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Outras Temáticas de Defesa => Área Livre-Outras Temáticas de Defesa => Tópico iniciado por: mamifero em Novembro 27, 2005, 06:39:54 pm

Título: Dr. Mário Soares "Desapareça"
Enviado por: mamifero em Novembro 27, 2005, 06:39:54 pm
"Corre o boato que depois deste artigo, o jornalista João de Mendia foi convidado a
terminar a sua colaboração no Diário de Notícias. Foi despedido!!  "

  Dr. Mário Soares "Desapareça"

 
 Aauréola de democrata que erradamente se insiste em atribuir ao dr. Mário Soares tem sido contraditada pela sua própria conduta pública. Mas agora, velho, incontinente verbal a dizer o que dantes o coarctava a ambição e a evidenciar a sua verdadeira natureza, aí o têm a recandidatar-se a presidente da República.

No que diz respeito ao Ultramar português, Soares esforçou-se de forma empenhada para que o processo se passasse como se passou. Contrariamente ao que diz e à fama que se auto-atribui.

Em tempos de PREC, o dr. Soares cativava inocentes com promessas de consultas populares, a serem feitas cá, e lá, mas a verdadeira intenção era não perguntar nada a ninguém e entregar todo o nosso território ultramarino a elementos directissimamente ligados ao estalinismo soviético. Soares executou, objectivando-o, um desiderato do Partido Comunista. É assim deste personagem a responsabilidade pelo que considero ter sido, e ser ainda, a maior catástrofe nacional a destruição, traiçoeira e vil, de um ideal eminentemente português e a sequente, horrorosa e previsível mortandade que se seguiu.

A gravidade deste horror indescritível vem ainda do facto de nunca ninguém ter investido Soares de poderes para dispor de território nacional. Nem mesmo isso seria jamais possível, por muito que invoque a legalidade revolucionária (que substancialmente não foi legalidade alguma, por se ter traduzido naquilo em que se traduziu destruição de Portugal). A partir daqui, o que se passou é da enorme responsabilidade de uma pessoa imputável há 81 anos e que dá pelo nome de Mário Soares. A "descolonização exemplar" foi "exemplarmente" criminosa, e é imperdoável, tendo em vista a sua enorme gravidade.

Na nossa entrada na CEE o género continua. Depois de consultar técnicos, por si escolhidos, e aqueles o terem esclarecido de que não seria naquela altura, nem por aquele processo, que deveríamos entrar na então CEE, Soares, à revelia de tudo e de todos, comprometeu-se com Bruxelas e "implorou" que nos aceitassem. Segue-se a cedência de tudo a todos e o desprezo olímpico pelos pareceres que iam no sentido oposto.

Para defesa do indefensável, Soares não se cansa de nos tentar convencer de que não haveria alternativas. Só que havia. E várias. A que escolheu era a pior. Todas eram melhores, incluindo a entrada na CEE, mas bem negociada.

Soares, com o maior dos desaforos tem assumido atitudes quase majestáticas, como se tudo lhe fosse devido, reivindicando "direitos" que o têm colocado em ridículos patamares, como que a cobrar-se por uma resistência que está longe de ser a tal desgraça de que se queixa. Só que o que se deveria passar seria exactamente o contrário. Por razões de gravidade infinitamente menor das que vêm descritas em documentação vastíssima, e não desmentida, como na de Rui Mateus, entre outra, e pelo que está gravado na memória de centenas de milhares de espoliados do Ultramar, até o Ministério Público já, de alguma forma, se pronunciou. Havendo mesmo um notável parecer do prof. Cavaleiro Ferreira, eminente penalista, que por completo esclarece a situação. Mas o Dr. Soares, estranha, presumida e humilhantemente para todos, arroga- -se o direito de ter direitos que ninguém mais tem.

Mário Soares está ainda longe de ter sido o responsável, como se diz, por vivermos neste simulacro de democracia. O que se passou foi que, no segundo 1.º de Maio depois de 74, quando Soares se pretendia juntar aos comunistas, foi por estes rejeitado. Só mais tarde, e por ter percebido que se não se afastasse do PC teria a sorte que tiveram as dezenas de centros regionais daquele partido, que foi terem ido pelo ar na sequência de reacções populares, aproveitou para inventar o chamado socialismo democrático, que nunca ninguém percebeu muito bem o que é, mas que é do que tem vivido até agora.

Soares, como governante, foi ainda pouco menos que uma nulidade. Nos Governos Provisórios foi o desastre que se sabe. Em 1978 foi demitido pelo gen. Eanes por má governação. Em 1983-85 frustrou completamente os acordos de coligação com o PSD, que permitiriam a Portugal desenvolver-se e modernizar a economia. Em 1983-85, com Soares no poder, a inflação chegou a uns impensáveis 24% e o défice desses governos alcançou a vergonhosa marca de 12%! O País estava quase sufocado pela dívida externa e viveu, até essa data (1985), praticamente com as estruturas do Estado Novo e com empréstimos do FMI. Tudo por culpa da teimosia do dr. Soares que, obstinadamente, se recusava a rever a Constituição que permitiria uma liberalização da nossa economia. Facto este que estava previsto nos acordos de coligação entre o PS e o PSD em 1983. O radicalismo de esquerda, no Verão Quente, foi, mais uma vez, bem mais da responsabilidade de Mário Soares do que do PC, realidade que está na base do estado actual de Portugal.

