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Indústrias de Defesa e Tecnologia Militar => Indústrias de Defesa => Tópico iniciado por: Jorge Pereira em Maio 23, 2007, 03:14:19 pm

Título: Estaleiros de Viana com encomendas de 500 milhões
Enviado por: Jorge Pereira em Maio 23, 2007, 03:14:19 pm
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A carteira de encomendas dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) atinge, neste momento, 500 milhões de euros, relativos a "negócios fechados", anunciou ao DN fonte do maior construtor naval português, sendo que a entrega de navios de carga, e outros civis, está a acontecer a um ritmo "de uma embarcação a cada três meses".

Apenas em 2008, acrescentou a fonte, a empresa prevê entregar um total de seis navios, entre os quais dois navios de patrulha oceânica (NPO) para a Armada. A carteira de encomendas é, nesta altura, suficiente para os próximos três anos, estando a empresa já a "negociar novas encomendas" para o período entre 2010 e 2013. Do bolo de 500 milhões de euros de negócios contratados, 50 milhões correspondem ao que a empresa rubricou com o Governo Regional dos Açores, para a construção de dois navios destinados ao transporte de passageiros e viaturas entre as várias ilhas do arquipélago. Um dos novos navios terá 97 metros e capacidade para transportar entre o arquipélago 140 viaturas e 750 passageiros, enquanto que o segundo poderá transportar 400 passageiros e 30 viaturas. Os dois navios deverão entrar ao serviço entre Maio e Junho de 2008. Também com destino aos Açores, os ENVC acabam de entregar à empresa Mutualista Açoreana, um navio de transporte de car- ga a granel e contentores, baptiza- do de Corvo, com 120 metros de comprimento. O valor deste contrato, assinado em 2005, é de 19 milhões de euros e acontece no seguimento da construção, para o mesmo armador, em 1997, do porta-contentores Açor B.

"A Comissão de Trabalhadores fica satisfeita com estes números. No entanto, queremos sempre mais para garantir o futuro da empresa", afirmou ao DN Manuel Cadilha, porta-voz dos cerca de 920 trabalhadores da empresa.

Recorde-se que na carteira de encomendas dos ENVC contam-se, ainda, 7 navios de transporte de cargas pesadas, para além das construções para a Armada: seis navios de patrulha oceânicos, mais dois de combate à poluição, oito lanchas de fiscalização costeira. Por adjudicar continua a construção do navio polivalente logístico, a utilizar pelos três ramos das Forças Armadas, negócio que deverá render aos cofres dos estaleiros vianenses mais de 210 milhões de euros. Depois da situação de falência técnica, em que se encontrava a empresa em 2004, os ENVC fecharam as contas relativas a 2006 com um resultado de exploração positivo de 650 mil euros, tendo fechado o ano com um prejuízo de 5 milhões de euros, contra os 25 milhões há dois anos.

Segundo a administração da empresa, são resultados que permitem uma "maior estabilidade financeira" para poder "respirar" e "começar a planear políticas aprovisionamento, gestão orçamental e racionalização económica interna".

Fonte (http://http)

Título:
Enviado por: SSK em Maio 23, 2007, 05:39:48 pm
A ver vamos como diz o cego...

Bem vamos acreditar, também ao tempo que já passou...
Título:
Enviado por: jconc em Julho 01, 2007, 10:51:28 am
Boa noticia, mas cuidado com os atrasos de entrega que afecta muito a imagem do estaleiro de Viana! :cry:
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Julho 02, 2007, 01:58:07 pm
Mas para além do atraso dos NPO's, qual são os outros atrasos?!

