COMO GANHAR O AFEGANISTÃO

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lazaro

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« Responder #15 em: Outubro 14, 2008, 11:25:32 pm »
Citação de: "Lancero"
Se tivesse escrito ataque à República da Sérvia tinha apanhado à primeira a sua intenção  :dormir: que amanhã vou levantar muito cedinho.
 

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papatango

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« Responder #16 em: Outubro 15, 2008, 01:38:42 am »
E o que é que a Sérvia tem a ver com o Afeganistão ?

Além disso, acho que esquecemos todos que TODO O MUNDO se esqueceu do Afeganistão, mas o Afeganistão cedo conseguiu que TODO O MUNDO se lembrasse dele.

No mundo de hoje, deixar um país sozinho, com a esperança de que eles se extreminem todos uns aos outros não funciona.

E a História prova que não funciona!

No passado os britânicos podiam-se dar ao luxo de deixar os afegãos lá nas montanhas do Hindu-Kush mas hoje isso não pode ser feito da mesma maneira. O Afeganistão há de arranjar forma de exportar alguma coisa. Se não for Talibans vai ser Ópio se não for Ópio será outra coisa qualquer.

Os Estados Falhados, caracterizam-se por não serem capazes de resolver os seus problemas.
Os americanos deixaram a Somália resolver os seus problemas e sairam em 1994.
Catorze Anos depois, o resultado está à vista e agora já nem navios podem passar nas águas do país.

Olhar para o lado e fingir que os problemas não existem não é solução.
Fingir que os afegãos vão resolver os problemas deles, quando sabemos que nunca foram capazes de o fazer, também não é.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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lazaro

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« Responder #17 em: Outubro 15, 2008, 08:31:28 am »
Citação de: "papatango"
E o que é que a Sérvia tem a ver com o Afeganistão ?
Além disso, acho que esquecemos todos que TODO O MUNDO se esqueceu do Afeganistão, mas o Afeganistão cedo conseguiu que TODO O MUNDO se lembrasse dele.

No mundo de hoje, deixar um país sozinho, com a esperança de que eles se extreminem todos uns aos outros não funciona.

E a História prova que não funciona!

No passado os britânicos podiam-se dar ao luxo de deixar os afegãos lá nas montanhas do Hindu-Kush mas hoje isso não pode ser feito da mesma maneira. O Afeganistão há de arranjar forma de exportar alguma coisa. Se não for Talibans vai ser Ópio se não for Ópio será outra coisa qualquer.

Os Estados Falhados, caracterizam-se por não serem capazes de resolver os seus problemas.
Os americanos deixaram a Somália resolver os seus problemas e sairam em 1994.
Catorze Anos depois, o resultado está à vista e agora já nem navios podem passar nas águas do país.

Olhar para o lado e fingir que os problemas não existem não é solução.
Fingir que os afegãos vão resolver os problemas deles, quando sabemos que nunca foram capazes de o fazer, também não é.


De facto a Sérvia não tem muito a ver com o Afeganistão. Se leres bem os posts a Sérvia só veio a lume um pouco fora de tópico.

Quanto ao Afeganistão: Concordo que olhar para o lado e fingir que os problemas não existem não é solução.

O problema aqui é qual será a melhor solução agora que a NATO está metida até ao pescoço.

Já houve declarações de chefes militares Ingleses e Americanos, o ultimo dos quais o próprio General Petraeus, a abrir a porta para a possibilidade de encetar diálogo com os Taliban. Temos que concordar que isto é algum avanço em termos de postura anti-insurgente.
 

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P44

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« Responder #18 em: Outubro 15, 2008, 12:45:58 pm »
Citação de: "lazaro"
Citação de: "Lancero"
Citação de: "lazaro"
Note-se que a intervenção no Kosovo, não foi sob nenhum mandato das NU, logo foi ilegal.... :wink:


essa resolução também falava do Respeito pela "Integridade Territorial da Sérvia" e foi  o que se viu
(sry pelo offtopic)

Em relação ao Afeganistão sinceramente acho que muito dificilmente se conseguirá pacificar aquela Nação, pelo contrário o conflito parece é estar a transpor fronteiras e a alastrar ao Paquistão.
A Bem da Verdade eu estive de acordo com a intervenção -sob bandeira da ONU- para remover os Taliban do poder...o pior foi a partir daí
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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lazaro

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« Responder #19 em: Outubro 15, 2008, 05:16:52 pm »
Não me parece que o problema do Afeganistão esteja a alastrar para o Paquistão. Não esquecer que a génese Taliban localiza-se no Paquistão.