Por todas estas, e por muitas outras razões, Mário Soares é a figura política que mais e mais gravemente prejudicou Portugal em toda a sua existência. Outros terão tentado, como Afonso Costa, mas, graças a Deus, não conseguiram. Mário Soares conseguiu. Assim, e usando a expressão que ele próprio usou com um GNR que o servia, exijo-lhe dr. Mário Soares deixe-nos em paz. Desapareça.

http://dn.sapo.pt/2005/09/04/opiniao/dr ... areca.html (http://dn.sapo.pt/2005/09/04/opiniao/dr_mario_soares_desapareca.html)
Título:
Enviado por: Charlie Jaguar em Novembro 27, 2005, 07:43:50 pm
Bem, tanta coisa e quem acabou por desaparecer foi o jornalista.  :roll:
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 27, 2005, 07:53:57 pm
Podemos desenterrar tudo e mais alguma coisa.

Mas o texto sobre Mario Soares, continuará a ser demolidor.
Inconvenientemente demolidor

Alguém achava que Soares voltaría à ribalta da política sem que desta vez os seus podres viessem ao-de-cima?
E ainda mais, quando a nuvem sobre a alegada corrupção que envolverá Mário Soares são cada vez menos densas?

O tempo é sempre bom conselheiro, e a esta distância, é possivel olhar melhor para Soares e ver o que realmente esse senhor representa, e quem representa.

Creio, que também devemos estudar melhor as afirmações de Mário Soares, naquela  entrevista em que disse que a candidatura de Manuel Alegre era patética.

Creio que a afirmação mais importante não foi essa. A mais importante foi aquela em que Soares afirmou a insistência de José Sócrates para que Soares se candidatasse.

Depois das eleições, podemos começar todos a perguntar: "Quem tramou Mário Soares"

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Luso em Novembro 27, 2005, 07:57:15 pm
Citação de: "Charlie Jaguar"
Bem, tanta coisa e quem acabou por desaparecer foi o jornalista.  :roll:


Não é muita a paciência deste lado, infelizmente. O "estilo" de Cavaco era lamentável mas era isso. Pior era o da sua comandita, por isso não votei nele. Votei no Gugu. E por agora não ir em lirismos é que vou votar em Cavaco, reconhecendo que não será nenhum D. Sebastião (e daí quem sabe...)
Título:
Enviado por: mamifero em Novembro 27, 2005, 08:12:14 pm
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg510.imageshack.us%2Fimg510%2F3418%2Fmsoares16sk.jpg&hash=a188272fab87595530eb5293c33c5ac2)
Título:
Enviado por: PereiraMarques em Novembro 27, 2005, 08:26:02 pm
Porque é que não tem coragem de colocar a notícia toda? Já ouviu falar em "desonestidade intelectual"? Em "frases fora do contexto"?

Cumprimentos
B. Pereira Marques
Título:
Enviado por: Miguel em Novembro 27, 2005, 08:31:00 pm
Citação de: "mamifero"
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fimg510.imageshack.us%2Fimg510%2F3418%2Fmsoares16sk.jpg&hash=a188272fab87595530eb5293c33c5ac2)


Desapareça Soares.....

 :Esmagar:
Título:
Enviado por: mamifero em Novembro 27, 2005, 08:45:11 pm
"Como Ministro dos Negócios Estrangeiros (I e II Governos Provisórios) foi acusado de entregar à pressa as Colónias, fazendo o jogo do MPLA e de Álvaro Cunhal. Resultado: uma sangrenta guerra civil que durou décadas e ceifou vidas inocentes e destruiu haveres nacionais."
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 27, 2005, 08:48:02 pm
Citar
É só rir

Rir a bandeiras despregadas.

O desespero da campanha de Mário Soares, entendendo que uma das pontas por onde pega Manuel Alegre, é pelo chamado nacionalismo de esquerda, fala-nos agora na defesa de uma Pátria com tantos e tantos anos de história.

Parece mentira que estas palavras vêm de quem vêm.

Mas não verá Mário Soares, de lá do alto da sua vetusta idade, que a defesa desses princípios de um nacionalismo saudável são incompatíveis com a defesa que ele declaradamente faz do federalismo europeu?

Como é que se pode acreditar numa Europa transformada numa amalgama de estados sem história e sem sentido, vergados ao diktat de congregação maçónica de Bruxelas, e ao mesmo tempo lembrar a história de Portugal?

Talvez o senhor Mário Soares, e a troupe de chupistas que o rodeia, devessem olhar não para a história gloriosa de quase novecentos anos deste país, mas sim para trinta anos de vergonha, trinta anos de traição, trinta anos de cabeça baixa, trinta anos de uma vergonhosa rendição.

Essa mesma rendição, que em todos os seus principais actos tem a assinatura de um homem chamado

Mário Alberto Nobre Lopes Soares.

Se a falta de vergonha fosse juventude, Mário Soares podia ingressar na Juventude Socialista, como o seu membro mais pueril

http://arraiamiuda.blogspot.com/2005/11/deriva-nacionalista-do-camarada.html
Título: Príncipe Perfeito <- Vota D. João II para Presidente!
Enviado por: AugustoBizarro em Novembro 28, 2005, 02:35:35 am
http://en.wikipedia.org/wiki/John_II_of_Portugal (http://en.wikipedia.org/wiki/John_II_of_Portugal)


Even at a young age, he was not popular among the peers of the kingdom since he was immune to external influence and appeared to despise intrigue. The nobles (including particularly Fernando II, the Duke of Braganza) were afraid of his future policies as king. Events proved them right.

