Nunca chegarão a uma conclusão. Porque é que não se dedicam a causas em que se construam e não se combata por combater…
Provavelmente para que não apareçam pessoas a dizer exactamente o que o SSK disse.
Caro SSK, embora eu entenda a razão do seu comentário, estou em absoluto desacordo com o posicionamento que propõe. O problema com que nos deparamos neste caso, é a tentativa de calar a verdade e de distorcer a História.
E se nós pura e simplesmente calamos e voltamos a cara para o lado, que tipo de memória termos no futuro?
Devemos esquecer tudo?
Devemos acreditar em qualquer mentira e patranha ?
Nós pura e simplesmente não podemos e não devemos desistir, porque não muitas causas mais causa mais nobres que a defesa da verdade. E o que infelizmente vemos em alguns casos, é a tentativa de encobri-la, em que os espanhóis costumam ser mestres.
<b>Essencialmente sobre a Guerra Civil de Espanha, há que explicar uma coisa:</b>
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Houve crimes cometidos dos dois lados, isso é evidente e ninguém o pode negar.
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Quando em Julho de 1936 se dá o «pronunciamiento» que é o nome que os espanhóis dão aos golpes mais ou menos palacianos, o «pronunciamiento» falha e os rebeldes não conseguem tomar o poder, mas ao mesmo tempo o governo legítimo também não o tem.
Ocorre em 1936 aquilo que Marcelo Caetano tentou impedir em 25/4/74 com a famosa frase «que o poder não caia na rua». Na Espanha de Julho de 1936, o poder caiu claramente na rua.
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Quando o poder caiu na rua, deixou de haver respeito pela autoridade do Estado Espanhol e pelo governo da República, o qual tinha perdido grande parte do seu poder e tinha um poder mais formal que outro, porque grande parte da defesa da República estava de facto a ser feita por organizações que não estavam ligadas ao governo.
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É aqui que está o logro, porque os nazistas a sul e os fascistas a norte podem-se é queixar de que o governo legitimo não conseguiu controlar os movimentos que tomaram o poder em variados lugares de Espanha e começaram a fazer justiça pelas suas próprias mãos, fora de qualquer controlo do governo da República.
Mas não podem acusar (como fazem) o governo da República Espanhola de ser tão responsável pelos morticinios e pelos massacres do lado republicano, como Franco foi responsável pelos massacres dos nazistas.
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Não só os massacres do lado nazista (Gen. Franco) e do lado fascista (Gen. Mola) foram promovidos e organizados pelos mais altos comandos militares, como faziam parte das experiências que os alemães queriam levar a cabo sobre a utilização do terror sobre civis, como forma de ganhar a guerra.
Ao contrário, os massacres ocorridos do outro lado, foram massacres que ultrapassaram as regras e as ordens da República Espanhola, que não teve forças (e essa é a sua responsabilidade) para impedir os crimes que foram cometidos.
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Mas a comparação que alguns espanhóis tentam fazer, colocando os crimes dos dois lados em igualdade de circunstâncias, é absolutamente mentirosa e execrável porque imoral.
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Não só o numero de vítimas de massacres perpetrados pelos nazistas ultrapassou de forma exponencial as ocorrências do lado governamental, como do lado nazista os massacres eram a política oficial, ACEITE E PROMOVIDA PUBLICAMENTE PELO PRÓPRIO FRANCO.
Quando perguntaram a Franco o que seria necessário fazer para ganhar a guerra, ele respondeu: «Farei o que for necessário». Depois perguntaram-lhe novamente o que ele faria se para ganhar fosse necessário matar mais de 10 milhões de pessoas (aproximadamente a população no lado republicano) e Franco respondeu «Repito, farei o que for necessário».
A frase foi entendida da única forma possível. Franco afirmou que estaria na disposição de matar todos os espanhóis do lado republicano, se isso fosse o necessário para ganhar a guerra.
Isto demonstra claramente que Franco, seguiu a táctica de estender a toda a Espanha uma política de fomento do terror, que aplicou nas zonas conquistadas e mesmo muito atrás das linhas onde se desenrolavam os combates.
Foi tão brutal e cruel o comportamento da soldadesca de Franco, que numa batalha no sul de Espanha, até os fascistas italianos se mostraram incomodados com a desumanidade e a crueldade dos nazistas espanhóis.
Entre os desportos praticados, estava o hábito de castrar os cadáveres. O comportamento da Falange e da Legião espanholas, não pode ser descrito com nenhum outro adjectivo que não seja o de ANIMAL.
E são os próprios italianos que o afirmam.
Quando Beevor fala de compaixão, está provavelmente a falar deste tipo de comportamento dos nazistas espanhóis, que nem sequer os cadáveres dos mortos respeitavam. E este comportamento, continuou até ao fim da guerra. Depois dela, os assassínios continuaram.
E quantos casos houve, já depois da guerra, em que os acusados repúblicanos eram libertados por não haver qualquer indicio contra eles, mas os falangistas locais, pela calada da noite iam a casa deles, metiam-nos num carro e matava-nos à beira da estrada.
Na Espanha pós 1939, ninguém tinha coragem para afirmar que um seu familiar tinha sido arrastado à noite para dentro de um carro, para nunca mais ser visto.
Há um neonazi chamado Pio Moa, uma espécie de mistura de Skinhead com o embaixador Rito da Casa Pia, que resolveu dedicar-se a escrever livros, onde resolveu negar todos os crimes, acusando todos aqueles que escrevem sobre a Guerra Civil espanhola de mentirosos.
É a esses escritos de Pio Moa, que um dos participantes do fórum foi buscar os argumentos para contestar o Anthony Beevor.
Para azar dele, eu já li o Pio Moa, mesmo sob o risco de ter ataques de vómito e nojo, porque o «homen» dá asco.
Enfim…
Não temos o direito de calar, apenas por calar
Cumprimentos