Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #15 em: Fevereiro 23, 2014, 09:53:27 pm »
Desde que o presidente foi deposto (embora ele não se considere deposto) a situação é ainda mais complicada:

 - Por um lado o presidente não se considera deposto e acusa o parlamentop de ilegalidade;

 - O leste da Ucrânia não aceita a deposição do presidente e equaciona a separação do resto da Ucrânia;

 - A (antiga) oposição dá-se como satisfeita com o que foi alcançado e tenta acalmar a situação;

 - A extrema direita que foi o grande motor dos protestos e os maiores responsáveis pela "saida" do presidente considera agora que as actuais medidas do parlamento são contra-revolução.

Basicamente já ninguém se entende na Ucrânia.
 

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HSMW

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #16 em: Fevereiro 23, 2014, 10:00:39 pm »
Mais realidade...
Impressionante.  :shock:
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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Crypter

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #17 em: Fevereiro 23, 2014, 11:31:04 pm »
F*****!

Esse vídeo deu-me uma ligeira volta ao estômago!

Isto de disparar contra pessoas que claramente estavam apenas a ajudar os feridos... Enfim!

Ainda bem que estou longe!
 

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #18 em: Fevereiro 24, 2014, 12:39:43 am »
Houve abusos das duas partes, mas sem duvida é uma cobardia enorme abater seres humanos à distância que nem estão armado nem nesse momento em especifico a atacar ninguém mas apenas a tentar prestar ajuda.
 

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HSMW

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #19 em: Fevereiro 24, 2014, 04:09:14 pm »
O outro lado da barricada...


E uma cena de outro mundo:
:shock:  :N-icon-Axe:
https://www.youtube.com/user/HSMW/videos

"Tudo pela Nação, nada contra a Nação."
 

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #20 em: Fevereiro 25, 2014, 12:51:20 pm »
Nesta altura foi quando Putin mandou Yanukovich utilizar a força bruta ao mesmo tempo que mandava os embaixadores russos dizer que aquilo tinha que ser feito, porque nenhum país europeu permitiria aquele tipo de violência no meio de Paris, Londres ou Nova Iorque.

Quando Putin mandou utilizar a força bruta, ele achava que os ucranianos íam retirar ordeiramente e voltar para casa.

Milhões de ucranianos morreram à fome por causa de Estaline e do governo de Moscovo.
Os crimes que os russos cometeram drante os anos 30 contra os outros povos da URSS continuam apagados da memória e por isso os próprios russos podem não ter a noção de quanto são odiados.

Não há nenhum país nas fronteiras da Rússia em que não haja uma grande percentagem da população que tenha um ódio visceral pelos russos, por causa de todos os crimes, todos os roubos, violações, invasões, que ao longo dos últimos 300 anos caracterizaram as relações da Russia com os seus vizinhos.
Esta é a principal razão que leva os russos a sentirem-se cercados. Eles não estão cercados por gente que quer invadir Moscovo, mas sim por gente cheia de rancor por causa do ódio que sente pelo russo.

Putin e os generais russos podem pensar em qualquer coisa ao estilo da Georgia. Mas a Ucrânia é muito maior. Se os ucranianos quase desarmados enfrentavam os BTR-80, o que não faria parte do exército ucraniano em caso de invasão russa ?

Depois, na Georgia havia montanhas e um túnel. Quem controlasse o Túnel entrava no país. As tropas russas avançaram cerca de 60km e pararam. Algumas forças avançaram mais 30km e depois acabaram os abastecimentos. Os russos abateram os seus próprios aviões.
Ora na Ucrânia não há montanhas. É tudo planície atrás de planície e embora depauperado, o exército ucraniano é considerável. E um exército a combater contra um invasor, ainda mais russo ...
Um ataque à Ucrânia seria um atoleiro gigantesco. O máximo que podem fazer é controlar a Crimeia. De resto, nem nas regiões de língua russa os apoiantes de Yanukovich estão em maioria.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #21 em: Fevereiro 25, 2014, 01:06:31 pm »
Estando a acompanhar a situação na Ucrânia e tendo cultivado algumas opiniões, agora, pergunto aqui. Vocês concordam com os protestos? Os protestantes têm razão? Não consideram os protestos ilegais ou considerado um golpe de estado?
 