After the official accession to the throne in 1481, João II took a series of measures to curtail the overgrown power of his aristocracy and to concentrate power on himself. Immediately, the nobles start to conspire; João II did nothing but observe. Letters of complaint and pleas to intervene were exchanged between the Duke of Braganza and Queen Isabella I of Castile. In 1483, this correspondence was intercepted by royal spies. The House of Braganza was outlawed, their lands confiscated and the duke executed in Évora.

In the following year, the Duke of Viseu, his cousin and brother-in-law was summoned to the palace and stabbed to death by the king himself for suspicion of a new conspiracy. Many other people were executed, murdered or exiled to Castile including the bishop of Evora who was poisoned in prison.

The king is reported to have said, concerning the rebellious nobles: I'm the lord of lords, not the server of servants. After these events, no one in the country dared to defy the king. João II was free to govern as he pleased without any other conspiracies during his reign.



Eu votava nele! Só mesmo alguém Perfeito nos tira desta situação.

O Poder concentra-se no Rei, e temos Portugal Quinhentista.

O Poder dispersa-se pelos novos "Duques" e temos Portugal Zeroista.


http://en.wikipedia.org/wiki/Alfonso_d'Albuquerque (http://en.wikipedia.org/wiki/Alfonso_d'Albuquerque)

Também servia.
Título:
Enviado por: Charlie Jaguar em Novembro 28, 2005, 11:46:42 pm
Citação de: "Miguel"
Desapareça Soares.....

 :crit:

Não deverias estar mais preocupado com o sucessor do Jacques Chirac?:Cavaleria1:

 :mrgreen:
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 29, 2005, 12:18:10 am
Será que não podiamos exportar o Mário Soares para França ?  :roll:

Provavelmente não  :(
Título:
Enviado por: Charlie Jaguar em Novembro 29, 2005, 12:36:59 am
Citação de: "Luso"
Não é muita a paciência deste lado, infelizmente. O "estilo" de Cavaco era lamentável mas era isso. Pior era o da sua comandita, por isso não votei nele. Votei no Gugu. E por agora não ir em lirismos é que vou votar em Cavaco, reconhecendo que não será nenhum D. Sebastião (e daí quem sabe...)

Meu caro Luso, com todo o respeito que me merece, não estou a ver no seu texto qualquer razão válida para votar em Cavaco Silva. O estilo de Cavaco era "lamentável"? Foi muito mais do que isso; pena é que a memória dos portugueses continue a ser demasiado curta.

Por "comandita" suponho que se esteja a referir ao Dr. Fernando Nogueira? Esse foi mais um lançado para a fogueira quando Cavaco Silva se apercebeu que o seu tempo como Primeiro-Ministro tinha chegado ao fim. Quanto ao Engº António Guterres, o que ele foi e o que ele poderia ter sido, ainda muita tinta há de correr para tentar explicar o que se passou. Mas penso que, acima de tudo, Guterres esteve sempre muito mal secundado.

Quanto ao que se passou em Dezembro de 2001, acho que o ex-PM socialista foi bem mais corajoso ao tomar a medida que tomou do que Durão Barroso há cerca de ano e meio quando, por um fenómeno qualquer do Entroncamento, deixou de forma abrupta e inexplicável o posto de chefe do governo (e consequentemente o país) e partiu para mais altos võos como Presidente da Comissão Europeia quando, supostamente, apenas se teria deslocado a Bruxelas a fim de demonstrar o apoio do seu governo de coligação ao candidato português ao cargo, o Dr. António Vitorino...

Como vinha escrito nos jornais de Junho de 2004, o PM insistentemente referia que: "eu não candidato a Presidente da Comissão Europeia". Pois claro. Depois vivemos nuns inenarráveis 5/6 meses de "alto astral" e "problemas de incubadora", como se já não nos bastasse a presença diária de Paulo Portas em todos os media.

É mais do que perceptível a vaga de fundo que quer levar Cavaco Silva ao lugar mais alto do Estado, apostando na sua "messianização" (ou "D.Sebastianização") tal e qual escrevia Mário Mesquita no jornal "Público" deste Domingo. E que eu saiba, Cavaco de Messias nada tem nem, tão pouco, poderá alguma vez ser considerado o mal menor. Quanto a El-Rey D. Sebastião, esse não se perdeu há vários séculos lá por terras infiéis? Pensava que para múmias já chegava grande parte dos candidatos às presidenciais.

Mas penso que numa coisa todos estaremos de acordo, quer sejamos do Centro, Esquerda ou Direita: depois das presidenciais pouco ou nada mudará... ou será que não?  :|
Título:
Enviado por: Luso em Novembro 29, 2005, 01:13:37 am
A minha citação não basta. Veja o contexto das minhas contribuições anteriores. Eu considero Cavaco o menos mau. E por me dar a ideia de autoridade, de sobriedade vou votar nele. Além de o julgar mais interventivo. E ter conhecimentos de economia. E uma outra vantagem: não é eloquente nem palavroso, qualidades elementares do vigarista.

A pretensa superioridade cultural de Soares deu em quê?
O seu "humanismo português" traduziu-se em quê?

Todavia não espero milagres.
Simplesmente é isto que vou fazer.

O mais honesto será, eventualmente o candidato Vieira, mas não me parece que reuna o consenso suficiente. :mrgreen:
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 29, 2005, 01:15:28 am
Quem está a messianizar o Cavaco, são aqueles que se consideram de esquerda (conceitos em que eu, já afirmei não me rever, mas enfim) e apoisntes dos Soares, Louçãs, Poetas e Franciscos.

