Caro «Luso»,
Obviamente que «não adianta ter razão antes do tempo», essa é hoje a maior fragilidade da segurança da (des)União Europeia.
Respondo às suas questões:
1.º As revoltas coloridas árabes foram espontâneas?
Certamente que não. As multiplicidades de métodos transnacionais não são compatíveis com o princípio das espontaneidades. Daí que existem espontaneidades fabricadas e outras orientadas, não quer isto dizer que uma e outra respeitem os mesmos calendários.
2.º Acredita em revoltas espontâneas?
Nas revoltas não, nos levantamentos (alguns) sim. Mas nenhuns destes dois casos aplicam-se ao tema.
3.º Quem beneficia com estas revoltas?
Difícil resposta. O primeiro beneficiário tem sido as correntes radicais islamistas, porém não se sabe se é uma corrente xiita ou sunita. A Irmandade Muçulmana vitoriosa no Egipto indica que são os sunitas, mas uma adaptação ecuménica do islão ainda não foi prevista pelos analistas europeus, essa poderá estar em curso nas camada intelectuais.
4.º Quem beneficia com uma europa fraca e minada?
No contexto Europa/Magrebe beneficia o Magrebe sem qualquer dúvida. Mas os EUA, BRIC e particularmente a China, apesar de citada no BRIC, beneficiam especialmente. O eixo asiático não pode ser minimizado nestas questões.
5.º Quem beneficia com a consequente descredibilização do Euro?
Penso que a minha opinião sobre este assunto está parcialmente patente no ponto 4.
6.º Quem sistematicamente trai os seus aliados que não são da "raça"?
Esta questão é uma armadilha bem pensada
Vamos permanecer no complexo eixo mediterrânico