Portugueses vão produzir biodiesel

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Cabeça de Martelo

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Portugueses vão produzir biodiesel
« em: Junho 02, 2007, 10:55:46 am »
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Portugueses vão produzir em Sines biodiesel a partir de algas

Ricardo David Lopes

Um grupo de empresários portugueses vai investir 80 milhões de euros na construção de uma biorefinaria em Sines onde será desenvolvida uma experiência-piloto de produção de biodiesel a partir de microalgas. A construção da biorefinaria da Green Cyber - já declarada Projecto de Interesse Nacional (PIN) - arranca este ano, para estar operacional no início de 2009.

A biorefinaria está projectada para produzir 250 mil toneladas por ano de biodiesel para o mercado nacional a partir de soja, palma, colza e girassol - os produtos tipicamente usados nesta indústria -, mas, a par da vertente "tradicional", vai apostar nas algas como matéria-prima. O recurso às microalgas para fazer biodiesel, explica Pedro Sampaio Nunes, um dos sócios da Green Cyber, vai "revolucionar" este mercado, até porque combina produção de combustível com combate às emissões de dióxido de carbono (CO2).

Mais em menos espaço

As vantagens, adianta, são várias. Desde logo, a área ocupada por estes microrganismos é mil vezes inferior, para a mesma produção, face às culturas tradicionais. Depois, o uso de microalgas retira pressão aos preços dos produtos agrícolas usados na indústria "tradicional", um problema que está já a verificar-se nos EUA e na Europa e que se reflecte no aumento do custo de bens alimentares. Além disso, as algas são um recurso endógeno e abundante e atingem o estado de maturação em dois a três dias.

"Nas colheitas de produtos vegetais terrestres, se há algum problema, perde-se tudo. Neste caso, perde-se o trabalho de dias, facilmente recuperável, afirma".

Outro dos pontos fortes do projecto é contribuir para a captura de CO2 - de que as algas precisam para a fotossíntese - das centrais da Galp e Repsol em Sines.

A componente de investigação e desenvolvimento cabe à Alga Fuel, empresa de biotecnologia criada no seio da Necton, com dez anos de experiência na produção, no Algarve, de microalgas para as indústrias alimentar, farmacêutica e cosmética. A Necton, explica Nuno Coelho, produz actualmente duas a três toneladas de microalgas. O "enorme desafio" da Alga Fuel, diz o cientista, "é conseguir aumentar a produção de microalgas em 300 a 400 vezes" face à capacidade actual da Necton e a preços mais competitivos, para que, dentro de sete anos, metade da produção da biorefinaria se baseie nestes microrganismos.

Capital de risco apoia

Até lá, a Green Cyber vai importar matéria-prima do Brasil, Angola e Moçambique, prevendo-se que 20% das necessidades de colza e outras matérias-primas provenham de produtores nacionais, diz Sampaio Nunes.

As instalações em Sines, com uma área de cerca de 14 hectares, são por enquanto suficientes para acomodar a fase de desenvolvimento das algas mas, quando se chegar à fase industrial, será necessário expandir a biorefinaria. O investimento para esta componente experimental do projecto é de 2,5 milhões de euros, em parte suportados pela empresa de capital de risco ES Ventures e através de fundos comunitários.

"Cluster" à vista?

Sampaio Nunes está optimista em relação ao projecto, sublinhando haver aqui uma hipótese de formação de um "cluster" nacional. "Em termos de maturidade e potencial, esta tecnologia está ao nível dos projectos de aproveitamentos da energia das ondas para a produção de electricidade", explica.

A Green Cyber conta com a Galp Energia para escoar parte da sua produção no mercado nacional, prevendo também exportar para a Alemanha, Reino Unido e França. A criação de uma marca própria para fazer venda directa em Portugal é outra possibilidade, diz Sampaio Nunes. Nos planos da empresa - que está ainda a negociar a entrada de mais accionistas nacionais e internacionais - está a construção de uma biorefinaria em Huelva, Espanha.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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lurker

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« Responder #1 em: Junho 02, 2007, 02:02:42 pm »
Acho que já comentei isto noutro tópico mas vou repetir-me. :)

É bem. A meu ver, esta é a única forma para produzir biodiesel (ou bioetanol) de forma económica e ambientalmente sustentável.
 

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SSK

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« Responder #2 em: Junho 02, 2007, 03:03:24 pm »
Citação de: "lurker"
Acho que já comentei isto noutro tópico mas vou repetir-me. :)

É bem. A meu ver, esta é a única forma para produzir biodiesel (ou bioetanol) de forma económica e ambientalmente sustentável.


X2
"Ele é invisível, livre de movimentos, de construção simples e barato. poderoso elemento de defesa, perigosíssimo para o adversário e seguro para quem dele se servir"
1º Ten Fontes Pereira de Melo
 

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comanche

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« Responder #3 em: Junho 16, 2007, 07:53:28 pm »
Empresa lusa vai produzir biodiesel de óleo de girassol


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Lisboa, 15 Jun (Lusa) - A Prio, empresa portuguesa do grupo europeu Martifer, vai utilizar óleo de girassol para produzir biodiesel, com a intenção de ainda este ano ter um volume de oito mil toneladas por mês, afirmou nesta sexta-feira um dos administradores da empresa, Antônio Martins.

A empresa pretende produzir duas mil toneladas de óleo de girassol através de uma parceria com 350 agricultores portugueses trabalhando em uma área total de 15 mil hectares.

Os planos da Prio são de chegar a oito mil toneladas de biodiesel por mês a partir do terceiro trimestre de 2007 e alcançar 100 mil toneladas por ano já em 2008.

O girassol, de acordo com Martins, é uma "excelente cultura energética que se enquadra em Portugal pelas condições climáticas", além de ser "uma produção de baixo custo, pelo baixo consumo de água, e com um impacto ambiental menor".

Segundo Martins, esta parceria entre a Prio e os 350 agricultores portugueses vai estimular a criação de novos postos de trabalho.

"Esta é mais uma oportunidade dos agricultores fazerem dinheiro e toda esta panóplia dos biocombustíveis é necessária para a agricultura, desde que haja também a postura da parte do governo de apoiar as empresas que trabalhem com produtores nacionais e que estimule a produção nacional para recriar riqueza", disse ainda o administrador da Prio.

"O sector agrícola sempre foi uma grande alavanca deste país e que ultimamente não tem sido", lamentou.