Mega-operação em Camarate PSP faz detenções em acção de combate ao tráfico de armas Várias pessoas foram detidas esta manhã no bairro da Torre, em Camarate, numa mega operação destinada acombater o tráfico de armas.Trata-se talvez da maior operação policial de sempre num bairro, em Portugal. Desde manhã bem cedo que 600 polícias cercaram o Bairro da Torre, à procura de armas ilegais. Por volta da 11h30, a polícia autorizou alguns moradores a regressarem a casa. A SIC entrou com os primeiros que encontraram casas com portas arrombadas, o interior das habitações completamente revolvido e todo o tipo de sentimentos, pessoas revoltadas e desoladas. Há uma parte do bairro onde ainda estão a decorrer buscas. Pelo menos nove pessoas foram detidas na operação. Foram também apreendidas armas e silenciadores ilegais. A operação "Torre de Controlo" começou às 7h00 e envolveu 600 agentes, acompanhados por magistrados do Ministério Público. Ao todo, fizeram 200 buscas domiciliárias. Além das detenções, as autoridades apreenderam armas e silenciadores ilegais.Esta operação, denominada "Torre de Controlo", está relacionada com a intervenção da PSP, há mais de um mês, que culminou com a detenção do chefe de repartição do departamento de armas e explosivos da PSP por suspeitas de tráfico e comércio ilegal de armas. Celestino Soares é suspeito de liderar a organização responsável pelo tráfico de armas que envolve funcionários da Polícia de Segurança Pública e alguns armeiros. O agente da PSP está indiciado por corrupção activa, corrupção passiva, detenção de arma ilegal e peculato. O caso de venda ilegal de armas envolve quatro espingardarias. No local estão 600 elementos da PSP apoiados por 150 viaturas.
Olhe que essa liga tambem exige para o proteger.
Não há memória em Portugal de uma acção policial desta envergadura: 600 agentes da PSP, entre eles elementos do Grupo de Operações Especiais e do Corpo de Interveção, tomaram de assalto, ontem de manhã, o Bairro Torre, Camarate, no concelho de Loures, arredores de Lisboa.A operação, em que participou a Polícia Judiciária Militar (PJ-M) e magistrados do Ministério Público, visou o tráfica de armas.As queixas dos moradores de bairros vizinhos, sobre o “ambiente de terror” provocado pelos habitantes da Torre, motivaram a operação – que recebeu o nome de código ‘Torre de Controlo’. A acção culminou com a detenção de nove homens e uma mulher, e a apreensão de três pistolas, 13 caçadeiras, três carabinas, dois silenciadores e 500 munições de diversos tipos e calibres.A operação, segundo diversas fontes policiais disseram ao CM, não está directamente relacionada com a acção desencadeada em todo o País, a 23 de Março, pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa – e que então terminou com a apreensão de um arsenal de mil armas, algumas de guerra, e a detenção do chefe de repartição do Departamento de Explosivos da PSP, de mais três agentes e uma funcionária civil.Desta vez, acrescentaram as mesmas fontes, “não há qualquer rede envolvida”. “Foram apresentadas queixas na Esquadra da PSP de Sacavém, alertando para a proliferação de armas de fogo no Bairro da Torre e a existência de inúmeros tiroteios e assaltos dentro e fora do bairro”, disse ao CM fonte policial autorizada.A 3.ª Esquadra da DIC de Lisboa reuniu as queixas, e iniciou o ‘trabalho de campo’ há cinco meses. Ao processo juntou-se a PJ-M. Além de suspeitas de tráfico de armas, os investigadores da Judiciária Militar averiguaram, ao que o CM apurou, desordens com armas de fogo ocorridas perto do Aeroporto Militar do Figo Maduro.“Estas instalações situam-se perto do Bairro da Torre. Os suspeitos das desordens residem neste bairro”, disse outra fonte.Assim, com 138 mandados de busca domiciliária para cumprir, o Comando da PSP de Lisboa reuniu, ao princípio da manhã de ontem, agentes de todas as esquadras de investigação criminal, apoiados por Equipas de Intervenção Rápida, e elementos do Corpo de Intervenção, Grupo de Operações Especiais, equipas homem-cão, e agentes da PJ-M.Pelas 07h00, a caravana policial entrou no Bairro da Torre. A presença de magistrados do Ministério Público permitiu a passagem de mandados judiciais durante a própria operação. “Algumas casas referenciadas nas investigações tinham mudado de número. Foram necessários novos mandados”, disse uma fonte. Ao todo, foram feitas rusgas em 200 casas.FORÇAA PSP não quis correr riscos. Com mais de 200 mandados de busca para cumprir, a Polícia preparou para o Bairro da Torre uma operação ‘musculada’, apostando na dissuasão de eventuais respostas. O Grupo de Operações Especiais e o Corpo de Intervenção, fecharam as saídas do bairro e mostrou, desde a primeira hora, que estava preparada para reagir em força.OPERAÇÃO EM NÚMEROS600 - A operação ‘Torre de Controlo’ mobilizou cerca de 600 agentes da PSP e da Polícia Judiciária Militar.220 - O comando do Corpo de Intervenção da PSP cedeu 220 agentes, que garantiram a segurança da rusga.30 - Cerca de três dezenas de agentes do Grupo de Operações Especiais da PSP permitiram a entrada nas casas. 