P3: Defesa gasta 309 milhões

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JGS

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P3: Defesa gasta 309 milhões
« em: Março 30, 2004, 07:03:00 pm »
Espero que não V. tenha passado despercebido o artigo (aliás, são dois) sobre o P3P no Suplemento Negócios do DN de 29 de Março.

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Defesa gasta 309 milhões com aviões em risco de reforma
JOAQUIM BRITO CAMACHO
Portugal vai gastar 309 milhões de euros na modernização de seis aviões P-3 Orion, quando uma avaliação sobre fadiga de materiais, encomendada em 2002 pela marinha norte-americana, revelou uma inesperada e «significativa» deterioração nos 227 Orions da Lockheed Martin de que a US Navy dispõe. A descoberta, que apanhou a marinha americana de surpresa, foi feita no princípio de 2003 e veio acelerar o processo de substituição destes aparelhos por um novo avião, com início anteriormente previsto para 2013.

As deficiências estiveram à beira de incapacitar a maioria dos P-3 ao serviço, revelou o capitão Steven Eastburg, do Comando de Sistemas Aeronavais, e levaram o almirante Vern Clark, chefe de operações navais da marinha americana, a emitir uma directiva no sentido de a US Navy reduzir drasticamente a sua frota de P-3 Orion em um terço nos próximos 18/24 meses - de 227 para 150 aparelhos. Estes 150 serão sujeitos a trabalhos de renovação rigorosos, para prolongar ao máximo a sua vida útil, mas os problemas são tão graves que põem em risco a própria possibilidade de manter operacional a maioria até à entrada ao serviço do modelo substituto. Um dos principais motivos do desgaste agora descoberto tem a ver com as condições em que o P-3 Orion habitualmente opera, em ambiente marítimo e frequentemente a baixa altitude, sujeito ao poder corrosivo do ar carregado de sal. Portugal dispõe de seis P-3 Orion - fabricados em 1968 e adquiridos em 1986 à Lockheed Martin, na sequência de uma retoma desta empresa à força aérea da Austrália - e a Lei de Programação Militar (LPM) tem inscrita uma verba de 309 milhões de euros para a sua actualização.

Esta prevê a modernização dos equipamentos e sensores e ainda a extensão de vida da «célula» (o avião propriamente dito), que está perto do limite. Segundo o Ministério da Defesa, o programa LECIP (Life Extension and Capabilities Improvement Program) prolongará a vida dos aviões por «mais 20 anos», tendo Pedro Guerra, assessor de Paulo Portas, afirmado ao DN que em relação à célula «não há grande problema».

Tal horizonte temporal parece, no entanto, optimista face às informações aqui referidas, dado que as deficiências detectadas afectam a plataforma-base dos aparelhos numa escala inesperada.

Sabendo-se que o primeiro P-3 Orion saiu da fábrica em 1962, não é muito animadora a expectativa de longevidade dos P-3 portugueses, fabricados em 1968. Ou seja: se uma grande parte dos P-3 da marinha americana, qualquer deles mais recente que os portugueses, não aguenta até 2013, mesmo com as modernizações que vão sofrer, será arriscado afirmar que os nossos duram até 2024.

Segundo Degenar Drumond, na publicação online brasileira Defesa@Net (21 Novembro 2003), a US Navy deverá emitir brevemente (ou poderá já ter emitido) uma comunicação a todos os operadores de P-3 a recomendar a troca, tão rápida quanto possível, das asas e cauda dos aparelhos, estimando-se só o custo dessa troca em cerca de 25 milhões de euros por avião. A mesma publicação refere ainda a previsão de que «o último P-3C (ver «Saiba Mais) deixará de voar nos EUA em 2017», na sequência da sua substituição por um novo aparelho.