Quando o governo não quer, os estaleiros não têm culpa (penso eu de que...).
Título:
Enviado por: comanche em Julho 02, 2007, 07:09:35 pm
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) devem ser mais organizados, devem ter uma cota de mercado diversificada, não podem ficar excessivamente dependentes das encomendas do estado português, porque essas encomendas acabarão mais cedo ou mais tarde, o mercado externo tem de ser uma aposta a ganhar, só assim se garante a sobrevivência da empresa a longo prazo.
Título: Indústria Naval.
Enviado por: zocuni em Julho 05, 2007, 11:12:05 pm
Tudo bem,

Concordo consigo,Comanche.
Pode haver pessoas que não vão concordar comigo,por viver fora do país há muito tempo,mas noto que ando muito bem informado no que se passa pela nossa querida terrinha.
Já muito se escreveu sobre o atraso da entrega das duas primeiras unidades,de muita gente querer tornar um patrulheiro oceânico (e é o que esse NPO,é)numa corveta com poderes bélicos etc.Acontece que atrasos acontecem nos melhores estaleiros navais do mundo,onde coloco os nossos.Temos dois estaleiros de excelente porte como a (Lisnave),agora sediada na Matema(Setúbal) uma das empresas lideres no reparo naval,e os estaleiro ENVC,onde se está a construir os nossos novos patrilheiros oceânicos.Nestas minhas lidas por alguns fóruns,li uma coisa muito curiosa,no fórum brasileiro em breve linhas dizia o seguinte "a Portugal,quando colocar uma faixa dizendo que neste país,se constrói embarcações navais militares,recuperaríamos cada centavo investido",pois digo mais além de cada centavo gasto ainda ganhariamos muito,sabem porquê meus amigos,eu que vivo fora e me apercebi disso num outro país,que não precisamos de grandes operações de marketing,grandes aparatos mediáticos,porque temos uma passado nautico(história),que apor vezes nós portugueses nem entendemos.Podemos até não sermos tudo isso,e hoje não mas temos uma imagem de marca impressionante,diria até imcomparável e fazemos muito pouco por valorizar isso.Veja-se,temos poucos meios hoje,mas ainda assim somos considerados em várias instâncias como potência maritima,e olhe que nossos governantes têm se esforçado para denegrir tal facto.
Esses NPO,são um projecto para o fururo quem sabe exportaremos,já existem intenções de compra apesar de que pelo que li aqui,até duvidar que eles naveguem,tal tem sido a contra-informação,acerca do assunto.
Volto a frisar,a aparafusar porcas não saímos da cepa torta,ou fazemos o que poucos fazem ou afundamos a pique.
Agora os NPO,quem sabe após isso construíremos um LPD,uma corveta,até uma fragata,não precisamos de construir um porta-aviões do tipo Nimitz,mas coisas que países medianos comprem.
Me dizem que não temos capacidade tecnológica,tudo bem realmente não temos,mas para isso existem parcerias e outra coisa se fazemos software para a NASA,porque razão não conseguiremos construir um sonas,um radar,já nem falo de um míssil ou um sistema de defesa de ponto.
Agora estas coisas por seu alto investimento têm de ter sustentação inicila do nosso Estado,vontade política,não creio que seja só falta de dinheiro.
Sinceramente,posso parecer um idiota mas estou muito satisfeito com esse nosso NPO,e já agora com essas duas fragatas e com esses submarinos de ponta.Puxa,já saimos do marasmo estamos aos poucos renascendo,como fico satisfeito.O caminho é lento,mas chegaremos.
Desculpem tanta prosa.

Abraços,
Título: Re: Indústria Naval.
Enviado por: Get_It em Julho 06, 2007, 12:58:46 am
Citação de: "zocuni"
Esses NPO,são um projecto para o fururo quem sabe exportaremos,já existem intenções de compra apesar de que pelo que li aqui,
Essas intenções de compra por parte de estrangeiros foram dadas há três anos atrás pelo, então administrador do ENVC, Almirante Martins Guerreiro. Segundo ele a Argentina, Marrocos (nestes dois casos foi confirmado o interesse), a Indonésia, a Argélia, e a Tunísia estariam interessados.
Estas intenções agora desapareceram. Porquê? Por pelo menos três motivos: o primeiro é que o NPO já está a demorar mais do que previsto; o segundo pelo simples facto do Chile já desenvolveu um offshore patrol vessel mais moderno e mais capaz que o nosso, e que até é modular; e o terceiro está relacionado com marketing, os ENVC nem uma simples brochura ou apresentação sobre o NPO criaram, e o site dos ENVC que é o único que tem alguma informação sobre o projecto é, diria eu, muito fraquinho, ora comparem com o site do projecto chileno.

