O impacto do ataque dos aviões de Doolittle foi minimo, porque ele não teve qualquer importância em termos de estratégia nem implicou qualquer modificação da capacidade militar japonesa, enquanto que em Pearl Harbour a destruição da maioria dos couraçados americanos acabou por alterar radicalmente as tácticas americanas.
A maior parte da opinião pública japonesa também não foi inicialmente informada do ataque americano. Isso só ocorreu mais tarde, quando uma tripulação que saltou de para-quedas foi julgada em tribunal por crimes de guerra.
O problema e o golpe foi acima de tudo psicológico.
Para as tradições japonesas, o solo «Pátrio» é inviolável e desde há muitos muitos séculos que não era efectivamente atacado por ninguém.
O que o Raid Doolitle veio fazer foi mostrar às elites japonesas que tinham começado a enfrentar um inimigo que pela primeira vez em muitos séculos tinha capacidade para atacar território japonês.
Não podemos esquecer que a politica japonesa era complexa, com golpes e contra-golpes e grupos de pressão entre os tradicionalistas militaristas com ideias do tempo dos Samurai (embora adaptados aos novos tempos) e os japoneses mais ocidentalizados que tinham sido corridos do poder durante os anos 20 e os anos 30.
Mesmo depois da explosão da bomba atómica, essa tensão entre os tradicionalistas e os pró ocidentais notou-se quando a facção tradicionalista tentou evitar que a mensagem do Imperador a dizer que o país tinha que suportar o insuportável (a rendição) fosse transmitida.
Portanto o raid Doolittle, foi um golpe nos apoiantes da linha tradicionalista do governo do Japão.