Não há sebastianismo nenhum, porque ao contrario que muita gente pensa, o Zé Povinho não é completamente estúpido.

Os nossos amigos aventalários, gostam de afirmar, que os países devem ser governados por homens esclarecidos, e inteligentes, naquilo que é a maior negação da democracia e do direito dos povos a escolher os seus governantes.

É tipoco de certa esquerda, quando vê o tapete a fugir debaixo dos pés, acusar a "direita" de sebastianica.

Ao falar em Sebastianismo o que estamos a fazer é a menorizar o povo e a chamar os portugueses de absolutamente estúpidos. O povo só tem inteligência quando vota nos partidos da esquerda, quando parece mais voltado para a direita - de repente - é como lhe desse um ataque de filoxera intelectual.

Ficámos todos tontos e atreitos a escolher um D. Sebastião. Isto como como se o próprio Mário Soares, não se tivesse ele próprioarvorado e  aparecido como um salvador iluminado, o único homem entre todos os iluminados com capacidade de evitar o passeio triunfal do Cavaco Silva. conforme as palavras do próprio.

O Cavaco não foi perfeito, como o não foi o Guterres. Mas a verdade é que Cavaco foi Primeiro Ministro por 10 anos, e nunca abandonou o cargo.

O deficit no tempo de Cavaco foi igualmente grande, mas em circunstâncias diferentes. Foi o deficit de Cavaco, que possibilitou a retoma "aparente" dos tempos de Guterres, em que o dinheiro entrava nos cofres do estado, e ainda por cima havia facilidades no acesso ao crédito. Um forrobodó.

Mas também aceito que Guterres foi extremamente mal aconselhado por politicos deslumbrados com o aparente superavit do Estado, e que pessoas como João Cravinho, nunca deviam ter posto os pés a um raio de 500M das reuniões do governo.

Infelizmente, temos um novo João Cravinho (ou pior) neste Mario Lino, que continua com os tiques que lhe vêm dos tempos do Partido (PC claro).

O Cavaco tem o seu lugar na história, como já o teve Mário Soares.
Soares podia ter passado à História como um estadista de renome, assim, vai passar à História como o homem que se enganou, e que acabou derrotado nas urnas pelos portugueses.

E claro, Sócrates, terá enterrado o homem que lhe continua a fazer frente no PS.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Luso em Novembro 29, 2005, 01:28:56 am
- Ah Padeira!!!!

Papatango, a sentinela atenta à perfídia que ameaça a Nação!!!
E aqui, no Fórum Defesa! :G-beer2:

*Como se faz um smilie com lacinho, olhos vidrados, sorriso sinistro e uma pá de padeiro?*
Título:
Enviado por: Charlie Jaguar em Novembro 29, 2005, 03:23:10 am
Citação de: "Luso"
Eu considero Cavaco o menos mau. E por me dar a ideia de autoridade, de sobriedade vou votar nele. Além de o julgar mais interventivo. E ter conhecimentos de economia. E uma outra vantagem: não é eloquente nem palavroso, qualidades elementares do vigarista.

Bem Luso, existe muita boa gente que é "palavrosa e eloquente", que tem dotes de oratória mas nem por isso é vigarista. Penso que talvez aqui tenha generalizado demais embora eu perceba que tenha aplicado os adjectivos referindo-se à nossa classe política em geral. Mas como a História comprovou durante tantos séculos, não é dos que falam demais que se deve desconfiar ou temer: é precisamente dos que falam de menos, daqueles que se parecem movimentar nas sombras (vide tabu). Veja-se o exemplo do actual Primeiro-Ministro, o Engº José Sócrates; pouco disse durante a sua campanha eleitoral e obteve a primeira maioria absoluta na história do Partido Socialista. E o que disse já foi "desdito".

Concordo consigo quando diz que Cavaco Silva tem conhecimentos de Economia; disso ninguém tem dúvida. Mas e a vertente social? Será que o desemprego, a velhice, a pobreza ou a baixa taxa de natalidade vão passar a ser vistos apenas como frias percentagens inscritas num gráfico? É que Aníbal Cavaco Silva é um amorfo social, um ser sem qualquer preparação nesse sentido.

E concordo ainda com o Luso no facto de Cavaco Silva não ser eloquente ou palavroso. Isso é verdade. Não mais iremos adormecer durante os 45 minutos que leva em média um discurso do Dr. Jorge Sampaio; iremos antes ser presenteados com insípidos discursos de conteúdo "pogramático", como se fosse a lição de casa da disciplina de Matemática.

Mas como sou um dos muitos portugueses que ainda não se dá por vencido quanto a esta questão, opto por escolher um pensamento de Virgílio: Labor improbus omnia vincit * (o trabalho persistente tudo vence). Ou seja, até 22 de Janeiro muito poderá acontecer nem que seja a possibilidade do Prof. Cavaco Silva se tornar a engasgar (de vez, se possível) com um doce típico da época festiva que agora se inicia.  :jok:




*Pensamento de Virgílio (Geórgicas, 144 e 145)
Título:
Enviado por: Moi em Novembro 29, 2005, 11:44:42 am
ÌIIIIIPPPPÀÀÀÀÀÁÀAÀÀ`estava-me a escapar este tópico...

Ora bem, também recebi um mail há dias a dar conta que este e mais outro jornalista teriam sido afastados dos seus postos. Aguardei provas. Até agora nada. Ora, como recentemente recebi outros mails a dizerem mal do Soares, como aquele em que dizia que o gatuno era o dono dos terrenos da OTA e afinal era um empresário qualquer, logo reconhecido por grande empreendedor, dou-lhe o mesmo entendimento.