Citação de: "zocuni"
Me dizem que não temos capacidade tecnológica,tudo bem realmente não temos,mas para isso existem parcerias e outra coisa se fazemos software para a NASA,porque razão não conseguiremos construir um sonas,um radar,já nem falo de um míssil ou um sistema de defesa de ponto.
Agora estas coisas por seu alto investimento têm de ter sustentação inicila do nosso Estado,vontade política,não creio que seja só falta de dinheiro.
Sinceramente,posso parecer um idiota mas estou muito satisfeito com esse nosso NPO,e já agora com essas duas fragatas e com esses submarinos de ponta.

"Nós" criamos software no qual a NASA é um dos clientes - no qual também se incluem vários bancos e outras empresas famosas. Mas também só conseguimos criar esse software porque alguns professores e alunos tiveram a visão para o criar enquanto estavam ainda na universidade, ainda nem tinham fundado a empresa. Eles simplesmente não tiveram que depender de vontade política nem necessitaram de financiamento, mas se tivessem necessitado desse financiamento e dessa ajuda duvido que a tivessem conseguido. Não existe nem vontade política para fazer o que quer que seja, -- OK já vi que "caí da carroça" quanto ao meu raciocínio (está um calor do caraças), leia o post do senhor colega camarada JQT (http://http) no tópico Projecto NPO 2000 da Marinha Portuguesa e penso que será suficiente para perceber onde queria chegar.

Cumprimentos,
Título: Sr.Comanche
Enviado por: zocuni em Julho 06, 2007, 02:43:28 am
Tudo bem,

Não vou entar em polemicas sobre o atraso dos NPO.Sinceramente,isso para mim é um aspecto menor.Já li esse conceito do JCT,apenas não concordo que privatizando teremos altos niveis de excelência.Isto é um projecto nacional,e sem isso não ocorrerá.Apesar de ele ter razão em muitas coisas,do qual corroboro,a célebre ineficiência estatal em questões práticas,nem todo mundo que é funcionário público é ineficiente,talvez o meio político o torne,são outros quinhentos.Quanto ao projecto chileno,não creio que seja tudo isso mas veremos.
Outra coisa,na minha opinião para não nos levarmos os cérebros priveligiados,para trabalhar fora do país,e são muitos podem crer,a todos os níveis,ou Portugal cria estruturas para que isso se inverta ou estaremos cada vez mais próximos do terceiro mundo.Não vejo nada melhor que aproveitar esses cérebros em projectos de defesa nacional"forças armadas",as nações ricas fazem isso,não podemos querer inventar a roda.


Abraços,
Título: Re: Sr.Comanche
Enviado por: SSK em Julho 06, 2007, 05:00:41 pm
Citação de: "zocuni"
Tudo bem,

Não vou entar em polemicas sobre o atraso dos NPO.Sinceramente,isso para mim é um aspecto menor.


Diz isso porque não conhece a realidade das nossas corvetas :? É pena mas é a realidade :cry:
Título: SSK
Enviado por: zocuni em Julho 06, 2007, 08:27:40 pm
Tudo bem,

SSK.Não é só nosso  amor á pátria que irá nossa visão algo apocaliptica que temos de nós mesmo.É uma questão de postura face ao mundo global.Temos de ser protagonistas e não coadjuvantes,a nossa história comprova isso.Não devemos ir por quem dá mais,sómente seguir nossas convicções estejam elas certas ou não.O futuro dirá.Ninguém é dono da verdade.


