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1160----------------------------------------------------------
27 de Janeiro de 1160, LisboaEscrevo-vos hoje aqui, pouco depois de ter desembarcado em Al-Ushbuna, agora chamda Lisboa, depois da sua conquista cristã.
Tenho estado ausente do nosso reino pois fiz parte da guarda-pessoal do diplomata Rui da Costa que esteve em África para iniciar relações diplomáticas com a Sícilia.
Foram assinados acordos de comércio.
Por força da minha ausência, todas as novidades que vos contarei agora foram-me transmitidas por Tomás Moniz, pajem do Capitão Lourenço de Almeida.
Lisboa esteve sob cerco português durante cerca de 1 ano, durante o qual recebeu severa punição nas suas muralhas por parte das balistas portuguesas.
Assim, quando se abriram várias brechas no baluarte
infiel, foi decidido, por ordem de D.Afonso Henriques, que era
momento de atacar.
As forças portuguesas sob o comando de Lourenço de Almeida e
Afonso Henriques dividiram-se em dois pontos, de forma a alargar a vaga de ataque e dificultar a defesa aos Mouros.
Em 1155, sob o grito- Santiago!- os nossos entraram e em pouco
tempo estariam os mouros sitiados na centro da cidade.
A seguir segui-se uma chacina necessária para a conversão daquela cidade à cruz de Deus.
Estariam naquela peleja 1500 dos nossos e 1800 mouros.
Lisboa é agora formosa cidade cristã, com cerca de 1600 habitantes.
Contarei-vos agora, o ilustre feito do Infante D. Sancho.
Estando Geraldo Geraldes a sul de Lisboa soube por nova que grande exército mouro estaria saíndo de Silves em direcção a Córdoba,
que se encontrava sobre assédio do Reino de Castela e Leão.
Entrou assim Geraldo Geraldes na dita cidade de Silves, e encontrou
nela muito pequena guarnição.
Este recado chegou a D.Sancho, que sem dar informações a seu pai partiu com pequeno exército em direcção a Silves.
Com o Infante estariam não mais que 200 homens, apenas
a sua guarda pessoal e alguns mercenários contratados a um navio Veneziano que estava perto de Lisboa.
Em 18 de Setembro de 1156 a hoste portuguesa chegou ao Algarve.
Rapidamente, a cidade foi tomada e D.Afonso Henriques concedeu ao filho o título de governador daquela cidade,
que agora fazia parte de Portugal.
Contarei-vos ainda o episódio que se passou com o capitão Lourenço de Almeida.
Estando um exército mouro em Badajoz, exército esse que trazia
grandes senhores, foi-lhe dado batalha pelo capitão Lourenço de Almeida e alguns portugueses, dos poucos que se puderam juntar em Coimbra e Lisboa,
para enfrentar a hoste contrária.
Assim aconteceu em 2 de Novembro de 1159, e no meio da batalha, conseguindo um grupo de cavaleiros portugueses rodear a
posição moura apareceram vindos da rectaguarda, terminou assim como o aprisionamenro da maior parte dos mouros, entre eles, alguns membros da família do Sultão.
A todos estes Lourenço de Almeida libertou, sem pedir qualquer tipo de resgate e deixando-os partir com todos os seus estandartes e armas.
Este gesto muito aprazeu ao Sultão. Como forma de agradecimento enviou até Lourenço de Almeida um formoso Cavalo Árabe,
vindo desde Tânger.
»Alla Iêr-Hamu» era a mensagem do Sultão, leia-se «Deus o Tenha»
Pois assim vai a divisão de territórios na Penínusula:
O Reino de Castela e Leão têm vindo a mobilizar soldados para a região de Córdoba mas ao que parece sem qualquer efeito prático, já que nesta regiões encontram-se experientes corpos de tropas
mouras e o próprio Sultão.
O que se seguirá não sei, mas Geraldo Geraldes já foi enviado para Córdoba.
Brevemente darei notícias,
Por Santiago!
Por Portugal!