Aspecto curioso: A Burqa que tanto se vê no Afeganistão foi exactamente importada do Paquistão.

A solução do problema Afegão passa passa incontornavelmente pelo Paquistão e pela incapacidade do Estado Paquistanês fazer valer a sua autoridade e as suas leis em largas faixas fronteiriças com o Afeganistão de Etnia Pashtun. O inverso também é verdade: a incapacidade do Estado Afegão fazer valer a sua autoridade no seu próprio território.

Para já fico por aqui.
 

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legionario

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« Responder #20 em: Outubro 15, 2008, 08:21:56 pm »
Nao acredito que se possa vencer uma guerra contra os afegaos . A menos claro que se opte por uma politica de exterminio da populaçao. Nao esqueçamos que nesta terra, os guerrilheiros sao os camponeses e os aldeaos em geral ; mesmo os miudos de 14 anos pastam as cabras com uma Kalash . Faz-me lembrar às vezes as técnicas maoistas de guerrilha de tal maneira os combatentes se confundem com a populaçao.

Se juntarmos este factor com outros, como : a topografia do territorio, a logistica eficaz (com mulas pela montanha...) e o caracter indomavel dos afegaos, podemos adivinhar uma vitoria  dificil .

Por outro lado, o Paquistao é um pais muito instavel,  se os americanos (e aliados) abusarem muito no numero de vitimas colaterais como unica maneira de reduzir a guerrilha, uma revoluçao no Paquistao nao seria de excluir, pois a populaçao paquistanesa (incluindo uma boa parte dos militares)  é muito sensivel à questao dos irmaos afegaos.
E ninguem quer revoluçoes no Paquistao, pois nao ?
 

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lazaro

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« Responder #21 em: Outubro 15, 2008, 11:04:23 pm »
Acho que a ideia não é ganhar uma guerra contra os Afegãos.

A guerra não é contra os Afegãos mas sim contra uma linha de pensamento fundamentalista islâmica que já esteve no poder pela força e que pretende assumir esse poder de novo pela força.

Para tal é necessário dotar o Afeganistão de um regime, mesmo que Islâmico, (note-se que o nome actual do País é Republica Islâmica do Afeganistão), mas ainda assim democrata e também respeitador das tradições.
 

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« Responder #22 em: Outubro 17, 2008, 08:54:53 am »
Citação de: "lazaro"
Não me parece que o problema do Afeganistão esteja a alastrar para o Paquistão. Não esquecer que a génese Taliban localiza-se no Paquistão.

Aspecto curioso: A Burqa que tanto se vê no Afeganistão foi exactamente importada do Paquistão.

A solução do problema Afegão passa passa incontornavelmente pelo Paquistão e pela incapacidade do Estado Paquistanês fazer valer a sua autoridade e as suas leis em largas faixas fronteiriças com o Afeganistão de Etnia Pashtun. O inverso também é verdade: a incapacidade do Estado Afegão fazer valer a sua autoridade no seu próprio território.

Para já fico por aqui.



concordo. Peço desculpas, expressei-me mal :oops:
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lazaro

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« Responder #23 em: Outubro 17, 2008, 03:11:05 pm »
Seguidamente vou ser sucinto para não dar seca e adormecer os foristas.

Sou da opinião que os vectores-força da acção da NATO devem ser:

1. Participar activamente na reconstrução do Afeganistão aos niveis politico e socio-económico;
2. Colaborar no estabelecimento da autoridade estatal em todo o território;
3. Destruição Fisica dos elementos (Taliban, Senhores da Guerra, Trafivantes de droga, etc)  que estão bastante activos a impedir que sejam atingidos os anteriores pontos 1. e 2 ..;

Em patamares mais elevados (politicos), não tenho duvida que a solução da questão Paquistanesa era fundamental para a solução dos pontos 1., 2. e 3.
 

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André

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« Responder #24 em: Outubro 17, 2008, 03:44:52 pm »

 

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legionario

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« Responder #25 em: Outubro 17, 2008, 07:55:34 pm »
Citação de: "lazaro"
Seguidamente vou ser sucinto para não dar seca e adormecer os foristas.