10 - Nove homens e uma mulher, entre os 20 e os 50 anos, foram detidos por posse ilegal de armas de fogo.5 - A investigação que antecedeu a realização da operação de ontem durou cerca de cinco meses. 19 - Número total de armas apreendidas. Três pistolas, 13 caçadeiras, três carabinas e 500 muniçõesOUTROS ASPECTOS DA OPERAÇÃO 'TORRE DE CONTROLO'RECONHECIMENTOO reconhecimento final para a operação de ontem foi feito no último fim-de-semana. Viaturas à civil entraram no bairro, marcando o local das buscas.DETECTORESA Polícia Judiciária Militar recorreu a detectores de metais para sondar todo o subsolo do Bairro da Torre em busca de armas de fogo enterradas. BOI NO CURRALMinutos após o início da operação, uma equipa da Polícia encontrou um boi, com cerca de 500 quilos, num curral, nas traseiras de uma barraca.AEROPORTOA PSP não acredita que alguma vez tivessem sido feitos disparos, a partir do bairro da Torre, contra aviões em manobras no Aeroporto da Portela GOEOs agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP não passaram muito tempo no Bairro da Torre. Ajudaram a arrombar as portas e foram embora. SEGURANÇAA segurança das buscas realizadas pelos investigadores da PSP e PJ-M foi assegurada por cerca de 220 elementos do Corpo de Intervenção da Polícia.'ESQUADRA DA PSP É URGENTE'Há cerca de 50 anos que o Bairro da Torre é uma das principais dores de cabeça do poder autárquico na freguesia de Camarate, concelho de Loures. Com 1200 metros quadrados, o bairro alberga cerca de 1500 pessoas, na sua maioria ciganos e africanos, que aguardam há anos por um realojamento camarário.Arlindo Cardoso, presidente da Junta de Freguesia de Camarate, frisou ao CM a falta de condições de habitabilidade de toda a população. “Há muita gente digna, honesta e trabalhadora a morar no bairro. Todos moram em barracas sem luz, água, ou saneamento básico”, referiu o autarca.As inscrições no Plano Especial de Realojamento (PER) da autarquia de Loures têm sido, segundo Arlindo Cardoso, “em bom número”. “Estão já em construção novos fogos habitacionais, na Quinta das Mozes, no Bairro dos Fetais. Mas não há, para já, um prazo de conclusão”, acrescentou.A segurança é outro dos problemas ainda em aberto no Bairro da Torre. O policiamento na zona é assegurado pelo efectivo da Esquadra da PSP de Sacavém. Mas, de acordo com Arlindo Cardoso, “a falta de efectivos é significativa”.A solução para este problema, segundo o autarca, “está estagnada há anos”. “A construção de uma esquadra da PSP é urgente”, salientou Arlindo Cardoso. O presidente da Junta de Freguesia de Camarate admitiu mesmo já ter sido receptor de queixas de moradores, testemunhas de tiros de arma de fogo disparados a partir do Bairro da Torre. Para “acabar com situações como esta”, impõe-se mais policiamento. “Já existe um terreno para a nova esquadra, e já chegou a haver verba. Mas até agora o projecto está estagnado”, adiantou o autarca.“A freguesia precisa de uma nova esquadra. 40 mil habitantes não têm a segurança adequada”, concluiu Arlindo Cardoso. EVADIDO DE BRAGANÇA APANHADOUm homem de 30 anos, que estava há mais de um ano evadido do Estabelecimento Prisional de Bragança, foi apanhado pela PSP, ontem, durante a operação ‘Torre de Controlo’, no Bairro da Torre, em Camarate.O foragido, de etnia cigana, cumpria pena por ter cometido crimes de roubo, mas estava desaparecido desde o ano passado da cadeia de Bragança. Ontem, com centenas de agentes da PSP, incluindo das unidades especiais, fecharam todos os acessos ao Bairro da Torre desde as primeiras horas da manhã, o recluso evadido foi apanhado numa ‘ratoeira’ que não lhe era dirigida. Os elementos da Polícia acabaram por encontrá-lo no interior do bairro, escondido em casa de familiares que o ajudavam.
Quando eu vi as imagens bem me pareceu ver elementos do GOE, acho que o aumento da violência por parte dos criminosos vai fazer com que o GOE se torne uma presença normal nestas rusgas.
