Programa FX adiado... de novo!

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« Responder #15 em: Março 03, 2005, 11:02:04 pm »
FAB Pós-Cancelamento Programa F-X

Fonte: www.defesanet.com.br

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Entrevista com Tenente-Brigadeiro-do-Ar José Carlos Pereira, Comandante do Comando-Geral do Ar (COMGAR), da Força Aérea Brasileira.

Defesanet: Quais aviões estão sendo analisados em substituição ao cancelamento do Programa F-X BR?

Brig. J. Carlos:  A força Aérea Francesa tem aviões usados Mirage 2000, os Emirados Árabes e outros países, os F-16 estão sobrando na Europa, tem também nos Estados Unidos, existe Sukhoi 27 também sobrando da Rússia, existe o Kfir, da Reserva de Guerra de Israel, o Cheetah, da África do Sul, e o nosso F-5, que muitos países estão oferecendo . E daí que vai sair e acho que vai sair rápido.

Defesanet: Com o encerramento do Programa F-X BR, quais as alternativas?

Brig. J. Carlos: É possível dar um retardo na desativação dos Mirage III, é possível fazer outras combinações, mas é necessária uma tomada de decisão rápida (compra de um avião usado) .

Eu acredito, que num mês ou dois no máximo, essa decisão tenha que estar tomada. Olha, eu acho que vamos tomar uma decisão tranqüila, muito mais econômica do que se poderia imaginar e uma solução transitória.

Transitória de quanto tempo:  é difícil responder - dois, três, quatro anos, no máximo - Não mais do que 4 anos.

Defesanet:  Embora esse avião consiga operar por um período maior, em 4 anos haveria uma outra decisão?

Brig. J. Carlos: Isso. Embora possa haver um sobreposição ("over lapping"), entre eles, continuaria sendo feito um  trabalho de aquisição de um novo caça, mas sem tanta pressão, pois não haveria, como agora, uma data fatal para os aviões Mirage III pararem. Eu acho que vai dar certo.

Defesanet: Independente de que avião seja escolhido agora, o Senhor crê que será obtida uma boa solução?

Brig. J. Carlos: Nós vamos conseguir uma boa solução, solução aceitável para as condições econômicas do país, aceitável em termos de segurança aérea, segurança de vôo, não vamos colocar um material que possa afetar a segurança, um avião seguro, isso é fundamental, que dê a Força Aérea um "up grade" em algum ponto; é aquilo que digo sempre: é importante ter no nariz do avião um excelente radar e sob as asas mísseis BVR, o resto é luxo.

Os critérios para a escolha são:

Primeiro: a mais  segura, que não ofereça nenhum risco à segurança de vôo;

Segunda: a mais econômica, e a

Terceira: que atenda ao critério: um bom radar no nariz e mísseis BVR sob as asas.

Porque  comprar alguma coisa, igual ao Mirage III, que não enxerga e não faz nada..., não vale a pena.

Defesanet: O avião não necessitaria ser "multirole"( multifunção)?

Brig. J. Carlos: A função do avião seria muito mais de defesa aérea. O multirole é desejável, mas não é uma condição "si ne qua" , aí entram também outros luxos de aviões modernos, como piloto automático, em vários eixos e isso tudo é dispensável. Realmente precisamos de um excelente radar e capacidade de mísseis BVR. Com isso, a FAB dará um salto à frente, e aí sim dá para esperar uns três, quatro anos tranqüilamente, enquanto isso os outros projetos estão andando.

Defesanet: Outra solução seria deslocar  um grupo de F-5 para Anápolis(GO)?

Brig. J. Carlos: É possível sim. O F-5 BR já modernizado. Nós temos um pequeno excedente de aviões F-5. Então, no momento em que eles forem modernizados, os do esquadrão aqui do Sul e lá do Rio de Janeiro, poderão receber os aviões, e terão uma pequena sobra de aviões F-5. Esta sobra de aviões F-5 pode, eventualmente até cobrir o alerta de defesa aéreo, ali na região central. Talvez fosse necessário adquirir mais 5, 6  ou 10 aviões F-5, mas seria também um caminho. O F-5 está barato no mercado internacional. Vários países estão oferecendo aviões F-5 usados em bom estado. É também uma solução. Vamos ter que ver esse caminho.

Estaremos recebendo o primeiro F-5BR em Março, provavelmente entre os dias 15 a 18.

