Força militar "pronta" para ir ao Congo

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Lancero

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Força militar "pronta" para ir ao Congo
« em: Março 23, 2007, 01:03:41 pm »
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RDCongo: Governo tem força militar pronta para retirar portugueses

Lisboa, 23 Mar (Lusa) - O Governo português tem preparada uma "força militar conjunta" para, caso necessário, retirar os portugueses que vivem na República Democrática do Congo, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).

        O executivo está a "acompanhar com a maior atenção" a situação criada com os confrontos que se registam desde quinta-feira em Kinshasa e, segundo um comunicado do MNE, a força militar "está pronta" a retirar os portugueses que quiserem deixar o país.  

        Fogo de armas pesadas deflagrou quinta-feira ao início do dia perto da casa do antigo "senhor da guerra" e derrotado candidato presidencial Jean-Pierre Bemba, segundo afirmaram fontes da ONU e testemunhas.

        O governo do Congo colocou soldados por toda a cidade, os tiroteios e as explosões continuaram durante a tarde e pelo menos dois civis foram mortos e vários ficaram feridos nos confrontos.

        Na República Democrática do Congo vivem cerca de 960 portugueses, 500 dos quais na capital.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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JoseMFernandes

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« Responder #1 em: Março 23, 2007, 03:49:54 pm »
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Lisboa, 23 Mar (Lusa) - O Governo português tem preparada uma "força militar conjunta" para, caso necessário, retirar os portugueses que vivem na República Democrática do Congo, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE).


Valia mais, a meu ver, evacuar a titulo definitivo todos os portugueses da RDCongo e considerar como  da sua única responsabilidade pessoal as consequências da opção daqueles que  ali quiserem permanecer ou  pretendam  instalar.

Lembro que neste momento, o centro da capital se transformou num teatro de guerrilha, com notícia da presença de elementos pró-Bemba do outro lado do rio Zaire(Brazaville) à espera de estabelecer uma 'ponte' com os seus 'camaradas' em Kinshasa.É possível que hoje mesmo haja uma acalmia nos combates, para dar lugar a alguma discussão...mas nao será por muito tempo...!!!
Recordo ainda que a comunidade internacional (ou seja nós os contribuintes!) investiu dezenas de milhões de dólares para garantir as primeiras eleições livres do país.Como resultado, Joseph Kabila foi eleito presidente e Antoine Gizenga  escolhido para primeiro-ministro a partir de uma maioria parlamentar.Que a UE considerou legitimo esse governo ("o Congo é um pais democrático e a ajuda que lhe prestamos não pode estar dependente de condições" palavras do comissário europeu Louis Michel) e que não deveria ser posto em causa.No entanto, passados três meses das eleições, o adversário derrotado parece dispor de exército pessoal, mesmo no coração da capital !!!
A MONUC, força das Naçoes Unidas para a Republica do Congo(a mais importante missão até agora montada pela organização internacional!) recusa intrometer-se nesta crise.O que nos pode levar a ver afundar todo o processo democrático desenrolado até hoje.Curiosamente o (novo)representante da UE para a região dos Grandes Lagos explicava anteontem que o problema entre as milicias de Bemba e as 'forças republicanas' era " ausência de contactos directos"(sic)"e que pertencia ao governo dar o primeiro passo".A imprensa belga de hoje classifica, e justamente, esta posiçao de ...'surrealista'.

A meu ver a RDCongo, tal como Angola e a maioria dos paises africanos com fronteiras artificiais traçadas nos tempos coloniais, precisam de de discutir realmente a sua identidade e limites fisicos, e idealmente organizarem-se numa verdadeira União Africana, mas primariamente reconhecendo as suas diferenças etnicas, linguisticas, culturais, historicas...senão manteremos estes problemas 'ad eternum'...
Afinal, a nossa experiência na Europa, nomeadamente nos Balcãs e ex-URSS, onde fomos aceitando, a bem ou mal, sucessivas divisões e sub-divisões de estados para se transformarem em mini-nações (o último exemplo dos quais é o Kosovo) não pode(deve) ser autorizada em Africa ??  ...porquê????
 