A revista britânica de aeronáutica Flight International menciona o interesse de vários países asiáticos na aquisição de P-3 modernizados, afirmando que os problemas agora detectados, que levarão à aceleração da reforma antecipada dos P-3C (o modelo mais moderno) da marinha dos EUA, implicam que não vai haver falta de oferta de Orions. O mercado de trabalho, chamemos-lhe assim, será invadido, nos próximos 18/24 meses, por pelo menos 75 «jovens reformados por invalidez» da US Navy, que serão entusiasticamente disputados por países menos exigentes.

Com o objectivo da modernização dos P-3, o ministro da Defesa português dirigiu um convite para apresentação de propostas apenas a duas empresas norte-americanas, a L3 Communications e a Lockheed Martin. Mas contratempos vários levaram a primeira a desistir, deixando a Lockheed sozinha em campo. De assinalar que a legislação portuguesa que regulamenta este tipo de negócios estabelece que o convite deve ser dirigido a «pelo menos três fornecedores» (ver página ao lado).

O aparelho que vai substituir o P-3 Orion na marinha norte-americana (genericamente designado como MMA (Multi-mission Maritime Aircraft) será escolhido entre dois concorrentes finais: um novo aparelho da Lockheed Martin, o Orion 21, ainda em projecto e especialmente concebido para o efeito, ou uma adaptação do Boeing 737 civil.

Um outro texto "Aviões portugueses têm 36 anos".
 
O P-3 Orion é um avião projectado principalmente para a luta anti-submarina, patrulhamento marítimo e busca e salvamento, mas pode desempenhar outras missões, como vigilância terrestre ou controlo do tráfico de droga. Entrou ao serviço da marinha norte-americana em 1962 e o último aparelho para esta força foi fabricado em 1990. A linha de montagem dos P-3 Orion na Lockheed fechou de vez em 1995. Foram construídos três modelos principais - P-3A, P-3B e P-3C - e a marinha dos EUA opera presentemente apenas o modelo mais avançado, o P-3C. Os portugueses são do modelo P-3B e saíram da fábrica em 1968. Foram comprados em 1986 e, após algumas modificações, coordenadas pela Lockheed Martin, adquiriram a designação P-3P.    
     JOAQUIM BRITO CAMACHO

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JGS

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P3
« Responder #1 em: Março 30, 2004, 07:21:24 pm »
Acrescento, corrigindo, que são cinco os artigos sobre o P3 e as contrapartidas pedidas por Portugal.
Peço que me desculpem os erros gráficos em duas ou três palavras do anterior texto.
Vão os links:

P-3C' usados podem ser alternativa
http://dn.sapo.pt/noticia/noticia.asp?C ... Noticia=61

Portugal exige contrapartidas abaixo da média
http://dn.sapo.pt/noticia/noticia.asp?C ... Noticia=61

Desfasamento português com tendência a manter-se
http://dn.sapo.pt/noticia/noticia.asp?C ... Noticia=61

JGS
 

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Luso

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...
« Responder #2 em: Março 30, 2004, 10:49:34 pm »
"Portugal exige contrapartidas abaixo da média"

"Desfasamento português com tendência a manter-se"

Ai de ti Lusitânia, que dominarás em todas as nações...
 

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Luso

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« Responder #3 em: Outubro 12, 2005, 10:20:47 pm »
A propósito da L3, a putativa modernizadora dos Orion...
http://www.defensetech.org/

"I helped run a small business in the mid-90s. And, back then, if someone sold me shoddy supplies -- and then had the stones to lie about it -- I would make damn sure never to do business with the bastard again.

The U.S. military works under a different set of criteria, however. Companies found to be crooked one day are given giant contracts the next. Sometimes this is unavoidable -- like when there's only one firm with has the expertise to tackle a particular task. But more often, it seems, the Pentagon goes out of its way to reward business that screw them over.

Take this story from Defense Industry Daily, for example:

In April 2005, L-3 Communications subsidiary Interstate Electronics Corp. in Anaheim, CA was placed under criminal investigation for providing faulty parts to the CSEL [Combat Survivor/Evader Locator] search and rescue GPS/ beacon/ communicators used by US aviators, special forces teams, et. al. - and concealing test failures.