Defesanet: Na manobra Terral,  fomos informados de um bom desempenho dos Mirage III com os R-99A. Os Mirage III estavam conseguindo enxergar um pouco mais, embora não fosse orgânico do avião?

Brig. J . Carlos: Nós fizemos agora um exercício usando nossos Mirage III como aviões de ataque ao solo. Foi um exercício muito bom, a precisão dos aviões foi excelente. Ele ficou muito incapacitado, como avião de defesa aérea. Aí nós fizemos uma série de testes com ele, como avião de ataque, empregando armamento real, funcionou maravilhosamente.

Defesanet: Qual foi o exercício Brigadeiro?

Brig. J Carlos: Um exercício que a  FAB fez, no país inteiro, em  5 ou 6 locais (stand de tiro), simulamos a Força Aérea atacando 5 posições simultaneamente, muito distantes umas das outras, por exemplo: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Nordeste e Roraima, na mesma hora. Foi muito bonito! Um único comando central, em Brasília, comandou os ataques empregando a inclusão dos Mirage III. Foi um sucesso absoluto.

Defesanet: Podemos dizer que  o foco é integrar o futuro caça, ao conceito de operações centradas em rede?

Brig. J. Carlos: Sem dúvida nenhuma. Você não pode raciocinar sem esse tipo de integração. Veja bem: o máximo de integração no estado da arte, isso ninguém conta para ninguém, sabe como as coisas funcionam...mas nós já temos uma capacidade muito boa, muito razoável de chegar a um resultado muito bom nesse campo. Mesmo com dificuldades, nós estamos com domínio tecnológico bem razoável.

Defesanet: Os senhores. são muito seguros na informação. Boa parte do publico desconhece essas conquistas

Brig. J. Carlos: Você sabe, é que, os militares brasileiros, eu  não sei se é por questão de DNA. Acho que o nosso DNA é assim. O pessoal tem até vergonha de falar as coisas. Na verdade agora estou falando em meu nome pessoal. Nos estamos fazendo, não só defesa aérea e perseguindo traficante.  Estamos fazendo o CAN (Correio Aéreo Nacional), na Amazônia. Meu amigo, quando  recebo o relato dos meus pilotos, de aviões transportando leprosos, tuberculosos, avião sendo contaminado pelo nosso povo, povo brasileiro contaminando os  aviões da Força Aérea com suas doenças, por um lado é uma coisa chocante, mas é o trabalho que temos que fazer. Aí nós militares ficamos até com um certo receio - meu Deus, nosso povo está morrendo, precisando de coisas básicas,  tipo uma vacina contra Febre Amarela e eu estou pensando em alta tecnologia, em transmissão via datalink - não tem nada a ver uma coisa com a outra. Nós só vamos tirar o povo da miséria  quando tivermos uma tecnologia bem lá frente. Mas choca um pouco. A mim choca.

Eu digo para minha gente nós podemos fazer as duas coisas . Estamos fazendo assistência social com aviões Caravan. São aviões de  custo operacional extremamente baratos. Empregamos os nossos médicos, porque  é uma mão de obra, que já está inserida no orçamento. Estamos fazendo muita coisa.

Tecnologia é cara, mas acho que dá um retorno social grande.

O problema dos militares é esse. Veja o problema do Pará. Estamos transportando o Exército, estamos envolvidos com o Exército naquela operação. Aquela violência, problema da terra, nossos soldados, sargentos, oficiais do Exército estão lá, é um drama. Tem que manter a ordem, manter a disciplina ajudar a polícia.  

Por outro lado é um drama, tem aquela miséria, doença tropical é o estado que ficou omisso tanto tempo  por ali. Endemias todas que acontecem isso é parte de nossa guerra.

Defesanet: Qual o legado da gestão J. Carlos no Comgar?

Brig. J Carlos: No dia 31 de Julho, tiro o time de campo.  Foram quatro anos à frente do COMGAR.  Nós investimos no desenvolvimento da área de  Comando e Controle. Acho que avançamos muito na área de Comando e Controle. Hoje, se a FAB precisar liderar, comandar forças aéreas estrangeiras, inclusive forças de primeiro mundo, não haverá problema, nós temos competência para isso.

Tem pessoal treinado para isso, em condições de  comandar, mesmo uma Força Aérea avançada. Foi um salto muito grande, que nós demos. Avançamos também no campo tático. O setor de material não evoluiu muito, devido as limitações naturais do país.

