realidade indiscutível que precisa ser tomada em conta.

Agora a Venezuela está engajada numa escalada armamentista que não pode deixar de ser vista com preocupação pelos nossos militares. E o Brasil - governo e sociedade - já não acha graça nas excentricidades do coronel, nem se dispõe a segui-lo em seus devaneios. Creio que nosso presidente finalmente se deu conta de que a companhia de Chávez só nos traz prejuízos líquidos. Sem, de modo algum, advogar qualquer tipo de intervencionismo, que contrariaria nossas tradições mais consagradas, faríamos realmente bem em manter uma distância crescente do coronel.

Luiz Felipe Lampreia foi ministro das Relações Exteriores de 1995 a 2001



O novo projeto de Chávez
Editorial de OESP
10 Junho 2007


Uma leitura, mesmo superficial, dos documentos e declarações produzidos na reunião de representantes da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), realizada em Caracas, revela claramente os propósitos do coronel Hugo Chávez para a região. Ele não se contenta em dominar a Venezuela com mão-de-ferro, controlando o Executivo, o Legislativo e o Judiciário e, agora, em franca ofensiva contra o pouco que restou de uma imprensa outrora livre. Chávez quer superar os feitos de seu ídolo, Simón Bolívar. No século 19, Bolívar - com a ajuda de San Martín e outros notáveis generais - libertou os países andinos do jugo colonial espanhol, mas não conseguiu completar o seu projeto político, que era manter aquelas províncias unidas. O objetivo do caudilho do século 21 é voltar 190 anos no tempo, recompondo a unidade do vice-reinado de Nova Granada e consolidando o projeto bolivariano da Grande Colômbia.

A Alba, constituída pela Venezuela, Cuba, Nicarágua e Bolívia, é o núcleo do projeto. O Equador do presidente Rafael Correa é um sério candidato a engrossar o grupo. Ficariam faltando, para completar o pastiche geopolítico, o Peru e o Panamá - mas os governos desses países nem querem ouvir falar em alianças com Chávez.

De qualquer forma, o caudilho trabalha arduamente para realizar seu projeto. Na reunião de Caracas, por exemplo, os membros da Alba decidiram criar, no prazo recorde de 60 dias, o Banco da Alba, para financiar os projetos de desenvolvimento e integração que já foram acertados - e cujo número continua crescendo vertiginosamente. Apenas com Cuba, a Venezuela assinou acordos para desenvolver 353 projetos. Com os outros países do bloco, os projetos também se contam pelas centenas.

E, como para o coronel Chávez as palavras são tudo - recorde-se que fez questão de mudar a sigla da Comunidade Sul-Americana de Nações de Casa para Unisur -, esses projetos não são chamados de binacionais ou de multilaterais. Eles são “granacionales”. Pois é isso o que ele pretende: fazer daqueles países uma grande nação, ou, como definem os documentos oficiais, “a união integral de nossas Repúblicas em uma só nação, como sonharam nossos próceres”.

Como já não há o Império Espanhol a combater, o Bolívar redivivo elegeu como inimigo os Estados Unidos. Recebe dos EUA a maior parte da receita do petróleo que sustenta as extravagâncias de seu projeto autoritário e compra daquele país quase tudo o que falta na Venezuela - o que não é pouco -, mas considera Washington um agente do mal e o presidente Bush o próprio diabo.

De tempos em tempos, denuncia um complô do governo americano para assassiná-lo ou para invadir o país. Agora, para coroar a reunião da Alba, propôs a seus sócios a assinatura de um pacto de defesa, para protegê-los “do terrorismo e agressão permanentes dos Estados Unidos”.

No ano passado, Chávez convenceu o presidente Evo Morales a assinar um acordo de “cooperação” na área de defesa que praticamente deixa a Bolívia em suas mãos. A pretexto de “complementar as capacidades de defesa de cada país”, a Venezuela terá ingerência na organização e na capacitação das Forças Armadas bolivianas. Além disso, construirá quatro bases militares em território boliviano, que guarnecerá com “assessores”, e os militares venezuelanos poderão interferir diretamente caso haja qualquer conflito que ponha em risco as instituições bolivarianas criadas por Evo Morales no molde chavista.

Agora, disse o caudilho a seus seguidores, “parece que chegou o momento de acertarmos uma estratégia de defesa conjunta, para que ninguém possa cometer nenhum erro contra nossos povos”.