Sou da opinião que os vectores-força da acção da NATO devem ser:

1. Participar activamente na reconstrução do Afeganistão aos niveis politico e socio-económico;
2. Colaborar no estabelecimento da autoridade estatal em todo o território;
3. Destruição Fisica dos elementos (Taliban, Senhores da Guerra, Trafivantes de droga, etc)  que estão bastante activos a impedir que sejam atingidos os anteriores pontos 1. e 2 ..;

Em patamares mais elevados (politicos), não tenho duvida que a solução da questão Paquistanesa era fundamental para a solução dos pontos 1., 2. e 3.


O seu ponto 2 (destruiçao fisica dos elementos...) implica uma guerra total contra a populaçao afegã. Eles nao querem saber do Estado afegao para nada porque o sentimento de pertença a um clan ou etnia é muito mais forte que um hipotético sentimento nacional . E dentro dos clans eles têm uma organizaçao social muito diferente da nossa e que é incompativel com o nosso conceito de democracia.

Os afegaos sentem neste momento o que nos sentiriamos se os marcianos desembarcassem em Portugal e exigissem que adoptassemos os valores e costumes de Marte.
Existe de facto um relativismo ético e cultural que temos que respeitar ! ou isso,... ou entao entrar em guerra com metade dos paises do mundo.

Penso que todas as sociedades têm o seu proprio ritmo de evoluçao, e querer obriga-las a "saltar etapas" (igualdade de sexos, democracia, etc),
so provoca mais sofrimento do que aquele que queriamos evitar.

Nesta guerra todos perdemos, nos e o povo afegao.
 

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FoxTroop

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« Responder #26 em: Outubro 17, 2008, 08:29:59 pm »
Este tipo de guerra só pode ser ganha num espaço de tempo que nenhum país está disposto a empenhar em recursos e forças neste momento. É o tipo de guerra que apenas se pode controlar, muito dificilmente ganhar...

Por isso, com as poucas bases que tenho adquirido, penso que:

-1: Aumento em grande escala dos efectivos militares NATO no terreno

-2: Abandono as tacticas de bombardeamento aéreo (geralmente comportando graves danos colaterais, e apenas beliscando a capacidade de guerrilha)

-3: Uso de unidades preparadas e motivadas capazes de perseguir os guerrilheiros até aos seus "heavens" (Para isso à que contar com baixas elevadas, mas não esquecer que tantos os guerrilheiros como a população em geral tem os valor das forças NATO por baixo justamente porque em caso de aperto "volta para a base e manda os aviões")
 

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FoxTroop

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« Responder #27 em: Outubro 17, 2008, 08:38:58 pm »
-4: Criar uma serie de alianças e pactos com os vários chefes tribais de modo a que as suas forças (militares e de inteligencia) possam ser usadas para seccionar o movimento taliban e ao mesmo tempo previna uma acção consertada dos mesmos contra a NATO. (Dividir para reinar)

-5: Criação de unidades compostas por afegãos ao estilo dos nossos GE's em Africa (com as diferenças inerentes à situação, claro) :-)

-6: Premitir que seja os proprios chefes tribais a decidir onde e como estabelecer os seus orgãos de soberania, justiça e de decisão (sentirem que mandam em algo no seu território e que se o fazem é porque a NATO os apoia em vez de sentirem que são obrigados a algo pouco a pouco irá colocar a sua "simpatia" do nosso lado)
 

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FoxTroop

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« Responder #28 em: Outubro 17, 2008, 08:48:13 pm »
-7: Negociar, por mais que custe aos americanos. Muitos talibans estarão dispostos a renuciar à luta se as condições os permitirem e no minimo pode causar divisões no movimento de guerrilha.

-8: Deixar de uma vez por todas de hostilizar o Irão e de atacar o territorio do Paquistão. Sem boas relações com esses dois países ganhar a guerra é impossivel.

Isto são apenas linhas vagas e gerais, tal como disse antes a minha visão é restrita. Ou como disse um comentador no forum "a experiencia pessoal é isso mesmo e é sempre subjectiva" lolol
 

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lazaro

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« Responder #29 em: Outubro 17, 2008, 10:22:55 pm »
Como já anteriormente referi, a ideia não é ganhar nenhuma guerra contra os Afegãos, mas antes ajudar a criar condições para a implementação de um regime que não permita o regresso dos Taliban ao poder.

Quanto aos Afegões não quererem democracia é uma apreciação grosseira. Concerteza que o Legionário não está ao corrente da adesão nas eleições presidenciais em 2004 e parlamentares em 2005, nomeadamente no que respeita à participação feminina.