Mais em relação ao artigo. Há um ponto em que concordo completamente. A cegueira desmesurada com que virou as costas ao Atlântico, querendo ver-se livre rapidamente do passado, e se virou para a Europa (CEE). Também sou da opinião que deveriamos ter entrado mais tarde, com outro poder argumentativo. Todavia, quem beneficiou com tanto subsidio foi Cavaco.

Quanto às suas ligações com o PCP. Vamo-nos reportar ao PCP de 75, que tinha um apoio popular muito mais amplo e frenético. As sedes foram atacadas no Norte, nalgum norte o religioso, e o que fez Cunhal, esse terrorista, pediu aos militantes para não resistir, como o fez em muitas ocasiões, como no 25 de Novembro (que foi realizado com o seu consentimento de que não ia fazer nada). Não fosse a cegueira ideológica de alguns e rapidamente se percebia porque é que muitos dos comunistas dissidentes acham o PCP um partido pequeno-burguês, o contrário do «ensinado» por Lenine.

Quanto a Angola, ao PCP, ao Cunhal e à União Soviética. Esta parte então é hilariante e demonstra um desconhecimento profundo. O poder em Angola foi entregue aos três partidos (MPLA, FNLA e UNITA), o que não se passou noutras ex-colónias, eles é que depois, com uma oportunidade única entraram em Guerra Civil.
Já os recursos ficaram entregues aos Estados Unidos, o que é interessante e revela um entendimento entre potências, no estranho tabuleiro da Guerra Fria, onde obvimante o PCP não entrou.

Agora, se o jornalista foi afastado por incompetência, já compreendo. É que de facto não se pode assinar um artigo destes e sem se saber do que se fala.
Título:
Enviado por: Moi em Novembro 29, 2005, 11:51:46 am
Ainda duas notas

Os jornalistas não têm por norma escrever artigos de oponião. Quando o fazem, ou são os directores ou pessoas convidadas, por serem algum tipo de mais valia e serem passíveis de fazerem as pessoas comprarem os jornais para as lerem (é para isso que serve o painel de comentadores, para serem a âncora).

A ser jornalista, não assinaria um artigo de opinião no seu jornal. Só podia ter uma colaboração, o que a ser terminada, teria toda a legitimidade pelos critérios editoriais.

Estou a mandar para o ar, mas não deixa de cheirar a podre, esta história.

Por outro lado, esse jornal alemão não é mesmo que em 75 dizia não sei o quê do Cunhal, que ele fazia e acontecia e a guerra civil e tudo o mais?
Entrevista que ele sempre disse nunca ter dado ao longo da sua vida, e factos desmentidos pelo desenrolar dos acontecimentos. Estou novamente a mandar para o ar, mas vai na volta há algo em comum...
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 29, 2005, 12:03:48 pm
http://arraiamiuda.blogspot.com/ (http://arraiamiuda.blogspot.com/)

Citar

Quem entregou Timor à Indonésia?

Transcreve-se a seguir um trecho de uma notícia do jornal Portugal Diário, em que se afirma que os Estados Unidos receberam de Portugal garantias de que não haveria oposição à invasão de Timor Leste pela Indonésia

Transcrição
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Poucos meses depois, em Março de 1975, um memorando "ultra secreto" de três paginas endereçado a Henry Kissinger pelo mesmo funcionário do Conselho de Segurança Nacional avisa que a Indonésia receia que "uma retirada apressada dos portugueses deixará Timor enfraquecida sujeita aos instintos esquerdistas de uns poucos lideres do movimento independentista, líderes que os indonésios receiam serem influenciados por Pequim".

O documento informa estarem a crescer as pressões dentro da Indonésia para "acção militar directa".

"Temos alguma informação indicando que estão a avançar preparativos par a essa acção e uma informação que Suharto deu ordens para incorporação de Timor português não mais tarde do que Agosto de 1975, pela força se necessário", lê-se no documento.

"Entidades oficiais portuguesas informaram-nos que não resistirão a qualquer uso da força por parte da Indonésia," acrescenta o documento, sem dar contudo outros pormenores.

O relatório "ultra secreto" descreve a posição da Austrália sobre a possível invasão Indonésia de "ambivalente".
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Fim de transcrição


Para os mais esquecidos, em Março de 1975, e nos meses anteriores, governava o III Governo Constitucional. Era Primeiro Ministro Vasco Gonçalves, e o homem que falava com os americanos, e era ministro dos negócios estrangeiros chamava-se Mário Soares.

Para bom entendedor, meia palavra basta. Os timorenses já sabem quem abriu a porta ao genocídio indonésio.

A rogo de Brites de Almeida, por não saber assinar

Título:
Enviado por: Moi em Novembro 29, 2005, 12:24:31 pm
O caso é que para bom entendedor, meia palavra não basta.

Soares, e já estou a dizer mal dele duas vezes (quem diria...), agradou aos americanos para subir ao poder, basta ver quem era o seu melhor amigo da altura, Frank Carlucci, subordinado do Henry Kissinger. E, na minha opinião, forçou posições de choque para assegurar um lugar no poder, basta ver a sua predisposição para falar em guerra civil, mai que qualquer outro.

Agora, a questão é que Mário Soares era subordinado de Vasco Gonçalves, que era mais conotado com o PCP.