Hugo Chávez está armando a Venezuela até os dentes. Como o país não enfrenta nenhuma ameaça externa, os aviões, helicópteros, tanques e fuzis que está comprando de certo são uma forma de consolidar o apoio das Forças Armadas a seu regime - que não é monolítico, ao contrário do que ele diz - e de garantir, numa eventualidade, a “lealdade” do povo. De qualquer forma, o programa militar de Hugo Chávez, conseqüente com seus projetos políticos de criação de uma “Confederação de Estados” - obviamente sob seu comando -, altera o equilíbrio regional. O governo brasileiro deve estar atento a isso.
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

*

SSK

  • Investigador
  • *****
  • 1519
  • Recebeu: 15 vez(es)
  • +11/-0
(sem assunto)
« Responder #24 em: Junho 28, 2007, 10:44:43 pm »
Citar
Especialista: submarinos de Chávez ameaçam o País
Denize Bacoccina


A compra de submarinos russos pela Venezuela, se for realmente confirmada, pode ameaçar a supremacia militar brasileira na América do Sul, na opinião do pesquisador de assuntos militares Expedito Carlos Stephani Bastos, da Universidade Federal de Juiz de Fora.
» Opine sobre o assunto

"Por enquanto, ainda detemos uma certa liderança no continente, mas ao longo do tempo poderemos perder esta liderança", disse o pesquisador em entrevista à BBC Brasil.

"Não só esta compra de submarinos, como a compra de aviões (os caça Sukoy, comprados no ano passado), de certa forma ameaçam nossa hegemonia na região", afirmou Bastos.

O presidente venezuelano Hugo Chávez, que estará em Moscou nesta quinta-feira, disse que a aquisição dos submarinos vai depender de condições favoráveis. A expectativa é de que ele compre cinco unidades, em um negócio em torno de US$ 1,5 bilhão.

Frota superior
Se a aquisição for realmente concretizada, a Venezuela terá de longe os submarinos mais modernos e poderosos da região, na avaliação do pesquisador, bem superiores à frota atual brasileira, de cinco submarinos, todos com tecnologia mais antiga do que os novos equipamentos russos.

Também estão em um nível próximo ao do Brasil a frota de submarinos do Chile e da Argentina. "Ele vai ter uma força que pode desestabilizar a região", afirmou Bastos. "Uma frota de submarinos é fonte de extrema preocupação. Desde a Primeira Guerra Mundial, quem domina os submarinos domina os mares".

"Se vão saber usar ou não, é outra questão. Nós não sabemos se eles têm capacidade de empregar este equipamento moderno que estão comprando, se têm estratégia. Por enquanto, está tudo na retórica", disse o pesquisador.

Uma frota de submarinos moderna perto do Brasil também será uma fonte de preocupação para um porta-aviões brasileiro, na opinião do pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora.

"Vai ser uma preocupação a mais para o Brasil levar um porta-aviões para aquela região, porque pode ser alvo desses submarinos com facilidade", afirmou.

Corrida armamentista
O cientista político Clóvis Brigagão, do Centro de Estudos das Américas da Universidade Cândido Mendes, disse que as compras de armamentos pelo presidente Chávez podem levar a duas situações: ou fica muito poderoso ou pode despertar uma corrida armamentista na região.

Mas Brigagão avalia que ainda é muito cedo para dizer que já existe uma corrida armamentista. "O que existe até agora é a tendência ao desequilíbrio", afirmou.

Há entre os especialistas brasileiros quem considere a preocupação com Chávez exagerada. O professor Fernando Sampaio, reitor da Escola Superior de Geopolítica e Estratégia, considera as aquisições de armas pelo presidente Chávez um problema interno da Venezuela. "Ele não ameaça ninguém. É um país muito pequeno, um país que tem favela. Países assim não fazem guerra", afirmou.

Sampaio afirma que a compra dos 100 mil fuzis Kalashnikov realizada no ano passado por Chávez tem o objetivo de fortalecer as milícias para se contrapor ao Exército e evitar um novo golpe como o que aconteceu em 2002. "Chávez não é perigoso para nós. Só é perigoso para a democracia deles", afirmou o professor.