Abraços,
Título:
Enviado por: Cabecinhas em Julho 10, 2007, 12:49:40 pm
"Quanto aos cerebros irem trabalhar em prol das forças armadas era bem visto, mas quem é que quer ganhar tostões quando pode ganhar milhões. Por vezes só o amor à pátria não é tudo nem enche a barriga a ningem  É pena mas é a realidade "

Ainda há quem pense assim ;)
Não me vejo com um cerebro longe disso, mas vou trocar alguns tostões que possa vir ganhar cá fora por uns tostõezinhos que a vida militar me vai dar.
Título: Tecnologia
Enviado por: zocuni em Julho 10, 2007, 02:41:28 pm
Tudo bem,

SSK,eu sei do estado de nossas corvetas são lastimáveis realmente e inadequadas para a função que desempenham,tenho consciência disso.
Mas puxa,estamos tentando desenvolver algo nosso,existe falta de articulação entre o nosso governo e os estaleiros,claro que sim,mas só nos aperfeiçoaremos se praticarmos.
Se reparar,os países que têm tecnologia militar e toda a sua envolvência(indústrias de alta capacitação),estão com economias francamente melhores que nós.Vemos nossos cérebros,em projectos europeus de alta tecnologia,que para o país acrescenta pouco.
Temos um centro de excelência em oceanografia nos Açores(Universidade),o nosso núcleo de engenharia da faculdade do Porto(projecta chassis para a fórmula-1),uma empresa de Coimbra desenvolve software para a NASA,o centro de biologia do Instituto Abel Salazar no Porto,tem uma área de pesquisa médica de reputação mundial,no projecto Galileu temos vários cientistas portugueses,em Inglaterra,EUA,etc.
Ganhamos tostões,e não saíremos daí se nos contentarmos em montar e aparafusar o que os outros projectam,temos de ser mais sofisticados.
As forças armadas,pois abrange inumeras áreas de alto grau de tecnologia e por entender que isso compete ao Estado,esses projectos de fundo,estruturais.
Veja-se noutras áreas,todo mundo achava impossível constrirmos tantos estádios,organizarmos o Euro/2004,pois não foi um sucesso.Seiu que isto não tem muito haver,mas falamos,falamos,mas quando existe um consenso fazemos bem.Não é aquele pensamento bacoco e provinciano,de achar que somos melhores que os outros,apenas podemos e devemos fazer mais e melhor.
Isto não é uma critica,SSK é apenas um complemento.

Abraços,
Título:
Enviado por: SSK em Julho 10, 2007, 06:33:13 pm
Citação de: "Cabecinhas"
"Quanto aos cerebros irem trabalhar em prol das forças armadas era bem visto, mas quem é que quer ganhar tostões quando pode ganhar milhões. Por vezes só o amor à pátria não é tudo nem enche a barriga a ningem  É pena mas é a realidade "

Ainda há quem pense assim ;)
Não me vejo com um cerebro longe disso, mas vou trocar alguns tostões que possa vir ganhar cá fora por uns tostõezinhos que a vida militar me vai dar.


Caro cabecinhas, ainda tem muito a aprender quanto à vida militar e não me estou a queixar. Faço o que gosto...
Título:
Enviado por: Cabecinhas em Julho 11, 2007, 12:55:28 am
"Caro cabecinhas, ainda tem muito a aprender quanto à vida militar e não me estou a queixar. Faço o que gosto..."

