NACIONALISMO EM PORTUGAL, HIPOTESIS.

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HELLAS

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NACIONALISMO EM PORTUGAL, HIPOTESIS.
« em: Agosto 30, 2007, 11:25:59 pm »
Quando falo isso no titulo a dia de hoje e tudo una invençao para criar una situaçao hipotetica em Portugal e saber os vossos pemsamentos nessa situaçao teorica.
Passam o tempo, a moda nacionalista chega ate Portugal e varios pontos estao a reclamar mais autonomia, estam a basar-se na historia para os seus fins. As hipotesis sao estas.
PORTO, passaram de mostrar apenas faixas "orgulho tripeiro" no futebol, a querer autonomia porque estao fartos do centralismo de Lisboa.
MRANDA DE DOURO. O seo passado no reino de Leao e o facto de ter lingua propia esta a reclamar que querem ser como Andorra.
GUIMARAES, ai nasceu Portugal, e como foi o Condado Portucalense, pemsan que tem o direito a ser independentes.
AÇORES, a distança do Portugal peninsular faz que com o tempo as pessoas adqueram conscença propia de identidade, a sua lingua cada vez é menos percebida por ser un Portugues com outro acento e praticamente esta a comvertir-se num dialeto. Querem a independença ou ser un estado libre associado.

Como estao a ver a minha imaginaçao da para muito, mas no caso que isto passar qual sao vossa opinoes de estos factos? pemsan que seria possivel una coisa assim em Portugal?
 

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Luso

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« Responder #1 em: Agosto 31, 2007, 01:59:50 am »
Tudo é possível neste mundo, mas creio que não é possível falar de nacionalismos em Portugal. Bairrismos sim, mas nunca nacionalismos.
Nem no ex-Império faria sentido falar de nacionalismos antagónicos à Coroa ou ao Estado a não ser nas campanhas ditas de pacificação (ou contra-subversão patrocinadas por impérios ultramarinos concorrentes).

- O Brasil tornou-se independente sobretudo por causa de questões fiscais;

- O resto por causa dos internacionalistas, mas sobretudo por causa dos oportunistas (geralmente são os mesmos: são oportunistas com disfarce ideológico). Um dia, poder-se-á falar de nacionalismos em Angola, por exemplo, ligados a etnias ou algo que o valha. Mas isso também já não nos diz respeito, para infelicidade de todos.
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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zocuni

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Nacionalismos
« Responder #2 em: Agosto 31, 2007, 02:46:39 am »
Tudo bem,

Sou da região Norte(cidade do Porto),e nunca me passou pela cabeça qualquer sentimento de um Nacionalismo exacerbado que me levasse a questionar o desmembramento de Portugal.Claro que existe um bairrismo,penso ser comum e até saudável que exista,mas nada além disso.
É um cenário que sinceramente dúvido que haja que me leve a pensar que Portugal corre esse risco.
Se no continente é assim,nos Açores e Madeira também tenho certeza que o sentimento é o mesmo.
Portugal tem problemas estruturais,mas é uno e indivisivel não existe nada que me faça pensar o contrário.

Abraços,
zocuni
 

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HELLAS

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« Responder #3 em: Agosto 31, 2007, 08:49:38 am »
A dia de  hoje eu tenho claro que isso nao vai aconteçer, mas o que eu queria saber é em caso de suceder qual ia ser vossa opinao, ian gostar ou nao?explicaçoes dos vossos pensamentos, nao dizer que pemsam que isso nao vai a puder ser per isto aou aquelo, nao sei se estou a fazer-me perceber.
 

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zocuni

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Nacionalismos
« Responder #4 em: Agosto 31, 2007, 11:40:45 am »
Tudo bem,

Hellas.Eu dou opiniões sobre factos concretos.Não posso afirmar o que aconteceria num caso desses,pois não existe nada que me leve a supor tal coisa.Nós portugueses,não temos esse problema,não faz parte da nossa vida,então sinceramente não lhe posso responder.

Abraços,
zocuni
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #5 em: Agosto 31, 2007, 04:22:53 pm »
O meu pai é Acoreano, é da ilha Terceira, se falares a um terceirense acerca de São Miguel ele começa logo a dizer cenas, no entanto quando eu vou a casa com amigos dessa ilha são sempre impecávelmente bem recebidos. A isso chama-se rivalidades históricas, é algo inerente ao ser Português, mas basta estarmos todos juntos e todas essas rivalidades desaparecem.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Doctor Z

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« Responder #6 em: Agosto 31, 2007, 05:29:35 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
O meu pai é Acoreano, é da ilha Terceira, se falares a um terceirense acerca de São Miguel ele começa logo a dizer cenas, no entanto quando eu vou a casa com amigos dessa ilha são sempre impecávelmente bem recebidos. A isso chama-se rivalidades históricas, é algo inerente ao ser Português, mas basta estarmos todos juntos e todas essas rivalidades desaparecem.


Aliás, no sinais rodoviários portugueses aparece por vezes Norte, Sul, mas
não é por causa disso que há uma divisão entre as regiões.