BBC Brasil

"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

*

SSK

  • Investigador
  • *****
  • 1519
  • Recebeu: 15 vez(es)
  • +11/-0
(sem assunto)
« Responder #25 em: Junho 29, 2007, 09:50:17 pm »
Citar
Chávez diz que os submarinos russos servirão para defender a revolução venezuelana
29/06 - 09:08 - AFP

O presidente venezuelano Hugo Chávez confirmou nesta sexta-feira a um grupo de deputados russos que seu governo está negociando a compra de cinco submarinos russos para "defender a revolução venezuelana", segundo declarações recolhidas pela agência de notícias Ria-Novosti nesta sexta-feira.

Chávez explicou aos deputados da Duma (Câmara Baixa) que a Venezuela tem uma grande extensão de águas territoriais, segundo informou a deputada Elena Drapeko a Ria-Novosti, depois do encontro a portas fechadas.

"Os Estados Unidos nos ameaçam constantemente. Temos que defender nossa revolução", afirmou Chávez, segundo as palavras textuais da deputada do partido minoritário Rússia Justa.

A Venezuela mantém negociações com a Rússia para adquirir cinco submarinos de propulsão a diesel, segundo um funcionário da agência russa de exportação de armamento, a Rosoboronexport, citado pela agência Interfax.

jz/cn



Mais um ditador sul-americano a brincar às guerrinhas, começa a não haver paciência...
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

*

Cabeça de Martelo

  • Investigador
  • *****
  • 20062
  • Recebeu: 2927 vez(es)
  • Enviou: 2200 vez(es)
  • +1226/-3447
(sem assunto)
« Responder #26 em: Junho 30, 2007, 10:45:31 am »
Citação de: "SSK"
Citar
Chávez diz que os submarinos russos servirão para defender a revolução venezuelana
29/06 - 09:08 - AFP

O presidente venezuelano Hugo Chávez confirmou nesta sexta-feira a um grupo de deputados russos que seu governo está negociando a compra de cinco submarinos russos para "defender a revolução venezuelana", segundo declarações recolhidas pela agência de notícias Ria-Novosti nesta sexta-feira.

Chávez explicou aos deputados da Duma (Câmara Baixa) que a Venezuela tem uma grande extensão de águas territoriais, segundo informou a deputada Elena Drapeko a Ria-Novosti, depois do encontro a portas fechadas.

"Os Estados Unidos nos ameaçam constantemente. Temos que defender nossa revolução", afirmou Chávez, segundo as palavras textuais da deputada do partido minoritário Rússia Justa.

A Venezuela mantém negociações com a Rússia para adquirir cinco submarinos de propulsão a diesel, segundo um funcionário da agência russa de exportação de armamento, a Rosoboronexport, citado pela agência Interfax.

jz/cn


Mais um ditador sul-americano a brincar às guerrinhas, começa a não haver paciência...


X2
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

*

Nuno Bento

  • Perito
  • **
  • 346
  • Recebeu: 9 vez(es)
  • Enviou: 1 vez(es)
  • +6/-7
(sem assunto)
« Responder #27 em: Julho 02, 2007, 08:56:52 am »
O homem é doido de todo.
Ainda á pouco tempo estive a falar com um venezuelano que trabalha no Banco Mundial e ele  nem queria ouvir falar no Hugo Chavez disse que a a generalidade dos venezuelanos da classe media  não pode nada com ele.

Enfim agora quer se aliar ao Irão para destruir os EUA, não tarda tambem quererá armas Nucleares.
 

*

PereiraMarques

  • Moderador Global
  • *****
  • 7896
  • Recebeu: 1224 vez(es)
  • Enviou: 344 vez(es)
  • +5154/-235
(sem assunto)
« Responder #28 em: Julho 02, 2007, 10:09:49 pm »
Eu até já vi diplomatas do Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano a rasgar cartazes do Chávez em Madrid... :shock:
 

*

Luso

  • Investigador
  • *****
  • 8511
  • Recebeu: 1612 vez(es)
  • Enviou: 666 vez(es)
  • +928/-7195
(sem assunto)
« Responder #29 em: Julho 02, 2007, 10:13:12 pm »
Citação de: "PereiraMarques"
Eu até já vi diplomatas do Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano a rasgar cartazes do Chávez em Madrid... :shock:


Oh Pereira, olha que andam por aqui correlegionários do Chavito que ainda lhe vão contar o episódio...
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...