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #22 em: Fevereiro 25, 2014, 05:41:24 pm »
Não estamos lá.
Não é facil tirar conclusões sobre o que é legal.
À partida tentar remover um governo eleito pela via da força, é uma tese indefensável.
Do outro lado dirão que Yanukovich não representava já ninguém, que não resolveu problema nenhum e que chegado ao fim do seu mandato, sabendo que provavelmente perderia as eleições, se preparava para atar a Ucrânia à Russia.
Além disso, prendeu opositores e preparava-se para controlar o país ao estilo de Putin.

Quem é que gostaria disso para o seu próprio país ?

A votação para demitir o presidente foi aliás unânime.

Em Portugal temos um sistema parlamentar, e o presidente da república é essencialmente um cargo cerimonial, mas mesmo assim seria possível demitir o presidente.

Seria ilegal ?
Não !
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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #23 em: Fevereiro 25, 2014, 07:08:54 pm »
Quanto a mim qualquer politico mesmo eleito para um cargo que veja que chega a um ponto em que a sua continuação nesse cargo causa mais problemas do que resolve tem o dever moral de se demitir.

O presidente Yanukovich estava nessa situação, ou seja moralmente ele devia sair, mas legalmente não tinha que sair.

Houve erros das duas partes e também muitos abusos, se por um lado a policia começou a matar manifestantes a sangue frio com a utilização de atiradores furtivos, por outro lado também houve muita violencia do lado dos manifestantes que causaram mortes entre os policias. No fim da historia nenhum lado é inocente ganhou o que mostrou ter mais força por parte dos apoios internacionais. Tanto que agora vemos que uma grande facção dos protestantes mais activos empunha bandeiras com suasticas e ainda não está satisfeita com o que alcançou.
 

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #24 em: Fevereiro 25, 2014, 10:41:17 pm »
Devemos entender as razões de aparecerem suasticas em manifestações.
Elas também aparecem em Moscovo e em cidades da Russia.

Aparentemente (e estou a vender o peixe que me venderam a mim) bandeiras com a suástica estão neste momento a ser utilizadas para significar oposição aos que ainda defendem o antigo sistema da União Soviética.
É uma espécie de resposta aos que vão para as manifestações com a bandeira vermelha da foice e do martelo.

Muitos destes não são comunistas, mas a bandeira da URSS é um simbolo nostálgico de um passado que lembram com saudade.

É sempre importante evitar que os extremistas e os Talibã controlem alguma coisa. Mas normalmente são também eles que estão na primeira linha e que morrem quando as coisas dão para o torto.



O que acho é que não estão reunidas as condições para já para haver uma guerra civil.
Excepto na Crimeia, no resto do país mesmo nas zonas onde se fala russo, Yanukovich não era bem visto.
Aliás, mesmo na Crimeia, embora muita gente continue a ver na Russia uma força protetora, a maioria destes detestava o Yanukovich.

A verdade é que ninguém o apoiava e é por isso que ele não conseguiu impor a ordem nas cidades ucranianas. Quando mandou lançar o ataque final, o ataque não teve vigor, foi fraco, a maior parte dos intervenientes não estavam convencidos de que estavam a agir bem e em algumas cidades pura e simplesmente recusaram-se a cumprir as ordens para limpar as praças.

Cumprimentos
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mafets

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #25 em: Fevereiro 26, 2014, 10:35:47 am »
As manifestações "nazis" ou nacionalistas não vêm de agora. Por exemplo, as comemorações dos 70 anos da criação da 14. waffen-ss-division galizien foi anunciado publicamente, teve direito a uma transladação de corpos e posterior enterro nos arredores de Lviv(a transladação de corpos havia começado em 2009).












SE após todo este imbróglio a situação evoluiu para o uso das marcas nazis e da própria simbologia da 14ª divisão SS como oposição ao regime e aos russos é outra história, mas por exemplo a transladação de corpos dos antigos SS e posterior enterro com pompa e circunstância começou antes e não agora, sendo que este tipo de manifestações era usual por motivos que nada tinha a ver com inclusive com a situação política (a ultima foto refere-se a protestos pela representação Ucraniana no festival eurovisão ser feito por uma cantora de cor).