Defesanet: Até Abril sai uma decisão no caça tampão ?

Brig J. Carlos: Acredito que sim. Tem de sair, os Mirage III estão parando.

Defesanet: Quais os mísseis BVR ( Beyond Visual Range- Além do alcance Visual), estão sendo analisados?

Brig. J. Carlos: São poucos os mísseis BVR, que estariam disponíveis para o Brasil . O MICA, os franceses  já ofereceram, o Derby( Israel) também foi oferecido, tem o R-Darter( África do Sul), e eu acredito que os russos também venderiam os mísseis para nós, sem nenhum problema. Aí entra a questão de custo. Esses mísseis BVR são muito parecidos entre si. A questão é a integração. Custa caro integrar esses mísseis

Defesanet: A integração poderia ter um prazo diferente da do avião?

Brig. J. Carlos: Sim. A integração teria de ser feita já no Brasil. Não necessariamente teria de ser um avião já integrado. E outra coisa esse processo de integração é questão de tecnologia. Aprenderíamos muito com esse trabalho de integração.

Defesanet: O ganho tecnológico seria nesse processo de integração míssil BVR e o radar?

Brig. J. Carlos: Sim o ganho seria no processo de integrar: a  arma, radar e o datalink, que vai comandar o míssil  BVR via radar. Nós não temos isso no momento.  Seria o grande ganho tecnológico.

Isso vale qualquer coisa. Se nós pudermos obter essa qualificação de ter um controle de um mísil  BVR, via datalink, com o radar de seu avião, isso é que interessa. O resto é perfumaria.

Defesanet: Na CRUZEX 2002 os franceses obtiveram uma grande superioridade com os MICA.

Brig. J Carlos: Temos de sair dessa fossa, e adquirir um novo patamar tecnológico.
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« Responder #16 em: Março 10, 2005, 11:57:58 pm »
FAB estuda substituir seus caças pelo francês Rafale*

Fonte: O Estado de São Paulo

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O novo caça de superioridade aérea da aviação militar brasileira pode ser o francês Rafale, o primeiro da nova geração de jatos europeus de combate a incorporar sistemas digitais. O pedido seria feito a partir de 2007, por encomenda direta, com entregas em 2010.

Dois oficiais superiores ligados ao Comando da Aeronáutica revelaram ao Estado, depois de ter acompanhado reuniões dos órgãos colegiados da FAB, que o cancelamento da concorrência FX para compra de supersônicos abriu a possibilidade de uma compra, no futuro próximo, envolvendo equipamento de tecnologia mais avançada que a atualmente disponível no mercado.

De acordo com os especialistas, o caça definitivo da aviação militar brasileira "tem grandes chances de vir a ser o francês Rafale". O caça é fabricado pela Dassault Aviation e chegaria ao País por meio da Embraer - da qual o grupo francês é acionista minoritário -, eventualmente com transferência de tecnologia e contemplando um amplo pacote de compensações comerciais.

O Rafale é um dos dois mais modernos aviões de combate da Europa. O outro é o Eurofighter, com capacidades semelhantes, mas que só poderá ser exportado depois de cumpridos os contratos com os países do consórcio financiador do projeto - Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e Espanha.

O Rafale voou pela primeira vez em 1986. As primeiras unidades de série só começaram a ser entregues 18 anos mais tarde, em 2004. Os 12 cabeças de série custaram US$ 100 milhões cada.

Já no contrato inicial, referente a aproximadamente 60 aviões, o preço caiu para US$ 70 milhões. A Armée de L'Air e a Aviation Navale (há uma versão embarcada do supercaça) estão encomendando outros 120 caças bimotores.

O governo de Cingapura está negociando 20 unidades por US$ 1 bilhão, indicando a cotação na faixa de US$ 50 milhões a peça. A discussão da operação tem sido feita diretamente pela ministra da Defesa da França, Michele Alliot-Marie.

No Brasil, a expectativa no Comando da Aeronáutica é de que em dois anos o valor médio chegue aos US$ 40 milhões, pouco mais que o custo atual de um Mirage 2000/9.

O supercaça francês voa a 2,4 mil km/hora, leva 6 toneladas de carga de ataque (mísseis de cruzeiro, de ataque a radares e de alcance além do horizonte; bombas inteligentes e um canhão de 30 milímetros). Pode ser reabastecido em vôo e usa um radar holográfico tridimensional de alta resolução com cobertura de 100 quilômetros.