Não nego!
Neste momento da minha vida sinto e tenho vontade dar muito ao país sem receber nada em troca... tirando o ordenado e umas férias ao fim de 11 meses de trabalho  :G-beer2:
Título:
Enviado por: SSK em Julho 11, 2007, 01:07:07 am
Se vai para a vida operacional nem sempre dá para tirar as férias e se não as gozar também não são pagas...  :wink:
Título:
Enviado por: Cabecinhas em Julho 11, 2007, 01:09:06 am
"Mas malta com força na verga é que se quer "

A namorada ainda não se queixou... Ah Leão!   :twisted:
Título:
Enviado por: JQT em Julho 14, 2007, 03:14:34 am
Zocuni:

Eu compreendo o que diz e concordo. Mas não se pode confundir o Estado Português com o país Portugal, e seguramente não se pode confundir os ENVC e o NPO com a indústria portuguesa. Portugal tem empresas privadas excelentes, que produzem e vendem bem na sua área de mercado, e que algumas vezes nem sequer são conhecidas cá porque trabalham apenas para exportação. Vou-lhe dar uns exemplos:

http://www.acusticavalongo.com/ (http://www.acusticavalongo.com/)
http://www.martifer.pt/ (http://www.martifer.pt/)
http://www.cms-helmets.com/ (http://www.cms-helmets.com/)
http://www.searibs.com/ (http://www.searibs.com/)

Ainda esta semana estive a ver um equipamento electrónico de medição de temperatura no espaço, projectado e fabricado pela Efacec, várias unidades do qual estão instalados na Estação Espacial Internacional. Outros estão instalados em satélites já colocados em órbita, e outros a caminho de serem lançados.

E poderia continuar.

Nós temos gente excelente, boas empresas e uma capacidade de desenvolvimento tecnologógico notável. É por saber desta capacidade (e da diferença perfeitamente abismal entre o trabalho do sector privado e o do sector público) é que acho inaceitável uma situação como esta dos NPO.

JQT
Título:
Enviado por: Cabeça de Martelo em Julho 14, 2007, 03:44:06 am
Citar
http://www.cms-helmets.com/ (http://www.cms-helmets.com/)


Também tens a Nau ( http://www.nau-helmets.com/ (http://www.nau-helmets.com/) )!  :wink:


Gosto especialmente deste modelo: http://www.nau-helmets.com/site/portugues/novi_02.html (http://www.nau-helmets.com/site/portugues/novi_02.html)
Título: NPO
Enviado por: zocuni em Julho 14, 2007, 03:24:05 pm
Tudo bem,

JQT,nosso diálogo está muito interessante.Concordo consigo,isto não é uma questão de quem defende o ENVC,é mais patriota do que quem contesta,até porque não dou nada dado a esse de arrombos patrioticos.Acho que devem questionar mesmo a eficiência de tal projecto,cobrar das entidades (Estado/Marinha/ENVC),informações para tais atrasos,isso é dever civico da mais alta importância.Realmente todas estas entidades,têm grandes responsabilidade neste processo todo e por inerência o Estado,pois as entidades envolvidas é tudo estatal.
Quando questiono a privatização,é porque me parece (posso estar errado),os compradores aí em Portugal são sempre os mesmos e daqui a pouco,alguns bancos,e uma dúzia de portugueses deterão tudo,e com isso gerar mais concentração de renda,que já acho que acontece.Sei que temos empresas de grande capacitação,gente muito engenhosa,universidades com capacidade de inovação tecnológica,mas sem capacidade de empreendorismo,por manifesta falta de recursos financeiros.Mas só isso não chega,é preciso que o Estado incentive tais cinergias.A criação de uma Indústria,envolve vários processos(pesquisa,capacitação tecnológica,designer,marketing e vendas),até aqui muitos industriais chegam,mas esbarram na famosa lei de patentes onde os Países Ricos,compram tais direitos,este é o problema,é nessa perspectiva que entendo o Estado.Eu penso até que quanto menos Estado tivermos melhor,mas nosso país é pequeno e o capital se encontra muito concentrado,e tende a piorar.
Hoje vivemos com o grande fantasma do desemprego na região norte,segundo sei está alarmante,os empreendedores têm de ser protegidos e amparados.
Voltando aos NPO,pelo que li também os motores produzidos na Dinamarca,deram problemas.Nós tivemos muito tempo,sem produzir para a área militar,isso teve um custo e estamos a pagar isso.
Li um texto muito sugestivo e de encontro ao que você afirma e tem razão,mas aprenderemos futuramente com isso.

