Comando da NATO em Oeiras reforça o seu peso na organização

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PereiraMarques

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Comando da NATO em Oeiras reforça o seu peso na organização
« em: Novembro 04, 2006, 12:44:50 am »
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Comando da NATO em Oeiras reforça o seu peso na organização

Comando expedicionário

Manuel Carlos Freire    
 
O processo de reforma interna da NATO deverá atribuir, a partir do próximo ano, "um maior nível de responsabilidades" ao quartel-general conjunto aliado em Portugal, disseram ao DN diversas fontes da organização sedeada em Bruxelas.

Embora sublinhando que na NATO só há certezas depois de os documentos estarem assinados, os trabalhos preparatórios - que serão aprovados, na generalidade, na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Aliança que se realiza no fim deste mês em Riga, (Letónia) - permitem avançar nesse sentido.

A passagem do Quartel-General Conjunto de Lisboa (J-HQ, sigla em inglês) a Comando Conjunto deverá implicar a existência de um oficial- -general a comandar Oeiras em exclusivo, ao contrário da acumulação de chapéus - comandante da Sexta Esquadra dos EUA, comandante das forças navais americanas na Europa - que agora existe. E será natural que passe a ostentar quatro estrelas, em vez das actuais três.

Para já, um dado factual é o da instalação - em Julho - do Directorado para a Preparação de Operações (OPD) no J-HQ, um organismo independente chefiado por um general norueguês que estará definitivamente operacional no Verão de 2007, adiantaram as fontes aliadas. As suas três dezenas de efectivos têm como missão certificar os comandos operacionais das forças de reacção da NATO (NRF), que rodam anualmente entre os três principais comandos operacionais da organização: Nápoles (Itália), Brunssum (Holanda) e o de Oeiras, que só está ao mesmo níveis dos dois anteriores em termos formais.

Isto é visível na respectivas designação e organização, pois Nápoles e Brunssum são Comandos Conjuntos de Forças (JFC-HC) com quartéis-generais de componente (terrestre, aéreo e naval) na sua dependência directa.
Obras de melhoramento nos edifícios do J-HQ de Oeiras e o aumento do seu quadro de pessoal, dos cerca de 335 efectivos actuais para 400, são outros indicadores seguros do acréscimo de responsabilidades a atribuir a um comando que esteve para desaparecer na reforma aprovada na cimeira de Praga (2002).

As resistências de alguns países aliados, com o Reino Unido à cabeça, à manutenção do comando da NATO em Oeiras diminuiu mas não desapareceu. Como lembram algumas fontes, a pretensão de dar ao J-HQ a responsabilidade permanente pelas NRF foi inviabilizada, apesar do apoio expresso do comandante militar aliado na Europa (SACEUR), general James Jones.

Mas a realidade dos últimos anos - mais operações simultâneas, prevalência das de menor dimensão, o sucesso das realizadas após o terramoto no Paquistão ou o furacão Katrina, nos EUA - provaram a necessidade de um efectivo terceiro comando conjunto de forças que o J-HQ de Oeiras deverá ser, mantendo o carácter expedicionário e deixando de estar limitada às operações baseadas no mar.

Por outro lado, os comandos de Itália e Holanda têm a responsabilidade pelas várias operações em curso. Nápoles gere a missão de treino no Iraque, a do Kosovo (KFOR) e a Active Endeavour (Mediterrâneo), enquanto Brunssum conduz as tropas no Afeganistão e tutela a NRF.
 
Fonte: http://dn.sapo.pt/2006/11/03/nacional/c ... eso_o.html