So, naturally, they've just been awarded a contract to support the test
instrumentation hardware for most of America's nuclear missile fleet,
and all of Britain's.

I've been covering military matters for four years, now. And items like this still leave me slack-jawed. Can someone please explain how these deals are allowed to go down?"
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PereiraMarques

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« Responder #4 em: Outubro 12, 2005, 11:21:56 pm »
Então já não se tinha comprado os P-3 C "novos" da Marinha Holandesa :?

Cumprimentos
B. Pereira Marques
 

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Luso

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« Responder #5 em: Outubro 12, 2005, 11:37:21 pm »
O Pereira Marques pode ter motivos para estar confuso, e a minha citação só serviu para a aumentar.
Alguém pode-nos recordar-nos a decisão definitiva?
Obrigado.
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Jorge Pereira

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« Responder #6 em: Outubro 13, 2005, 03:09:22 am »
Citação de: "PereiraMarques"
Então já não se tinha comprado os P-3 C "novos" da Marinha Holandesa :?

Cumprimentos
B. Pereira Marques



Portugal comprou 5 P-3C à Holanda, dois deles já tinham sido parcialmente modernizados ao padrão CUP (Capability Upkeep Program) e os restantes 3, (que estavam armazenados há uns anos nas OGMA) tinham a Update II.5.
A ideia é de levar todos os (5) aparelhos ao padrão CUP holandês.

Em relação aos seis P-3P portugueses, 2 serão mantidos para aproveitar peças, 1 já está no pólo do museu do ar em Sintra e os restantes ainda não se sabe bem o que lhes irá acontecer, falando- se no entanto na possibilidade da sua venda.
Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis.

Gilbert Chesterton, in 'O Que Há de Errado com o Mundo'






Cumprimentos
 

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Luso

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« Responder #7 em: Outubro 13, 2005, 09:50:14 am »
As minhas desculpas pela confusão que introduzi.
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Leonidas

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« Responder #8 em: Outubro 14, 2005, 09:51:34 pm »
Saudações guerreiras.

Já há muito tempo que não tenho novas acerca de tais aparelhos. Não tenho ideia que o processo de modernização esteja próximo do fim, pois houve um grande atraso. Quantos aparelhos vão ser modernizados? Em que pé estão as coisas?

Não entendo uma coisa. Portugal tem uma excelente plataforma para patrulha marítima e por que razão vai adquirir uma plataforma diferente, sabendo que pode aumentar os custos de manutenção, com 2 cadeias de produção, com a chegado do C-295?

Cumprimentos
 

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Luso

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« Responder #9 em: Fevereiro 11, 2006, 10:18:51 am »
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Cabeça de Martelo

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« Responder #10 em: Fevereiro 11, 2006, 10:34:36 am »
Citação de: "Luso"


 :crit:
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Miguel

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« Responder #11 em: Fevereiro 11, 2006, 10:39:48 am »
Pior é a redução do programa MLU F16 :evil:

Vamos ter apenas 20 F16MLU
 

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Johnnie

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« Responder #12 em: Fevereiro 11, 2006, 11:50:31 am »
Onde foste buscar essa informação Miguel???
«When everything is coming your way... You are in the wrong lane!!!!"
 

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Charlie Jaguar

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« Responder #13 em: Fevereiro 11, 2006, 12:06:37 pm »
Sim Miguel, o Johnnie tem razão: uma coisa é estarmos bem informados ou sabermos de algo e outra é "atirar coisas para o ar".

Como sabes tu que só iremos dispôr de 20 F-16MLU?  :?
Saudações Aeronáuticas,
Charlie Jaguar

"(...) Que, havendo por verdade o que dizia,
DE NADA A FORTE GENTE SE TEMIA
"

Luís Vaz de Camões (Os Lusíadas, Canto I - Estrofe 97)
 

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Miguel

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« Responder #14 em: Fevereiro 11, 2006, 12:11:02 pm »