 
Navios de patrulha a seco...
Patrulhas Oceânicos portugueses não têm prazo para entrega
08.07.2007



Segundo informação veiculada pela imprensa portuguesa neste Domingo, os Navios de Patrulha Oceânica da classe Viana do Castelo, também conhecidos como «patrulhões», deverão sofrer novos atrasos quanto à data prevista para a sua entrega.

Os navios de patrulha oceânica, um projecto que começou a ser desenhado no inicio dos anos 90 deveriam segundo os planos iniciais substituir as corvetas da classe João Coutinho e Baptista de Andrade, que a marinha começou a utilizar entre o final dos anos 60 e 1975.

No entanto, o projecto esteve desde o inicio envolvido em problemas e atrasos, na sua maioria não explicados, mas que parecem ter tido a ver com alterações das equipas responsáveis na marinha de guerra, mas também com o conceito de utilização dos navios.

O numero de «patrulhões» inicialmente previsto era de doze, tendo posteriormente o numero sido encolhido para dez, a que se juntariam mais dois navios derivados, para utilização como navios de combate à poluição.
O numero foi sendo reduzido e presentemente limita-se a seis unidades, das quais duas foram lançadas à água em 2005, sem que tenham sido entregues à marinha, nem se saiba quando vão ser entregues.

Outras marinhas de guerra que decidiram adquirir navios com estas características, começaram bastante mais tarde que Portugal, tendo já sido lançados à água alguns modelos, como foi o caso recente da marinha do Chile.
Mas a juntar à rapidez com que os novos projectos têm aparecido, eles parecem ser muito mais flexíveis, tendo a possibilidade de se transformar em pequenos navios de guerra, com capacidade para instalar armamentos mais sofisticados que o simples canhão de accionamento manual com tecnologia do tempo da II Guerra Mundial, que estava previsto para os navios portugueses.

O NPO-2000, como é conhecido o projecto que resultou nos dois primeiros navios lançados, está também envolvido em algum secretismo inexplicável.
Nem a Marinha nem os Estaleiros Navais de Viana do Castelo deram até ao momento explicações credíveis para um atraso que começa a ser demasiado estranho.
Dentro de alguns meses, completam-se dois anos desde que os patrulhas foram lançados à água, sem que haja previsão de quando vão ficar operacionais.
As explicações para os atrasos, parecem mais desculpas que razões objectivas de atraso.
Entre as razões aventadas para o atraso na entrega do navio estão alegados problemas com os motores, que teriam sido fornecidos com defeito, sendo que o fabricante se prontificou a proceder à reparação rapidamente. Porém os atrasos que se vão acumulando não podem ser justificados com as «limalhas» que se alegadamente se encontravam nos motores dos navios.

A marinha acusa:
Desde ha algum tempo que pelas declarações que os responsáveis têm dado à imprensa, que parecem haver criticas por parte da Marinha aos estaleiros construtores, acusados de não ter capacidade para construir navios militares, embora inicialmente o projecto do NPO não passe de um navio «civil» para patrulha, sem armamento.

Os ENVC por seu lado, reconheceram que tinham perdido o «know how» ganho nos anos 60 com a construção das pequenas fragatas da classe Pereira da Silva, embora na realidade, quer os estaleiros quer a Marinha tenham perdido já, por razões biológicas[1] todo o «know how» do tempo em que os estaleiros construíam navios e em que a marinha os desenhava.

Na verdade, as várias afirmações por parte de dirigentes dos Estaleiros de Viana do Castelo, permitem descortinar aquilo que parece ser uma acusação velada à capacidade técnica da Direcção de Navios (entidade responsável pelo desenho dos NPO) e que será a principal responsável pelos atrasos.
Ou seja: Se os estaleiros se esqueceram de como se constróem navios, a marinha também já não sabe como eles se desenham, e tenta ocultar esta realidade culpando os ENVC de incapacidade.