Que conclusões se tiram destes pressupostos?
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 29, 2005, 12:41:21 pm
Moi: Os governos provisórios eram uma confusão completa. O Primeiro Ministro tinha poder, mas não como hoje, porque não tinha sido eleito. As reuniões do consdelho de ministro eram para definir linhas gerais, e lembro que exactamente porque Vasco Gonçalves (como você diz, mais conotado com o PC) não controlava parte dos ministros (entre os quais Mário Soares)  se cria a ideia da "Matança da Páscoa", para como se dizia na altura "fazer sair os ratos da toca".

Os ratos saem da toca em  11 de Março de 1975, e essa revolução que resultou no fim do governo e então sim, na saída de Mário Soares.

Mário Soares só sai do MNE, sendo substituido por Melo Antunes, (Soares continua no IV governo como ministro sem pasta) quando se fazem as nacionalizações, e os amigos dele, começam a ver o futuro em perigo, porque as nacionalizaçoes não íam afectar apenas as grandes empresas, porque se caminhava para um estado comunista tipo Albanês-Cubano.

Se não formos pelas meias palavras, para tentar entender alguma coisa, continuaremos sempre sem entender nada. Afinal, é suposto para as nossas elites, que o Zé, não entenda nada mesmo.

Cumprimentos
Título:
Enviado por: Moi em Novembro 29, 2005, 01:04:13 pm
Papatango compreenderá que estas são questões de difíceis análises e para mim as meias palavras não chegam.

Soares foi o que foi, assim como Vasco Gonçalves, e que por outro lado levanta discussões sobre se «O Companheiro» era levado a sério pelos Estados Unidos, que não era como Carlucci refere em vários dos seus relatórios.

Quanto ás nacionalizações, o perigo poderá ser desmistificado. No entanto, reconheço que algumas foram manifestamente exageradas. Dizia eu as nacionalizações tinham um propósito, que era o de evitar a fuga de capitais em massa e de poder de decisão do nosso país (ambos em mãos dos que andaram de mãos dados com o regime que se depôs, algumas delas fizeram mesmo boicotes ao desenvolvimento do país pós 25 de Abril, como os agrários no Alentejo). A meu ver foram benéficas, exceptuando nalguns casos como disse. É que em Itália, as empresas estatais, à altura controlavam muito mais da economia, e nem por isso era um país do tipo albanês-cubano e em França, Miterrand fez muito pior em 1981 (ou 83 agora não me lembro) e nem por isso foi visto como um estado tipo albanês-cubano.

Mas, concordo com a sua análise sobre a posição de Mário Soares no meio disto tudo, o infiltrado que usou a sua ligação em seu prol. O que não entendo nisto, é como é que alguma direita, nomeadamente a Social-Democrata o critica por isso, afinal de contas ele acabou com o «perigo» (quanto a mim extrapolado para um fim) do PCP tomar as redeas do país.

Novamente temos, no caso de Timor, a mão americana. E que conclusões tiramos disto (descolonização). Quem foi pior para nós, a União Soviética ou os Estados Unidos?

Cumprimentos
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 29, 2005, 03:00:53 pm
Citar
Mas, concordo com a sua análise sobre a posição de Mário Soares no meio disto tudo, o infiltrado que usou a sua ligação em seu prol. O que não entendo nisto, é como é que alguma direita, nomeadamente a Social-Democrata o critica por isso, afinal de contas ele acabou com o «perigo» (quanto a mim extrapolado para um fim) do PCP tomar as redeas do país.

Caro Moi, Há pelo menos dois PSD's

Há o PSD repúblicano, citadino e urbano, e há o PSD que foi feito e criado a partir das antigas estruturas da Acção Nacional Popular (antiga União Nacional) e que se transferiu para o PSD após o 25 de Abril de 1974
(isto segundo o prof. Freitas do Amaral, claro). Logo temos que entender essas realidades, e quem são os interpretes dessas realidades.

Em Viseu, há ainda uma parte do PSD com Mário Soares, na figura de Fernando Amaral. Portanto, ainda hoje essa divisão é visivel.
Mais um bocado e temos que abrir um tópico para as conspirações maçónicas :mrgreen:

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Soares foi o que foi, assim como Vasco Gonçalves, e que por outro lado levanta discussões sobre se «O Companheiro» era levado a sério pelos Estados Unidos, que não era como Carlucci refere em vários dos seus relatórios

A acreditar nos escritos documentados pelo embaixador João  Hall Themido, no seu livro dez anos em Washington, os governantes portugueses eram vistos como um bando de imbecis ingénuos. Chegaram a pedir à embaixada que pedisse encontros com o presidente dos Estados Unidos, (ainda no rescaldo do escândalo Watergate) para negociar a abertura do mercado americano aos tapetes de arraiolos, porque os russos tinham feito a mesma coisa.
Na altura tiveram que lembrar aos governantes portugueses que os Estados Unidos eram uma economia de mercado.

Durante o PREC, a realidade foi a que foi.
Os nossos governantes eram na sua maioria um bando de incapazes.
Bem intencionados, com certeza, mas ingénuos incapazes.

Soares, limita-se a sobressair um pouco no meio de tanta azémola.
Não é nem nunca foi um homem brilhante. É descuidado e desleixado. É o tipo de homem que encolhe os ombros e só à última-da-hora faz alguma coisa. Por isso, e especialmente por isso, é que quando nos tentam dizer que NÃO HAVIA NADA A FAZER em 1975, e que o que aconteceu, e como aconteceu, era inevitável, temos a obrigação de pensar duas vezes e reflectir.