Agora, também me parece pouco provavel que se assista a uma guerra civil. São os próprios russos que dizem não estar interessados na desagregação da Ucrânia, embora a situação económica e a possibilidade do gás russo ser cortado possa de alguma forma alterar os acontecimentos.

Cumprimentos
"Nunca, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos." W.Churchil

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Lusitano89

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #26 em: Fevereiro 26, 2014, 03:53:50 pm »
Tensão aumenta, Rússia ordena exercício militar na fronteira


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou hoje a realização de um exercício militar de emergência para testar a prontidão da tropa para combate em todo o oeste do país, numa demonstração de força de Moscovo no meio da tensão com o Ocidente por causa da Ucrânia. A movimentação coincide ainda com o aumento dos confrontos entre manifestantes a favor e contra a Rússia na região autónoma da Crimeia, que questiona a legitimidade do novo governo em Kiev após a destituição do presidente Viktor Yanukovich.

«De acordo com uma ordem do presidente da Federação Russa, as forças do Distrito Militar Oeste foram colocadas em alerta às 14:00 de hoje (10:00 em Lisboa)», disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, segundo a agência de notícias Interfax. Putin já ordenou vários exercícios militares sem aviso prévio em diversas partes da Rússia desde que voltou à Presidência, em 2012, argumentando que os militares precisam estar sempre em prontidão, mas desta vez o contexto geopolítico é claro.

O Distrito Militar Oeste faz fronteira com a Ucrânia, onde uma violenta crise política contrapõe grupos pró-Europa e pró-Rússia. Shoigu disse que o exercício será realizado em duas etapas, até 3 de Março, e que também envolve algumas forças na parte central da Rússia. Na república autónoma da Crimeia (de maioria russa), milhares de manifestantes a favor e contra a Rússia entraram em conflito em frente à Rada Suprema (o Parlamento local), na cidade de Simferopol, e começaram a lançar pedras, garrafas e paus. Segundo a imprensa local e russa, houve uma explosão e um grupo de manifestantes está a tentar invadir a Rada, que está a debater se reconhece ou não as novas autoridades ucranianas.

Manifestantes tártaros (pró-Ucrânia) gritam palavras de ordem e procuram impedir a realização da audiência em Simferopol (capital da Crimeia), pois consideram que a maioria pró-Rússia irá propor a separação da região autónoma. De acordo com a imprensa local, nas imediações do Parlamento local, onde desde ontem à noite foi hasteada uma bandeira russa, foram registados pequenos distúrbios entre os dois grupos. Pelo menos uma pessoa ficou ferida

Os deputados têm dificuldades em chegar ao Parlamento e vários soldados estão localizados nas imediações. A Rada debaterá hoje à tarde se apoia as novas autoridades que assumiram o poder em Kiev após a destituição do presidente Viktor Yanukovich. O Legislativo local é dominado pelos deputados pró-russos, já que os tártaros, que defendem a integridade territorial da Ucrânia, são minoria. Na sua opinião, o presidente do Parlamento local, Vladimir Konstantinov, decidiu convocar a sessão extraordinária «sob pressão de forças internas e externas que cultivam a ideia de separar a Crimeia da Ucrânia», disse.

Em Sebastopol, cidade portuária onde existe uma base naval russa, Alexei Chali, o prefeito nomeado pelos manifestantes pró-russos que se concentram na praça central desde o fim de semana assumiu o poder. Uma das suas primeiras decisões foi criar um centro antiterrorista para coordenar os órgãos de autodefesa da cidade face a possíveis ameaças, numa referência à chegada de activistas nacionalistas.

Por enquanto, a polícia e grupos civis instalaram postos de controlo nos acessos à cidade para impedir a entrada de carros e autocarros suspeitos.
O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, deslocou-se na segunda-feira à Crimeia para tentar acalmar os ânimos.

No domingo, mais de 50 mil pessoas saíram às ruas no porto de Sebastopol para protestar contra as novas autoridades de Kiev. Alguns analistas alertaram para a possibilidade de que, após a deposição de Yanukovich como presidente, regiões pró-russas do leste do país proclamassem a sua desobediência às novas autoridades e iniciassem um processo separatista.

