Hoje em dia, na nova ordem mundial, já não se espoliam territórios a potências teoricamente derrotadas(mesmo invasoras), por regra. Assim foi no Iraque na 1ª guerra do Golfo. Faz-se controlo militar em zonas de exclusão, não mais. E se tivesse sido dividido, sería entre as nacionalidades e/ou comunidades que o compôem nos 2ºs casos adiante : Curdos, Shiitas, Sunitas etc., e não por potências externas.
Nesse campo, se houver futuras anexações, a justiça histórica aponta para ser Espanha a entregar território a Portugal, por todas as razões:
Aparte o Conselho de Miranda do Douro, com uma lingua próxima á astur-leonesa pelo seu histórico isolamento, mas que na verdade Leon nenhuma legitimidade tem sobre o mesmo - desde quase 200 anos antes da independência de Portugal, o território fez parte do Condado Portucalense, é dentro de Espanha que há populações etno-línguisticamente próximas á indentidade Portuguesa mas não há o contrário, espanholas em Portugal.
É desde a Galiza a algumas regiões fronteiriças da "fala", até a um triângulo espanhol artificialmente dentro do rectângulo natural Português, muito mais do que Olivença, geograficamente falando: Valença de Alcantara e de Albuquerque(que foi português num período arcaico da reconquista e séculos depois nas guerras de Restauração(ocupado durante alguns anos). Obviamente que são territórios do estado espanhol. Só sobre Olivença e limitrofes(e Juromenha) tem Portugal legitimidade e soberania pelo direito Internacional - e onde ainda tem alguns descendentes de nacionais, apesar do genocidio cultural passado, felizmente um pouco orrigido pela abertura do governo moderno da Extremadura.
A Justiça e a etnografia estão a favor de Portugal. Não há Espanha em Portugal, mas há Portugal em Espanha. Portanto é bom piar fino nesse campo.
Após as ultimas 5 e especialmente as ultimas 2 invasões derrotadas, em Ameixial e Montes Claros(1665), apesar do desgaste português; - de invasor, Espanha passa á situação de humilhação e fragilidade militar a todos os niveis(e já vinha de trás de guerras anteriores na Europa e Ibéria já termidadas por 1652) Portugal também, em muitas frentes na África, Brasil e Ásia, contra diversos inimigos, Holandeses, Omanitas, Turcos etc. - seja como for, o Conde de Castelo Melhor terá visto uma oportunidade de superioridade militar virada 180 graus para Portugal naquelas vitórias, para materializá-la na anexação da Galiza. Mudanças da Corte e no Governo evitaram isso. Aliás, após D. Afonso VI, os novos homens fortes da Corte consideravam o objectivo da guerra alcançado- para além do desgaste e sobretudo perdas Humanas que havia provocado para ambos os lados - e porque consideravam a violação de fronteiras da coroa espanhola, assim como das suas próprias por Espanha, uma ilegitimidade; e apesar do acto de traição do Governador Português de Ceuta anteriormente.
Agradeçam á generosidade e principios Portugueses ainda terem a Galiza num dos vossos mais frágeis momentos. Mais: se Portugal se tivesse comportado como o Governo de Godoy mais tarde(que até tinha uma costela lusa ironicamente) ou a sua Espanha em Fontainebleau, onde o governo espanhol se uniu a França para retalhar o país, coitada da Espanha. E já tinha ensaiado uma invasão de Portugal antes, em 1762, por ordem da França ainda do Ancien Regime. Enfim, tristezas e ressentimentos não pagam dividas - temos que perdoar - vice versa, quando fomos nós portugueses a errar contra Espanha, embora o saldo da justiça seja mais a nosso favor nesse campo: penso que fomos mais vezes postos em causa como nação soberana(e até em traições) do que pusemos a Espanha.
Não sou perito militar, portanto corrigam-me, se errar; mas penso que a coisa mais estúpida que se pode fazer é gastar na manutenção de um só porta-aviões. Ou se tem uma frota de mais de 3 ou 4, unida ou separada e coordenada ou não se tem nenhum. É verdade que Couraçados e mesmo fragatas também não gastam pouco, e não têm de longe, a mesma capacidade estratégica qie os porta-aviões possuem. E os equipamentos modernos serão resistentes; mas também a capacidade de destruição é maior. O Yorktown, da primeira geração, sobreviveu a um Inferno, já não pôde resistir ao segundo.
Portugal domina o Atlântico norte em Arquipélagos que o constituem. Já António Oliveira Salazar chegou a pensar nos Açores como eventual capital de um governo luso refugiado, comandando a resistência no continente, na eventualidade de nazis e franquistas seus eventuais ex-aliados a isso obrigarem Portugal. Para já, nós portugueses não precisamos nem temos possibilidades para termos carriers, mas quem sabe um dia. Três ou mais Porta-aviões lusitanos, quem sabe?!
Bem, talvez a Espanha o tenha num contexto de articulação militar e até para salvaguardar Ceuta, Melilla e as Canárias, entre interesses seus no Mediterrâneo - e acções na nato como é óbvio, mas precisa de uma grande frota que o proteja, submarina e á superficie. Mas não deixa de ser um só - e com os perigos que isso acarreta. Enfim, desde Alexandre o Grande, passando por Aníbal Barca(a frase tería sido dele) a Robert de Bruce, Henrique V e Nuno Álvares Pereira que se sabe que na maior força do adversário está por vezes a sua maior fraqueza.
Obviamente que desejo longa e feliz vida ás suas tripulações, e que nunca haja guerras entre nós. Guerra que sería absurda.
Finalmente: a capacidade e meios militares espanhois são maiores - mas se o contexto da Nato e UE em que vivemos não existisse - e se Portugal tomasse uma atitude cinica, fria, e até traiçoeira(em defesa ou ataque) contra a qual sou contra, porque defendo os Ibéricos e a Europa, a mesma atitude traiçoeira que alguns governos Espanhois tomaram no passado, Portugal jogaría com mais factores que não só anulariam a desvantagem em meios militares como colocaríam a Espanha em maus lençois: frente concertada com Marrocos a sul e prévia organização de guerrilhas nacionalistas em Espanha, de maior peso talvez do que se julga, colocando uma frente a oeste, outra a sul e várias internas em Espanha. Espanha é um tigre de papel.
Obviamente que isto é teoría e eu destesto tal idea e sou contra ela.
Defendo apenas Portugal em caso de se atacado. E oxalá estejamos juntos em defesas conjuntas futuras. Mas é tempo de Espanha honrar compromissos do passado.
Não sou nada anti-espanhol, muito pelo contrário: quem me dera que a palavra Iberismo podesse ser usada saudavelmente, como culturas próximas e colaborantes e políticas externas de interesse comum, sem se colocar em causa as soberanias ibéricas e sem a carga anexionista ou ainda que só federalista que desde o século XIX possui. Como tem essa carga, evito-a nesse contexto. Mas gosto da Ibéria e do meu Portugal sempre soberano claro.