Sou do concelho de Bragança e quando vou para lá digo que vou para o
Norte, mas não é por causa disso que deixa ser Portugal.

Agora se um dia acontecesse (e oxalá que isso nunca venha a acontecer)
não sei o que se passará em Portugal. Apesar de gostar do Norte, de Trás
os Montes e de Bragança, antes de mais sou português e todos os portugueses
pensam como eu, seja qual for a sua região.

Além disso, não existem etnias diferentes em Portugal, existe sim dois
idiómas, o português e o mirandês. Apesar de diferente do Norte ao Sul,
o rancho folclórico faz parte da tradição de cada português.

Enfim, não sei o que acrescentar mais.
Blog Olivença é Portugal
"Se és Alentejano, Deus te abençoe...se não
és, Deus te perdoe" (Frase escrita num azulejo
patente ao público no museu do castelo de
Olivença).

:XpõFERENS./
 

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HELLAS

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« Responder #7 em: Agosto 31, 2007, 05:37:45 pm »
Ok, percebo a tudos voces, sei que é dificil opinar com certeza de una coisa que nao esta nas cabeças de voces.
Mudando un pouco de tema, mas ao filo, alem do historico Reino de Portugal existiu tambem o Reino dos Algarves, resta alguna coisa disso?ou pelo contrario foi una Reino "menor"que foi absorvido pelo Reino de Portugal sem deixar resto nas mentes dos algarvianos e resto de portugueses?.
Pemso que e muito provabel que um espanhol da provincia de Huelva tem mais que ver com un algarviano que com um catalao ou galego, por dizer un exemplo, e estou a referir em coisas como o caracter, os alimentos, as costumes, etc...que pensan disto?.
 

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Luso

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« Responder #8 em: Agosto 31, 2007, 09:37:53 pm »
O "Reino dos Algarves" é um conceito que tem mais valor como elemento de título honorífico e que se reporta à ultima conquita territorial continental. A menos que os ingleses agora pensem o contrário! :wink:
Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Sickness

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« Responder #9 em: Agosto 31, 2007, 09:55:37 pm »
Citação de: "HELLAS"
Ok, percebo a tudos voces, sei que é dificil opinar com certeza de una coisa que nao esta nas cabeças de voces.
Mudando un pouco de tema, mas ao filo, alem do historico Reino de Portugal existiu tambem o Reino dos Algarves, resta alguna coisa disso?ou pelo contrario foi una Reino "menor"que foi absorvido pelo Reino de Portugal sem deixar resto nas mentes dos algarvianos e resto de portugueses?.
Pemso que e muito provabel que um espanhol da provincia de Huelva tem mais que ver com un algarviano que com um catalao ou galego, por dizer un exemplo, e estou a referir em coisas como o caracter, os alimentos, as costumes, etc...que pensan disto?.


Hellas aqui em Portugal existe muito bairrismo, não nacionalismo ... Aqui o pensamento e mentalidade  pode variar de região em região mas quando se trata de defender Portugal somos todos UM ! podes ter a certeza ... Cumprimentos !
 

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PereiraMarques

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« Responder #10 em: Agosto 31, 2007, 10:22:52 pm »
Reino do Algarve sempre foi um Reino de jure e nunca de facto. Algarves, plural, refere-se aos Algarve de Aquém-Mar (a Província do Algarve em si mesma) e aos Algarves de Além-Mar (inicialmente as possessões no Norte de África: Ceuta, Tangêr, etc., e posteriormente o resto do Império.

Em termos heráldicos, o Reino do Algarve era representado pela bordadura vermelha de castelos amarelos/dourados.

Por vezes surgia também um Escudo próprio, com as referidas cores, e com representações de um Rei Cristão e um Rei Mouro.



Aliás, semelhante à heráldica municipal da maioria dos Concelhos Algarvios.

























[/img]
 

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papatango

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« Responder #11 em: Agosto 31, 2007, 10:24:50 pm »
Mais ou menos assim:

Portugal nasceu no norte. A sua primeira capital, foi do ponto de vista técnico a cidade de Guimarães, depois passou para Coimbra e finalmente para Lisboa (E até esteve na cidade do Rio de Janeiro por mais de uma década).

Logo, mesmo que existisse uma diferenciação entre norte e sul, o Norte ía achar que tinha o direito a ser Portugal, porque é ali que o país nasceu.

Ao mesmo tempo, e embora o país tenha a sua origem no norte, as principais batalhas pela sua manutenção e existência, ocorreram no centro e no sul do país. Como a maior parte da população sempre esteve no norte, foram muito consideráveis os contingentes que foram enviados para o sul do país para o defender.

Mas não é menos verdade, que uma parcela muito grande da luta pela manutenção de Portugal como país independente foi feita no sul do país, especialmente durante a IV dinastia (Bragança) e pelas pessoas do sul do país.

Nos Açores, mesmo isolados e com um rei estrangeiro já instalado em Lisboa, os Açoreanos foram os últimos a depor as armas, e dos primeiros a expulsar os espanhóis quando chegou a notícia de que em 1640 já havia outra vez um rei português.