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Lancero

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« Responder #2 em: Março 23, 2007, 04:48:59 pm »
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RDCongo:Confrontos "baixaram substancialmente" em Kinshasa, comissário português  

      Lisboa, 23 Mar (Lusa) - O chefe da missão policial da União Europeia (EUPOL) em Kinshasa, o português Adílio Custódio, disse hoje à Lusa que os confrontos na capital da RD Congo "baixaram substancialmente", apesar de ainda se registarem troca de tiros.

      "Desde manhã que há uma melhoria da situação, mas há ainda alguns focos de tensão", afirmou à Agência Lusa o chefe da EUPOL, contactado telefonicamente a partir de Lisboa.

      O português adiantou que nos bairros periféricos a "vida corre normalmente" e que a troca de tiros entre o exército da RD Congo e a guarda do antigo vice-presidente Jean-Pierre Bemba se registam principalmente nas zonas próximas às embaixadas de Portugal e dos Estados Unidos.

      "A minha percepção é que a situação está a melhorar e até sábado de manhã a calma deverá estar restabelecida", salientou, acrescentando que as Forças Armadas da República Democrática do Congo estão "a fazer um esforço" para que a cidade regresse à normalidade.

      O comissário Adílio Custódio disse ainda que os portugueses que vivem em Kinshasa "estão preocupados" e que não há vítimas entre a comunidade.

      Para o caso de vir a ser necessário retirar os cerca de 900 portugueses que vivem no país, 500 dos quais na capital, o governo português anunciou já ter preparada uma "força militar conjunta".

      Os portugueses residentes na RD Congo estão a ser informados pela embaixada de Portugal sobre o plano de retirada e aconselhados a permanecerem em casa e a protegerem-se, adiantou.

      Segundo fontes hospitalares, pelo menos 12 pessoas morreram e 27 ficaram feridos desde quinta-feira em Kinshasa em resultado dos confrontos entre o exército da República Democrática do Congo e a guarda do antigo vice-presidente Jean-Pierre Bemba.
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Cabeça de Martelo

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« Responder #3 em: Março 23, 2007, 06:55:36 pm »
http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?t=5094  :oops:

Se quiseres fundir os tópicos, é que já são três tópicos a falar do mesmo!

Citação de: "Cabeça de Martelo"
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Portugal prepara uma Força de Reacção Imediata para enviar para Kinshasa
 
   
O Governo português mandou acelerar os preparativos da Força de Reacção Imediata (FRI), que a qualquer momento pode viajar para o Congo. Trata-se de uma força militar conjunta com elementos das tropas especiais de todos os ramos das Forças Armadas. São elementos especialistas em retirar civis de áreas em conflito. Em Kinshasa, a tensão aumentou nas últimas horas. Pelo menos sete pessoas morreram desde quinta-feira em confrontos.
 
 
Tendo em conta as caraterísticas de Kinshasa, grande parte da Forças de Intervenção Rápida vai ser constituída pelos elementos do Destacamento de Acções Especiais da Marinha.

Esta força de fuzileiros tem experiência no terreno e acompanhou as últimas eleições no território. A Força Aérea tem quase pronto um C-130 destinado a transportar as tropas para o Congo em caso de luz verde do Governo português.

Estão já planeadas as rotas de voo e foram pedias as necessárias autorizações.

Um aparelho da Força Aérea vai transportar para o Congo os elementos da Força de Reacção Imediata e também dez homens do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP.

Este grupo vai juntar-se a quatro elementos do GOE que já estão no terreno, para garantirem a segurança do corpo diplomático português em Kinshsa e dar apoio numa eventual retirada de cidadãos portugueses do país.

O Governo português vai emitir, ainda esta tarde, um comunicado sobre este assunto e continua a acompanhar a situação no território.

O secretário de Estado das Comunidades, António Braga, que está de visita a Madrid, garante que está em contacto permanente com a embaixada e aguarda o evoluir da situação.

Pelo menos sete pessoas morreram desde quinta-feira em Kinshasa, em confrontos com armas pesadas e ligeiras entre o exército da República Democrática do Congo e a guarda do antigo vice-presidente Jean-Pierre Bemba, anunciou hoje a rádio Okapi.

Entretanto, os portugueses residentes na RDCongo estão a ser informados pela embaixada de Portugal sobre o plano de retirada e aconselhados a permanecer em casa, segundo um português ouvido pela agência Lusa em Kinshasa.

No norte da capital da RDCongo, o bairro de Gombe, palco da violência, encontrava-se hoje à tarde "sob controlo do exército congolês. Há ainda disparos em outros bairros, mas a situação acalmou", disse o porta-voz militar da Missão da ONU na RDCongo (MONUC), tenente-coronel Didier Rancher.

 http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais ... a+no+Gongo
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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pablinho

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« Responder #4 em: Março 23, 2007, 08:41:33 pm »
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Evacuada la Embajada de España en el Congo tras ser atacada con un obús
Los funcionarios fueron sacados del edificio por los «cascos azules» en medio de disparos

El centenar de españoles que residen en Kinshasa están fuera de peligro

La crisis: Dos antiguos enemigos vuelven a enfrentarse en las calles

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(Lugar: efe | kinshasa)
 La Embajada de España en Kinshasa fue ayer evacuada tras ser alcanzada por un proyectil de obús, que no causó heridos entre el personal diplomático. El embajador español en la República Democrática del Congo (RDC), Miguel Fernández Palacios, y el resto de funcionarios fueron evacuados en tanquetas por militares uruguayos de la misión de la ONU en ese país en medio de disparos. El centenar de españoles que reside en Kinshasa se encuentra a salvo, según fuentes del Ministerio de Asuntos Exteriores español.

El ataque contra la delegación diplomático tuvo lugar en medio de los enfrentamientos desatados ayer entre soldados del Gobierno y la guardia del ex vicepresidente Jean-Pierre Bemba, rompiendo los dos meses de calma.

El ministro de Asuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos, se puso en contacto con el embajador español, quien le informó del ataque y de la situación tanto de los funcionarios como de la colonia española, compuesta, en su mayoría, por misioneros religiosos. La delegación diplomática en Kinshasa está formada por alrededor de una veintena de personas.

El personal de la Embajada fue trasladado a un edificio de la ONU, donde se encuentra «fuera de peligro», según Exteriores.

Los enfrentamientos, que comenzaron cerca del mediodía en las cercanías de la residencia de Bemba, son los más graves desde que Joseph Kabila asumiera la Presidencia del país el pasado 6 de diciembre. Kabila derrotó a Bemba, un antiguo líder rebelde congoleño, en las elecciones presidenciales del 29 de octubre pasado, lo que le permitió renovar el poder que tenía de facto desde el 26 de enero del 2001. Esa elección fue la primera votación libre y plural que se registraba en la RDC (ex Zaire) en más de 40 años, tras su independencia de Bélgica en 1960.

Bemba, convertido ahora en un próspero empresario, conserva bajo su mando a miles de hombres armados, que se han negado a dejar las armas e integrarse a las fuerzas regulares.

El Gobierno de Kinshasa estaba presionando en los últimos días a Bemba para que redujera el tamaño de su ejército privado, pero sus guardas no quieren dejar las armas porque temen que, si lo hacen, quedarán expuestos a ataques de grupos rivales.

La ONU mantiene en el Congo un contingente de unos 17.000 efectivos, el mayor del todo el mundo, cuya labor es garantizar el proceso político abierto tras los acuerdos de paz firmados en el 2003 que terminaron una guerra civil abierta en 1998. España tuvo desplegado en este país 130 militares, que regresaron a mediados del pasado diciembre tras cumplir su misión de reforzar la seguridad ante la cita electoral.

http://www.lavozdegalicia.es/inicio/not ... TO=5654406

Visto o visto van necesitar a vosa axuda... nos xa retiramos as nosas tropas o pasado dcembro
 

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Lancero

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« Responder #5 em: Março 23, 2007, 11:09:11 pm »
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RD Congo: «Portugueses não pediram ajuda»
2007/03/23 | 19:27 ||  Hugo Beleza  com Lusa
Pára-quedistas regressam à base. Plano de evacuação não foi activado

O plano militar de evacuação de portugueses da República Democrática do Congo não foi activado porque não existiu nenhum pedido de regresso por parte de cidadãos nacionais e devido à «alteração favorável das condições» de segurança no país africano, disse ao PortugalDiário uma fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Contudo, «o grau de prontidão mantém-se» e o «plano de contingência continua preparado».

O PortugalDiário soube também, de acordo com outra fonte, que os 100 pára-quedistas que se encontravam desde ontem, em Lisboa, preparados para partirem a qualquer momento para a República Democrática do Congo, vão regressar amanhã de manhã a S.Jacinto.

Porém, continuam em alerta os 30 elementos do destacamento de Operações Especiais de Lamego, que também viajaram ontem para a capital portuguesa.

Estes militares foram informados da não activação do plano de evacuação cerca das 18h00, uma decisão que se deveu à «evolução favorável da situação» na capital do país africano, Kinshasa, onde se têm registado confrontos entre o exército da República Democrática do Congo e a guarda do antigo vice-presidente Jean-Pierre Bemba.

De acordo com fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros, contactada esta tarde pelo PortugalDiário, este regresso dos pára-quedistas deve-se a uma «alteração das condições» na República Democrática do Congo e, sobretudo, à «ausência de qualquer pedido de regresso por parte de cidadãos portugueses», razão pela qual o plano de evacuação não foi activado.

Exército regular controla «situação»

Em declarações à agência Lusa, Mawise Musanganga, assessor de imprensa do Movimento de Libertação do Congo (MLC, oposição), de Jean-Pierre Bemba, garantiu que «a situação está controlada pelo exército regular» em Kinshasa, referindo que «a situação está calma de momento».

Já o porta-voz governamental Toussaint Tshilombo afirmou que «o exército regular está a limpar bolsas de resistência nalguns quarteirões a leste da capital, onde se entrincheiraram milicianos», refere a agência portuguesa.


Fonte
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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Lightning

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« Responder #6 em: Março 25, 2007, 02:24:26 pm »
Alguns destes documentos são estranhos pois contrariam-se uns aos outros. Um diz que a FRI é composta maioritariamente pelo DAE, outro diz que os 100 pára-quedistas postos de alerta voltaram para São Jacinto, de certeza que os DAE não são mais de 100. Haja Paciência...
 

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Artic Fusion

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« Responder #7 em: Março 25, 2007, 09:56:39 pm »
Citação de: "Lightning"
Alguns destes documentos são estranhos pois contrariam-se uns aos outros. Um diz que a FRI é composta maioritariamente pelo DAE, outro diz que os 100 pára-quedistas postos de alerta voltaram para São Jacinto, de certeza que os DAE não são mais de 100. Haja Paciência...


Os DAE são 28 elementos penso eu.
 

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hellraiser

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« Responder #8 em: Março 25, 2007, 11:49:37 pm »
A força inicial seria constituida por OES de lamego, e DAE dos fuzos, e depois uma força maior de Paras como unidade de apoio.
"Numa guerra não há Vencedores nem Derrotados. Há apenas, os que perdem mais, e os que perdem menos." Wellington
 

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comanche

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« Responder #9 em: Abril 01, 2007, 04:21:19 pm »
Congo: acordo de evacuação de Bemba para Portugal

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Antigo vice-presidente já dispõe de autorização de Lisboa para entrada no nosso país
 
O antigo vice-presidente da República Democrática do Congo (RDC), Jean-Pierre Bemba, já dispõe de autorização de Lisboa para entrada em Portugal, disse hoje à agência Lusa o seu assessor de imprensa, Mawise Musanganga.

«Jean-Pierre Bemba já tem autorização de Portugal, mas subsistem algumas coisas por resolver junto das autoridades congolesas», afirmou Musanganga em declarações por telefone à Lusa a partir de Kinshasa.

Também o embaixador de Portugal na RDC, Alfredo Duarte Costa, confirmou hoje esta informação em declarações prestadas à agência France Press, esclarecendo que Bemba se comprometeu a não ter «qualquer actividade política» em Portugal.

«Há um acordo de princípio entre Bemba, as autoridades congolesas, a Missão da ONU na RDC (MONUC)) e Portugal para esta evacuação», declarou o embaixador português.

«O presidente Joseph Kabila já deu a sua autorização de princípio, mas resolveu consultar ainda o primeiro-ministro antes de tomar uma decisão final», disse o assessor de Bemba.

Além disso, acrescentou, o procurador-geral da República congolês também «tem uma palavra a dizer», uma vez que corre em tribunal um processo contra Jean-Pierre Bemba.

«Já existe garantia de Portugal de que o receberá, mas Bemba prefere que todas as diligência nesse sentido sejam cumpridas para não estar sujeito posteriormente a eventuais problemas na República Democrática do Congo», esclareceu Mawise Musanganga.

«Ele tem tudo preparado para partir para Lisboa, só aguarda que todas as coisas estejam em ordem», disse o assessor.

Bemba comprometeu-se a não ter actividade política em Portugal

Jean-Pierre Bemba formulou por escrito um pedido para receber tratamento médico em Portugal e comprometeu-se a não ter nenhuma actividade política enquanto estiver em solo português, segundo o embaixador Alfredo Duarte Costa.

A sua intenção é permanecer «por algumas semanas» em Portugal para tratar de uma perna fracturada à qual já tinha sido tratado em Dezembro de 2006 numa clínica de Lisboa, segundo fontes que lhe são próximas.

Bemba precisa de autorização das autoridades congolesas

«Falta apenas ser passado a escrito pelas autoridades congolesas o acordo verbal concedido à partida de Bemba para cuidados médicos» no exterior, acrescentou o diplomata português, uma situação que deverá estar desbloqueada nos próximos dias.

«É necessário perceber-se que Portugal é apenas um facilitador neste assunto, o nosso único interesse é ajudar o Congo a reencontrar a paz e a estabilidade», sublinhou Alfredo Duarte Costa.

Jean-Pierre Bemba está «alojado» desde 22 de Março numa residência da embaixada da África do Sul em Kinshasa, onde se refugiou no primeiro dos dois dias de violentas confrontações entre o exército regular e a sua guarda pessoal, que foi totalmente neutralizada.

Onda de violência causou 163 mortos

Esta onda de violência causou pelo menos 163 mortos, segundo a organização humanitária católica Caritas e mais de 200 de acordo com fontes diplomáticas em Kinshasa.

O adversário derrotado de Joseph Kabila na eleição presidencial de 2006 opunha-se à integração dos seus homens no exército nacional, considerando não ter garantias suficientes para a sua própria segurança.

O governo de Kinshasa acusa Bemba, líder de um movimento de rebelião armada transformado em partido político no final da última guerra na RDC (1998-2006), de ter conservado «uma milícia» armada a pretexto da sua segurança pessoal.

O ministério público congolês abriu em 23 de Março um processo de inquérito susceptível de desencadear uma perseguição judicial contra Bemba, actualmente senador e como tal a coberto pela sua imunidade parlamentar.

«Há duros no campo presidencial e do governo que desejariam ver Bemba detido, o que não parece ser a posição do presidente Kabila e do mediador por parte das autoridades (Vital Kamerhe, presidente do parlamento)», afirmou um outro diplomata em Kinshasa.



http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=792793&div_id=291