Temos liberdade para utilizar os F-16 MLU onde quisermos?

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papatango

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Temos liberdade para utilizar os F-16 MLU onde quisermos?
« em: Fevereiro 22, 2005, 06:15:13 pm »
Pensando na questão do update dos caças F-16A/B da FAP e a sua transformação em F-16AM/BM, e considerando ainda que, estes aviões adquirem capacidades muito superiores, Portugal podería, por exemplo, (num cenário descabelado) deslocar aviões F-16 para Cabo Verde, se fosse necessário efectuar qualquer tipo de operação na Guiné-Bissau?

Fico na dúvida sobre a viabilidade de utilizar livremente os meios disponíveis.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #1 em: Fevereiro 22, 2005, 06:26:30 pm »
Podemos.

É uma questão muito interessante que, como todas as questões relativas a assuntos militares, se sobrepõe em 2 dimensõs.

Por um lado a teoria e a capacidade militar de efectuar a missão, e por outro a capacidade política.

Não tenho dúvidas que se o poder político fosse favorável a tal operação, ela fosse possível. Desde que Cabo-Verde possuísse as instalações básicas necessárias ( uma pista em condições e alguns weather-shelters ) a operação não iria diferir em muito dos destacamentos portugueses nos NATO Air Meets por exemplo. Caso essas instalações não existam também é possível que a engenharia - com o devido intervalo temporal prévio - as crie.
Claro que estaríamos a falar de um destacamento de, máximo dos máximos, uma dúzia de aeronaves que já representaria um custo diário de algumas dezenas de milhares de euros.

Lá no fundo tudo se resume à vontade política e disponibilidade económica existente. Com dinheiro tudo é possível.
Ricardo Nunes
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papatango

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« Responder #2 em: Fevereiro 22, 2005, 06:36:51 pm »
Bom, eu estou a pensar não em 10 aeronaves, mas sim em duas ou três. A verdade, é que este tipo de avião pode ser determinante em termos de estabelecer a superioridade aérea.

Não existe nada na região que lhe possa fazer frente.

Em Cabo Verde, no Sal, está um aeroporto internacional capaz de receber Boeing-747 e os aeroporto da Cidade da Praia, foi recentemente aumentado. Acho que pode receber o Boeing-757.

A outra questão, naturalmente, prende-se com a distância entre as ilhas e o espaço aéreo da Guiné-Bissau. Creio que ainda é uma viagem de quase uma hora, em vôo comercial, entre Bissau e o Sal.

Provavelmente 2 ou 3 seria muito pouco. no entanto, sería sempre uma posição politica que demonstrasse vontade. Como em todas as coisas, o que conta não é se se vai utilizar um equipamento, é se se mostra estar na disponibilidade de o utilizar.

(É aliás por isso que acho que deveríamos optar por uma marinha contra-torpedeiros e NPO/Corvetas)

Cumprimentos
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JLRC

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« Responder #3 em: Fevereiro 22, 2005, 07:07:06 pm »
Eu ponho a questão noutros termos. Teríamos autorização dos EUA para utilizarmos os aviões fora do contexto da OTAN? E se sim, com todo o armamento disponível? Nomeadamente os AMRAAM?
 

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Ricardo Nunes

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« Responder #4 em: Fevereiro 22, 2005, 07:15:36 pm »
Citação de: "JLRC"
Eu ponho a questão noutros termos. Teríamos autorização dos EUA para utilizarmos os aviões fora do contexto da OTAN? E se sim, com todo o armamento disponível? Nomeadamente os AMRAAM?


Os EUA não têm qualquer poder sobre a utilização dos F-16 nacionais, ao contrário do que se passou na década de 1960 com os F-86 estacionados em Bissau. Os F-86 tinham sido entregues como ajuda NATO, e, como tal, estariam condicionados a missões relacionadas com o interesse da Aliança Atlântica ( e não EUA ).
Os F-16s não sofrem da mesma restrição embora a 2ª esquadra, e parte da 1ª ( os EUA pagaram uma percentagem por avião no programa Peace Atlantis I ) tenham sido fornecidas como "contrapartida" pelo uso da base aérea das Lajes.

Um abraço,
Ricardo Nunes
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