A mudança de equipas e de pessoal responsável pelo projecto é natural quando o período de estudos atinge quase 20 anos. Não mudaram apenas as pessoas, como mudaram as ideias e as opiniões sobre o NPO.
O facto de o navio ser sub-armado e ter um deslocamento que é muito maior que o das actuais corvetas da marinha, aproximando-se deslocamento das fragatas João Belo é um dos problemas apontados ao projecto, havendo razões para pensar que depois de o navio já estar desenhado, houve intenções de alterar a ideia e o conceito original, para permitir futuras modificações nos navios com o objectivo de preparar a possibilidade de futuramente lhe instalar novos sistemas.

Tratando-se de uma construção militar, um navio necessita por exemplo de sistemas redundantes, o que implica uma estrutura preparada para garantir que em caso de o navio ser atingido, possa continuar a haver formas de ele continuar operacional.
Este tipo de redundâncias não são normais em navios civis, e implicam coisas simples como por exemplo a construção de condutas reforçadas para a passagem de cabos de dados e cabos eléctricos, para garantir a alimentação de energia ou a ligação de dados entre o centro do navio e os seus equipamentos ou sistemas.

Notar também que, embora tenham sido feitas referências a cada um dos problemas, nem a Marinha de Guerra nem os ENVC alguma vez fizeram alguma declaração sobre problemas concretos, no sentido de explicar porque é que o projecto NPO continua tão atrasado.

De concreto sabemos apenas que os navios, que estão em Viana do Castelo e que alegadamente nem a Marinha nem os estaleiros permitem que sequer sejam fotografados foram lançados à água, sem que exista uma data concreta para a sua entrada ao serviço.

Fonte:Área Militar

É para evitar que isto não aconteça mais,que defendo uma maior cooperação entre os centros de pesquisa universitários com o meio militar.Principalmente nas áreas de oceanografia,engenharia mecânica,naútica e eletrotécnica,astro-física,quimica,biologia médica e marinha,etc,com isso as nossas forças armadas teriam também receitas pois venderiam as patentes para nossas empresas particulares.As nossas forças armadas,também têm de ser um centro gerador de receitas,não só de custos,é isto que tem de mudar.Se tivessemos essa articulação,poderiamos inverter a saída de nossos "cérebros",para o exterior.No meu conceito eles não saiem de Portugal por ganharem pouco,mas por total falta de campo de aplicabilidade,de suas capacidades.Agora talvez não dê votos?Esta é minha modesta opinião.
Desculpem a extensão do comentário.

Abraços,
Título:
Enviado por: emarques em Julho 17, 2007, 03:11:08 pm
Citação de: "JQT"
http://www.acusticavalongo.com/
http://www.martifer.pt/ (http://www.martifer.pt/)
http://www.cms-helmets.com/ (http://www.cms-helmets.com/)
http://www.searibs.com/ (http://www.searibs.com/)

O que continua a fazer-se muito mal é o marketing. Que sites horríveis.  :roll:
Título:
Enviado por: JQT em Julho 17, 2007, 03:57:59 pm
Zocuni: tem toda a razão.

Citação de: "emarques"
Citação de: "JQT"
http://www.acusticavalongo.com/
http://www.martifer.pt/ (http://www.martifer.pt/)
http://www.cms-helmets.com/ (http://www.cms-helmets.com/)
http://www.searibs.com/ (http://www.searibs.com/)
O que continua a fazer-se muito mal é o marketing. Que sites horríveis.  :roll:


Dentro do que há, estes até que não estão muito mal. Mas há por aí sites que são hilariantes de tão maus e de tão pouca informação que dão. Os sites normalmente dizem muito da empresa a quem pertencem, da cultura de empresa e da mentalidade de quem as dirige. E daqui se conclui que se há empresas boas em Portugal, a maior parte é simplesmente amadora.

JQT