Mário soares já demonstrou ser um homem de compromissos. Já o afirmou aquando da questão do terrorismo de Bin Laden, ao afirmar que se deve negociar.

A partir daí, fiquei convencido de que o processo de 1974/1975, foi negociado (por nossa parte) por um homem de fraco carácter, que aceita negociar com o Diabo, para não ter que se dar ao trabalho de realmente se esforçar.

Por tudo isto, o Mário Soares de 2005, não é o mesmo de 1985. Há 20 anos de distância, de reflexão, de noticias e de verdades (e também meias verdades) que vieram e continuam a vir ao de cima.

Há demasiadas meias verdades ainda por contar neste país. Meias verdades que podem colocar em causa as nossas relações,, por exemplo com Angola. E aí, há demasiados interesses na área PSD que têm que ser defendidos.

É tudo uma questão de compromissos entre alguns sectores das elites.

Uns calaram-se e negociaram, para não se darem ao trabalho de fazer alguma coisa, os outros, calam-se porque os negocios com as antigas colónias até dão jeito.

Aos cidadãos, restam-nos as meias verdades, e a discussão dessas meias verdades, para formarmos uma opinião tanto quanto possivel isenta. Muitas meias verdades, analisadas com racionalidade, cabeça fria e inteligência, acabarão por formar uma verdade inteira.

É por isso que há tanta gente incomodada com realidades como a "blogosfera", e a liberdade de expressão dos cidadãos, vide o caso do blog "Do Portugal profundo".

Cumprimentos
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Enviado por: MERLIN em Novembro 29, 2005, 03:04:09 pm
No que respeita ao senhor mario Soares, ainda gostaria que ele explicasse o que é verdadeiramente o seu programa?! Até ao momento, a sua unica preocupação é criticar e atacar o candidato Cavaco Silva, utilizando na maioria das vezes uma certa demagogia barata e oportunista (exemplo: comigo no poder acontecimenyos como em França não vão acontecer!!!), mas nunca enunciando verdadeiras propostas. consegue ser mais patético do que o Jeronimo de Sousa, quando este invoca uma suposta maquinação capitalista que poderia por em causa a democracia??!! A semelhança de muitos outros colegas do Forum, acho que Cavaco Silva sera elaito, não forçosamente por ser o melhor, mas sobretudo por ser o menos mau. ha opessoas que com a experiência que têm (e recuso a falar da idade), devreriam ter mais juizo! mas quando o orgulho e o egocentrismo é mais forte, da nestas coisas.
Título:
Enviado por: Moi em Novembro 29, 2005, 03:56:18 pm
Papatango

Por acaso também gosto das teorias da conspiração, que tal como disse, a falar meias verdades lá se anda um pouco...

Quanto ao livro que fala, já agora pedia-lhe que desse mais informações como o título e a editora, poderá ser interessante ler.

No entanto, no PSD escapou-lhe a sua figura mais importante... Emídio Guerreiro, o fundador. Que por sua vez também foi fundador da LUAR (Liga Unitária de Acção Revolucionária), que fez umas coisas engraçadas antes do 25 de Abril, ligada à esquerda, e que mais tarde muda-se para o PS. A vida deste homem que morreu este ano com 105 anos é muito interessante... mais um grande nome...

Mas como se encaixa ele então na sua análise do PSD?


Quanto ao Soares. Eu curiosamente acho o contrário, acho que ele é extremamente  calculista e como o Vasco Gonçalves disse um dia: uma pessoa disposta a tudo...
Também não acho que seja brilhante, mas muito inteligente, a aliar às outras coisas, isso é.

Quanto à sua mudança de opinião com o passar dos tempos, é normal nos políticos acho, os tais 20 anos de distância. O próprio Freitas do Amaral é exemplo disso. Também criticou as opções dos Estados Unidos antes de ter sido indigitado MNE. Agora, fala de outras coisas. Enquanto assim for, menos mal. O mesmo serve para o Soares.

Quando fala de interesses no PSD e as relações com os EUA, fala do quê, ou de quem? De Pinto Balsemão e do Grupo Bilderberg?
Título:
Enviado por: Luso em Novembro 29, 2005, 09:27:33 pm
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Enfim, Timor - uma ilha indonésia que não tem grande coisa a ver com Portugal.


Mário Soares, 'Portugal Amordaçado', 1973 (pág. 457)

Um sinal de uma cultura humanista superior.


Outros documentos engraçados em

http://www.aemo.org/asoares/imprensa.html (http://www.aemo.org/asoares/imprensa.html)
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 29, 2005, 10:02:46 pm
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Fiquei espantado com o sentimento patriotico e o portuguesismo dos Timorenses
Almeida Santos, 1975


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"Foi a descolonização possível"
Mário Soares

Na minha terra diz-se:
Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo.

= = = =

Moi: O livro que referi é o seguinte:

Dez anos em Washington 1971-1981
As verdades e os mitos nas relações luso-americanas
João Hall Themido
Publicações D. Quixote
Colecção "Caminhos da memória"
ISBN 972-20-1262-2

Tem algumas notas curiosas, algumas ridiculas (como a dos tapetes de Arraiolos) e fala por exemplo das negociações para a aquisição de misseis anti-aéreos para Portugal, aquando da guerra dos seis dias, fornecidos por Israel, via Alemanha Federal.