Transição

O Alto Comando decide até o fim do mês a escolha do caça, usado, que será alugado ou comprado de um fornecedor internacional para substituir os F-103 MirageIIIE/Br, usados há 32 anos pela Força Aérea Brasileira (FAB).

A revelação foi feita ao Estado pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luis Carlos Bueno. Para ele, "não convém esperar mais". Os F-103 não têm como ser mantidos. Segundo Bueno, "foi feito um mix de utilização dos motores de tal forma que todos eles chegarão ao fim da vida útil ao mesmo tempo, no fim do ano".

De acordo com o brigadeiro, há cinco ofertas de venda ou leasing, um tipo de arrendamento, em consideração. Todas especificam radares de alta performance e mísseis BVR (de alcance além do horizonte, na faixa dos 40 a 50 km). O Grupo Saab, da Suécia, oferece o aluguel de 12 unidades de seus modernos supersônicos JAS 39 Gripen, novos em folha e acompanhados de sistemas de armas eletrônicos de última geração.

O governo da África do Sul propõe um regime novo no mercado: a locação operacional de um lote de aeronaves Cheetah, versão revitalizada do mesmo MirageIII. E que a FAB vai desativar dia 31 de dezembro. Na prática, significa que os jatos viriam para o Brasil acompanhados de suporte técnico - peças, componentes e pessoal técnico, mecânicos inclusive.

As propostas mais conservadoras são as de fornecedores da França, por meio de um pacote de aviões Mirage 2000 produzidos na segunda metade dos anos 80, e dos Estados Unidos, que receberam autorização da Casa Branca para proceder à modernização de caças F-16 Falcon das séries A/B, também na faixa dos 20 anos de uso, pelos quais o governo brasileiro venha a optar.

A minuta da apresentação americana prevê transferência da tecnologia dos sistemas especificados, mas isso apenas no caso de aquisição permanente. Os técnicos militares brasileiros analisam também o KFir C10, de Israel, outra configuração do MirageIIIE.

*Roberto Godoy
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« Responder #17 em: Março 17, 2005, 05:38:30 pm »
FX-B Round n  (O definitivo ?)

Fonte: www.defesanet.com.br

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Jatos remodelados terão de garantir a segurança

BRASÍLIA - O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, disse ontem que "o Brasil não ficará com a sua defesa aérea vulnerável" por causa do encerramento, por decisão do presidente Lula, dos procedimentos para compra de 12 novos caças, por meio da concorrência internacional FX iniciada há cinco anos. A licitação deveria selecionar um substituto para os MirageIIIE/Br que têm mais de 30 anos de uso e deixam de voar em 31 de dezembro.

"Nós estamos tranqüilos com relação a isso (a defesa aérea)", assegurou Alencar, ao anunciar que, no final do ano, chegam à Base Aérea de Anápolis, em Goiás (responsável pela proteção dos céus do Planalto e do eixo estratégico da região sudeste) 13 dos 46 supersônicos F-5Br Tigre, que estão sendo revitalizados na Embraer e substituirão os velhos caças franceses. Essa informação foi antecipada pelo Estado no fim do ano.

"Como com a remodelação o avião seguirá em operação por vários anos, teremos tempo suficiente - numa nova licitação ou por compra direta - para adquirir um caça mais avançado", declarou o vice-presidente. Alencar considera o formato de disputa internacional de ofertas o melhor modelo de aquisição. "Não há decisão. Mas prefiro fazer licitação e acho que isso não retira da Embraer suas condições excepcionais de vitória porque a empresa é muito competitiva", disse.

O ministro justificou o fim do projeto FX. Para ele, as especificações contempladas na licitação "definiam um produto antigo". De acordo com Alencar, entre o momento da entrega dos F-5Br Tigre revitalizados ao 1º Grupo de Defesa Aérea de Anápolis e a tomada da nova decisão de como se dará a compra de aviões, "com certeza surgirão novas propostas das empresas que estiveram presentes na concorrência". Sobre notícias de que o governo espera o novo super caça francês Rafale baixar de preço (hoje em torno dos US$ 50 milhões) para que pudesse adquiri-lo, o ministro disse que não poderia falar sobre o assunto.
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