Em 1640, por exemplo foram lançados novos impostos para criar um exército e o país contribuiu de forma igual.

Curiosamente, quando a notícia chegou ao Brasil, os portugueses de lá fizeram a mesma coisa que os de cá, e é do Brasil que partem as expedições para reconquistar a África.

Uma coisa que os portugueses sempre tiveram, foi uma noção clara da sua pequenez. Sabemos que não somos um país grande, e sabemos também que se existimos como país independente, é porque quando é preciso, sabemos o que fazer.

Segundo o que li sobre uma descrição que se fez dos portugueses, eles são como os dedos de uma mão. Cada um tem a sua ideia, a sua opinião e cada um puxa para o seu lado. Mas esses dedos quando é realmente necessário, conseguiram de uma forma ou de outra fechar-se, e nenhum país europeu consegue fechar a mão com tanta força quanto os portugueses.


Citar
Pemso que e muito provabel que um espanhol da provincia de Huelva tem mais que ver com un algarviano que com um catalao ou galego, por dizer un exemplo, e estou a referir em coisas como o caracter, os alimentos, as costumes, etc...que pensan disto?.


Bastaria ouvir a música tradicional do Algarve para ver que é muito mais parecido com o vira do Minho que com outra coisa qualquer.

Os métodos de pesca, e muito do que existe no Algarve litoral, é idêntico e derivado do norte do país, porque o Algarve, como grande parte do litoral sul, foi colonizado por pescadores vindos da costa entre Viana do Castelo e Aveiro.

É um dos erros que muitas vezes se vê nas análises que em Espanha se faz de Portugal, comparar a Andaluzia com o Algarve.

A nossa evolução foi muito diferente, e embora a presença árabe tivesse sido significativa, na verdade ela diluiu-se completamente e praticamente desapareceu.

É por isso que o lugar onde se pode notar alguma influência ou parecença com o sul de Espanha, é no alentejo interior, onde não há costa maritima e onde os pescadores da costa norte não chegaram.

Um galego, por isso, deve ter muito mais a ver com um algarvio que um andaluz.

Portugal, é na prática uma projecção da Galiza antiga (a Gallaecia) e o resultado da grande densidade populacional e crescimento populacional maior que o do resto da peninsula que é explicado por causa da superior produtividade da terra.

É por isso que sempre houve muitos imigrantes no norte de Portugal e na Galiza. As pessoas tinham muitos filhos (que sobreviviam) mas a terra não era suficiente para todos.

Mas em Portugal, como havia terras para sul que estavam quase desabitadas por causa da guerra com os mouros, muita população excedentária (filhos que não tinham direito a herança) migrou para sul.

Além disso, houve politicas propositadas de distribuição de terras, que tinham como objectivo exactamente povoar as terras do sul do país, que naturalmente foram ocupadas com as pessoas que havia para as colonizar, a população do norte.

Há no entanto ainda vestigios e traços que permitem identificar alguns algarvios não migrantes. O actual presidente Cavaco Silva é um exemplo.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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HELLAS

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« Responder #12 em: Agosto 31, 2007, 10:39:09 pm »
É um dos erros que muitas vezes se vê nas análises que em Espanha se faz de Portugal, comparar a Andaluzia com o Algarve.

ok, emtao estaba errado, tinha issa comcepçao.
Achas que pelo devenir da historia Portugal criou-se um hermetismo verso Espanha que faz que nao tenha nada que ver em questoes etnicas, culturais, historicas, etc...?em caso que seja assim, claro.
 

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papatango

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« Responder #13 em: Setembro 01, 2007, 12:53:50 am »
Bom: Eu não acho que haja hermetismo.

Ou melhor. A existir ele estabeleceu-se na fronteira especialmente a sul do Douro, porque é aí que ocorrem posteriormente os maiores confrontos.

No norte, na Galiza, até ao século XIX, muitas das aldeias de Trás-os-montes e da actual província de Pontevedra e especialmente Ourense, não estavam separadas e não havia sequer uma grande distinção entre o português e o galego nas zonas do interior.

Temos até o caso de uma pequena aldeia na fronteira que estava do lado espanhol do rio, e que se ficou na dúvida sobre se era de Portugal ou de Espanha e no fim teve que se perguntar às pessoas a que país queriam pertencer (não me lembro do nome, mas há um tópico algures no Fórum onde se falou sobre isso).

Se quiser entender melhor as coisas, pense que Portugal não é uma espécie de Espanha em ponto pequeno, Portugal é na realidade uma espécie de Galiza em ponto grande.

Uma Galiza que ao contrário da outra, decidiu não só escolher o seu próprio caminho, como além disso, lutou contra os que se lhe opuseram.

Lutou e claro,  ganhou. Porque lutar também outros o fizeram.

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Luso

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« Responder #14 em: Setembro 01, 2007, 11:13:49 am »
Bolas, o PT canta muito bem em prosa! :shock:
Até me arrepio...
Ele é o bardo do Forum Defesa!
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