Lusa
 

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brunopinto90

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #27 em: Fevereiro 26, 2014, 04:32:28 pm »
Citação de: "papatango"
Não estamos lá.
Não é facil tirar conclusões sobre o que é legal.
À partida tentar remover um governo eleito pela via da força, é uma tese indefensável.
Do outro lado dirão que Yanukovich não representava já ninguém, que não resolveu problema nenhum e que chegado ao fim do seu mandato, sabendo que provavelmente perderia as eleições, se preparava para atar a Ucrânia à Russia.
Além disso, prendeu opositores e preparava-se para controlar o país ao estilo de Putin.

Quem é que gostaria disso para o seu próprio país ?

A votação para demitir o presidente foi aliás unânime.

Em Portugal temos um sistema parlamentar, e o presidente da república é essencialmente um cargo cerimonial, mas mesmo assim seria possível demitir o presidente.

Seria ilegal ?
Não !

Sempre pensei que Portugal tinha uma política semi-presidencial em que o Presidente ainda tem algum poder executivo. Ficando encarregue de sancionar ou vetar o projeto de lei. Não creio que seja Parlamentar. Sim é possível demitir o Presidente, pois "ele" divide poderes com o primeiro-ministro e o Parlamento. Já no EUA e no Brazil, creio que não é possível, pois são Presidencialistas, mas Bill Clinton foi demitido :?:

Sim, é sempre difícil, não estando lá. O que mais irrita é amigos, familiares a comentarem a situação nas redes sociais sem saberem as causas. Houve votos para que o Presidente Yanukov saísse e mesmo assim não saiu? Confesso que é a primeira vez que estou a ouvir isso. Aliás o Presidente mudou a constituição para ter mais poder. Isso claro é errado. Claro que não gostaria de viver num país assim.
 

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papatango

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #28 em: Fevereiro 26, 2014, 05:33:45 pm »
O sistema semi-presidencialista estava implícito na constituição de 1976, mas posteriormente o cargo de presidente da república foi sendo esvaziado de poder.

No inicio o presidente vetava as leis e elas para voltarem ao presidente tinham que ser votadas por 2/3 do parlamento.
Dado o nosso sistema político, nenhuma lei conseguia com facilidade 2/3 do parlamento.

Em todos os aspectos o presidente da republica tinha mais poder. Depois de Ramalho Eanes, Mário Soares já tinha bastante menos poderes, mas para tentar demonstrar o contrário (fora Soares a tirar os poderes ao presidente) inventou as presidências abertas para mostrar que o presidente ainda servia para alguma coisa.

Nós temos um sistema parlamentar em Portugal, em que desgraçadamente não elegemos os deputados, os quais são cooptados e indicados na sequência das jogadas sujas e golpes de mão dentro dos partidos, que se tornaram TODOS (do bloco ao CDS) máquinas abjetas de negociatas de poder.

O presidente do ponto de vista legal, pouco ou nada pode fazer.
Entretanto a comunicação social inventou, com o acordo dos partidos a figura do candidato a primeiro ministro.
Ora neste país, até a mulher-a-dias do presidente pode ser indigitada para chefe do governo, desde que possa garantir maioria no parlamento.

O primeiro ministro não é um cargo eleito, e tem muito mais poder que o presidente, que é eleito por maioria de votos.

É o país que temos
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PereiraMarques

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Re: Protestos na Ucrânia e a possibilidade de guerra civil
« Responder #29 em: Fevereiro 26, 2014, 06:43:48 pm »
A capacidade de veto do Presidente da República é irrevogável (N.º 4 do Artigo 136.º da CRP) apenas para os Decretos-Lei, atos legislativos de competência exclusiva do Governo. No que se refere as Leis, atos legislativos de competência exclusiva da Assembleia da República, o veto presidencial pode ser ultrapassado pela Assembleia (N.ºs 1 a 3 do Artigo 136.º da CRP).

A definição encontrada em muita da Doutrina para a situação portuguesa é a de "sistema semi-presidencialista de pendor parlamentar".

Em Portugal o Presidente da República não pode ser demitido, pelo menos de forma legítima, pode sim é responder por crimes cometidos durante o exercício de funções (Artigo 130.º, articulado com a alínea c) do Artigo 163.º, ambos da CRP).