= = =
Título:
Enviado por: Luso em Novembro 29, 2005, 10:08:02 pm
Espero que o Almeida Santos dure o suficiente para ter o que merece.
Título:
Enviado por: fgomes em Novembro 29, 2005, 10:23:15 pm
Não tivemos a descolonização possível, mas sim a que a maioria da oposição ao antigo regime quis, ou seja uma debandada vergonhosa que teve a sua máxima expressão na tragédia de Timor.
Por acaso hoje ouvi o comentário de MST na TVI em que ele defendeu que os responsáveis pela tragédia de Timor fossem julgados!
Título:
Enviado por: papatango em Novembro 29, 2005, 10:25:27 pm
Eu acho o Emidio Guerreiro uma pessoa notável.

Mas é evidente, que ele não se encaixa no PSD da parte ex: ANP.

Aliás, todos nós sabemos que o PSD é um partido de tendências, e as tendências são históricas, porque o partido foi criado um bocado como uma federação.

Quando ocorreram as eleições de 1975 (para a cosntituinte) dentro do PSD ficou claro o poder que tinha o PSD rural, das estruturas da antiga ANP, por causa dos resultados e da distribuição de votos do partido. Onde a ANP estava mais ou menos organizada, e tinha uma estrutura capaz, foi onde o PSD teve mais votos.

Essa parte do PSD passa então a fazer valer os seu poder. Algum tempo depois, há a famosa cisão do PSD (quase metade do partido vai-se embora), e dá-se criação da ASDI, com Sousa Franco e Magalhães Mota.

Nomes como Helena Roseta, que hoje está ao lado de Manuel Alegre, eram proeminentes no PSD urbano, e posteriormente foram-se embora.
O PSD ex-ANP também não ficou intacto. Parte dele passou-se para o CDS em 1976, quando com Freitas do Amaral conseguem uma votação elevada (16% e o 3º lugar).

Para mim Emidio Guerreiro era um lutador. Tinha mais um ano que a idade do século, e portanto tinha 75 anos em 1974. Foi um homem das Brigadas Internacionais na guerra civil de Espanha, e portanto achava viável a movimentação armada. Mas os militares acabaram com a necessidade de revolução popular.
Emidio Guerreiro funda o Partido Popular Democrático (PPD) e posteriormente (a meu ver) desilude-se com as formas utilizadas pelo partido para ganhar tamanho e importância. Mário Soares era um perigoso esquerdista, e representava uma via algo terceiro-mundista para os gostos dele, e provavelmente é por isso que não aderiu ao Partido Socialista.

Claro que não gostou da aliança com o então CDS e da Aliança Democrática, que ganhou as eleições em 1979. O PSD não era o PPD que ele havia criado.

Enfim, uma opinião muito por alto
Título:
Enviado por: Moi em Novembro 30, 2005, 12:23:34 am
Citação de: "papatango"
Eu acho o Emidio Guerreiro uma pessoa notável.

Mas é evidente, que ele não se encaixa no PSD da parte ex: ANP.

Aliás, todos nós sabemos que o PSD é um partido de tendências, e as tendências são históricas, porque o partido foi criado um bocado como uma federação.

Quando ocorreram as eleições de 1975 (para a cosntituinte) dentro do PSD ficou claro o poder que tinha o PSD rural, das estruturas da antiga ANP, por causa dos resultados e da distribuição de votos do partido. Onde a ANP estava mais ou menos organizada, e tinha uma estrutura capaz, foi onde o PSD teve mais votos.

Essa parte do PSD passa então a fazer valer os seu poder. Algum tempo depois, há a famosa cisão do PSD (quase metade do partido vai-se embora), e dá-se criação da ASDI, com Sousa Franco e Magalhães Mota.

Nomes como Helena Roseta, que hoje está ao lado de Manuel Alegre, eram proeminentes no PSD urbano, e posteriormente foram-se embora.
O PSD ex-ANP também não ficou intacto. Parte dele passou-se para o CDS em 1976, quando com Freitas do Amaral conseguem uma votação elevada (16% e o 3º lugar).

Para mim Emidio Guerreiro era um lutador. Tinha mais um ano que a idade do século, e portanto tinha 75 anos em 1974. Foi um homem das Brigadas Internacionais na guerra civil de Espanha, e portanto achava viável a movimentação armada. Mas os militares acabaram com a necessidade de revolução popular.
Emidio Guerreiro funda o Partido Popular Democrático (PPD) e posteriormente (a meu ver) desilude-se com as formas utilizadas pelo partido para ganhar tamanho e importância. Mário Soares era um perigoso esquerdista, e representava uma via algo terceiro-mundista para os gostos dele, e provavelmente é por isso que não aderiu ao Partido Socialista.

Claro que não gostou da aliança com o então CDS e da Aliança Democrática, que ganhou as eleições em 1979. O PSD não era o PPD que ele havia criado.

Enfim, uma opinião muito por alto


Obrigado pela informação sobre o livro, vou comprá-lo.

Quanto ao Emídio Guerreiro, a vida do homem de facto é qualquer coisa... e morreu aos 105 anos, em Junho último de snão estou em erro...

O homem nasce numa família de republicanos, combate na primeira guerra mundial, cá combate o regime, foge para espanha onde combate pelas Forças Republicanas, vai para frança junta-se à Resistência... fica em Paris a dar aulas de matemática... e aos 1968 é um dos que fundam a LUAR (que tem epódios «dos livros» em oposição ao regime) e lá regressa a portugal onde funda o PPD. E  por aí fora..

Numa das suas últimas entrevistas, acho, viu-se que aos cento e tal anos ainda se levantava de manhã todos os dias para ir comprar o jornal...   :shock: