Combate a fogos pela F.A.P.

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #915 em: Setembro 08, 2019, 12:51:37 am »
Não me parece que deixar os PILAV, ou outros militares, fazerem umas alcavalas por fora seja solução para o que quer que seja. Porque não deixar os DAE irem fazer um mês por ano com os talibãs, ou outros que tais? Há que arranjar soluções práticas, mas que não estejam no limite da moralidade. Se o curso de PILAV custa 2 ou 3 milhões de €, então esse deve ser o preço a pagar para sair antes de 15 ou 20 anos de serviço. E já agora, porque não reintroduzir os PIL, como muitos já aqui defenderam?
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #916 em: Setembro 08, 2019, 09:33:04 am »
Não me parece que deixar os PILAV, ou outros militares, fazerem umas alcavalas por fora seja solução para o que quer que seja. Porque não deixar os DAE irem fazer um mês por ano com os talibãs, ou outros que tais? Há que arranjar soluções práticas, mas que não estejam no limite da moralidade. Se o curso de PILAV custa 2 ou 3 milhões de €, então esse deve ser o preço a pagar para sair antes de 15 ou 20 anos de serviço. E já agora, porque não reintroduzir os PIL, como muitos já aqui defenderam?

NVF, sem dúvida. A mim também não me parece ser muito complicado, o Estado investe muito na pessoa, a pessoa deseja sair mais cedo, reembolsa na totalidade. Na minha opinião vinte anos de permanência parece ser boa politica.

Quanto aos PIL, pelo que constou na comunicação social, eles iam ser reactivados, mas há dias vi as vagas da AFA para PILAV e elas tinham o exacto numero das supostas vagas que iriam abrir para PIL.

Sinceramente, não percebo a politica de retenção de pessoal da AFA. Obviamente que se esta for inexistente é impossível percebe-la.
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #917 em: Setembro 08, 2019, 09:45:58 am »
Do que ouvi falar o preço não é tanto, é na ordem das centenas de milhar, nenhum curso custa milhões, mas é o preço que realmente custou, acho que até metem o papel higiénico gasto em 5 anos de academia.

Mas os pilotos que querem sair, pagam, e o problema continua.

A solução para o NVF é transformar as FA numa prisão, depois de entrares já não sais.

Também há médicos, que são formados em universidades públicas, que trabalham em hospitais públicos e privados.

Sim os Pil também já ouvi dizer que iam renascer com os contratos de longa duração, mas não sei ao certo para quando.
« Última modificação: Setembro 08, 2019, 09:50:43 am por Lightning »
 

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ocastilho

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #918 em: Setembro 08, 2019, 10:00:27 am »
Caro Lightning, não confundamos a beira da estrada com a estrada da Beira.

A FA não tem função de formar pilotos para o mercado comercial, a faculdade de medicina tem como única função formar pessoal.

E ninguém pretende transformar nada em prisão, o que se pretende é que uma das partes não beneficie de uma formação altamente dispendiosa e que assim que tenha oportunidade saia e não reembolse o investimento que nele foi feito.É óbvio que aqui não pode ser só calculado pelo custa da formação, mas também pelos ordenados pagos, pela assistência médica gratuita, pelo custo de ficar sem um profissional e o incomodo que vai causar à instituição... Aliás algo bastante normal são as clausulas de rescisão.

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #919 em: Setembro 08, 2019, 10:24:29 am »
A FA não tem função de formar pilotos para o mercado comercial, a faculdade de medicina tem como única função formar pessoal.

Mas há falta de médicos nos hospitais no Algarve, e estes médicos também foram pagos por todos nós.

Citar
E ninguém pretende transformar nada em prisão, o que se pretende é que uma das partes não beneficie de uma formação altamente dispendiosa e que assim que tenha oportunidade saia e não reembolse o investimento que nele foi feito.É óbvio que aqui não pode ser só calculado pelo custa da formação, mas também pelos ordenados pagos, pela assistência médica gratuita, pelo custo de ficar sem um profissional e o incomodo que vai causar à instituição... Aliás algo bastante normal são as clausulas de rescisão.

O que eu quero dizer é que ser Pilav  tem que ser uma carreira atrativa, sei que não se pode colocar os vencimentos aos mesmo nível do privado, mas algo tem que se fazer, há cursos inteiros de pilav a ir embora ao fim dos 12 ou 14 anos que são obrigados e ainda pagam essas centenas de milhar, noutras especialidades também para lá caminha, existem mecânicos a despedir-se, dos mais novos (que também têm que pagar dezenas de milhar) até pessoal com 20 anos de casa, para emigrar.

Em certos países do mundo, pessoal especializado é muito bem pago, pois tem que vir de fora, e países cheios de dinheiro que pagam o que for preciso, países arabes, Indonesia, etc.

Para finalizar, talvez não haja solução, é o mercado a funcionar, talvez o melhor seja aceitar e trabalhar a partir daí, por exemplo avançar rapidamente para os contratos de longa duração, aí os Pil até começam mais cedo a voar, no fim do contrato, a meia-dúzia que quer ficar que avance para funções de comando, comandante de base, general...
« Última modificação: Setembro 08, 2019, 10:25:29 am por Lightning »
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #920 em: Setembro 08, 2019, 11:16:44 am »
Esta conversa até pareceu um bocado aquela sobre as empresas que pagam o salário mínimo como base e depois pagam o resto do salário como ajudas de custo ou prémios. As forças armadas são realmente o espelho do estado da nação.

Cumprimentos,
« Última modificação: Setembro 08, 2019, 11:17:17 am por Get_It »
:snip: :snip: :Tanque:
 
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #921 em: Setembro 08, 2019, 03:34:22 pm »
Já agora, quem está a operar os 3 AS-350B3?


Quanto a esta questão, a FA,passa pelos PIL sem dúvida.




Cumprimentos,
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #922 em: Setembro 08, 2019, 05:26:45 pm »
Já agora, quem está a operar os 3 AS-350B3?

Penso que seja como dantes, uma empresa privada que fornece serviço de manutenção e pilotos.

A FAP apenas está a fazer o trabalho de gestão de contractos de empresas privadas que antes era feito pela ANPC. Penso que a ambição é aos poucos, a FAP intervir mais no combate aos fogos, como ter meios próprios, C-130H com Maffs a operar do AM1 Ovar... Outros meios aéreos... Vamos ver até onde vai.
« Última modificação: Setembro 08, 2019, 05:28:38 pm por Lightning »
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #923 em: Setembro 09, 2019, 03:43:55 am »
Tu chamas prisão, eu chamo pouca-vergonha pagar 1,7 milhões € para mandar um gajo/a para os States e depois deixá-los sair a troco de uns milhares ao fim de uns anitos. Se o mercado é assim tão importante e tem tanta demanda de pilotos, então o mercado que os forme. Porque carga de água têm que ser os contribuintes portugueses (ou de outro país qualquer) a subsidiar companhias privadas?
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #924 em: Setembro 09, 2019, 08:36:12 am »
Tu chamas prisão, eu chamo pouca-vergonha pagar 1,7 milhões € para mandar um gajo/a para os States e depois deixá-los sair a troco de uns milhares ao fim de uns anitos. Se o mercado é assim tão importante e tem tanta demanda de pilotos, então o mercado que os forme. Porque carga de água têm que ser os contribuintes portugueses (ou de outro país qualquer) a subsidiar companhias privadas?

Todas as pessoas têm direito a procurar uma vida melhor, o meu ponto é que qualquer pessoa tem que ter o direito de se despedir se assim o desejar, não me estou a focar tanto nos "zeros", mas a entidade formadora tem direito a ser ressercida da despesa que teve, obviamente, por acaso nunca ouvi falar nessa escala de valores (milhões), mas se é esse o problema, façam as contas melhores, não tenho nenhum problema com isso, concordo que as contas estejam bem feitas.
« Última modificação: Setembro 09, 2019, 08:48:54 am por Lightning »
 

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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #925 em: Setembro 09, 2019, 06:21:54 pm »
Vai ao tópico dos Alpha Jet, para ver o custo de enviar um PILAV para instrução avançada nos States. Depois adiciona tudo o que o Estado português pagou durante os 06 ou 07 anos anteriores. Um curso de medicina não dever ter um custo superior a 30 ou 40 mil por ano. É uma ordem de grandeza completamente diferente e a maioria dos médicos fica no país a trabalhar nos hospitais públicos (com ou sem exclusividade), porque têm acesso a bolsas e outras vantagens para progredirem cientificamente.

Claro que toda a gente tem direito a mudar de emprego, mas as FFAA não são um emprego qualquer e os seus membros têm direitos limitados em relação aos restantes cidadãos. Quem entra sabe ao que vai e não me venham com o discurso dos coitadinhos.

Mas o principal problema aqui é o poderoso e "inatacável" mercado que tudo dita. As empresas são umas autênticas sanguessugas que vivem à mama do Estado e dos nossos impostos. Sai-lhes mais barato pagar 50 ou 60 mil para cobrir a saída de um PILAV da FAP, do que investir 200 mil na formação de um piloto próprio. A isto chamam eles o mercado; eu chamo chulice.
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #926 em: Setembro 09, 2019, 07:17:18 pm »
Com uma agravante NVF, é que muitos saem antes do tempo de serviço que deveriam prestar. Portanto, a indemnização deve cobrir não só o custo de formação, como o transtorno e inconvenientes de uma saída prematura. Aliás no mundo empresarial é assim, a questão não me parece ser o mercado, mas sim as "conveniências".
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #927 em: Setembro 09, 2019, 07:43:31 pm »
Acho que no geral até concordamos com o mesmo, como eu disse, não tenho conhecimento de quanto tem um pilav de pagar (até porque há factores que variam de pessoa para pessoa, quantos anos já serviu, os cursos que têm, etc), mas deve ser mais de 50 ou 60 mil pois sei de um capitão médico que pagou 100 mil para sair, mecânicos que pagaram 30 mil, mas se as contas estão mal feitas, façam-nas melhor, isso é certo.

Sim os militares renunciam livremente a certos direitos que o comum cidadão têm, mas deve poder mudar de ideias acho eu. Sempre ouve militares do QP a querer sair, uma altura inscreviam-se em partidos políticos, nem que fosse lá para o fim da lista, aí até estavam a usar uma das "limitações" de ser militar em seu benefício, é que nenhum militar no activo pode exercer actividade política, então esses militares passavam automaticamente à reserva, saiam sem pagar nada.

Também tens os que se fazem de maluquinhos, sempre enfiados na psiquiatria para ver se são considerados incapazes para o serviço. Tens os que metem o ramo militar em tribunal como a notícia a seguir, é sobre a GNR, mas serve de exemplo
https://www.publico.pt/2005/06/03/jornal/comando-da-gnr-processado-por-cabos-que-se-sentem-prejudicados-na-carreira-23847

Sim o mercado define quase tudo no mercado de trabalho, senão os enfermeiros ficavam cá todos em vez de ir para o Reino Unido.

O grande problema nos pilotos é que antes saia um de longe a longe, agora é bem mais.

Também existe alguns militares QP que saiem por outras razões, aos 18 ou 20 anos a vida está duma maneira, mas aos 30 ou 40 pode não estar como seria o rumo normal, pode acontecer algo que vire a vida do avesso, desde o que arranjou uma namorada estrangeira podre de rica que paga para o rapaz sair, a mulher que arranjou um bom emprego noutro país então a família toda se muda, um recebeu uma grande herança de uma velhota que não tinha filhos.

Os jovens de agora são diferentes dos de 1980, agora é comum ouvir dizer "sou europeu" ou "sou do mundo", é essa a mentalidade geral.

Para mim o problema aqui não é tanto o dinheiro, mas sim a FAP ficar sem pilotos, por isso referi que a solução deverá passar pelos Pil com contractos de longa duração para ver se ficam dos 20 aos 40 anos, por aí.
« Última modificação: Setembro 09, 2019, 08:03:01 pm por Lightning »
 
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #928 em: Setembro 09, 2019, 08:39:04 pm »
Caro Lightning, eu compreendo o que quer dizer, mas repare que aqui ninguém quer prender ninguém. O que eu defendo é que é PERFEITAMENTE normal o Estado querer, em primeiro lugar, ser ressarcido do dinheiro que investiu e, em segundo lugar, do transtorno, incomodo e possíveis falhas de operacionalidade que a saída antecipada e não-contratualizada provocou. É que isto dos direitos é uma estrada de dois sentidos, o militar tem direito a escolher o rumo da sua vida, só não tem direito é a querer fazê-lo à conta do erário publico.

Quanto aos PIL, estamos totalmente de acordo, tanto que é prática comum lá fora. Só neste cantinho de índios é que se tenta inventar a roda, quando esta já foi inventada.
Mas é óbvio que o PILAV tem a maior vantagem de todas, é que os putos entram lá novinhos e estão lá muito tempo, logo é fácil fazer-lhes a lavagem cerebral para entrar no esquema "chupó-pissista" vigente.
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Re: Combate a fogos pela F.A.P.
« Responder #929 em: Setembro 09, 2019, 10:21:17 pm »
ocastilho compreendo e não quero dar a ideia que discordo de si ou do NVF, pelo contrário, estou de acordo com tudo, o estado tem que ser ressarcido do investimento que fez. Se o valor tem que ser superior, não sei, se calhar sim, eu até tinha a ideia que era um valor muito descriminado.
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